Abraão - exemplo supremo da justificação pela fé somente. Gálatas 3:6-14

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INTRODUÇÃO

Vs 6 - É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
a. Assim como” (καθὼς) refere-se somente ao versículo anterior, à recepção do “Espírito” e à operação de milagres “pela pregação da fé”. Era como se Paulo estivesse dizendo que, na graça outorgada a eles, podia se achar uma similaridade com o caso de Abraão.
ASSIM COMO ABRAÃO - καθώς (kathōs), CONJ., PREP. como; assim como.
Paulo a dedicar tanta atenção a Abraão esteja no fato de que seus oponentes estavam constantemente se gabando de ser descendentes de Abraão, como se essa circunstância biológica lhes proporcionasse um grau mais elevado diante de Deus, e como se a justiça que Deus “imputara” a Abraão (Gn 15.6) fosse uma dívida que Deus lhe devesse por sua obra
Gn 15.6 Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça.
Por isso Paulo se refere a essa mesma passagem de Gênesis e mostra que ela ensina precisamente o contrário, e põe a ênfase na fé, e não na obra. “Abraão creu em Deus”, isto é, creu no que Deus havia falado.
Além disso, essa fé, diz Paulo, em completa harmonia com Gálatas 3.1–5, não era uma questão de mérito da parte de Abraão, mas lhe foi, por Deus, graciosamente “imputada” para justiça.
b. CREU EM DEUS - A vida de Abraão é, de fato, uma ilustração de como os homens, em todos os tempos são salvos.
A vida de Abraão se caracterizou por:
confiança em Deus, venha o que vier, e o resultado que produzia.
2ª obediência à vontade revelada de Deus.
Abraão obedeceu porque creu. Obedeceu ao mandamento de Deus porque, antes de tudo, ele confiava em Deus.
A obra de obediência comprovou que a confiança era genuína.
Gn 11:8-12 - 8 Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. 9 Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. 11 Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. 12 Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar.
A mais cruciante prova da fé de Abraão ocorreu quando Deus lhe ordenou: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá à terra de Moriá; ofereça-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu lhe mostrarei” (Gn 22.2).
Como, pois, poderia Deus ordenar a Abraão que oferecesse em sacrifício a seu filho Isaque?
A BÍBLIA RESPONDE
HB 11.19 porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou.
c. E isso lhe foi imputado para justiça.
A Imputação do Pecado e a Justiça Atribuída a Cristo e ao Crente
A. O Significado de "Imputação". Imputar algo a uma pessoa significa pôr esse algo em sua conta (creditar).
B. A Base da Justificação.
A dupla imputação de pecado e justiça (referidos a Cristo e ao crente) forma a base da justificação .
1. Os pecados dos crentes foram imputados a Cristo – por isto Ele sofreu e morreu na cruz (1 Pedro 2.24; 2 Coríntios 5.21). Cristo foi feito legalmente responsável pelos pecados do crente, e sofreu o justo castigo que a este correspondia.
Ao morrer no lugar do crente, Cristo satisfez as demandas da justiça e o libertou para sempre de toda possibilidade de condenação ou castigo.
1PE 2.24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.
1CO 5.21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
2. Jesus Cristo viveu uma vida perfeita – guardou completamente a lei de Deus. A justiça pessoal que Cristo obteve durante Sua vida na terra é imputada ao pecador no momento em que este crê. A justiça de Cristo é outorgada ao crente;
C. O Meio da Justificação.
O meio pelo qual o pecador recebe os benefícios da obra salvadora de Cristo (Sua vida sem pecado e Seu sacrifício), é a fé nEle.
Ninguém pode ser justificado senão pela ; no entanto, ninguém é justificado sobre a sua fé.
A , em si mesma, não salva o pecador; porém o leva a Cristo, o qual é quem, de fato, salva; portanto, a fé, conquanto seja um meio necessário para a justificação, não é em si mesma a causa ou a base da justificação.
DITO ISTO COMO PODEMOS VER CRISTO NESSE VERSÍCULO COM A IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA?
A resposta é a seguinte: A própria Escritura nos mostra Cristo nessa história. Ele está presente nela, para quantos quiserem vê-lo. Ainda mais: é o próprio Cristo que se revela em relação à história. Foi ele quem disse aos judeus hostis de sua época: “Abraão, seu pai, alegrou-se por ver meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8.56).
Quando se fez a Abraão a promessa a respeito de um filho, ele creu que por meio da linhagem de Isaque chegaria “a semente abençoada”, por meio da qual Deus abençoaria todas as nações.
HB 11.13 - Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
Contudo, não é necessário estabelecer até que ponto Abraão teria visto com clareza a vinda do Redentor e a obra que o Pai lhe designou.
É muito mais importante observar que o próprio Paulo, aqui em Gálatas 3, une a promessa que foi dada a Abraão com Cristo e sua obra redentora (vv. 13, 14, 16, 22, 29).
Vs 7 Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
Ser “da fé” significa viver controlado ou caracterizado pela fé, depositar confiança em Deus como princípio governante. Quando se pode dizer isso com referência a alguém, então esse é um filho de Abraão; e, se é filho, então é também herdeiro, verdadeiro participante da promessa espiritual feita a Abraão.
Vs 8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão:Em ti, serão abençoados todos os povos.
O que foi previsto na Escritura, uma vez que fora ordenado antes da fundação do mundo (Ef 1.4, 11), era que, “pela fé” e não “pelas obras”, Deus justificaria os gentios.
Pela fé” significa “recebendo confiadamente” o presente de Deus, de suas próprias mãos.
Dessa maneira, e só dessa maneira, é que todas as nações do mundo receberiam o perdão, o estado de justiça diante de Deus e sua santa lei, e a adoção de filhos; numa só palavra: justificação.
V. 9 De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
Em lugar de “em Abraão” no v. 8 (como também em Gn 12:3) aparece agora “com Abraão”.
Portanto, o papel de Abraão não está sendo exagerado.
Abraão não é, como Cristo, fonte de bênção. É por isso que Paulo evita, quando fala com palavras próprias, uma afirmação paralela ao “em Cristo”, que soará em breve nos v. 14,26 e constitui para ele um conceito definido.
V 10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
Ora, a maldição que a lei pronuncia aqui é muito real. A menos que se admita isso, Gálatas 3.13 não terá sentido. No entanto, é um fato, com frequência ignorado, que em Deuteronômio não só a bênção que havia de ser proclamada do monte Gerizim, mas também a maldição aparece num cenário de amor: a ideia é que, pela proclamação desta bênção e maldição, Israel – amorosamente chamado aqui de “o povo do Senhor seu Deus” – pudesse viver uma vida consagrada para a glória de seu misericordioso Redentor.
Ora, qual era o verdadeiro propósito da lei de Deus? Deus deu sua lei para que o homem – que é por natureza filho da ira, e portanto vive sob maldição (Gl 3.13), tal como declaram Deuteronômio 27.26; João 3.36; Efésios 3.2 – pudesse lembrar não só que sua obrigação é de viver em perfeita harmonia com a lei (Lv 19.2), mas também de sua total incapacidade de cumprir essa obrigação (Rm 7.24). Assim, a lei serviria de preceptor ou guardiã para conduzir o pecador a Cristo (Gl 3.24; cf. Rm 7.25), a fim de que, sendo salvo pela graça, pudesse, em princípio, viver uma vida de gratidão.
Vs 11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé
A lei não tem nenhum poder para subjugar as tendências pecaminosas do homem. Ela não pode destruir o poder do pecado no homem (Rm 8.3).
AQUI SURGE UMA PERGUNTA
Como, pois, o pecador poderá alcançar aquela bênção suprema de ser justo aos olhos de Deus? Como poderá adquirir aquela vida verdadeira, rica e plena, na qual o homem se assenta em paz com seu Criador e habita em doce comunhão com ele?
A lei justifica aquele que cumpre todos os seus mandamentos, enquanto a fé justifica aqueles que são destituídos do mérito das obras e confiam exclusivamente em Cristo. Ser justificado pelos seus próprios méritos e ser justificado pela graça de outrem são sistemas irreconciliáveis: um é anulado pelo outro. Este é o significado do argumento.
Vs 12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
Ora, a lei não provém de fé: A contradição entre a lei e a fé está no tema da justificação. É mais fácil o leitor unir o fogo e a água do que conciliar estas duas afirmações: os homens são justificados pela fé e são justificados pela lei. “A lei não procede da fé”, ou seja, a lei possui um método de justificar uma pessoa que é estranho à fé.
Vs 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
Sem dúvida, é difícil imaginar o Cristo majestoso se tornando maldito. Como?! Jesus anátema?
A única solução é aquela oferecida pelas preciosas palavras de Isaías 53.6: “mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”; cf. também os versículos 10–12. De modo que a maldição de Cristo foi de caráter vicário (substitutivo): “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
Vs 14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
Depois de haver dito que “Cristo nos redimiu da maldição da lei”, o apóstolo aplica, agora, essa afirmação ao seu propósito.
A bênção prometida a Abraão se encontra nisso e daqui flui aos gentios. Se os judeus têm de ser libertados da lei para serem herdeiros de Abraão, o que impedirá os gentios de obterem o mesmo benefício?
E, se esta bênção está somente em Cristo, é a fé somente em Cristo que nos faz possuir essa bênção.
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