Jesus, Aquele que Controla a Tempestade (Mc 4.35-41)
Exaltando Jesus em Marcos • Sermon • Submitted • Presented
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· 8 viewsA autoridade de Jesus sobre a tempestade demonstra Sua identidade como Deus e como Aquele em quem podemos confiar
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Introdução
Introdução
“Naquele dia”: a partir do início de Mc 4, Jesus ensina verdades sobre o Reino de Deus com algumas ilustrações: o semeador, a lamparina, a medida comercial, a semente na terra e o grão de mostarda. Jesus havia ensinado aos Seus discípulos a Palavra; agora, quer dar uma prova prática sobre quem Ele é e, ao mesmo tempo, testar a fé dos discípulos. Será que eles realmente entenderam o que Jesus lhes ensinou?
Neste sentido, os sinais que vêm a seguir - a tempestade acalmada, a expulsão da legião de demônios do gadareno, a cura da mulher hemorrágica e a ressurreição da filha de Jairo - são milagres extraordinários que autenticam o ensino de Jesus.
Em Marcos, essa história é dividida em seis partes, conforme sugere Willian Hendriksen: 1. um embarque à noite; 2. uma tempestade furiosa; 3. Um clamor desesperado; 4. Um milagre espantoso; 5. Uma repreensão misericordiosa; 6. Um efeito profundo.
1. Um embarque à noite (vv. 35-36).
1. Um embarque à noite (vv. 35-36).
Já estava anoitecendo. Que dia intenso tiveram Jesus e Seus discípulos! Dentro de um barco, Jesus ensinou com parábolas uma grande multidão. Logo em seguida, ao estar apenas com os discípulos, Jesus lhes explicou Seus ensinos. Não é à toa que eles estavam exaustos.
Então, Jesus lhes disse: “vamos para a outra margem” (v. 35). Jesus queria atravessar o mar da Galileia saindo de Cafarnaum e indo para a “terra dos gerasenos”. Jesus, como era totalmente humano, precisava descansar. Então, se afastou da multidão e partiu para a outra margem do mar.
Interessante notar que Jesus havia dado a ordem: “vamos à outra margem”. Mas o v. 36 mostra que foram “eles” quem despediram o povo. Marcos faz questão de mostrar que, após os discípulos terem despedido a multidão, “o levaram [Jesus] assim como estava”: exausto e necessitado de descanso.
2. Uma grande tempestade (vv. 37-38a).
2. Uma grande tempestade (vv. 37-38a).
Marcos usa a palavra grega para a tempestade que significa uma tempestade com ventos furiosos.
O mar da Galileia está localizado ao norte do vale do Jordão. Tem aproximadamente 20km e 12km de largura. Fica 207m abaixo do nível do mar Mediterrâneo. Ele é cercado de uma cadeia de montanhas, e também é conhecido pelas ventanias repentinas e intensas. Quando as correntes frias descem ao vale e se chocam com o ar quente acima do mar, os ventos tornam-se violentos e criam ondas altas, que facilmente enchem de água um barco pequeno, correndo assim grande risco de se quebrar ou de afundar. Portanto, esse tipo de tempestade no mar da Galileia já era conhecido pelos experientes pescadores da região. Não era nada extraordinária.
Os ventos uivavam, as ondas gigantes chicoteavam o barco, mas Jesus estava na popa (a traseira do barco), dormindo. Que grande contraste! Jesus estava dormindo profundamente, pois nem mesmo a força das ondas ou a água entrando no barco O acordaram. O sono profundo de Jesus mostra não apenas que Ele estava exausto, mas também que Sua confiança no Pai era inabalável. Que grande exemplo deu para nós!
3. Um clamor desesperado (v. 38b).
3. Um clamor desesperado (v. 38b).
38 E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro. Os discípulos o acordaram e lhe disseram: — Mestre, o senhor não se importa que pereçamos?
O que os discípulos estavam querendo dizer a Jesus? Com gritos desesperados, acabaram criticando a Jesus. A fala deles não foi branda ou educada. Eles estavam dizendo: “valemos tão pouco assim pro Senhor? A morte está adiante de nós, e o Senhor está aí, dormindo?”
Entretanto, não podemos julgar os discípulos. Eles estavam tomados pelo pavor, conforme o Sl 13.1:
1 Até quando, Senhor, te esquecerás de mim? Será para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
Quando o desespero nos toma, falamos coisas reprováveis. Esse foi o caso aqui. Além disso, os discípulos tinham fé em Jesus, ainda que pequena demais e, por isso, inadequada para aquela tempestade. Se eles não tivessem nenhuma fé em Jesus, nem O teriam procurado nessa hora tão difícil. A fé deles estava longe do ideal; contudo, tinham uma fé pequena que poderia crescer e ser fortalecida depois.
4. Um milagre espantoso (v. 39).
4. Um milagre espantoso (v. 39).
Em Mateus, Jesus repreendeu os ventos e o mar; em Lucas, Ele “repreendeu o vento e a fúria da água”. Marcos conta que Jesus “repreendeu o vento” e disse ao mar que se aquietasse. Interessante que o verbo “repreender” é o mesmo nos três evangelhos. Jesus não repreendeu o diabo, os demônios, os maus espíritos, nada disso. Ele simplesmente repreendeu diretamente o vento. Isso é muito importante aqui, pois Marcos nos ensina que Jesus tem poder direto sobre a natureza, de tal modo que “tudo ficou bem calmo”.
Não apenas os ventos se acalmaram, mas as ondas também. Como se sabe, depois que os ventos diminuem, as ondas continuam fortes por um templo, aumentando e diminuindo. Contudo, nesse caso, o vento e o mar se acalmaram subitamente. Foi um milagre os ventos pararem, mas também as ondas ao mesmo tempo.
Aqui temos uma grande verdade sobre Jesus: Ele tem poder sobre os elementos da natureza porque é Deus. No AT, já dizia nos salmos:
29 Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram.
7 Tu acalmas o rugido dos mares, o ruído das suas ondas e o tumulto dos povos.
Os discípulos, conhecedores do AT, sabiam que apenas Deus tem controle sobre a natureza. Por isso, ao verem o que Jesus fez, entenderam a mensagem que Ele estava dando: “Ele é Deus!”
5. Uma repreensão misericordiosa (v. 40).
5. Uma repreensão misericordiosa (v. 40).
“Por que vocês são tão medrosos? Como é que ainda não têm fé?”
a. Em primeiro lugar, Jesus não responde às acusações dos discípulos. Eles tinham acusado a Jesus de indiferença e descuido para com eles. Qual é a resposta de Jesus? Nenhuma. A resposta de Jesus não foi uma dura repreensão, mas sim um olhar misericordioso.
b. Em segundo lugar, Jesus não disse que eles “tiveram” medo, mas que “estão”. Presente. Antes, eles temeram a tempestade e a morte. Agora, estavam temendo Aquele que claramente tem poder sobre a tempestade! Eles tinham acabado de ver o poder de Deus ser manifesto diante Deles. Essa atitude se assemelha à de Pedro em Lc 5.8:
8 Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: — Senhor, afaste-se de mim, porque sou pecador.
Os discípulos entenderam a mensagem do milagre: Jesus verdadeiramente é Deus. Eles tiveram a clara consciência da Majestade do Senhor. Com essa primeira pergunta, Jesus quis dizer: “Vocês não perceberam que, em resposta ao clamor de vocês, eu acalmei a tempestade, demonstrando não apenas que sou o Deus Todo-Poderoso, mas o Deus que ama e cuida dos Seus filhos? Se vocês perceberam, porque ainda não têm a atitude correta, de confiança completa em mim?”
c. Em terceiro lugar, Jesus faz uma segunda pergunta: “Como é que ainda não têm fé?” Leiamos Mt 8.26:
26 Então Jesus perguntou: — Por que vocês são tão medrosos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e tudo ficou bem calmo.
Jesus não está afirmando que eles não tinham fé alguma, mas que a fé deles era pequena demais, tímida demais para confiar na presença, nas promessas e no poder de Jesus. Eles estavam hesitantes demais para perceberem o cuidado amoroso do Pai dado a eles através de Jesus.
Repare novamente a segunda pergunta de Jesus em Mc 4.40: “Como é que ainda não têm fé?” A palavra “ainda” aqui é muito importante. Jesus quis dizer: “Será que vocês não têm nenhuma fé, mesmo depois de tudo que viram, ouviram e experimentaram comigo?” Essa pergunta Jesus faz para nós também. Ao usar o “ainda”, Jesus esta nos ensinando que nossas experiências de vida acontecem com um propósito. As tempestades da vida nos sobrevêm para que possamos crescer na fé e na santidade. Muitas pessoas passaram por essa situação. José, Davi, o cego de nascença em João 9, Paulo em Fp 4.13 (“Tudo posso naquele que me fortalece”).
Assim, nós também precisamos aprender.
6. Um efeito profundo (v. 41).
6. Um efeito profundo (v. 41).
“E eles, possuídos de grande temor”. “Medo” aqui mostra uma mistura de medo e reverência. Os discípulos começaram a ver que Jesus é muito mais do que eles imaginavam. Ele tem controle não apenas sobre doenças e demônios, mas também sobre a natureza. Por isso, perguntavam entre si: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”
Os discípulos tiveram um profunda experiência com Jesus. Assim acontece quando enfrentamos as tempestades da vida: podemos ter um encontro transformador com Jesus que passamos a vê-lo com muito mais profundidade e clareza.
“Quem é esse?” A resposta não é dada na história. A resposta não está escrita porque ela precisa ser dada pelos leitores: por mim e por você. “Quem é esse?” Confesse sua fé em Jesus e exalte o nome Dele, pois Ele é digno.
“Quem é Jesus para você?” Cada um de nós precisa dar uma resposta pessoal a essa pergunta.
Considerações finais
Considerações finais
O que Jesus quer que aprendamos com essa passagem?
Nem toda tempestade é por causa da desobediência; algumas vêm por causa da obediência a Jesus.
Jesus é Deus, o Deus Todo-poderoso e, ao mesmo tempo, imensamente amoroso; por isso, podemos confiar nossa salvação, nossa vida e nossos cuidados a Ele.
Devemos enfrentar as crises com uma fé forte e madura, lembrando de quem Ele é através do nosso relacionamento com Ele (Palavra e experiências).
Perguntas para discussão
Perguntas para discussão
Assim como os discípulos, você já viveu um período em que questionou o amor de Deus por você?
Você se sente encorajado em ver que os discípulos que andaram com Jesus na terra demoraram a compreender realmente quem Ele era? Por outro lado, você vê que nós não temos desculpa para sermos tão lentos quanto eles foram?
De que forma é consolador estar na presença de Jesus? De que forma é aterrorizante?
O que mais impressiona você sobre Jesus?