Marcos 8:22-30

Marcos 8:22-30

A curo de um cego e a confissão de Pedro:

Introdução

OBSERVAÇÕES DO TEXTO

v.22-26: Aqui eles chegaram do outro lado, lembrando que aqui eles não mudaram de margem, continuavam ali onde os judeus estavam. Chegaram a Betsaida. Aquela Betsaida que é advertida por Jesus em Mt 11:21 e Lc 10:13, lugar onde haviam sido operados diversos milagres, mas o povo permanecia duro de coração; sem arrependimento.

Ao chegarem ali, levaram até sua presença um cego, rogaram-lhe os que o levaram, que o Senhor o tocasse. Alguns leitores costumam se perguntar se era cego de nascença. Bom, eu suspeito que não, e explico: quando ele passou a enxergar (v.24a), via os homens “como árvores”. Os homens que o levaram até ali, ou os que estavam na aldeia? Não é possível precisar. Mas ele sabia a diferença entre os objetos, pois homens caminham e árvores não (v.24b). Parece haver um conhecimento prévil. Fato é: a visão exterior estava borrada, mas a percepção mental não. Ele conseguia discernir.

Então acontece o encontro, e o que Jesus faz? O Senhor o toma pela mão e leva-o para fora da aldeia, aplica-lhe saliva aos olhos, impondo-lhe as mãos e perguntando-lhe: “Vês alguma coisa”? (v.23b). Jesus interage com este homem e o faz “participar” do que ele está fazendo. Pois sabemos que aqui a cura não fora instantânea, mas gradativa.

Jesus cura este cego de forma semelhante ao surdo-gago que fora curado antes. Perceba a semelhança em ambos os casos: a) quem os leva pede para que eles sejam tocados; b) Jesus os afasta da multidão; c) ele não apenas toca, também usa saliva (e não há uma argumentação satisfatória quanto ao motivo de usar saliva, nos três caso registrados nos evangelhos). Mas um consenso entre os comentaristas sobre o levou Jesus a fazer isto é a ideia de comunicar a seguinte mensagem: “Algo será feito pelos seus olhos (no caso do cego)… e eu farei isso”. A diferença entre este milagre e o anterior é o resultado: o surdo-gago ficou curado instantaneamente, o cego fora curado gradativamente.

Após a pergunta (v.23b) Jesus, novamente coloca as mãos sobre os olhos do homem e este passa a ver claramente. Distinguindo tudo de modo perfeito. O Mestre então o manda embora para casa e recomenda que ele “não entre na aldeia” (v.26b). Por dois possíveis motivos: a) A aldeia de Betsaida era um lugar onde a hipocrisia tomava o coração dos homens, e b) Ele não deveria anunciar a ninguém o que lhe acontecerá. Ninguém poderia saber? Bom, os que foram com ele testemunharam. Mas sua família logo saberia, assim como o geraseno fora aconselhado sobre o que deveria fazer, depois que fora liberto do espírito maligno. Este homem voltaria para sua casa (v.26a) certamente eles saberiam.

v.27-30: Jesus então, parte com seus discípulos para as aldeias da Cesareia de Filipe, e no caminho faz uma pergunta para eles: “O que as pessoas tem falado sobre mim”? Jesus perguntou o que as multidões pensavam sobre ele? Bom, Betsaida recebeu os seus milagres, mas não a pregação que ele declarava. Eles receberam as bençãos, mas não o aceitaram como ele se apresentou: O Salvador. Outros, o recebiam com atenção, tanto o milagre como o seu chamado. Mas ele os despedia de volta para casa, exemplo: o cego que “acabara” de ser curado, ou mesmo os gentios em Decápolis (na outra margem).

Bom, os discípulos responderam a pergunta, e a resposta variou entre: “alguns dizem que tu és João Batista”, e nós já ouvimos isto de Herodes; “outros dizem ser Elias”; já outros afirmam que “és algum dos profetas”. Ou seja, eles o tinham em alta conta. Mas não como quem Ele realmente era. Perceba o que as pessoas “lá fora” falavam de Jesus. Que imagem elas tinham: ele é alguém poderoso. Isso por si só, não é errado. Mas é suficiente?

Bom, Jesus havia feito uma pergunta aberta (geral), agora faz uma pergunta fechada (objetiva): “Mas e vocês, quem dizem que eu sou”? Não para os outros, mas entre si, era sobre o que eles testemunharam; era sobre o coração deles. Marcos e Lucas nos ajudam a perceber que a resposta que veio de Pedro, representava o que eles pensavam (pois a pergunta fora para eles), e a resposta fora: “Tu és o Cristo”. O Senhor então os adverte que não dissessem tal coisa sobre ele a ninguém. Claro que nós sabemos que chegaria o momento em que isso aconteceria, mas este ainda não era o momento.

TRANSIÇÃO:

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Feita as considerações, o texto nos apresenta um problema:

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PROBLEMA (O PECADO): O QUE A MULTIDÃO FALA SOBRE JESUS:

O que dizem sobre Jesus nas redes sociais? Que ele é um grande mestre das boas obras. Que é alguém que veio para ensinar como devemos amar, sem cobranças ou restrição. Alguém que veio propor uma vida leve, sem peso algum.

O que dizem sobre Jesus na televisão? Que ele resolverá todos os seus problemas hoje, basta apenas você ofertar tudo o que tem. Que ele depositará dinheiro na sua conta todo mês, pois você tem lançado na fogueira todos os seus bens.

O que estas multidões dizem sobre Jesus, os levariam a escolher Betsaida como residência. Pois ali eles aceitariam os milagres de Jesus e rejeitariam sua pregação de arrependimento. A Betsaida que tem as portas abertas para receber os presentes, mas não para curvar-se diante de Jesus Cristo, como seu Senhor.

O que dizem sobre Jesus, pode até ser uma meia verdade. Mas como alguém já disse: “uma meia verdade, é uma mentira completa”.

Ele veio por amor, para nos dar uma vida leve. Mas não para você continuar vivendo como antes. Ele veio sim para resolver nossos problemas, mas para mostrar que a raiz de todos eles é o pecado. Pecado este que ainda hoje milita contra o espírito em nossas vidas.

TRANSIÇÃO: Precisamos ter cuidado, e ouvirmos Jesus. Para isso, uma ação é necessária:

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RESOLUÇÃO (A GRAÇA): AFASTAR-SE DA MULTIDÃO:

Sabemos, por vermos isto, que existe uma multidão de remidos, daqueles que ficam até três dias sem comer, alimentando sua alma das palavras do Senhor. Mas existe aquela multidão que traz confusão em suas palavras, desta precisamos nos afastar.

Esse movimento que se repete aqui, “Jesus, tomando o cego pela mão, leva-o para fora da aldeia...” (v.23a), é importante. Precisamos, muitas vezes nos afastarmos dessa grande Betsaida: as redes sociais. O lugar onde os experts habitam. Ali todos são iluminados. Mas são tantas opiniões, e erradas, que as vezes você não consegue chegar a fontes seguras. Pois são ofuscadas pela tagarelice.

Você pode pensar que a graça do Senhor, no texto, é manifestada quando Jesus cura o homem. Não. A graça estava principalmente em afastá-lo daqueles que trariam confusão para este homem.

Digressão aqui? Problemas advindos do: afastar-se totalmente.

TRANSIÇÃO: Afastar-se da multidão, daqueles que trazem confusão para sua mente e coração é um movimento da graça de Deus na vida dos discípulos.

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RESPOSTA (O EVANGELHO): VOCÊ SABE QUEM JESUS É:

Em Mateus 16:16-17, a reação de Jesus depois de ouvir a resposta de Pedro, é diferente. O texto nos diz que:

Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.

O ponto central deste texto em Mateus está naquele que revela a Pedro quem é Jesus: Deus o Pai, que está nos céus. Isto é o Evangelho. Um homem perdido, na sua rotina de trabalho (pescador), nos dias atarefados, levando a vida como achava que deveria. Jesus o encontrou no meio do ofício e o chamou para segui-lo. Ele então foi aprendendo quem era Jesus, aqui então ele declara quem Jesus é e o próprio Cristo afirma quem revelou isto para ele.

A fé, é um dom de Deus. Ele dá aos eleitos, por amor. E o amor que Ele tem para com os eleitos é mediante a graça proveniente do sacrifício que Jesus Cristo fez por nós. Você sabe quem é Jesus Cristo? O que ele fez por você? O porque Ele fez isso? E hoje, quem você é? Tudo por saber quem Ele é.

Glorifique ao Senhor por isso, se ainda não o fez hoje. Se você faz a mesma confissão que Pedro fez, e o faz verdadeiramente, tens um coração redimido.

???

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CONCLUSÃO:

Em...