Cristo, nosso único Salvador (Hb 9:11-28)

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INTRODUÇÃO: Queridos irmãos, a era em que vivemos é avançada na tecnologia, na inteligência artificial, na medicina, nos meios de comunicação, enfim, na maneira como o mundo atualmente se desenvolve.
Mas uma coisa não mudou… A necessidade que o homem possui de ter um Salvador para chegar diante de Deus, e isto não é resolvido com nenhum dos avanços que citei aqui. A resposta sobre quem é nosso Salvador somente as Escrituras podem nos fornecer.
No texto que nós lemos, o autor começa a explicar os motivos que justificam ser Cristo o único capaz de fazer a expiação pelos nossos pecados. O tema que eu quero falar aos irmãos nesta manhã é: CRISTO, NOSSO ÚNICO SALVADOR.
Dobradiça: Porque devemos confiar na suficiência de Cristo para a nossa salvação? Porque, primeiramente:
1. CRISTO É O DEUS ENCARNADO
Cristo veio para ser a intervenção externa que a humanidade precisava, e isto podemos ver descrito nos vv. 11 e 12:
Hebreus 9.11–12 (ARA)
11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, 12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
Enquanto o homem se esforçou para construir o grande tabernáculo para o serviço sagrado dos sacerdotes e do sumo sacerdote, Cristo veio para mostrar que Ele era o tabernáculo divino entre o povo, visto que “tabernáculo”, no original, traz ideia semelhante a “morada”, “habitação”, pois Deus habitava neste lugar entre os homens e somente o sumo sacerdote tinha acesso à Sua presença uma vez por ano ao se consagrar.
Cristo é não somente o Grande Sumo Sacerdote entre nós, mas o tabernáculo de Deus, pois Ele é o próprio Deus habitando em nosso meio. O apóstolo João em seu evangelho, cap. 1 v. 14:
João 1.14 ARA
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
A tradução trouxe como “habitou”, porém o verbo no original grego significa “tenda” ou “tabernáculo”. Traduzindo ao pé da letra esta primeira parte do versículo, ficaria: “E o Verbo se fez carne e ‘tabernaculou’ entre nós”. Aos que vendiam no templo e que Jesus havia expulsado por eles por fazerem lugar de negócios, temos o seguinte diálogo:
João 2.18–22 ARA
18 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? 19 Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. 20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? 21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. 22 Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
Ele mesmo era o templo de Deus que fora destruído, em Sua morte e em três dias reconstruído, em Sua ressurreição. Não foi feito por mãos humanas, não é criatura daqui, e não precisou ter acesso a nenhum tabernáculo terreno para estar diante do Pai e ser nosso intercessor. Sangue de nenhum animal seria eficaz para redimir o pecador, somente o sangue de Cristo, e ele foi definitivo, não uma vez por ano!
Hebreus 9.13–14 (ARA)
13 Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, 14 muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
Somente Ele foi eficaz em Seu sacrifício a ponto de purificar a consciência do homem para largar as obras mortas. Sacrifícios em que se utilizava animais jamais purificaram a alma, apenas a carne, e essa purificação deveria ser renovada todo ano.
Aqui, o autor da carta lembra que somente alguém que é libertado das obras mortas pode servir ao Deus vivo! As obras do cristão são vivificadas para a prática do fruto do Espírito, pois é em Cristo que servimos verdadeiramente a Deus.
Nenhuma obra da criação, nenhuma criatura conseguiria purificar, pois já é contaminada, e se não consegue purificar a si mesma, como purificará outra criatura? Toda a criação foi corrompida pelo pecado.
Nada disso acontecerá se estivermos longe de Cristo! A desesperança é uma dessas coisas que nos contamina. Procuramos, diante do desânimo, resolver com nossas próprias mãos, e então, como diz certa expressão, colocamos a carroça na frente dos bois. Cristo espera de nós disposição para, mediante Sua Palavra, mediante Seu Espírito, sejamos transformados, dia após dia, de glória em glória, Ele é nossa esperança!
Aquele que vive desde a eternidade cumpriu perfeitamente a missão lhe fora designada enquanto esteve entre nós. Além do fato de Ele ser eterno, ter vindo de Deus, não ser criatura, em Cristo temos salvação porque:
2. ELE É O MEDIADOR ENTRE DEUS E O HOMEM
O pecado fez com que o homem se tornasse inimigo de Deus, e seu ódio era tão grande que seu desejo sempre foi desobedecer e fugir da presença do Senhor. Duas partes que já não se relacionavam de maneira profunda, a ligação foi destruída. Por isso, Cristo veio para resolver este grande conflito.
Diferentemente de um mediador de nossos dias, Ele já conhecia as duas partes (Deus e o homem), então não era necessário questionamentos. Ele é a maior sabedoria, já conhece toda a situação. Sua empatia foi tão grande que, sendo Deus, Ele também Se tornou homem, e resolveu tudo da maneira mais improvável: morrendo no lugar do infrator, no lugar do causador do conflito, que neste caso é o homem.
Hebreus 9.15–17 ARA
15 Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. 16 Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; 17 pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador.
Neste grande conflito entre Deus e o homem, Deus desejava deixar a vida eterna e o Reino dos céus para aquele que merecesse. Porém, no Antigo Testamento, ninguém seria capaz de estar como herdeiro, pois o regimento que estabelecia quem era merecedor, era a lei de Moisés, a qual homem nenhum consegue cumprir plenamente.
E o objetivo da lei, na realidade, era deixar claro que nenhum homem tem essa capacidade de cumpri-la. Deus escolheu Seus herdeiros para receberem a herança juntamente com Cristo.
Ele é o Filho de Deus, como falamos, mas também é o próprio Deus que morreu para o cumprimento da lei, para o regimento da nova aliança e para que entrasse em vigor o Novo Testamento, que fez com que os escolhidos por Deus se tornassem filhos desse Pai Celestial.
A herança não está naquilo que se pode ver, não são bens materiais, mas sim aquilo de mais valioso que se pode obter: a vida eterna na presença do Senhor, que realmente preenche a alma do homem com felicidade plena, algo que bem algum nesta vida é capaz de proporcionar.
Hebreus 9.18–22 (ARA)
18 Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue; 19 porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo, 20 dizendo: Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros. 21 Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. 22 Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.
Enquanto a primeira aliança era baseada na lei e mostrava que o homem não conseguia cumpri-la, mas somente transgredi-la, a segunda aliança veio para purificar todos os transgressores que foram escolhidos para a salvação.
Quanto o autor aqui relata o que Moisés fez, está descrevendo a aliança de Deus com Israel no monte Sinai, que está em Êxodo 24. Moisés havia dito que o sangue derramado dos animais era o sangue da aliança. Da mesma maneira, ao estabelecer a nova aliança, em Mateus 26:27-28, Jesus declara a respeito da nova aliança, em que Seu próprio sangue seria derramado:
Mateus 26.27–28 ARA
27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.
Enquanto a primeira aliança, ou o primeiro testamento, foi ativado pela morte dos animais com o derramamento do sangue deles e a aspersão sobre o povo, para o regimento da segunda aliança, ou o segundo testamento, somente foi possível com o derramamento de sangue de Cristo, e Seu sangue, espiritualmente, é derramado em todos os que são Seus, trazendo remissão de pecados, pois é sangue inocente, sangue para a purificação.
Precisamos deixar de nos julgar justos demais para a salvação, pois a lei nos condena e mostra o quanto somos indignos. E, ao percebermos nossa incapacidade, não podemos cair no fatalismo e no desespero. Cristo nos é suficiente! E sejamos, ainda, agentes de reconciliação, mostrando ao mundo a Verdade de nosso Senhor!
Aquele que vive desde a eternidade reestabeleceu o pacto entre Deus e o homem. Além de ser eterno, Filho de Deus, e ser aquele capaz de cumprir a lei eficazmente em nosso favor para que nos tornássemos amigos de Deus, o terceiro motivo que O torna suficiente para nossa salvação é que:
3. ELE NOS PURIFICA COM SEU SANGUE
Tim Keller, em seu livro “A cruz do Rei”, afirma que precisamos do sacrifício de Jesus legalmente, e não apenas de maneira pessoal.
Ele usa o seguinte exemplo: Imagine que um amigo acidentalmente quebra uma luminária em seu apartamento? Temos duas opções. Você pode fazê-lo pagar ou pode dizer que ele está perdoado. Mas o que acontece com os R$ 180,00 neste último caso? Você mesmo terá que cobrir o prejuízo ou terá que conviver com ele e se acostumar com uma sala mais escura.
Ou seu amigo paga o prejuízo ou você paga. Esse mesmo mecanismo funciona além do nível econômico também. Quando alguém lhe rouba uma oportunidade, a felicidade, a reputação, ou lhe toma algo que você jamais conseguirá ter de volta, isso gera uma noção de dívida.
A justiça foi quebrada — e essa pessoa lhe deve algo. Uma vez que se conscientize dessa dívida terá diante de você aquelas duas opções: cobrar a dívida ou perdoá-la”.
Cristo pagou toda a dívida que tínhamos com Deus. Toda a divida mesmo, não sobrou nada! Seu sangue foi suficiente para isso!
Hebreus 9.23 ARA
23 Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores.
A aliança firmada no Antigo Testamento era realizada com sacrifício de animais, criação de Deus. Porém, para que fôssemos, agora, considerados como seres celestiais, sacrifícios terrenos não seriam eficazes.
Por isso, Deus veio para ser sacrifício em nosso favor, e assim nosso coração está sendo transformado, e assim continuará acontecendo até o dia em que nosso aperfeiçoamento estará completo, completamente santificados e com um corpo glorificado.
Hebreus 9.24–26 ARA
24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; 25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. 26 Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.
Ele compareceu diante de Deus, no Santo dos Santos, tabernáculo celestial, em sacrifício superior ao de qualquer sumo sacerdote que havia anteriormente, em sacrifício definitivo, com o próprio sangue, e não com sangue de outras pessoas nem de animais.
Nenhum ser humano sofreu como nosso Senhor, e Seu sofrimento ocorreu não somente na crucificação, mas sim desde o momento em que Se tornou homem, deixando a própria glória para vir à terra estar com pecadores. Ele pagou a nossa dívida diante de Deus! Ele nos fez sermos aceitos! Não é necessário nenhum tipo de pagamento de promessas, seja qual for o tipo de promessa que você possa ter em mente. Apenas viva todos os teus dias dedicando sempre ao Senhor.
Hebreus 9.27–28 ARA
27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, 28 assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.
Aos condenados, seu destino será sofrer duas mortes: a morte física, e a morte espiritual concretizada em sua condenação no Dia do Juízo, é a recompensa por sua vida de pecados e sua falta de arrependimento, não serão transformados, portanto eles não terão a vida eterna.
Para os que estão em Cristo, uma morte já é suficiente, que é a morte física, pois não sofrerão a morte espiritual, já que Cristo pagou o preço por elas, já não há necessidade de morrer a segunda morte. Ele virá pela segunda vez para buscar os eleitos!
Voltando à ilustração de Keller... um amigo quebrou tua luminária de 180 reais, ou então fez algo que te ofendeu, prejudicou... Bem, ele desenvolve aqui o raciocínio que nos leva a refletir qual é nossa atitude perante aqueles que nos perseguem, aqueles que nos ofendem, que querem nos destruir. Temos duas opções: a primeira, fazer com que o devedor pague a dívida que possui conosco, persegui-lo, fazê-lo sofrer ou simplesmente fazendo com que tenha uma má reputação.
Iremos dizer “Ele deve pagar pelo que fez”. Indo por este caminho, não percebemos o quanto nos tornamos iguais a ele, endurecemos o coração e o mal acaba vencendo. A segunda opção, ainda que seja a mais difícil, é a mais sensata: perdoar! Não retribuir mal com mal, mas “doar a outra face”, ajudar, ainda que não valha a pena, segundo os olhos da carne. Jesus nos deu o exemplo, e Ele é o melhor exemplo que esta terra já presenciou! Que grande privilégio!
CONCLUSÃO: Enquanto a tecnologia avança, o homem se afasta de Deus. A cruz é escândalo. Em uma geração que busca tão somente a satisfação dos próprios desejos, geração que desanima muito fácil, e que ofende cada vez mais a Deus e vive orgulhosamente uma vida promíscua, é escândalo, e já é assim por vários séculos.
É escândalo o Filho de Deus descer, Se humilhar e morrer pelos pecadores, Ele que deixou a própria glória, pra estar no meio desta sociedade que se vangloria pelos feitos, pelas realizações, por todo o desenvolvimento que o homem conseguiu ter por meio da tecnologia, das ciências. É digno de confronto porque não percebem que tudo isso não vale nada sem Cristo.
É escândalo pra muitas religiões que o próprio Deus tenha doado a Si mesmo ao encarnar neste mundo na figura de Jesus Cristo, ser nosso único Mediador e derramar o próprio sangue para nos purificar e nos perdoar.
Nós, todavia, não somos deste mundo. Somos salvos, para morar com nosso Senhor nos céus. Nossa missão é servir a Ele em humildade, demonstrando que, de fato, fomos transformados pelo Seu Espírito. Devemos mostrar que os padrões humanos não se aplicam aos padrões celestiais de vida plena, e que a alegria que sentimos por viver pra Ele não tem a ver com nosso status, nossa posição social, nossa habilidade nos esportes ou habilidade de negociação com grandes empresas, capacidade de trabalhar em grandes construções.
Cristo nos substituiu no pagamento da dívida com Deus. Cristo, e somente Cristo é suficiente para a nossa salvação! Que Ele nos abençoe! Que Ele abençoe poderosamente a sua vida!
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