O AMOR DE UM PAI

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Introdução

Pré: Boa noite, irmãos. Gostaria primeiramente de parabenizar a todos os pais presentes, parabenizo também a você que ora por seu pai pedindo a Deus pela conversão dele, e parabenizo também a você que deseja ser pai. Que você seja edificado pela Palavra de Deus nesta noite. Vamos ler?
Leitura do Texto Bíblico: Lucas 15.11-32 (Ler somente os versos 11 e 12 no início).
Pós: Muito provavelmente você já leu esse texto, não leu? É uma das parábolas mais conhecidas de Jesus Cristo. Não, eu não vou inventar nada novo, não vou te contar segredos ocultos no texto, nem coisas do tipo, só vou te pedir pra que preste muita atenção, afinal, é um texto que você já conhece. Então, que Deus nos ajude a perceber nesse texto:
FCD - O AMOR DE UM PAI GRACIOSO POR SEUS FILHOS PERDIDOS.

Contexto

Olhe para os versos iniciais do capítulo 15 de Lucas: “Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.” O texto é claro, há dois grupos que se aproximam de Jesus, “PUBLICANOS e PECADORES” e “FARISEUS e ESCRIBAS”.
O primeiro grupo (PP) se aproximava para ouvir, o segundo (FE) para murmurar. Os Publicanos e Pecadores estavam na mesa, calados, prontos para ouvir o que Jesus tinha para lhes dizer, os Fariseus e Escribas não, estes estavam cheios de palavras, críticas e argumentos. Contra quem? Contra o primeiro grupo né? Não, contra Jesus.
Por que isso é algo tão sério? O que Jesus fez de errado? Não é tão simples quanto uma questão de higiene, há toda uma questão cultural e histórica envolvida. Jesus estava na mesa com Publicanos e Pecadores. Para os Fariseus e Escribas aquilo era uma afronta completa, era ir de encontro ao que cresceram ouvindo.
Naqueles dias os Judeus lavavam as mãos para comer não por limpeza e saúde, mas por questões cerimoniais. Um Fariseu não saberia se um Samaritano tivesse sentado naquele local e comido ali, aqueles homens acreditavam que tocar e comer algo que foi tocado por um Samaritano atrairia toda a impureza cerimonial daquele povo.
Entende a questão? Era como se ao ter esse contato que pra nós parece tão “simples”, para eles fosse uma porta para toda uma legião de demônios entrar e profanar toda a alma. Por isso estavam tão escandalizados, Jesus estava com os “imundos”, comendo, assentado com eles.
Então, diante desse clima de acusação, o que Jesus faz? Conta parábolas para se defender. Você sabe quais são, não sabe? Me ajudem, quais são? ovelha perdida, dracma perdida e filho pródigo… não, não são essas, esqueça um pouco os títulos, olhe para o texto:
Verso 4 - um pastor com 100 ovelhas perdeu uma.
Verso 8 - uma mulher tinha dez dracmas e perdeu uma.
Verso 11 - um homem tinha 2 filhos.
Jesus criou 3 histórias para se defender, mostrando a alegria de encontrar a ovelha perdida, a moeda perdida, o filho perdido, Deus é o foco das 3 parábolas. Gostaria de ter mais tempo com os irmãos para que pudéssemos meditar também nas duas primeiras parábolas, contudo, nesta noite vamos nos deter na última delas, vamos refletir sobre:
FCD - O AMOR DE UM PAI GRACIOSO POR SEUS FILHOS PERDIDOS.
Declaração do Tema - O AMOR DE UM PAI

(1) A conduta do filho mais moço - vv. 11-20a

O pai está morto (vv.11,12) - O filho requer do pai aquilo que só poderia obter com a morte do pai. Você percebe o quão sério isto é? Mesmo que não estivesse morto, o filho estava matando seu pai. Ele estava dizendo “eu quero o que você pode me dar, mas não quero estar debaixo do seu teto, não quero estar na sua casa”. Ele queria as bênçãos do relacionamento com seu pai, sem ter relacionamento com ele. #Você reparou a reação do pai? Geralmente há dois tipos de pais:
(1) Aqueles que com muito ímpeto tentam resolver a situação, dando aquele baita sermão - gritando - “Você tá maluco rapaz? Enquanto estiver debaixo do meu teto vai viver do jeito que eu disser que é pra viver, tire essa ideia maluca da cabeça”. (2) Aqueles que com um pouco mais de calma dizem: olhe, filho, eu discordo completamente de suas atitudes, mas entendo que você quer ter experiências, por isso vou deixar você ir.
Qual dessas reações parece com a do pai? Nenhuma! Absurdo, não acha? O que há de errado com esse pai? O filho praticamente o matou e ele não fez nada além de repartir os bens e entregar ao rapaz!
Uma vida de devassidão e suas consequências (vv. 13-16) - O resultado dessa partida você já conhece. O filho mais novo se afoga em seus prazeres, pensando ser autossuficiente com tudo aquilo que recebeu do seu pai, mas em pouco tempo nada restou, quando veio a fome, ele provou a mais profunda miséria, tornou-se um mendigo, desejando vagens que os porcos comiam - e nem isso conseguia.
Arrependimento (vv.17-20a) - É nesse contexto que o filho cai em si - ele acordou da sua loucura - percebeu que estava vivendo aquela vida de humilhação mas não fazia muito tempo em que ele estava nos banquetes do seu pai, provando da graça, do cuidado, do carinho, dos servos e de todas as bênçãos de ter seu pai por perto. É nesse momento em que ele decide: vou voltar pra casa, reconheço que pequei contra o Senhor e contra meu pai, lá vou aceitar todos os castigos necessários e vou trabalhar pra ele se ele me aceitar.
Ilustração: Notou o dilema do texto? O filho mais novo é deplorável, ele não merecia nenhum bem do pai, mas o pai lhe deu, sem reclamar, sem questionar, simplesmente o abençoou.
Resumo: Você percebe o que está sendo dito aqui? Deus é tão gracioso, tão gracioso, que até mesmo os filhos rebeldes, que viram as costas para ele, recebem da sua graça, do cuidado dEle.
Aplicação: Querido, eu quero te fazer uma pergunta, não precisa me responder, mas responda a Deus… Você tem agido como esse rapaz? Você tem procurado alegrias e prazeres distante do Senhor? Ainda é tempo de reconhecer que pecou contra os céus e contra o Pai, ainda é tempo de voltar.
Declaração do Tema - O AMOR DE UM PAI

(2) A conduta do pai - vv. 20b-24

Agora o foco volta para o personagem principal, ESSA É A PARÁBOLA DO PAI AMOROSO, e como um pai amoroso precisamos nos atentar para as suas atitudes:
Atitudes do pai (20b-21) - “...Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” Ah, que pai “fraco” não é? Ele deixou o menino sair sem falar nada, e simplesmente aceitou ele novamente sem falar nada… Como pode? Esse Pai deveria repreender severamente o filho, e no máximo considerá-lo um escravo em sua casa. Como você acha que os Fariseus e Escribas estavam ouvindo isso? A essa altura eles deveriam estar furiosos com o “Pai Pródigo”. Esse é o pai amoroso, que assim como o pastor vai atrás da ovelha perdida, que assim como a mulher, vai atrás da dracma perdida, ele vai atrás dos seus filhos perdidos e os aceita de volta arrependidos em sua casa.
Alegria e festa (22-24) - O Pai não trata o menino como ele estava achando que seria tratado, o Pai demonstra o Evangelho na prática, ele dá a melhor roupa, um anel, um par de sandálias e um novilho. Por que ele faz isso? Porque aquele filho estava morto (morto em seus delitos e pecados) e reviveu, estava perdido (vagando nesse mundo de escuridão) e foi achado. Irmãos, no começo da parábola o filho trata o pai como morto, e pede a herança, matando seu próprio pai, mas na verdade era ele que estava morto, e o pai sabia disso, o pai percebe que finalmente seu filho está vivo, finalmente voltou a viver - quanta alegria há quando um pecador se arrepende, quando um pecador recebe o abraço do Pai.
Ilustração: Rodrigo & Aslam (não vou usar). PAIS, SEJAM ASSIM COM SEUS FILHOS!
Resumo: Na casa do pai há sempre um abraço, há sempre perdão para o filho que se arrepende e volta.
Aplicação: Irmãos, as vezes tudo o que o filho mais novo - aquele irmão que saiu, sofreu, pecou, provou do mundo e se arrependeu - precisa é de um abraço, como o Pai amoroso fez, um abraço e um beijo, não apedrejamento, não porta na cara, não uma surra, mas graça. Antes da disciplina vem a graça, vem o amor, vem o cuidado, vem o perdão, vem o abraço e o beijo do pai.
Declaração do Tema - O AMOR DE UM PAI

(3) A conduta do filho mais velho - vv. 25-32

Olhe para o verso 25, o filho mais velho entra em cena. Ele percebe “opa, pera aí, que música é essa vindo lá de casa? que folia é essa? tem alguma coisa errada!”. Ele pergunta ao criado “que danado é isso que tá acontecendo lá em casa?”, o criado lhe informa “Olhe, senhor, seu irmão mais novo voltou, e seu pai mandou matar um boi, tá fazendo um churrascão ali pra comemorar”. E como o rapaz reage?
Atitudes do filho mais velho (25-28a) - “Ele se indignou e não queria entrar.” Ele nem mesmo queria entrar, ficou irado, com raiva do próprio pai. Talvez ele tenha pensado “o velho enlouqueceu, isso é um absurdo!”. Ele não estava feliz por saber que seu irmão voltou, aparentemente “a casa só tinha espaço pra ele”, somente pessoas como ele, que “nunca fugiram de casa” poderiam estar ali.
O Pai Reconciliador (28b) - O Pai age com misericórdia, e tenta promover reconciliação.
Ira do filho mais velho (29-30) - O mais velho, com ira responde “Isso é loucura, eu estou aqui todos os dias, nunca quebro suas ordens e nem um cabrito eu ganhei pra comer com a galera do futebol, aí vem ESSE TEU FILHO PECADOR e recebe tudo do bom e do melhor?”.
O Pai Gracioso (31-32) - Mas o Pai resolve a situação: Filho, você já recebeu muito mais do que ele, você esteve comigo todos esses dias, tudo o que é meu, é seu. Eu estou feliz porque meu filho, o seu irmão, estava morto, mas agora está vivo, ele é um dos nossos, não um inimigo, ele era um perdido, mas foi achado. O que o Pai estava fazendo era tratar o coração do mais velho, assim como tratou o mais novo. “A casa é minha, e eu permito que você receba todas as bênçãos de estar nela, principalmente a minha companhia”. O pai foi gracioso, misericordioso, tanto com o “certinho arrogante” quanto com o “rebelde arrependido”.
Ilustração: O problema do irmão mais velho é que o coração dele não estava na casa do pai, estava naquilo que o pai tinha para oferecer. A conduta do irmão mais velho deixa muito claro o seu coração, é como se ele tivesse dito “pai, se eu soubesse que o senhor é tão generoso eu tinha ido com ele, curtido tudo e voltava depois”.
Resumo: Você percebe quão séria é a atitude do filho mais velho? Ele preferia ficar do lado de fora da casa, ele preferia estar longe do que estar junto do seu próprio irmão que se arrependeu. Ah, queridos, que nosso coração não seja duro como o desse rapaz.
Aplicação: Não sejamos moralistas, irmãos. Nós não somos merecedores das bênçãos de Deus porque seguimos suas regras, não! Tudo o que temos, tudo o que recebemos é porque o Pai é generoso, misericordioso, gracioso. Não é por seu comportamento, não é por sua inteligência, não é por sua obediência. É pelo Pai! A principal bênção é ter o pai conosco!

Aplicações - 3 Lições que essa parábola nos ensinaa:

Coração Vazio - Aos filhos pródigos: Querido, talvez você pense “mas eu não sou como o filho pródigo”, eu quero te dizer que talvez você seja sim. Ele cresceu na Palavra, cresceu na casa do Pai, conhecia a verdade, mas preferiu os deleites da sua própria vontade. Não importa o quanto você vagueie neste mundo, não importa quais prazeres você procure, ou mesmo se você provar de todos eles… Nada poderá preencher o seu coração. Se você tiver todos os prazeres deste mundo e não estiver debaixo dos cuidados do Pai, seu coração sentirá fome, seu coração viverá um vazio. Esse vazio só pode ser preenchido pela presença do Pai, pelos banquetes que são encontrados somente pertinho do Pai. Querido, eu te peço com todo o cuidado, sonde sua vida, veja seus caminhos, e perceba que não há nada melhor do que os cuidados do Pai. Se você está como o filho pródigo, vagueando neste mundo, perdido em seus prazeres, deixe que eu te adiante logo: você não tem como fugir, uma hora você vai lembrar dos deleites da casa do pai e vai perceber que não vale a pena comer com os porcos, a Palavra vai te incomodar e lembrar que antes você estava domingo com seus irmãos, com seu pai, e agora está sentado em qualquer lugar, assistindo qualquer coisa, vendo seu time perder, sofrendo por qualquer prazer deste mundo. Não vale a pena viver assim! Volte para casa do pai.
E quando o mais novo volta? - Aos irmãos mais velhos: O que você faz quando o filho mais novo volta? Como você reage quando o filho que saiu e pecou aparece na Igreja? Ah, você deve estar dizendo na sua cabeça: “eu trato com carinho”, trata mesmo? E se semana que vem sentar um homossexual ao lado do seu filho, sim, um homossexual que ouviu o Evangelho e está dando seus primeiros passos, lutando contra o pecado para viver como um cristão. E se uma prostituta sentar ao lado do seu marido? Se essa sofredora percebeu que sua vida estava uma bagunça e que Cristo é o único que pode corrigir? Como você vai agir? Você vai dizer “Ah não, Senhor, ela não, eu estou com o Senhor todos os dias e o Senhor deixou essa pessoa imunda entrar?”. Querido, não seja como o irmão mais velho. Somos os povo que tem alegria em receber todo tipo de filhos pródigos na casa do Pai, aqui é o lugar de tratamento, aqui é o hospital dos feridos por esse mundo sombrio e pecaminoso, Cristo é o grande médico, é o Pai amoroso que recebe e trata de seus filhos doentes.
Graça para todos os filhos - O Pai Amoroso: O pai amoroso não faz distinção, meu amigo. Tudo bem, você nasceu e cresceu na Igreja, nunca foi experimentar o mundão, legal, mas o Pai não te ama mais por seus méritos, você é tão pecador quanto o Filho que fugiu do Pai. Se você é o mais novo ou o mais velho, o Senhor tem graça, o Senhor tem bondade, o Senhor tem compaixão, em Cristo fomos amados, por Cristo somos aceitos na casa do Pai, todos os filhos pródigos, os de dentro ou os de fora, todos os que se arrependem podem se achegar ao Pai.

Conclusão

Ah irmãos, que amemos como Jesus Cristo, que amemos como o Pai amoroso, que a nossa Igreja saiba imitar o Deus Pródigo que ama tanto o filho mais velho quanto o mais novo. Sabe por que? Porque fomos lavados pelo mesmo sangue. Que a Cruz de Cristo seja a corrente que nos liga e nos une. Que saibamos amar, amar como igreja de Cristo. Que saibamos desejar Cristo, não as bênçãos que Cristo pode dar, que amemos o Pai, a casa do Pai e não somente os tesouros que o Pai pode dar. Oremos.
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