ZAQUEU - OS MUROS PRECISAM SER DERRUBADOS
Mordomia Cristã 2023 e evangelístico • Sermon • Submitted • Presented
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OS MUROS PRECISAM SER DERRUBADOS
A salvação de Deus nos restaura como seres sociais.
TEXTO BÍBLICO: Lucas 19:1-9
INTRODUÇÃO
A História de Incrível.
Quando os pais de Zaqueu lhe deram esse nome desejavam um futuro maravilhoso para ele, pois imaginavam: – Meu filho será alguém puro. Mas não foi isso que aconteceu, Zaqueu tornou-se um homem contrário ao seu nome.
A história de Zaqueu de Jericó é uma história de muros derrubados. Lucas 19:1-8 fala sobre como os muros de separação na vida de Zaqueu foram derrubados e como as relações entre ele e Deus e entre ele e os outros foram restauradas. Sua história é repleta de orientações para qualquer pessoa que deseja ter melhores relacionamentos.
I – ZAQUEU E A CIDADE FORTIFICADA
Zaqueu morava na cidade de Jericó – a primeira cidade conquistada depois que Josué e os israelitas atravessaram o rio Jordão. Aquele lugar era histórico. A cidade tinha voltado a ser popular na época de Zaqueu. Foi em Jericó que Herodes, o Grande, estabeleceu uma residência de inverno, e foi lá que ele morreu, no ano 4 a.C. também conhecida como cidade das palmeiras, Jericó era o lar de muitos sacerdotes. A cidade era um polo econômico regional devido à produção de tâmaras, vinhos, especiarias e perfumes.
Sua localização estratégica – bem na encruzilhada de estradas da antiga Palestina – era responsável por grande parte de sua popularidade. Comerciantes, soldados e peregrinos passavam por Jericó, e Zaqueu, um cobrador de impostos, soube aproveitar muito bem a localização desta cidade.
É assim que o Evangelho de Lucas apresenta Zaqueu: VAMOS LER LUCAS 19.1-3. Embora fosse judeu, Zaqueu também era um oficial romano pela profissão que exercia. Isso o colocava em uma posição ambígua e difícil. Os judeus o consideravam um traidor e o odiavam. Ele não tinha permissão para participar sequer da vida comunitária da sinagoga local. Tanto no aspecto social como no religioso ele era marginalizado. E eu me pergunto: – Por que uma pessoa se submeteria a tal rejeição? A resposta pode ser encontrada na descrição de Lucas sobre Zaqueu: ele era um homem “rico”. Por amor ao dinheiro e a posses materiais, ele sacrificou suas relações sociais.
Aparentemente, Zaqueu obteve sucesso em sua carreira e no objetivo de ficar rico. Tendo ascendido ao posto de principal coletor de impostos, agora ele era o grande Zaqueu. Com toda aquela riqueza e sucesso, era de se esperar que Zaqueu fosse muito feliz. No entanto, parecia que algo estava faltando em sua vida. Ele queria preencher um vazio que sentia por dentro. Nos versos 3 e 4, lemos que Zaqueu “procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. Então, correndo adiante, subiu num sicômoro a fim de ver Jesus, porque Ele havia de passar por ali”.
Ellen G. White explica o desejo que Zaqueu tinha de ver Jesus com as seguintes palavras: “Todavia, o rico funcionário da alfândega não era de todo endurecido. Sob a aparência de mundanismo e orgulho, achava-se um coração susceptível às influências divinas. [...] O chefe de publicanos anelava contemplar o rosto Daquele cujas palavras lhe infundiram esperança ao coração” (O Desejado de Todas as Nações, p. 233, 234).
Seu dinheiro e suas riquezas não trariam fim à sua desesperança. Zaqueu desejava ter um relacionamento que fosse diferente daquele que tinha com as coisas materiais.
De acordo com o texto acima, Zaqueu teve que superar dois obstáculos para estabelecer essa nova relação: sua baixa estatura e a multidão densa e hostil. Relações de qualidade sempre têm um custo. Para Zaqueu, o custo era correr e subir na árvore.
II – JESUS, O DEMOLIDOR DE MUROS
Os muros de Jericó haviam caído séculos atrás quando Josué e seu exército marcharam ao redor deles por sete dias. Podemos supor que, em sua vida, Zaqueu havia derrubado alguns muros como o analfabetismo e a pobreza. No entanto, o muro relacional ainda era largo e alto, e não dava mostras de que fosse cair. Aquele publicano não desfrutava de nenhum relacionamento de qualidade, nem com as pessoas ao seu redor nem com Deus. Subir no sicômoro foi um bom começo, mas não foi o suficiente para que o muro que separava Zaqueu dos outros fosse derrubado. A visita de Jesus a Jericó marcaria uma meia-volta.
Encima daquela árvore, a intenção de Zaqueu era apenas estabelecer uma relação distante e impessoal com Jesus. Mas Jesus tinha uma proposta muito melhor para ele: “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse: – Zaqueu, desça depressa, porque hoje preciso ficar na sua casa” (Lc 19:5). Jesus lhe ofereceu um relacionamento íntimo e pessoal. Essa era a aspiração real, mas não expressa de Zaqueu. O Espírito de Profecia comenta a resposta de Zaqueu: “A multidão abre alas, e Zaqueu, caminhando como quem sonha, serve de guia para sua residência” (O Desejado de Todas as Nações, p. 387).
Jesus sabia como chegar à casa de Zaqueu, mas queria que ele mesmo mostrasse o caminho. Sendo um cavalheiro, não forçou a entrada. Zaqueu é quem teve que abrir a porta.
No final do dia, Jesus falou sobre o motivo de Sua visita à casa de Zaqueu. Lemos nos versos 9 e 10: “Então Jesus lhe disse: – Hoje houve salvação nesta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. Existem duas informações essenciais nessa passagem: Jesus fala sobre a identidade de Zaqueu, a saber, um “filho de Abraão”. Enquanto para a multidão, para os patrícios de Zaqueu, para seus familiares, ele era um traidor, ladrão, explorador, condenado a perdição. Na perspectiva de Jesus, Zaqueu era alguém por causa de sua afiliação com a família de Abraão e, por extensão. Por estar tão motivado por sua busca por coisas materiais, ele se afastou de sua identidade, passando a viver uma vida insatisfatória e incompleta. Nossa necessidade natural de relacionamento nunca pode ser satisfeita por meio de posses materiais ou realizações. Era essencial que Zaqueu se reconectasse com sua identidade como um indivíduo relacional.
A segunda informação contida nesses comentários finais foi sobre a missão de Jesus. Jesus a descreve em termos relacionais: “buscar” e “salvar”. Ele não apenas nos salva do pecado, mas também das consequências do pecado, ou seja, muros de separação erguidos entre Deus e as pessoas e entre as próprias pessoas. O apóstolo Paulo destacou esse aspecto do ministério de Jesus quando escreveu: “Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2Co 5:18). A salvação dada por Deus nos restaura como seres sociais.
Por escolha própria, Zaqueu era um construtor de muros; Jesus, por Sua graça e Seu amor, Se tornou o Demolidor de Muros na vida de Zaqueu.
III – VIDA SEM MUROS
O encontro entre Zaqueu e Jesus teve como resultado a restauração. Lemos no versículo 8: “Zaqueu, por sua vez, se levantou e disse ao Senhor: – Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se extorqui alguma coisa de alguém, vou restituir quatro vezes mais”. Essa declaração foi solene e significativa. Zaqueu escolheu não permanecer sentado ou recostado. O edificador de muros finalmente decidiu viver uma vida honesta, sem muros.
Um dos primeiros muros que ele decidiu derrubar foi o muro de separação que havia entre pobres e ricos. Zaqueu, o rico, decidiu se reconectar com os pobres. Ele não estava apenas assumindo o compromisso de ser amigo, de falar, de brincar e de orar com os pobres, mas de participar na mudança das condições de vida deles. Ao fazer isso, ele pôs em prática as instruções Daquele que o resgatara, encontradas em Levítico 25:35-37: “Se alguém do seu povo se tornar pobre e as suas mãos se enfraquecerem, então você tem o dever de sustentá-lo; ele viverá com você como estrangeiro e peregrino. Não cobre dele juros nem ganho, mas tema o seu Deus, para que esse seu irmão possa viver perto de você. Não cobre juros sobre o dinheiro que emprestar a ele, nem dê mantimento a ele esperando obter lucro”.
O outrora ganancioso e egoísta Zaqueu agora estava envolvido em algo inimaginável. Essa qualidade de relacionamento com os outros foi possível por causa do encontro com o Salvador. Quando nos conectamos com Deus, nossas inclinações egoístas são vencidas e somos transformados à Sua imagem.
Além de ajudar os pobres, Zaqueu se comprometeu a devolver o que havia roubado. Alguns relacionamentos nunca podem ser restaurados sem que haja a devida restituição. Um princípio básico é assumir a responsabilidade pelo relacionamento rompido, reconhecer que prejudicamos o outro e fazer todo o possível para consertar o que está errado. Ellen G. White faz o seguinte comentário sobre a restituição de Zaqueu: “Não é genuíno nenhum arrependimento que não opere a reforma” (O Desejado de Todas as Nações, p. 388).
Quando um relacionamento é destruído, não é aconselhável tentar seguir em frente sem uma abordagem às causas do conflito anterior. Na ausência de um desfecho adequado, as feridas se reabrirão, o que pode impedir o restabelecimento de um relacionamento profundo e sincero.
CONCLUSÃO
Por anos, Zaqueu viveu dentro dos muros do materialismo. Ele não estava feliz nem satisfeito. Depois de seu encontro com Jesus, o relacionamento com Deus e com os outros passou a ter maior importância do que a aquisição de riqueza. Ele foi libertado de sua prisão de ouro e se tornou um instrumento de liberdade para outros. Por que não convidamos Jesus para atuar como um demolidor de muros em nossa vida?
APELO