(Êx 16:1-20) Deus provê maná e carne no deserto

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INTRODUÇÃO

1-3 >> O deserto de Sim e a nova murmuração
Murmurar era o principal pecado de Israel
O Salmo 78:18 “Tentaram a Deus no seu coração, pedindo alimento que lhes fosse do gosto.” Sl 78:30 “Porém não reprimiram o apetite. Tinham ainda na boca o alimento”.
Ryken: “Os israelitas confundiram aquilo que queriam com aquilo de que precisavam. Essa é, muitas vezes, a fonte da nossa insatisfação - acreditar que a nossa ganância é nossa necessidade.”
Outra coisa que os reclamadores costumam fazer: Exageraram as vantagens da sua situação anterior.
Hamilton: “O texto muda de “o povo” murmurando (15.24) para “toda a congregação” murmurando. Este é um dos aspectos negativos desse tipo de mal. Uma vez iniciado ele inflama, como fogo selvagem, engolfando, consumindo e atingindo tudo o que houver pela frente. Ninguém está imune a ele; ninguém está acima dele.”
“mentalidade de escravo depois de ter sido liberto”
“De modo estranho, o Egito pode se tornar o Éden. Um gueto pode se tonar um jardim, ou pelo menos parecer. Faraó pode se tornar “um cara legal”, um salvador, enquanto Moisés pode se tornar um vilão, um homicida.”
4-5 >> Deus responde à murmuração com misericórdia
Hamilton: “A observação dessas restrições é que consiste no “teste” divino (“para que eu o prove”). Embora o mandamento seja dado positivamente (“colherão o suprimento para cada dia”), não podemos perder a negativa implícita: “Não ajuntareis uma porção para dois dias, especialmente não ajuntareis quantidade dupla no sexto dia”. Com poucas exceções, a palavra de permissão de Deus raramente é separada da palavra de proibição. Lembre-se de “comereis” e “não comereis”, em Gênesis 2–3.”
Nossas queixas nunca são causadas pelas nossas circunstÂncias. Elas revelam a condição interna do nosso coração… A nossa alegria no Senhor não deve ser circunstancial, mas fundamental (Fp 4:4)
“Algumas vezes, quando Deus testa alguém, isso acontece para que ele “saiba” (yādaʿ) ou “descubra” algo sobre a pessoa que está testando (Gn 22.1,12; Dt 8.2; 13.3[4]; Jz 3.4).”
“o claro propósito de todas essas passagens que contêm “teste” é sublinhar a importância da escolha pessoal. Não há escolhas sem consequências. Mas as escolhas da humanidade não são importantes apenas para a humanidade, também são importantes para Deus. Aquilo que alguém decide fazer diante das alternativas que tem importa para Deus. Deus não é um experimentador frio, neutro e passivo. Esses tempos de provação revelam Deus “como aquele que elege e faz aliança, na qual o relacionamento assim instituído se torna um relacionamento real que vale tão genuinamente para Deus quanto para Israel. A lógica por trás da ‘necessidade de Deus saber’ é a de um relacionamento e resposta” (Moberly 2000:105).”
6-10 >> A glória do Senhor e a ofensa contra Ele
A palavra em hebraico sugere mais do que reclamação, mas uma rebelião aberta contra Deus.
Deus mostrou aos egípcios e ao mundo que era o Senhor ao afogá-los no mar em suas carruagens. Agora, ele mostraria ao seu próprio povo a mesma coisa, só que dessa vez ele o faria satisfazendo suas necessidades.
Tudo o que Deus faz é para o bem último da sua glória. E agora sua glória seria manifesta.
Hamilton: “O Antigo Testamento fala tanto da presença regular de Deus quanto de sua presença ocasional e extraordinária. Goldingay (2003:401) sugere que essa diferença entre as duas é a diferença “entre o fato da presença de Deus e a experiência ou senso da presença de Deus”. Muitos cristãos chamariam essa manifestação espetacular do Espírito de “reavivamento”, tempo em que “a glória desce”.”
11-15 >> A Provisão de Deus e o Pão do Céu
Hamilton: “O maná é descrito nos versículos 14 e 31 como sendo: (1) uma semente pequena e fina parecida com a semente de coentro (uma planta cuja semente é usada como tempero) e, assim, fácil de ser colhida; (2) branca, portanto, fácil de ser vista (para os termos utilizados para descrever cores, veja A. Brenner 1982:88); (3) limpa, uma vez que cai com o orvalho e é, assim, própria para consumo; (4) doce ao paladar e, por isso, apetitosa (Êx 16.31, “seu gosto [era] como um bolo em mel”; Nm 11.8, “tinha gosto de bolo amassado com azeite de oliva” [cf. NVI], mas a NJPS “como um rico creme”); (5) que podia ser comida crua ou cozida (Nm 11.8), oferecendo, assim, certa variação na forma de consumo diário.”
Mais tarde Moisés explicou que, apesar de o maná ter sido um milagre físico, seu propósito era ensinar a lição espiritual de que Deus é a fonte de toda a nossa vida:
Dt 8:3 “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem.”
Jo 6:26-27 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”
Jo 6:30-33 “Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.”
Jo 6:34-35 “Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.”
Jo 6:47-51 “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.”
Jo 6:53-58 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.”
16-21 >> O pão nosso de cada dia
Hamilton: “um dos muitos milagres é que aqueles que colhem o máximo que podem acabam com a mesma porção daqueles que não são tão gananciosos (v. 17–18)”
2Co 8:13-15 “Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta.”
(1) todos acabam tendo a mesma porção, independentemente de quanto colheram; (2) a porção dupla que Deus providencia na sexta e o fato de que a porção que fica para o dia seguinte não estraga; (3) a miraculosa ausência de grânulos no sétimo dia. Será que até as bactérias e os insetos observam o dia de sábado?
Fretheim: “O dom de Deus a Israel não deve ser visto apenas naquilo que é incomum, mas no ordinário. Se as provisões de Deus no deserto forem colocadas na categoria de eventos extraordinários ou miraculosos, o povo de Deus tenderá a olhar para o cuidado providencial de Deus como sendo apenas aquilo que não se encaixa na categoria de ordinário. O efeito, muito comum, disso é a eliminação de Deus das coisas ordinárias e diárias e a busca de Deus apenas nas experiências no profundo mar ou no alto da montanha. Consequentemente, o povo de Deus não conseguirá ver nas coisas ordinárias que Deus é aquele que concede bênçãos o tempo todo. O resultado normalmente é que, quando alguém não consegue mais ver a operação milagrosa na sua vida, haverá um sentimento profundo de ausência de Deus.”
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”
Aquelas falharam no teste de Deus porque se preocuparam com o amanhã. O que a Bíblia diz mais sobre isso?!
Mt 6:25-34 “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste …”
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