Sem título Sermão (7)
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1 COMO VIVER no PRESENTE (3.11,12a)
“...vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa,...” (3.11)
O apóstolo Pedro nos exorta a vivermos de maneira santa, separados para Deus, como um impulso para glorificá-Lo em todos os aspectos de nossa vida. A santidade é o reflexo da glória de Deus, a expressão de Seus atributos perfeitos. A escatologia, o estudo dos últimos tempos, pode ser uma poderosa força impulsionadora para buscarmos a santidade, pois nos lembra da eternidade e da prestação de contas diante do Criador.
A palavra "santo" (hagios) denota algo sagrado, puro e consagrado. Na mentalidade hebraica, ser santo significa ser diferente e separado do mundo, dedicado ao serviço de Deus.
No Antigo Testamento, vemos exemplos de santidade em várias esferas:
a. O sacerdócioera chamado a ser santo, separado para um serviço especial ao Senhor.
b. O dízimotambém era considerado santo, destinado exclusivamente a Deus.
c. O templo, especialmente o lugar santo, era distinto e reservado para a presença do Altíssimo.
SANTIDADE COM EXPRESSÃO DO SER DIVINO
A santidade é usada como sinônimo para o ser divino, elevando-O acima das fraquezas e imperfeições humanas. Sua soberania e incomparabilidade o distinguem de todos os outros deuses (cf. Ex 15.11).
“Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (ARA)
Apesar de no AT a palavra santo, ou santidade, indicarem a pureza moral do Senhor ou de seu povo (Lv 19.2; Js 24.19; Sl 15.1ss; Is 17.7; 30.11), a natureza transcendente e majestosade Deus parece ser o significado principal de sua santidade.
a. Natureza Transcendente:
A santidade de Deus está relacionada à Sua condição de Criador, o que o torna distinto e independente da natureza e da humanidade. Embora Ele esteja envolvido na Criação, não está totalmente identificado ou contido nela, sendo, portanto, superior a todas as criaturas de diversas maneiras. Deus é o "totalmente outro", estando acima e além do mundo criado.
b. Natureza Majestosa:
A santidade de Deus está relacionada à Sua condição majestosa, o que indica que Deus precisa ser reverenciado e temido. Duas passagens ilustram isso muito bem:
1. O retorno da arca da Aliança (1Sm 6.13-20) - A arca da aliança simbolizava a própria presença de Deus, mais especificamente o trono dele, onde Ele estava assentado como rei entre o seu povo (Ex 25.21,22; Nm 10.35,36; 1Sm 4.4).
· Deus matou os curiosos (1Sm 6.19);
· e a seriedade e temor que isso provocou levou os habitantes de Bete-Semes a perguntar: “Quem pode permanecer na presença do Senhor, esse Deus santo? (1Sm 6.20).
A santidade de Deus aqui está relacionada à natureza majestosa e temível do Senhor. Ele não pode ser tratado de qualquer forma, sob pena de se perder a própria vida.
2. O chamado do profeta Isaías (Is 6.1-5) – O chamado do profeta acontece no ano da morte do rei Uzias. Mas, o que predomina a cena é a visão da realeza gloriosa de Deus e do seu poder supremo (6.1-4).
Embora o rei de Judá tivera morrido, o Senhor, o rei supremo, continuava assentado em seu trono, reinando sobre tudo e todos.
· Os serafins reconhecem a natureza majestosa do Senhor ao exclamarem: “Santo, santo, santo...”, evidenciando o caráter santíssimo de Deus; não há outro Deus santo como Javé.
· Ainda que o profeta perceba o contraste da santidade moral de Deus em relação sua pecaminosidade, o que leva ele exclamar: “Ai de mim!” é o fato de que, além de ser puro (santo) o Senhor é o Rei Supremo (6.5).
A verdade é que Deus está infinitamente acima dos seres humanos, de modo que até mesmo o mais glorioso e poderoso rei da história não se compara à Sua majestade. Todas as riquezas e glórias dos impérios mais poderosos são insignificantes diante da grandiosidade e supremacia gloriosa do Senhor.
O Novo Testamento reforça essa visão da santidade majestosa e transcendente de Deus. Por exemplo:
a. Em João 1.18 o Pai (Deus) é aquele que “ninguém jamais viu”;
b. Em 1Tm 1.17 – o Senhor Jesus é confessado como o Rei eterno e imortal, digno de toda a honra e glória;
c. Em 1Tm 6.15,16 – Ele é o soberano supremo, o Rei do reis e Senhor dos senhores, que habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver.
A idolatria é loucura!
O fato de Deus ser o Criador invisível, de poder eterno e absoluto, mostra que é loucura adorar criaturas e objetos criados em lugar dele (Rm 1.18-25). A compreensão da santidade de Deus nos direciona a adoração, pois Deus é o único merecedor de glória e louvor. Para isso o homem foi criado, para o louvor de sua glória (cf. Ef 1.12)
Adoração é um estilo de vida marcado por santidade e piedade. Adoração atinge o propósito de Deus para o homem, glorificar a Deus e se alegrar nele para sempre.
No NT a igreja de Cristo é o povo de Deus (cf. 1Pe 2.9). Como homens e mulheres alcançados pela misericórdia divina, somos chamados a viver uma vida que reflete a santidade de Deus (cf. 1Pe 1.14-16). Não somos mais condenados à escravidão do pecado ou das paixões pecaminosas que nos governavam antes. Fomos libertos para viver sob o domínio do ES (Rm 8.2), expressando o caráter santo de Deus em nossa vida.
Se antes agíamos sob o impulso de nosso coração corrupto e pecaminoso, hoje devemos agir como pessoas que são o santuário de Deus (1Co 3.16,17). Como está a sua vida hoje? Ela é caracterizada por impulsos de seu coração, que é enganoso e promove desejos enganosos? Ou, ela é caracterizada por domínio próprio, amor, justiça e bondade que provêm do ES atuando nos filhos de Deus.
A VIDA CORAM DEO
Ao encararmos a vida Coram Deo(diante de Deus), nenhum ato se torna insignificante e nenhum pecado é visto como “coisa pequena”. Se estamos conscientes da santidade e da majestade de Deus, tememos falar uma pequena mentira, ofender o nosso próximo, ser desonestos num pequeno detalhe ou ver em secreto aquilo que não teríamos coragem de ver em público.
Essa é vida de piedade que Pedro exorta a ter. Piedade é agir com reverência, viver, proceder de modo adequado para com Deus. Mas, sem a compreensão correto sobre a santidade de Deus, não conseguiremos viver uma vida adequado, de modo digno, temente e reverente a Deus. Porque sem um parâmetro determinado não tem como estabelecer um estilo de vida piedoso. E o padrão (o parâmetro) adequado é: “Sede santos porque eu sou santo” (1Pe 1.16).
O Senhor é o grande soberano digno da minha e da sua reverência e submissão. Ele é o rei e Senhor. Nossa reação diante de um Deus tão grande e poderoso deve ser admiração e reverência, temor e tremor. Deus não é algo quentinho que sentimos no estômago, não é um Papai Noel cósmico nem é o “cara lá de cima”. Ele é o rei de toda terra, o Senhor das nações e o Santo a quem consagramos nossa vida. Deus não deseja uma parte de nossa via, Ele nos chama à rendição completa de todo o nosso ser.
“...esperando e apressando a vinda do Dia de Deus...” (3.12a)