Jesus, Sua Luz e Seu Reino (Mc 4.21-34)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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O Reino de Deus crescerá pelo poder de Deus até que pessoas de todas as nações façam parte dele.

Notes
Transcript

Introdução

Às vezes a obra do Senhor pode ser frustrante. Tanto trabalho duro e tão pouco resultado! Estamos semeando a semente da Palavra de Deus, estamos reluzindo a luz de Jesus, mas parece que muito pouco está acontecendo. Parece que estamos numa jornada fútil, e pensamos: “Por que continuar?”
William Carey, o pai do movimento missionário dos últimos 200 anos, pregou na Índia durante sete anos pra ver o primeiro convertido. Ele trabalhou arduamente nos campos missionários por mais de 40 anos, mas os frutos pareciam ser mínimos. Ainda assim, ele dizia: “espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”.
De modo semelhante, Adoniram Judson trabalhou na Birmânia por sete anos antes do primeiro birmanês se entregar ao Senhor. Contudo, assim como Carey, ele foi fiel até o fim. Disse ele: “Apesar da tristeza, da perda e da dor, nossa jornada continua; semeamos na Birmânia, colhemos em Sião."
O que inspirava esses homens? Eles foram motivados pelo poder da Palavra de Deus. Não apenas pela própria Palavra, mas pelo poder de transformação que a Palavra de Deus tem.
A Palavra de Deus já tinha sido ilustrada pela primeira parábola contada por Jesus em Marcos: a parábola do semeador, ou, “a parábola dos solos”. Nela, Jesus ensina que devemos ouvir com o coração aberto e desejoso de receber a semente da Palavra de Deus, para que ela produza os devidos frutos em nossa vida.
É a Palavra de Deus que revela o Reino de Deus ao homem. Ela é a verdade. Ela emana do próprio Deus. Ela ilumina o nosso caminho. Ela é nossa bússola para Deus.
Agora, Jesus dá sequência ao Seu ensino com quatro pequenas histórias sobre o Reino de Deus e a nossa resposta a ele: a da lamparina, a da medida, a da semente e a do grão de mostarda. Em seguida, há uma observação de Marcos quanto ao uso das parábolas por parte de Jesus. Vejamos as verdades em cada um dessas seções.

1ª história: a luz (vv. 21-23).

Já vimos que as três histórias dessa passagem reforçam a parábola do semeador. Jesus começa essas histórias com uma lamparina.
Antes de continuar, é preciso apontar uma dificuldade de interpretação dessa história. Jesus usa a figura da lamparina de formas diferentes nos evangelhos: em Mt 5.14-15, os discípulos são a lamparina que ilumina o mundo perdido; em Lc 11.33, a lamparina parece ser a Palavra de Deus. Aqui em Marcos, essa ilustração está interligando a semente da parábola do Semeador com as duas parábolas do Reino seguintes.
Nenhuma lamparina é usada para esconder sua luz. Ela fica em lugar de destaque para iluminar. Com a vinda de Jesus, Seus ensinos e Suas obras, o Reino de Deus está sendo revelado aos homens.
O v. 22 nos informa que todas as coisas ocultas serão manifestas. A Palavra de Deus ilumina o coração dos homens. No fim dos tempos, quando todos serão julgados, a Palavra de Deus será a base de julgamento. Então, tudo oculto será manifesto: os propósitos do coração, os pensamentos, as intenções - tudo para ser comparado à Palavra de Deus.
No v. 23, Jesus reforça a importância de escutar corretamente esse ensino, relembrando o ensino da parábola do semeador. Jesus nos pergunta: “Você está realmente me escutando?”
Assim, de forma resumida, o ensino dessa ilustração é: precisamos ouvir e receber a Jesus e Seus ensinos.

2ª história: a medida (vv. 24-25).

O v. 24 repete o chamado para ouvir a mensagem: “Preste bem atenção no que vocês ouvem”. Em seguida, Jesus cita um ditado em grego: “com a medida que medirem medirão vocês” (ἐν ᾧ μέτρῳ μετρεῖτε μετρηθήσεται ὑμῖν).
Sempre que lia esse versículo, pensava em medidas culinárias. Ou no contexto de julgamento em Mt 7.2.
Esse provérbio era muito usado em contratos de compra e venda de grãos na época. A ideia por trás é da reciprocidade: “medida por medida”.
Jesus usa esse provérbio em outra área, aplicando-o a quem recebe a Palavra realmente. “Quem recebe a Palavra terá mais entendimento da Palavra”.
Mas Jesus faz a ele um acréscimo: “e mais ainda lhes será acrescentado”. Ou seja: Jesus diz que ouvir o evangelho devidamente trará uma rica recompensa, que depende sim da dedicação do ouvinte e do estudante da Palavra em conhecer mais de Deus, mas que a recompensa será muito maior do que o esforço do discípulo. Em outras palavras, a graça de Deus vai muito além da reciprocidade do dito popular!
“Pois ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”. Essa palavra foi dirigida diretamente aos judeus resistentes a Jesus, que pensavam ser parte do povo escolhido de Deus. Enquanto pensavam que eram os eleitos, permaneciam descrentes e, portanto, separados de Deus. Realmente, tradição não salva, pais crentes, família crente a várias gerações - nada disso resolve o problema da perdição eterna. Apenas a fé em Jesus!
Portanto, há nessa ilustração dois ensinos:
Precisamos nos esforçar para entender os ensinos de Jesus e conhecer mais a Deus;
Deus nos recompensará muito além da nossa dedicação, pois Ele é rico em nos abençoar.

3ª história: a semente (vv. 26-29).

Apenas Marcos registra essa ilustração. Jesus cria mais uma história sobre semear a semente. Na parábola dos solos, o foco estava na receptividade dos ouvintes. Agora, a ênfase recai no poder de crescimento da semente. Assim é a Palavra de Deus: ela vem com o poder de crescer e expandir o Reino de Deus.

a. O Reino de Deus cresce misteriosamente (vv. 26-27).

Uma semente contém o poder de gerar e se desenvolver. Em Tiago 1.21 lemos:
James 1:21 NAA
21 Portanto, deixando toda impureza e acúmulo de maldade, acolham com mansidão a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
Quando a semente do evangelho cai num coração aberto, ela germina e cresce para a glória de Deus!
O Reino de Deus não vem seguindo planos ou ações humanas. A semente do evangelho prospera por si mesma. Quando semeada, um processo é iniciado de geração de vida que não pode ser parado.

b. Há uma certeza do crescimento do Reino (vv. 28-29).

V. 28: “a terra por si mesma frutifica”. No literal: “a terra automaticamente frutifica”. Ou seja, quando a semente começa seu ciclo, ele se completará: planta, espiga, grão, e então, a colheita.
O processo de crescimento do Reino de Deus não é espetacular, mas é certo. Agora mesmo ele está crescendo, vejamos isso ou não.
A foice é frequentemente usada para ilustrar a chegada do reino de Deus e o julgamento que a acompanhará. Vejamos Ap 14.15:
Revelation 14:15 NAA
15 Outro anjo saiu do santuário, gritando com voz forte para aquele que estava sentado sobre a nuvem: — Pegue a sua foice e comece a colher, pois chegou a hora da colheita, visto que os campos da terra já amadureceram!
Haverá uma colheita no fim dos tempos. Enquanto isso, o Reino de Deus está crescendo. Discretamente. Um pouquinho a cada dia.
Quem diria que o Cristianismo, começando com apenas 12 homens comuns como nós, cresceria até se tornar o que é hoje? Mas não para por aí. Ele continuará crescendo até que pessoas de todos os povos sejam participantes desse Reino.
E você? Crê nessa verdade bíblica? Você já faz parte do Reino de Deus?

4ª história: o grão de mostarda (vv. 30-32).

A última ilustração da sequência é uma única semente, um grão de mostarda. O que aprendemos com essa história?

a. O Reino de Deus terá excelentes resultados.

O grão de mostarda era conhecido como a menor das sementes da região da Palestina. Jesus faz então uma comparação entre o começo minúsculo da mostarda e seu tamanho enorme quando se desenvolve. Ela produz algo totalmente fora de proporção.
Assim também é o Reino de Deus. Ele começa de forma muito pequena. Mas ele se expandirá e crescerá de forma extraordinária. Quando Cristo voltar, todos verão como Ele tem todo o poder, toda a glória e toda a majestade.
Essa palavra nos dá grande encorajamento para enfrentarmos nossas lutas e pagarmos o preço para continuar vivendo a vontade de Deus e testemunhando às pessoas à nossa volta!

5ª parte: O Reino de Deus exige cuidadosa reflexão (v. 33-34).

Essa última seção do texto é uma explicação de Marcos sobre a importância das parábolas de Jesus em Seu ensino. Ele usou histórias e situações comuns do cotidiano para revelar verdades profundas sobre Si mesmo, a Palavra de Deus e Seu Reino.
Veja o final do v. 33. Ali vemos que as parábolas de Jesus podem tanto esclarecer quanto obscurecer o entendimento, dependendo da habilidade do ouvinte de ouvir e responder adequadamente a Deus.
Contudo, aos Seus discípulos, Ele explicava todas as coisas. Apenas em comunhão com Ele compreenderemos as verdades de Deus. Aproxime-se de Jesus e você estará mais perto Dele e do Pai; afaste-se Dele e você perderá tanto a Jesus quanto o Pai.

Considerações finais

Sim, o Reino de Deus começa pequeno, mas crescerá de forma incrível. E sabemos que o seu completo desenvolvimento ainda está por vir!
Leia Ap 7.9-10:
Revelation 7:9–10 NAA
9 Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestes brancas, com ramos de palmeira nas mãos. 10 E clamavam com voz forte, dizendo: “Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.”

Perguntas para discussão:

O que te inspira a perseverar quando seu crescimento espiritual e o da nossa igreja são imperceptíveis?
O que pode fazer nossa vida espiritual ficar improdutiva? Como podemos evitar essa situação?
Como a parábola do grão de mostarda nos encoraja a continuar orando e trabalhando pelo crescimento do Reino de Deus?
Jesus explicou as parábolas aos Seus discípulos. De que formas os cristãos de hoje têm vantagem sobre aqueles primeiros discípulos?
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