Marcos 8:31-38

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Marcos 8:31-38

Jesus prediz sua morte e ressurreição e repreensão do discípulos; os discípulos devem levar a cruz:

Introdução
OBSERVAÇÕES DO TEXTO
v.31-33: A partir deste momento Jesus “começou a ensinar-lhes” o seguinte; Marcos nos comunica que a partir deste momento, em que seus discípulos professam quem Ele é (v.29) o Senhor começa a ensiná-los sobre os sofrimentos, morte e ressurreição que passaria.
Porque ele começa a fazer isto? Alguém pode dizer que é pela expectativa que as pessoas que o cercaram criaram a seu respeito, motivo pelo qual Ele proibia algumas vezes que milagres fossem divulgados. Bom, particularmente acredito que Ele começa a ensinar isto pois os discípulos deveriam compreender o que fora profetizado (Is 53:10), o que Ele sofreria pelos seus.
Como Marcos nos comunica, o Senhor começou a ensinar que “era necessário”. Era necessário pois aqueles que o ouviam ali compreenderiam posteriormente que eles tem um problema e este não é contra os romanos ou gentios no geral, mas sim contra o próprio Deus que declararam servir. Era necessário pois eles estavam distantes de Deus, separados dos Senhor, por isso o próprio declara que da semente da mulher nasceria um homem que triunfaria (Gn 3:15).
Jesus “expunha claramente” como isto aconteceria: ele seria rejeitado pelos anciãos, principais sacerdotes e escribas, por estes seria morto e depois de três dias ressuscitaria. Isto era claramente exposto. O que Deus faria através de Cristo, começaria em Israel, ali no meio deles e não fora. Não entre os que são “inimigos”, sujos, os gentios. Mas “dentro de casa”.
Aconteceu então que eles ouviam tudo isso e Pedro o chamou à parte - de canto - e ali começou a reprová-lo. Talvez tentando corrigi-lo? É provável. Mas a forma como ele faz isto é apontada em Mt 16:22, quando declara ao Senhor: “Tem compaixão de ti Senhor; isso de modo algum te acontecerá”. Pode parecer uma simples preocupação, mas a reação do Senhor mostra que não.
O Mestre volta-se para os seus discípulos e “fitando-os, repreende a Pedro”. Aquele discípulo que respondeu a pergunta que Jesus fez outrora: “E vós, quem dizes que sou”? Com a seguinte afirmação: “Tu és o Cristo” (v.29). Este que respondeu em nome dos doze, creio eu, que o fez aqui do mesmo modo, em nome deles. Penso desta forma pois os evangelistas Marcos e Lucas mostram que Jesus ouviu isto de Pedro e depois voltou-se aos discípulos e assim o repreendeu.
Repreendeu a Pedro, mas acredito que o “cogitar coisas dos homens” estava no coração todos deles. É provável que esta repreensão esteja relacionada ao fato dos “saduceus” não acreditarem na ressurreição. Por isso a ideia de “coisas de Deus” x “coisas dos homens”. Os saduceus possuem as coisas dos homens. Mas Jesus ensinara aos discípulos que ressuscitaria ao terceiro dia, porque se preocupar com isto então? Sendo que morrer não seria o fim?
Nestes versos o Mestre ensina isto aos seus discípulos.
v.34-38: Nos versos que seguem o Senhor convoca a multidão e junto a esta os seus discípulos e declara as seguintes palavras:]
“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (v.34).
“Ir após alguém” no sentido bíblico, significa seguir como discípulo. Jesus inicia seu discurso aqui ensinando como alguém pode ser um discípulo dele. O Senhor então coloca da seguinte forma: Um discípulo meu terá esta marca: negar-se a si mesmo. Ordem que é desenvolvida no verso 35, quando o Senhor fala sobre salvar a vida, perdendo-a. Pode parecer contraditório, mas não é. Na verdade é algo contra-cultural. Expressando o oposto do que os ouvintes esperavam, até mesmo para os discípulos que ouviram as palavras anteriores de Jesus.
Um discípulo, também deve tomar a sua cruz. O negar-se a si mesmo, incomodou, mas o tomar a cruz certamente chocou estas pessoas. Quem seria convidado para carregar algo que simbolizava a própria condenação? Segundo Hendriksen:
“A figura aqui usada é a de um homem condenado que é forçado a levar a sua própria cruz até o lugar de execução. Todavia, o que o condenado faz sob coação, o discípulo de Cristo faz de boa vontade. Ele voluntária e decisivamente aceita a dor, a vergonha e a perseguição.”
Levando em consideração aqueles que escutaram esta declaração, judeus em sua maioria, para eles a cruz tem um significado específico, tanto como para os romanos; para o judeu o significado da maldição (Dt 21:22) e para o romano, no mínimo o escarnio.
Jesus então segue, perguntando (v.36-37): “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?” (NVI). A pergunta é retórica. Porque a resposta é: nada! O que era a vida de alguém ali? Sob tanta opressão, tanto romana como de lideres judeus corruptos? Eles não poderiam fazer nada para salvar-se. Somente o Messias. Somente Jesus, o Cristo.
Jesus então, conclui este discurso advertindo-os sobre a influência desta geração “adultera e pecadora...”. Aqui, acredito que Jesus esta falando de um adultério específico: o adultério dos escribas e fariseus. Daqueles que deveriam ser fieis a Lei do Senhor e conduzir o povo em fidelidade; estes eram infiéis ao Senhor Javé e preferiam se relacionar com a lei dos anciãos (Mc 7:9), ao invés de guardar a Aliança com o Eterno, revelada na lei do Senhor, nos preceitos que Ele confiou a estes.
Alguém poderia envergonhar-se das palavras de Jesus? Sim. Isso não é de hoje, o apóstolo Paulo sofreu por isso, quando viu homens envergonhar-se do Evangelho e preferirem seguir o adultério desta geração. Jesus adverte aqueles que o ouviam aqui, pois quando o Filho do Homem vier, aqui tratando-se da segunda vinda de Cristo, aquela que esperamos hoje, ele se envergonhará destes. Eles sabiam do que se tratava o serem alvo da vergonha de Deus: seriam portanto rejeitados e condenados por isso (Mt 25:41-46a).
O Senhor no verso 38b fala sobre “o Filho do Homem envergonhar-se destes, quando Ele vier na glória de seu Pai com os santos anjos”. Mas eles que o ouviram esperavam o triunfo do Messias sobre seus inimigos neste momento. Pergunta: será que eles conseguiriam esperar? Jesus aqui ensina que o triunfo acontecerá, mas que não seria ali, eles precisariam esperar. Daí eles veriam (como nós veremos) o Senhor vindo na glória de seu Pai. Segundo Hendriksen:
“O Filho do homem é aquele que, vindo dos céus e sendo, portanto, intrinsecamente glorioso, sofre aqui na terra. Mas, por meio de seu sofrimento vicário, ele alcança uma glória que é não somente interna, mas externa. Ele virá ‘na glória de seu Pai, com seus santos anjos’. Significando: em sua segunda vinda, o Pai comunicará a ele sua própria glória e lhe dará seus próprios anjos, para que sirvam como uma comitiva majestosa”.
Talvez, o que Jesus declarou em Mc 9:1 tenha levado alguém a compreender que ele voltaria logo, mas na verdade o que Jesus ensina aqui é sobre o Reino de Deus. Reino este que cremos desfrutar dele hoje, não plenamente, mas em parte. Cremos que aqui Jesus faz referência a primeira era da Igreja, onde o registro se encontra no livro de Atos. Portanto, não devemos fazer uma leitura cronológica de Mc 8:38-9:1.
TRANSIÇÃO: .
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Feita as considerações, o texto nos apresenta um problema:
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PROBLEMA (O PECADO): PRECISAMOS NEGAR A NÓS MESMOS:
Negar a si mesmo é necessário, dia após dia. Pois ainda hoje a nossa carne milita contra o Espírito.
Segundo comentários bíblicos: “Uma pessoa que nega a si mesma abre mão de toda confiança em qualquer coisa que ela seja por natureza e passa a depender, para a salvação, somente de Deus. Ela se afasta não somente de hábitos e pensamentos abertamente pecaminosos, mas também da confiança em padrões de pensamentos ‘religiosos’ - por exemplo, o dos fariseus - que não podem se harmonizar com a confiança em Cristo”. HENDRICKSEN.
O negar a si mesmo está associado ao despir-se do “velho homem” dia após dia. Não é somente o parar de fazer as coisas erradas, mas fazer as coisas certas. Como afirma Paulo em Ef 4:22-24
no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
TRANSIÇÃO: ...:
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RESOLUÇÃO (A GRAÇA): TOMAR A CRUZ:
Nós não fazemos isto para a nossa salvação, pois Jesus Cristo já fez. A graça do Senhor se manifesta nisso. Mas nós tomamos a cruz em dois sentidos:
1) Nós fazemos isto para todo dia termos vitória sobre a nossa carne e nos apropriarmos da vida que Cristo confere a nós através da sua morte ali. A cruz para nós é simbolo de justiça e justificação.
2) Completando as aflições de Cristo, como afirma o apóstolo Paulo em Col 1:24:
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;
Trabalhando em favor do Corpo de Cristo, a Igreja. Desta forma, o tomar a cruz também nos leva a resposta que devemos dar ao Evangelho. A nossa participação no Reino de Deus hoje.
TRANSIÇÃO: …:
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RESPOSTA (O EVANGELHO): SEGUIR A CRISTO:
Que resposta devemos dar a fidelidade de Cristo? Ao que Ele fez na cruz?
Segui-Lo!
Mas o que as pessoas nas ruas pensam sobre o que seguem a Jesus Cristo? Sobre os que são evangélicos? Pensam que todos são iguais. Infelizmente as pessoas fazem esse julgamento.
O que fazer? Ficar escondido? Não falar que é cristão, pois podem julgá-lo?
Pare para pensar: os ímpios nos julgam, os falsos profetas nos julgam também. O que devemos fazer? Ficar escondidos? Se somos perseguidos de todos os lados.
Devemos seguir conforme nos define o próprio Cristo em Mt 5:13-16
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
???
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CONCLUSÃO:
Temos aqui...
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