Quarta Marca de Uma Igreja Bíblica: Comunhão

Introdução

DOIS CAVALOS

Na estrada de minha casa há um pasto e dois cavalos estão sempre por lá. De longe, parecem dois cavalos normais.

Um dia, porém, eu estava passado à pé e eles estavam próximos à cerca; foi então que eu pude ver que um deles é cego.

Também reparei que o outro cavalo trazia preso ao pescoço um sininho, igual àqueles que se costuma colocar nas ovelhas.

O curioso, no entanto, é que o cavalo que enxerga é novo e poderia correr sozinho pelo pasto na velocidade que quisesse, mas ele sempre — parece — está cuidando do cavalo cego, mantendo um ritmo que o outro consegue acompanhar e se guiar pelo som do sininho. De manhã à noite, quando voltam para o estábulo.

O cavalo cego faz companhia ao cavalo jovem; este, lhe empresta os olhos.

“Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal” – Romanos 12:10

Autor Desconhecido

Comunhão que Testemunha [Jo 13.34-35]

Cristo um pouco antes da negação de Pedro e de fortalecer seus discípulos dá um “novo mandamento” algo diferente. Os discípulos seriam marcados publicamente entre os não discípulos pelo amor.

Em uma primeira leitura, parece que Jesus se precipitou, afinal o amor ao irmão era a essência da lei e um mandamento já dado, o próprio Cristo resume a lei em amar a Deus e ao próximo. A novidade aqui é a referencia. O amor com que os discípulos deveriam amar uns aos outro é o amor de Cristo.

Profundo

Primeira distinção desse amor é a profundidade. Amor que penetra a alma e alcança o coração a ponto de dar a sua própria vida em prol do outro. Um amor imensurável e profundo de forma que talvez nunca iremos compreender.

O padrão da comunhão bíblica é um amor profundo que se assemelha ao amor de Cristo por nós.

Incondicional

O que nos leva a distinção que é um amor que não merecíamos, um amor profundo e incondicional. Nós éramos inimigos de Deus dignos da ira e não tínhamos nada que fizesse por merecer esse amor. A salvação em Cristo apenas é possível porque não depende de nós.

A comunhão bíblica não depende do mérito do outro, mas a nossa referencia é o amor de Cristo.

Sacrificial

Esse amor profundo e incondicional leva ao sacrifício, no exemplo de Cristo um sacrifício por pessoas que não mereciam, afinal quem poderia merecer? Não havia um justo sequer.

A comunhão bíblica é alcançada por sacrifício ao compreender o amor de Cristo e buscar ainda que de forma limitada preservar a unidade e a comunhão. Muitas vezes sacrifícios são feitos por pessoas que não merecem refletindo esse amor profundo, ou seja, o exemplo do amor de Cristo pelos seus discípulos.

Conclusão

Interessante notar que ainda que seja exigido dos discípulos disciplina bíblica, santidade, ética superior ao dos fariseus que eram considerado “super santos”, fé, alegria em qualquer circunstância, nada disso é descrito como a forma que “reconhecerão os discípulos” ou sua marca pública.

A forma como o não crente deve reconhecer o cristão é o amor que essa comunidade vivencia e que o mundo não poderia reproduzir, afinal é um amor que reflete a pessoa de Cristo e isso é sobrenatural.

Comunhão Profunda e Ampla [Ef 2.11-22]

A Comunhão da igreja tem uma característica inovadora em relação a Israel ela é profunda e ampla algo que não poderia se imaginar de outra forma e não seria gerado de forma natural.

Profundidade

Ela é profunda porque o evangelho transforma de forma intensa e reconcilia aqueles que estavam longe os transformando plenamente. Esse amor profundo de Cristo demonstrado pela igreja como vimos é poderoso para impactar vidas e histórias de formas que não conseguimos imaginar.

Alcance

A grande novidade na igreja de Cristo é o alcance dessa comunhão e amor profundo. Amor profundo por irmãos de sangue como no caso dos judeus seria o esperado de acordo com a lei, mas um amor profundo a gentios que durante séculos vinham matando judeus e tentando abertamente destruir a cultura judaica seria algo impensável.

Como amar adversários que a própria lei impunha limitações e restrições quanto a comunhão? Afinal a lei limitava o acesso ao templo, ou pelo menos ao tabernáculo e proibia vistar as casas de gentios e comer com eles (comunhão).

Evangelho e a igreja de Cristo em sua Obra vê a maior das barreiras culturais caindo pelo poder da cruz de modo que demonstra o alcance sobrenatural do evangelho unindo pessoas que de outro modo não seriam unidas.

Conclusão

Assim fica evidente que a comunhão cristã é profunda e ampla ou como o autor de “Comunidade Cativante” descreve e desenvolve de forma tão competente é profunda e larga de modo que só é possível por meio do evangelho tendo Cristo como referência.

Comunhão Sobrenatural [1Jo 1.5-7]

Ultimo aspecto da comunhão cristã que eu gostaria de destacar é que a comunhão cristã é sobrenatural e não pode ocorrer de outro modo. Esse é um dos texto que mais me intriga.

João em seu argumento descreve Deus como luz em contraste com as trevas do mundo, uma linguagem extremamente joanina. Em Deus não há trevas e destaca que se afirmamos ter comunhão com Deus e andamos nas trevas, na melhor das hipósteses nos enganamos porque Ele é luz. E afirma que se andamos na luz como Ele andou temos comunhão uns com os outros e o sangue de Cristo nos purifica.

Assim fica evidente que a comunhão cristã é sobrenatural e depende de andar na luz, caso andarmos nas trevas ainda que ninguém saiba nossa comunhão fica prejudicada porque ela é sobrenatural e fruto de um Deus que é luz.

Parece que de alguma forma a plena comunhão com os irmãos depende de nossa comunhão com Deus e esta está diretamente relacionada a caminharmos na luz e não nas trevas. Luz aqui uma referencia a santidade e vida correta sendo purificada pelo sangue de Cristo e as trevas uma vida semelhante a do mundo.

Princípios Eternos

Marca da igreja é o amor dos irmãos

O maior testemunho publico da igreja não é a santidade, doutrina, disciplina ou julgamento. Mas o Amor semelhante ao de Cristo.

Amor e a comunhão é o maior slogan ou marketing que igreja pode ter

Amor da comunhão cristã é semelhante ao amor de Cristo, Profundo, incondicional e sacrificial

Comunhão Crista demonstra o amor profundo e amplo

Comunhão cristã não é limitada a idade, interesses comuns ou identidade. Mas é sobrenatural e fruto do evangelho

Comunhão cristã é sobrenatural e fruto da comunhão com Deus

Comunhão pode ser interrompida pelo pecado, ainda que ninguém saiba do pecado

Comunhão é plenamente experimentada na medida em que andamos na luz

Comunhão Sobrenatural da Igreja Testemunha por sua profundidade e alcance.

Desafio

Ore para que vivermos essa comunhão em nossa igreja

Desenvolva relacionamentos na igreja por causa do evangelho e não identificação

Ore por pessoas que precisam experimentar essa comunhão plena e não desfrutam ou por falta de salvação ou por não caminha na luz