SERVIÇO E OBEDIENCIA: O CULTO RACIONAL DO CRISTÃO (Parte 2) - Rm 12.9-20

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INTRODUÇÃO

Há alguns domingos atrás estudamos o começo do capitulo 12 de Romanos.
Esse capitulo fala sobre o Culto Racional, que é a forma do cristão adorar a Deus na dispensação da graça Nos vimos que é necessário consagração e serviço para que o nosso culto seja agradavel.

I. CONSAGRAÇÃO

1. Sacrifício

Que é o vosso culto racional...” Ele explica que esse sacrificio oferecido é a forma que temos de cultuar ao nosso Deus, a semelhança do scrificio na AT, pois o culto exigia o sacrificio.
A expressão culto racional também pode ser traduzida por “culto espiritual”. Como cristãos e sacerdotes, não nos apresentamos a Deus com o corpo de animais imolados, mas com o sacrifício espiritual de uma vida submissa.
Também lhe oferecemos nosso serviço (Rm 15:16 ), louvor (Hb 13:15) e nossos bens (Hb 13:16)

2. Transformação

Em primeiro lugar temos que evitar nos amoldar aos padrões desse século.
O século (literalmente “era”, também traduzido por “mundo”) se refere aqui à sociedade ou sistema elaborado pelo homem na tentativa de obter a felicidade sem Deus. É um reino contrário ao de Deus que é governado por Satanás (1Jo 5.19 e Ef 6.12)
Em segundo lugar temos que renovar a nossa mente.
Renovar implica em tirar algo pra colocar outro no lugar. Ou seja, devemos pensar como Deus, conforme revelado nas Escrituras. Colossenses 3.1-4 nos ajuda a entendermos o que precisamos fazer.

II — OBEDIENCIA NO SERVIR (V.3-8)

Paulo fala pela graça que lhe foi dada como apóstolo do Senhor Jesus. A partir daqui ele começa tratar de várias linhas corretas e distorcidas de pensamento que precisavam dessa transformação

1. O serviço para o Senhor exige de nós humildade e unidade — v.3-5

O apóstolo começa dizendo que nenhum aspecto do evangelho incentiva qualquer sentimento de superioridade. Pelo contrario, uma das coisas que mais Jesus insistiu com seus discipulos foi sobre a importancia da humildade (Mt 20.25-26)
A humildade vai nos conduzir a unidade e harmonia no corpo — v.4-5.

2. O serviço para o Senhor exige dedicação - v.6-7

Agora, Paulo dá instruções acerca do uso de certos dons. Essa lista não abrange todos os dons; a intenção é exemplificar a variedade e a atitude no serviço.
O principio aqui é: Cada dom deveria ser acompanhado de uma atitude adequada à função.

III. OBEDIENCIA NA PIEDADE (V.9-21)

Paulo passa listar uma serie de qualidades positivas essenciais a vida daquele que deseja prestar esse Culto Racional agradável a Deus.

Nos V.9-16 ele fala do trato geral, principalmente com os da família da fé:

1. AMOR SINCERO — V.9A

Esse “amor” é o ágape, diderente do do v.10 onde usa a palavra philadelphia (amor de irmão).
A palavra grega anypokritos, “sem hipocrisia”, é muito interessante. Hypokrites era o ator que participava de um drama. No entanto, a igreja não pode transformar-se num palco.
O amor deve ser sem hipocrisia. Não deve usar uma máscara, mas ser autêntico, sincero e sem fingimento.

2. DICERNIMENTO — V.9B

O cristão deve amar e odiar com a mesma intensidade. Deve apegar-se ao bem e abominar o mal com todas as forças da sua alma. Precisa sentir aversão e repugnância pelo mal. Não pode ser uma pessoa amorfa, insípida, que fica sempre em cima do muro, sem se posicionar.

3. AFEIÇÃO — V.10A

Paulo usa neste versículo duas palavras gregas distintas para amor: philadelphia e philostorgos. A primeira descreve o amor fraternal, ou seja, o amor de irmãos e irmãs uns pelos outros. A segunda descreve a afeição natural que sentimos pelos nossos familiares, tipicamente o amor dos pais pelos filhos. Ambas as palavras eram aplicadas a relações de sangue dentro da família humana.
Em nossos relacionamentos com os que são da família da fé, devemos demonstrar nosso amor com terna afeição, e não com indiferença fria ou mera obrigação.

4. HONRA — V.10B

O amor na família cristã deve expressar-se em honra mútua, assim como em afeição mútua. Honrar é prestar a reverencia devida, tratar com respeito, valorizar.
Como vamos ensinar sobre honra se em nosso pais essa atitude é tão desvalorizada ao ponto de quase ser extinta?

5. ENTUSIASMO NO SERVIÇO — V.11

A apatia não combina com a vida cristã. O crente precisa ser um indivíduo em chamas para Deus. Precisa arder de zelo pelas coisas de Deus. É alguém que serve a Deus com fervor. Aqueles que são mornos provocam náuseas em Jesus e, à semelhança da igreja de Laodiceia, estão prestes a ser vomitados pelo Senhor.
Em Jr 48.10 faz uma exortação muito séria sobre isso.
Jeremias 48.10 (ARA)
Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!

6. ESPERANÇA — v.12A

A esperança deve gerar em nós alegria. E qual é a nossa esperança? a gloriosa volta do Senhor! Rm 5.1-2 e 1Pe 1.3
Romanos 5.1–2 ARA
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
1Pedro 1.3 ARA
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,

7. PACIENCIA E PERSEVERANÇA — 12B

A esperança deve gerar alegria, mas também alimenta em nós a paciencia nos mentos de tribulação e a perverrança na oração que é impressindivel nesses momentos.
O crente se alimenta de uma viva esperança, enquanto pacientemente enfrenta as tribulações com uma vida de oração perseverante. Paciencia e Esperança sempre caminham juntas (Rm 15.4).
Romanos 15.4 ARA
Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
Jesus falou sobre a importancia de perseverança na oração em Lucas 18.1-8.

8. GENEROSIDADE — V.13A

O verbo grego koinoneo, “compartilhar”, pode significar tanto participar das necessidades e dos sofrimentos dos outros, como repartir os nossos recursos com eles.

9. HOSPITALIDADE — V.13B

Se com os necessitados precisamos ser generosos, com os visitantes devemos ser hospitaleiros. É preciso haver um equilíbrio entre philadelphia (amor pelos irmãos e irmãs) e philoxenia (amor pelos estranhos).

10. PALAVRAS DE BENÇÃOS — V.14

O cristão deve desejar o bem até mesmo para aqueles que lhe desejam o mal.
Isso vai contra a nossa natureza.

11. EMPATIA — V.15

Empatia é capacidade de se colocar no lugar do outro, é sentir o que o outro esta sentindo como se fosse você naquela situação.
O amor nunca se mantém longe das alegrias e das dores dos outros. Assim como o gozo dividido é dobrado, também a tristeza dividida é reduzida à metade

12. HUMILDADE — V.16

Aqui o sentido é alcançar a unidade através da humildade. Os cristãos devem viver em concordância uns com os outros. Devem ser unânimes entre si, nutrir os mais nobres sentimentos e praticar as mais excelentes atitudes entre si.
Isso só pode ser alcançado através da humildade, pois o amor me leva a colocar o outro na frente do eu.
Esse foi um dos ensinos que mais Jesus enfatizou com seus discipulos, ele mesmo foi o mair exemplo de humildade. Mt 5.3 e Mc 10.45
Mateus 5.3 ARA
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Marcos 10.45 ARA
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

Ele finaliza com as atitudes em relação aos inimigos (aqueles que intentam o mal contra nós).

13. NÃO SER VINGATIVO — V.17-21

O crente não faz inimigos, mas tem inimigos. Jesus teve inimigos. Paulo teve inimigos. Temos inimigos e precisamos aprender a lidar com eles.
Paulo destaca cinco verdades importantíssimas acerca do nosso relacionamento com os inimigos:

A. Não devemos retaliar — V.17

Pagar o mal com o mal, devolver a agressão na mesma moeda, dar o troco na mesma medida podem dar-lhe a sensação de ser justo, mas não expressam a graça de Deus. Somos um povo perdoado e perdoador.
Em vez de retaliar, procure uma oportunidade para fazer o bem a quem lhe fez o mal. Peça a oportunidade de demonstrar a essa pessoa sua bondade. Peça a Deus o privilégio de não apenas fazer o bem, mas também de sentir um amor sincero pela pessoa que lhe fez o mal.
Jesus é para nós o maior exemplo de não retaliar, ao ser humilhado, ultrajado e torturado, ele poderia ter fulminado seus opositores, mas em vez disso ele intercedeu por eles.

B. Nâo devemos criar conflitos — v.18

Essa exortação para viver em paz com todos está em harmonia com outras passagens, como Hb 12.14 e Mt 5.9
Hebreus 12.14 ARA
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
Mateus 5.9 ARA
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Aqueles que anunciam o evangelho da paz, têm paz com Deus e experimentam a paz de Deus, esses são desafiados a ter paz com todos os homens.

C. Devemos entregar a Deus a nossa vingança — v.19

A vingança é uma atribuição exclusiva de Deus. Vingar é tentar assumir o comando que só pertence a Deus.
A retribuição é obra de Deus porque sabe o que fazer, quando fazer e na medida certa de fazer. Tentar administrar a vingança com nossas mãos é atentar não apenas contra as pessoas, mas contra o próprio Deus.

D. Não devemos guardar mágoa — v.20

Devemos não apenas deixar de revidar, mas também ajudar, socorrer o nosso inimigo. Trate seu inimigo com bondade, pois isso poderá fazê-lo envergonhar-se e arrepender-se.
Será como brasas vivas sobre sua cabeça. Possivelmente, Paulo estava referindo-se a um ritual egípcio no qual um homem dava pública demonstração do seu arrependimento levando na cabeça uma bacia cheia de carvão em brasa.
José do Egito é para nós um grande exmplo de perdão e de retrubuir o mal com o bem.

E. Não devemos nos rebaixar ao nível deles — v.21

O crente deve ser superior a essas coisa. Não é vencido pelo mal; ele vence o mal com o bem.
John Darby explica a primeira parte desse versículo da seguinte forma: “Se a má índole de outra pessoa o leva a reagir com maldade, você se deixou vencer do mal”.
O mal pode ser conquistado com o bem. Essa é uma arma que deveríamos usar com mais frequência.

CONCLUSÃO

O Culto Racional do cristão para ser agradável a Deus deve ser acompanhado de todas essas atitudes!
Como vimos, as exigencias de Deus para nós são muitas, precisamos compreender que Deus é santo, justo, amoroso e fiel é justamente isso que Ele requer de nós!
Se pudessemos sintetizar todos esses mandamentos, o Culto Racional que agrada a Deus exige:
Abrir a nossa mente;
Abrir o nosso coração;
Abrir o nosso bolso;
Abrir o nossa casa;
Abrir os nossos lábios;
Abrir a nossa alma;
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