Autoengano (Não ostentamos, somos transformados)

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Introdução

Robert Fisher - “O cavaleiro preso na armadura” Uma fabula para quem buscar a trilha da verdade
O livro conta a historia de um cavaleiro que se esforcava para seu o numero um do reino, casado com Juliet, uma esposa tolerante e filho de cabelos dourados chamdado Chistopher.
O cavaleiro tornou-se tão enamorado da sua armardura que começou a usá-la para jantar e muitas das vezes para dormir.
Algum tempo depois, ele nem se importava em tirar, sua familia se esqueceu de sua aparência sem armadura.
Sua esposa e filhos pediam constatimente para ele tirar a armadura, até que o dia, sua esposa ameaçõu dizendo que queria que ele tirasse ou ela iria embora com seu filho.
Até que ele decidiu tirar para não perder sua familia, mas já não podeia tirar sozinho, precisava da ajuda do ferreiro real.
É sobre isso que iremos falar nessa manha, autoengano, o quanto somos limitados para revover essa doença das nossas vidas.
Mateus 6. 1-4 “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Nossa consideração sobre este Sermão do Monte começou pela análise e divisão do seu conteúdo. Também pudemos perceber que aqui, em Mateus 6, chegamos a uma nova seção.
A primeira seção (5:3–12) contém as bem-aventuranças – a descrição do crente conforme ele é.
Na seção seguinte (5:13–16), descobrimos como é que esse crente, que fora assim descrito, reage ao mundo, e também como o mundo reage diante dele.
A terceira seção (5:17–48) aborda a relação entre o crente e a lei de Deus. Essa seção oferece-nos uma exposição positiva da lei, contrastando-a com o falso ensino dos escribas e fariseus. E termina com aquela extraordinária exortação do versículo final: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.
Chegamos agora a uma seção inteiramente nova, que envolve a totalidade do sexto capítulo de Mateus. Encontramos aqui aquilo que poderíamos chamar de quadro de um crente, o qual vive sua vida neste mundo, na presença de Deus, em ativa submissão ao Senhor e em completa dependência a Ele.
Não se pode comparar a recomepensa de Deus
Mateus 6.1 “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.”
A justiça deve ser praticada, mas não como uma propaganda para o auto-engrandecimento. Quem deve receber a glória pela justiça praticada é Deus, e não o homem. Exercer justiça diante dos homens é uma consumada hipocrisia.
A palavra “hipocrisia” origina-se do antigo teatro.
O hipócrita era um ator. Quando os atores desempenham um papel, fingem ser alguém que não são.
Warren Wiersbe corrobora essa ideia, ressaltando que hipócrita é um ator que usa máscara, alguém que usa a religião deliberadamente para esconder seus pecados e promover o benefício próprio.
R. C. Sproul assegura que o cristão só é hipócrita se disser que não peca.
Hipocrisia é quando fingimos ser algo que não somos, ou quando tentamos fazer os outros acreditarem que não praticamos algo que, na verdade, praticamos.
“Embora os discípulos devam ser vistos praticando boas obras, eles não devem fazer boas obras com o objetivo de serem vistos”.
Com o fim de serdes vistos por eles… Uma espiritualidade que busca ser vista pelos homens com o propósito de ganhar a aprovação dos homens, em vez de revestir-se de humildade com o fim de agradar a Deus, é soberba e está na contramão da verdadeira espiritualidade.
O termo “recompensa” (“galardão”)
Galardão - Grega - Misthos - Recompensar - Pelos serviços oferecidos.
Ocorre quatro vezes nesses versículos, sempre na mesma formulação, que é dirigida contra os fariseus: “Receberam sua recompensa”. O que faz aqui a palavra “recompensa”? Não havia sido rejeitada há pouco qualquer busca de aplauso meritório das pessoas?
Fariseus praticavam seus atos religiosos a fim de “atrair a atenção do povo” para que este os inspecionasse e os examinasse detidamente, enquanto distribuíam esmolas, oravam e/ou jejuavam.
Esperavam que os espectadores dissessem a seu respeito: “Que homens devotos! Como esses escribas e fariseus são piedosos!”. Naturalmente que se deve evitar uma demonstração pública com tal motivação.
Deus não requer apenas ação certa, mas, sobretudo, motivação certa. Aqueles que ostentam justiça para ganhar aplausos dos homens não receberão nenhum galardão da parte de Deus.
A recompensa de Deus” é algo bem diferente da recompensa que se combate como algo condenável.
William Hendriksen é categorico na sua afirmação: uma recompensa, a dos homens, cancela a outra, a de Deus.
Recompensa não pode ser entendida na acepção de “pagamento”, da maneira como existe, p. ex., o pagamento do empregador ao empregado como remuneração por um serviço prestado.
Não, não é esse o sentido de recompensa, não como pagamento com base numa relação contratual ou num vínculo empregatício, mas no sentido de uma relação de família, de pai e filho.
Recompensa deve ser vista como “reconhecimento” que o pai concede ao seu filho dedicado. Nessa perspectiva, recompensa é “dádiva”, “presente”, “bondade”, cumprimento de compromissos, entrega de promessas dadas.
Em suma: “Recompensa celestial” é o abraço do Pai celeste, é “ser presenteado com glórias eternas” (como Deus não nos presentearia tudo com seu Filho?). – Não há sequer como comparar essa “recompensa celestial” com a nossa prática de “boa ação” na terra, porque ultrapassa infinitamente qualquer medida de imaginação. Portanto, jamais pode ser um tipo de contrapartida pelo nosso fazer terreno na “nova vida”.
Caridade é um ato de adoração.
Mateus 6.2 “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.”
Dar aos pobres é requerido pelas leis de Deus (Êx 23.10,11; 30.15; Lv 19.10; Dt 15.7–11),
Êxodo 23.10-11 “Seis anos semearás a tua terra e recolherás os seus frutos; porém, no sétimo ano, a deixarás descansar e não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.”
Pelas exortações dos profetas (Jr 22.16; Dn 4.27; Am 2.6,7) e;
Jeremias 22.16 “Julgou a causa do aflito e do necessitado; por isso, tudo lhe ia bem. Porventura, não é isso conhecer-me? —diz o Senhor.”
Pelos ensinos de Jesus (Mt 7.12; Lc 6.36,38; cf. 21.1–4; Jo 13.29; Gl 6.2).
(v. 2). A ação de caridade mais comum entre os judeus na antiguidade era dar esmola aos pobres, e isto podia ser feito de mais de uma maneira.
Eles podiam fazer uma doação na sinagoga que, depois, era repassada aos pobres; ou, se vissem um mendigo na rua, podiam dar-lhe esmolas diretamente.
A beneficência (O fazer o bem) Judaico costumava dar muitas esmolas.
O doador era forçado a essa generosidade ao ter de fazer doações em público. Através desse aspecto de publicidade, cada um se sentia observado.
Pelas “ofertas” media-se o grau de religiosidade, ou melhor, o grau de justiça.
Após o culto na sinagoga cada um levantava e dizia qual era a quantia que queria ofertar. Quando havia uma doação muito vultosa, o doador era chamado até o bemá (tribuna) e recebia a honra de poder sentar ao lado do rabino.
O servidor da comunidade tocava, então, uma trombeta, a fim de chamar a atenção dos seres celestiais, porque ali se havia realizado um beneficência especial.
Quanto mais, pois, o fariseu praticava a beneficência, i. é, dava esmolas, tanto maior era o espetáculo, primeiro na sinagoga e depois também na rua.
Não devemos fazer caridade para receber aplausos e a glória dos homens. Em outras palavras, não devemos ostentar nossa piedade ao mundo, pois, segundo Cristo, é exatamente isso que os hipócritas da época faziam.
A ênfase principal aqui reside no fato de que as doações devem ser feitas para a glória de Deus.
Dois filhos de Adão e Eva levaram sacrifícios ao altar. Abel levou um sacrifício de animal, e Caim levou um sacrifício de grãos, ou de produção agrícola. É-nos dito que Deus amou um deles e desprezou o outro (Gn 4.4–5).
No Novo Testamento, aprendemos por que a oferta de Abel foi aceitável a Deus.
Hebreus 11.4 “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.”
Assim como o autor de Hebreus faz distinção entre os sacrifícios que são feitos na fé e os que não são, aqui Jesus também faz distinção entre as doações feitas com sinceridade e aquelas feitas com hipocrisia.
O socorro aos necessitados é uma expressão da verdadeira fé. Quem ama a Deus, prova isso amando ao próximo. Quem foi alvo da misericórdia divina, é instrumento da misericórdia ao próximo.
Jesus não diz “se deres esmola”, mas “quando deres esmola”. Com isso, afirma que se espera que o cristão dê esmola. Um coração regenerado prova sua transformação em atos de misericórdia. O cristão tem o coração aberto, o bolso aberto, as mãos abertas e a casa aberta.
Mateus 6.3 “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita;
O Senhor condena intensamente esse espetáculo na sinagoga e na rua. Reprova integralmente o caráter público da misericórdia.
A mão esquerda não deve saber o que a direita faz, isso significa que o benfeitor não deve sequer refletir sobre sua ação, não deve de modo algum tornar esse assunto importante.
As duas mãos quase sempre agem em uníssono. Juntas erguem, carregam, apanham coisas. Juntas estão no trabalho e no lazer. Portanto, elas podem ser consideradas como tendo plena familiaridade uma com a outra.
A expressão provavelmente se refira ao fato de que, tanto quanto possível, uma pessoa deve conservar sua contribuição voluntária em segredo, não só em relação aos outros, mas mesmo em relação a si própria; ou seja, deve ignorá-lo, em vez de dizer em seu coração: “Que bom sujeito eu sou!”.
Tudo que pareça exibicionismo deve ser evitado. Devemos dar na quietude, fazendo menos ruído possível a respeito de nossa caridade.
O cristão não dá ao pobre para ser visto nem para ser exaltado pelos homens, mas dá para que o necessitado seja suprido e Deus seja glorificado.
Somente Deus deve saber o que é dado em segredo. Dessa maneira a beneficência não é realização, não é justiça pelas obras, mas sim entrega e fruto de fé.
Mateus 6.4 “para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
A palavra grega para “esmola” é eleémosýne. (O ato de contribuir com dinheiro ou bens aos pobres; especialmente o que flui de uma disposição de bondade e compaixão)
Entretanto, seu sentido é ainda mais amplo.
Significa: misericórdia, compaixão, sofrer junto. Com essa palavra é expressado tudo em que o discípulo de Jesus é devedor do seu próximo: consideração, respeito, amor e ajuda, carregá-lo com empatia.
Neste contexto chamemos brevemente atenção sobre um perigo. Através de uma ajuda externa, muitas vezes tirada superficialmente da própria abundância, a gente pode se esquivar da verdadeira ajuda, profunda, interna.
A palavra original grega entende o “dar esmolas”, “praticar beneficência” como “tentar ajudar a alma e o corpo do próximo através do sacrifício voluntário de si próprio”.Mais uma coisa seja dita: Em nenhuma área o perigo de enganar-se a si próprio é tão grande, e o perigo de outros motivos entrarem em cena é tão forte, quanto na “prática da beneficência”. Sob uma superfície religiosa, amigável e bondosa podem abrigar-se motivações contrárias à fé.
Há algo de terrível nesses motivos ocultos, impuros, que com muita facilidade se introduzem furtivamente no pensar, sentir e querer do eu necessitado de reconhecimento. Constitui a mais sutil das trapaças quando a piedosa “prática da beneficência” se torna um meio para olhar-se a si próprio e nutrir o sentimento: “Eu fiz algo de nobre”.
“Eu sou melhor que os outros. Se todos fossem como eu, o mundo seria muito melhor.”
É Deus quem faz a conta. Nada se lhe escapa (Gn 16.13; Sl 139; Hb 4.13; cf. Jo 21.17). É ele mesmo quem, no dia do juízo, concederá a recompensa (Mt 25.34–36), para a surpresa dos benfeitores.
E não há, mesmo agora, recompensas antecipadas, por exemplo, uma boa consciência e a alegria do usufruto com os que recebem os donativos?
Aquilo que é feito ao próximo em secreto, longe dos holofotes, recebe de Deus, que vê em secreto, a verdadeira recompensa.
C.S. Lewis (Um experimento na critica literaria - 1961)
Um determinado ícone pode ser, por si só, uma obra de arte, mas isso é logicamente acidental. Nada pode fazer esse ícone melhor, mas pode faze-lo pior. Seu propósito não é chamar a atenção sobre sí mesmo.
Somente o homem que já viu verdadeiramente a si mesmo tem possibilidade de buscar refúgio em Cristo.
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