Atos 2.14-36

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O autor divino/humano enfatiza a obra de derramamento do Espírito Santo, como sendo o atestado de Cristo como Rei-davídico, e portanto, como estando já assentado em seu trono de glória ao lado do Pai; sendo esta a síntese da obra testemunhal realizada pela igreja através do poder que lhe foi concedido.

Notes
Transcript
"(…) E sereis minhas testemunhas (…) até aos confins da terra" (Atos 1.8).
Pr. Paulo U. Rodrigues
Introdução
De acordo com o que fora analisado na seção anterior (At 2.1-13), Lucas desenvolve a narrativa referente ao cumprimento da promessa do Pai mencionada por Cristo (cf. v.1.5,8). Tendo o Espírito Santo finalmente descido sobre os discípulos, o sinal externo dado num primeiro momento àqueles que estavam reunidos no cenáculo (cf. 1.13; 2.1), foi o de falar novos idiomas, aludindo esse fato, à capacitação que a igreja recebeu para testemunhar do evangelho a todos os povos, superando assim os limites étnicos da revelação da salvação do SENHOR à Israel.
Entretanto, Lucas amplia a perspectiva da sua narrativa ao registrar o sermão que Pedro e os onze apóstolos pregaram, explicando às multidões perplexas, do que se tratava aquele acontecimento. Mediante o questionamento das multidões (vs. 12 "Todos, atônitos e perplexos, perguntavam..."), os apóstolos afirmaram que na verdade o cumprimento da promessa do Pai (cf. 1.4) consiste na consumação da referência profética feita há muito tempo, vaticinada especificamente pelo profeta Joel (vs.14-21). Por seu turno, tal profecia, apontava para o estabelecimento do clímax da história redentiva (vs. 22-36); ápice alcançado através da vinda do Messias, ao qual Pedro afirma que era aquele Cristo que "vós matastes, crucificando-o por mãos de iníquos" (v.23), mas que estava glorificado à direita do Pai, tendo sido ressuscitado, recebendo dEle a promessa (v.33).
A lógica da apologia apostólica consiste em interpretar os fatos ocorridos no cenáculo como sendo preditos pelos profetas, que, apontando para a era messiânica, estavam profetizando acerca de Cristo e do cumprimento da promessa que ele recebera do Pai, que inclui a salvação dos eleitos de todos os povos, línguas, tribos e nações. Lucas, ecoando a comprovação da veracidade dos fatos dos quais seu(s) leitor(es) estavam inteirados (Lc 1.4), ratifica o messiado de Cristo como fonte e fundamento da obra redentiva, evidenciada pela expansão da igreja, agora capacitada pelo poder do Espírito Santo.
Observando tais considerações, o texto de Atos 2.14-36 sintetiza como ideia central o fundamento messiânico-cristológico da promessa da descida do Espírito Santo.
Elucidação
Como supramencionado, a estrutura apresentada pelo texto abrange o discurso de Pedro e demais apóstolos, dividindo-se em dois blocos complementares: 1) (vs 14-21) - o arcabouço profético da promessa de derramamento do Espírito Santo; e 2) (vs. 22-36) - Cristo, o fundamento da promessa do Espírito.
Isto posto, passaremos a analisar em detalhes as referidas subseções textuais.
1. (vs. 14-21) — O arcabouço profético do derramamento do Espírito Santo.
Após a identificação da confusão gerada na mente da multidão que expectou o evento do derramamento do Espírito Santo sobre o 120 no cenáculo, “Pedro, com os onze, (…) erguendo a voz, advertiu-os nestes termos...” (v.14). O tom do pronunciamento apostólico, segundo Lucas, consiste, num primeiro momento, em uma demonstração clara da natureza do evento, buscando com isso demovê-los da ignorância para uma consciência clara de que aquilo que acabara de ocorrer era uma obra divina.
Para tanto, em primeiro lugar, Pedro salienta que o que acontecera “é o que foi dito por intermédio do profeta...” (v.16). Ao mencionar o elemento profético do fato, Pedro afirma categoricamente aos judeus ali presentes, que o próprio SENHOR estava por trás daquele acontecimento, e cita diretamente a ocorrência textual que antecipara a realização de tal milagre: Joel 2.28-32:
Joel 2.28–32 ARA
E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar.
O profeta Joel foi responsável por transmitir à Israel a mensagem de que o dia do julgamento divino (ref. “Dia do SENHOR” cf. 2.1) se avizinhava. O SENHOR traria grande devastação sobre o povo devido seus pecados e transgressões. Entretanto, no auge de sua fala profética, Joel também comunica que esse dia seria um dia de misericórdia. Quando o povo se arrependesse de seus pecados, “e isso com jejuns, com choro e com pranto” (cf. 2.12), Deus se compadeceria de Israel e o restauraria. Nesse ínterim, é declarada a profecia citada por Pedro no dia de Pentecostes.
Nada obstante, segundo a profecia de Joel, uma dessas demonstrações da misericórdia divina que viria sobre seu povo, seria o próprio derramamento do Espírito do SENHOR; concessão que além de abundante (no sentido miraculoso da expressão), abrangeria toda a casa de Israel, sem que houvesse qualquer distinção entre o próprio povo que excluísse alguém da participação de tamanha benção (cf. Jl 2.28-29filhos e filhas; velhos e jovens; servos e servas”).
Além disso, um outro ponto da profecia é interpretado de maneira mais especifica por Pedro. Ainda em relação ao especto abrangente da obra de derramamento do Espírito de acordo com o vaticínio de Joel, o SENHOR salvaria todos os que invocassem o seu nome (cf. Jl 2.32), incluindo aqueles que, dentre os sobreviventes, “o SENHOR chamar”. Ao final de sua fala, diante da resposta da multidão (vs.37-41), Pedro declara que a promessa recebida por Cristo, da qual os salvos participariam, está direcionada também “para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.39), usando a mesma expressão usada por Joel (cf. Joel 2.32 “προσκεκληται” (LXX) - At 2.39 “προσκαλέσηται”) , referindo-se este (da mesma forma que o profeta) não apenas aos judeus, mas também aos gentios, identificados por essa expressão “todos os que ainda estão longe”.
O caráter universal do derramamento do Espírito Santo sinalizado pela capacidade dada aos discípulos de falarem novas línguas, também fazia parte do arcabouço profético referido por Joel. Grandes sinais antecederiam o dia do juízo, como a distribuição irrestrita das capacidades que antes eram privativas dos profetas (e.g. visões, sonhos e o próprio ato de profetizar), e jungidos a esses, comoções na própria criação (i.e. sinais no céu e na terra, sangue, fogo, vapor, sol em trevas e lua em sangue etc.), apontando para o plano escatológico divino que seria executado, tal como referenciado ao longo de toda literatura apocalíptica veterotestamentária.
De todas essas ocorrências miraculosas citadas na profecia, entretanto, o falar noutras línguas — sinal que especificamente despertou a curiosidade das multidões no Pentecostes — também estava incluído no vaticínio profético, embora não tenha cito referido textualmente, sendo tal sinal representado pela ação de chamamento do SENHOR a todos quantos deveriam ser salvos de outras nações (cp. Joel 2.32 - At 2.21,39), segundo apontado.
O registro lucano da fala de Pedro salienta a acuracidade da interpretação dos apóstolos quanto ao evento citado por Joel. O SENHOR havia prometido que seu Espírito Santo seria derramado, dando início ao estágio final do plano redentivo que culminaria com o juízo divino sobre o pecado e a sua salvação derramada sobre aqueles que, mediante seu chamado, o invocariam, tal como havia acontecido no dia de Pentecostes.
O chamado do SENHOR aos sobreviventes de outras nações, conforme aludido pelo profeta, foi referenciado no Pentecostes exatamente pela capacidade dada aos 120 de falarem novos idiomas. Noutras palavras, por meio daquele sinal, o Espírito (agora derramado sobre a igreja) estava anunciando o chamado à salvação direcionado a judeus e gentios; todos quantos o SENHOR trouxesse à fé no Filho de Deus: Jesus Cristo.
O público-alvo de Lucas estava (mediante esse texto) diante da evidência de que a era escatológica mencionada por Cristo Jesus (cf. At 1.6-8) como cumprimento do que os profetas haviam dito, certamente fora iniciada. Não obstante, um caráter mais específico da fala de Pedro reforça essa perspectiva: a noção de que essa era escatológica, marcada pelo derramamento do Espírito Santo, possui como centro nevrálgico o cumprimento de uma outra promessa: a obra e glorificação do messias; o próprio Cristo Jesus. O que nos leva a segunda parte da argumentação apostólica.
2. (vs. 22-36) - Cristo, o fundamento da promessa do Espírito.
Tendo num primeiro momento chamado a atenção da audiência às suas palavras, que interpretaram a profecia de Joel, que por sua vez explicava a natureza daquela ocorrência sobrenatural, Pedro torna a concentrar a atenção de seus ouvintes noutro ponto de sua fala (cf. v. 22).
O apóstolo passa a demonstrar que tal ocorrência (i.e. o derramamento do Espírito Santo) era um sinal que apontava para o fundamento das intenções do SENHOR com tal manifestação. Pedro, a partir do versículo 22, introduz a Cristo como sendo o foco da obra de Deus, tendo os presentes sido testemunhas disso, ao terem visto a atuação prodigiosa do Senhor Jesus entre eles:
Atos dos Apóstolos 2.22 ARA
Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
Todavia, como aludido desde o início, a fala de Pedro é na verdade uma advertência: Embora Cristo tenha sido enviado da parte do Pai com toda sorte de sinais e prodígios incontestáveis, como bem reconhecia a própria audiência, “vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (v.23).
Dois pontos aparentemente divergentes são elucidados pelo apóstolo. A crucificação de Cristo aconteceu: 1) realizando o “determinado desígnio” (gr. “ὡρισμένῃ βουλῇ”, expressão que remete a um fato executado por decreto (ref. STRONG, 3724)), e ‘pré-ciência’ (gr. “προγνώσει”); de Deus; e 2) pela pecaminosa ação rebelde da própria audiência a quem Pedro se dirigia, como aludido no versículo supracitado.
A argumentação do apóstolo visa manter o caráter admoestativo de sua fala, numa que apresentará Cristo, não mais como vítima de uma conspiração, mas como detentor de todo o poder e glória, tal como enfatiza na sequência:
Atos dos Apóstolos 2.24 ARA
ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.
Nesse ponto, Pedro cita o Salmo 16.8-11, que segundo ele, fora cumprido no momento em que Cristo foi trazido da morte à vida, sendo preservado pelo Pai da corrupção. Essa preservação atestava o caráter singular de Cristo como o Rei prometido da linhagem de Davi. Como ele argumenta na sequência, Davi “morreu e foi sepultado” (v.29), o que indicava que o salmo, possuindo teor profético (v.30 “Sendo, pois, [Davi] profeta”), não poderia estar fazendo alusão ao próprio Davi, pois o mesmo ainda se encontrava morto, ou, noutras palavras, tanto matinha-se sob poder da morte, quanto seu corpo estava em corrupção; o que não se aplicava à Cristo, que pelo poder do Espírito, fora ressuscitado; ressurreição que o próprio Davi previu (v.31), como explicita o salmo.
Como não bastasse a própria ressurreição de Cristo apontar para o seu messiado (referido inicialmente pelo cumprimento da promessa de derramamento do Espírito Santo), Pedro e os demais apóstolos afirmam ser testemunhas de tal portento. Em síntese, deveria ser lugar-comum (numa que estava sendo comprovado até por testemunhas) a aceitação da ressurreição de Cristo de entre os mortos. O ponto do apóstolo Pedro visa interpretar o que isso significa, e tal conclusão é referida a partir do versículo 32:
Atos dos Apóstolos 2.32–33 ARA
A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.
O derramamento do Espírito Santo fora a publicação comprobatória de que o Senhor Jesus Cristo não somente havia sido ressuscitado dos mortos, como também foi recepcionado na glória que o Pai lhe havia prometido. A promessa de concessão do Espírito fazia parte do conjunto de evidências proféticas que apontavam para Cristo como o Rei Davídico Prometido. O próprio Senhor havia conectado sua ascensão aos céus à descida do Espírito Santo, como foi registrado por João (cf. Jo 16.7). Pedro e o colégio apostólico ratificam essa perspectiva, com um adendo: a publicação do reinado messiânico de Cristo, consiste naquele chamado de Deus ao arrependimento, mediante a divulgação de que o Senhor Jesus subjugará todos os seus inimigos e adversários, o que ameaça aqueles que se puseram contra ele, entregando-o para ser crucificado, como era o caso daqueles que estavam ouvindo o sermão de Pedro.
A conclusão da prédica apostólica ratifica isso, novamente por meio da citação de um texto do Antigo Testamento, cumprido em Cristo; no caso, o Salmo 110.1
Salmo 110.1 ARA
Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
A relação entre “os senhores” mencionada por Davi no salmo, enfatiza a relação entre Deus, o Pai, e Deus, o Filho: o SENHOR e o Senhor de Davi. A promessa do Pai sempre consistiu em estabelecer seu Filho como aquele através do qual seu Reino seria publicado, e a obra executada por Cristo atestou sua dignidade como esse Rei. Sua recompensa então consiste exatamente no convite do Pai para se assente à sua direita no Trono, aguardando que todo os seus inimigos sejam subjugados e postos sob seus pés.
Cristo, como o Rei Davídico, está assentado à direita da Majestade, e assim sendo, todo período escatológico (profetizado inclusive por Joel (cf. Jl 2.30-31)) representa um período de completude no qual a igreja, tendo recebido o atestado dessa glorificação do Senhor Jesus mediante o derramamento do Espírito que lhe concede poder, divulga o evangelho; o chamado do SENHOR ao arrependimento e à salvação, como já afirmado.
Frente a isso, a última fala de Pedro retoma o caráter admoestativo direcionado às multidões: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (v.36).
Transição
Cristo havia deixado claro que o Espírito Santo, ao ser concedido, capacitaria a igreja com poder para pregar o evangelho à todo o mundo. Esse evangelho consiste na demonstração da glorificação inequívoca de Cristo como o Rei Messiânico (i.e. davídico) prometido, enviado ao mundo para executar o plano redentivo decretado pelo Pai (cf. vs.23).
Ao cumprir sua missão, o assentar-se do Senhor Jesus à direta da majestade inicia a etapa final desse plano divino; a era escatológica é protagonizada pelo Espírito Santo, que chama os eleitos de Deus de todos os povos da terra, como havia sido introduzido pelos profetas anteriormente, e a igreja, por seu turno, é o veículo do Espírito nesse processo, apontando para Cristo Jesus: o centro e fundamento de toda a ação salvadora do SENHOR.
Lucas, ao registrar a presente seção, está comprovando ao seu público-alvo que o Espírito Santo será o agente principal da expansão da igreja. Entretanto, tal como exposto no seu primeiro livro (i.e. o evangelho) toda a ação da igreja ocorre de acordo com a era escatológica iniciada por Cristo; para onde tudo converge, sendo ele o Salvador de todos os que serão chamados à salvação.
Diante disso, o texto de Atos 2.14-36, sintetiza as seguintes verdades a serem compreendidas pela igreja hoje:
Aplicações
1. O objetivo fundamental e principal do Pai em derramar o Espírito Santo, é a exposição inequívoca da glorificação de Cristo Jesus, o Rei Prometido.
A descida do Espírito Santo concedendo poder à igreja, não é um fim em si mesmo. O alvo do evangelho não é, per si, o anúncio da salvação ou o chamado à redenção em Cristo Jesus, mas a demonstração clara de que esse Jesus, que no passado foi entregue para ser crucificado por mãos de iníquos, foi na verdade guiado pelo Pai por um caminho que o conduziria à glorificação e ao Trono do universo, ao seu lado.
O alvo principal da obra operada pelo Espírito, que é efetuada por instrumentalidade da igreja, é dar glória a Cristo Jesus como o Rei Prometido; o Filho de Davi, que a cada momento vê ser posto a seus pés seus adversários e inimigos. O centro nevrálgico do evangelho testemunhado pelo Espírito através da igreja, é a exposição da glória de Deus em seu Filho, como Rei sobre tudo.
No imaginário de muitos cristãos, a salvação é o maior objetivo que a igreja pode ter. Se isso é verdade, não raras vezes o evangelho fracassa, pois, sendo exposto, várias pessoas o rejeitam e viram-lhe às costas. Na verdade, o ponto mais mais alto da obra executada pelo Espírito através da igreja é a apresentação do Cristo soberano e glorificado; o Cristo que foi assunto aos céus, segundo as Escrituras
A tarefa da igreja consiste na apresentação do Senhor Jesus em sua condição de enaltecimento. Sua obra nesse mundo, proporcionou que miseráveis pecadores pudessem ser redimidos e restaurados à condição de servos leais do seu Reino, mas o louro do evangelho é a certeza de que no final da história, todo o joelho deverá se dobrar ante Aquele que está assentado no trono.
O Espírito foi derramado no dia de Pentecostes, para que a igreja testemunhasse da glória de Cristo. Como afirma certo poema, o objetivo do evangelho testificado sob o poder do Espírito é que:
Toda família e tribo que habita
A face toda do globo terrestre,
Atribua a Jesus a Majestade,
Reconhecendo-o como seu Senhor e Mestre (adaptado).
2. O derramamento do Espírito Santo é uma obra que consiste na demonstração do chamado de Deus o Pai, em Cristo Jesus, seu Filho, ao arrependimento e à salvação.
Como será exposto à luz da seção seguinte, em face da demonstração da glória de Cristo como o Rei-Messiânico, o Espírito opera através da igreja o chamado à salvação. Joel já previra isto, e Pedro assim o interpreta: mediante o poder concedido a igreja para testificar da glória do Filho de Deus, o próprio Pai chama ao arrependimento e à salvação, eleitos de todos os povos da terra.
Os novos idiomas falados pelos 120 no cenáculo apontavam para essa fluxo missional que a igreja faria, percorrendo o mundo anunciando o evangelho.
Pelo poder do Espírito um chamado é feito, e o Reino dos céus será publicado, de uma forma ou de outra: ou mediante o chamado evangélico que gera arrependimento no coração do homem, fazendo-o reconhecer amistosamente Cristo como Rei; ou através da visão grandiosa desse mesmo Cristo assentado em seu trono. Esta última, porém, nada terá de amistosa; mas será o momento em que a obra do Pai de subjugar aqueles que resistiram depositar sua confiança e fé em seu Filho, pondo-os por estrado dos pés deste, será consumada.
O que a igreja faz nesse ínterim é expor poderosamente que este Cristo está enviando termos de paz; mas tal oferta não durará para sempre, pois a este Jesus que hoje os homens rejeitam, “Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2.36).
Conclusão
O poder do Espírito faz da igreja a fiel testemunha da maravilhosa verdade de que Jesus Cristo, o Filho de Deus, Filho de Davi, em seu trono de majestade, governa gloriosamente a história para o momento em que será visto, não somente por seus discípulos mas por todos os homens, como Senhor e Cristo, feito tal para a glória de Deus, o Pai.
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