UM TOLO FASCÍNIO - GL 3:1-5

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INTRODUÇÃO

Nós vivemos em uma geração fascinada por muitas coisas: tecnologia, dinheiro, fama, beleza, sexo etc. Isto infelizmente, não é só uma marca dos mundanos, muitos crentes estão assim também fascinados por este mundo e pelo que ele tem para oferecer. Por conta deste fascínio na direção das coisas, Deus se torna apenas um meio, uma ponte, um instrumento para chegar ao fim que desejamos. Quando isso acontece, Deus já não é mais o sentido ultimo de nossa busca, nem é o centro, mas aquilo que buscamos.
Quando leio a bíblia e vejo as declarações dos homens de Deus do passado, especialmente este verso e outros no livro de salmos (salmo 42:1; Salmo 84:1-2; lamentações 3:24 “A minha porção é o Senhor...”, fico com a sensação de que falta para nós este fascínio, este desejo ardente por Deus.
(Salmo 42.1)
Como suspira a corça pelas correntes das águas,assim, por ti, ó Deus,suspira a minha alma.
(Salmo 84:1-2)
1 Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! 2  A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR;o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!
(Lamentações 3.24)
24  A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
CORPO DO SERMÃO
Vs 1 -  Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?
INSENSATOS - όητος -ου, ὁ; (anoētos), ADJ. ininteligível; tolo.
Uso do Adjetivo
1. irracional — não marcado pelo uso da razão.
Um estudo da palavra “insensato” ou “néscio”, em Lucas 24.25; Romanos 1.14; 1 Timóteo 6.9, bem como em Tito 3.3, evidenciará que a palavra no original indica uma atitude do coração e não apenas um estado da mente. Refere-se não propriamente à obtusidade, mas à negligência pecaminosa de uma pessoa em usar seu poder mental para tirar o melhor proveito.
LC 24.25 -
Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Os gálatas, ao darem ouvidos aos argumentos dos legalistas,
não foram propriamente lerdos, mas irrefletidos;
não foram ignorantes, mas insensatos;
não foram estultos, mas néscios.
E não são néscios todos aqueles que trocam a verdade de Deus pela mentira de Satanás,
a paz pela intranquilidade,
a certeza pela dúvida,
o regozijo pelo medo
e a liberdade pela escravidão?
FASCINOU - βασκαίνω (baskainō), VB. encantar; fascinar.
Uso do Verbo
1. dar o mau-olhado — olhar para alguém com um coração avarento ou invejoso, pensado como lançando um feitiço mágico que provoca vários graus de dano em seu objeto.
Profundamente comovido, o apóstolo pergunta: “Quem os enfeitiçou?”. Entretanto, nem em grego, nem em nosso idioma a palavra enfeitiçar tem sempre referência à feitiçaria literal.
Na interpretação desta passagem, muito se tem especulado sobre o que seja o “mau-olhado” (cf. Pv 23.6; 28.22; Mt 20.15; Mc 7.22).
Paulo, porém, provavelmente não estivesse pensando no feiticeiro que teria posto os gálatas sob a influência maligna de seu mau-olhado, e sim nos judaizantes que os enfeitiçaram, não por meio de seus olhos, mas por meio de suas palavras, de seus ensinamentos; especificamente, por lhes dizer que a fé em Cristo devia ser suplementada com rituais mosaicos. E os gálatas, ao se renderem a essa influência, deixaram de entender que um Cristo suplementado é um Cristo suplantado.
Além disso, tal rendição era inteiramente inescusável, uma vez que Jesus, sendo a fonte da salvação plenária e gratuita para todos os que creem, fora abertamente exibido, clara e publicamente proclamado aos gálatas.
Era como se o tivessem visto com seus próprios olhos. Tão clara e vívida fora a apresentação desse Cristo, que os gálatas formaram um quadro dele em sua mente, um quadro que o descrevia morrendo pelos pecadores e prometendo salvação a todo aquele que o aceitasse com fé genuína.
Quando Paulo diz: “ante cujos olhos Jesus foi exibido publicamente como crucificado”, ele não está pensando tanto nos detalhes históricos da crucificação, mas no valor supremo do Cristo crucificado para um mundo morto no pecado, e na implicação de que a obediência à lei nada contribui para a salvação.
Vs 2
Paulo prossegue: Só gostaria de saber de vocês o seguinte: Foi fazendo o que [a] lei exige que receberam o Espírito, ou foi porque creram [na] mensagem do evangelho?
Uma tradução um tanto diferenciada – sem, contudo, diferenciar-se da idéia básica – é também possível, a saber: “… vocês receberam o Espírito como resultado das obras da lei, ou como resultado do ouvir (acompanhado) com fé?” As duas traduções concordam em que a salvação pelas obras se opõe à salvação pela fé.
A pergunta de Paulo é cheia de significado e se aplica a todas as eras da história. Que a árvore seja julgada pelos frutos que produz.
É como se Paulo estivesse perguntando: “Meus queridos gálatas, a direção que ora estão seguindo os faz mais felizes e seguros do que fazia aquela que anteriormente escolheram? Por qual via foram conscientizados de possuírem o Espírito Santo habitando em seu coração? Foi pela via de uma rigorosa escravidão às ordenanças cerimoniais, ou foi pelo exercício da fé em Cristo, de tal modo que ouviram e guardaram ansiosamente no coração a mensagem do evangelho?”.
No versículo 5, o apóstolo voltará a essa pergunta e a ampliará. Ver a exposição sobre esse versículo.
Vs 3 -
Paulo prossegue: Vocês são tão insensatos assim? Em que consistia sua insensatez já foi esclarecido (ver comentário sobre o v. 1).
No entanto, ainda há uma explicação a ser acrescida sobre a insensatez dos gálatas, nestas palavras: Tendo começado pelo Espírito, estão agora sendo aperfeiçoados por meios carnais?
A presença ativa de o Espírito envolve a presença de Cristo no íntimo; daí, o novo nascimento, a implantação da semente da verdadeira fé, o conhecimento do perdão e da adoção, bem como os demais dons, tais como iluminação, liberdade, alegria, certeza da salvação, poder contra Satanás, resposta às orações, testemunho eficaz, etc. Ela produz dons tanto externos quanto internos, como veremos adiante (ver comentário sobre o v. 5).
Por outro lado, a carne indica que Cristo não habita no coração. Ela indica tudo aquilo em que, à parte de Cristo, uma pessoa quer basear sua esperança de salvação.
Os gálatas estavam começando a renunciar a Cristo como seu único e Todo-Suficiente Salvador. Tendo começado pelo Espírito, eles agora estavam tentando pôr sua confiança nos meios carnais – tais como confiar nos conselhos dos judaizantes e, portanto, também nas obras da lei, na rigorosa observância de cerimônias, da circuncisão, etc. –, com o fim de, por esses meios, poder chegar à perfeição.
Que rematada e desastrosa insensatez! Eles nos lembram o filho pródigo que deixou a casa de seu pai com toda segurança, paz, amor e compreensão que aquela casa lhe oferecia, a fim de vagar errante num ambiente estranho e hostil, onde sofreria fome e toda espécie de necessidade. A carne denota dúvida, medo, escuridão, fraqueza, escravidão, tristeza, frustração, etc.
O que o apóstolo escreve não se aplica somente aos gálatas de seu próprio tempo. Aplica-se igualmente àqueles que hoje confiam nos rituais, na vida moral, no progresso científico, na realização intelectual, na beleza física, nos recursos econômicos, no poder político, no liberalismo doutrinário, ou até mesmo na pureza doutrinária. Se uma pessoa baseia sua confiança, para esta vida ou a outra, em qualquer coisa fora de Cristo, está pondo sua confiança na carne.
Vs 4 -
Teria sido em vão que tenhais sofrido tanto? Este é um argumento diferente. Havendo sofrido tanto por amor ao evangelho, perderiam tudo agora, de uma só vez?
Ele lhes pergunta em tom de repreensão se estavam dispostos a perder as vantagens de tantas e maravilhosas batalhas que haviam realizado pela fé. Se o que Paulo lhes havia comunicado não era a fé genuína, então, era precipitado sofrer em defesa de uma causa má. Todavia, eles haviam experimentado a presença de Deus em meio às perseguições. Por isso, Paulo acusa de malícia os falsos apóstolos, ao privarem os gálatas de honras tão valiosas.
o entanto, ele ameniza a severidade de sua queixa, acrescentando: “Se, na verdade, foram em vão”. Assim, o apóstolo inspira a alma daqueles crentes com a expectativa de algo melhor, incitando-os ao arrependimento. Pois o propósito de toda correção não é levar as pessoas ao desespero, e sim encorajá-las a trilharem um caminho melhor.
Vs 5 -
5. Como a expressão “por conseguinte” indica, Paulo agora volta à pergunta que fizera antes (ver o v. 2), mudando a segunda pessoa para a terceira, e o passado para o presente, com o objetivo de intensificar: Por conseguinte, aquele que os supre com o Espírito e faz milagres em seu meio [faz essas coisas] porque cumprem o que [a] lei exige ou porque creem [na] mensagem do evangelho?
Notem o acréscimo: “e faz milagres em seu meio”. Alguém poderia traduzir “em vocês”, em vez de “em seu meio”.
Significa que os milagres, forças ou poderes de que fala o apóstolo podem ser considerados como carismas externos (dons especiais), ou como frutos morais e espirituais de caráter interno, tais como a fé, a esperança e o amor.
Existem boas razões para se crer que Paulo tem em mente ambos esses grupos, pois quando ele enumera as variadas bênçãos que o Espírito Santo derramara sobre a Igreja, ele passa do primeiro grupo (em 1Co 12) para o segundo (em 1Co 13) com uma simples transição.
Bênçãos de ambos os tipos foram derramadas – sim, liberalmente derramadas – sobre os gálatas.
Porventura foram dadas como resultado da obediência à lei ou como resultado da fé no Senhor Jesus Cristo, como apresentado no evangelho? E se foi em resultado do último – do que estamos plenamente certos –, por que, pois, os gálatas estão se afastando da fé para as obras, da Fonte para a cisterna rachada que não conserva nenhuma água? “Oh, gálatas insensatos!” “Oh, homem moderno igualmente insensato!”
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