A saciedade física e o vazio espiritual

João  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Transcript
Ideia Central:
Pessoas buscam a Jesus pelos “benefícios” da saciedade, mas não por entenderem quem Ele é.
Proposição:
Introdução:
Transição:
Contexto:
A multiplicação dos pães e peixes e Jesus andando sobre as águas.
Esboço:
A multidão acorda de manhã e percebe que Jesus e seus discípulos não estavam mais por ali, de pressa então vão em busca de um meio para encontrar Jesus do outro lado da margem.
O povo tem curiosidade de saber como foi que Jesus conseguiu atravessar, pois eles viram que só tinha um barco e que Jesus não embarcou nele quando os discípulos zarparam, então todos ficaram curiosos para entender a forma como Jesus havia atravessado o mar.
A Multidão curiosa
Essa multidão que estava seguindo a Jesus só o fazia para ver Seus sinais e milagres, eles estão seguido a Cristo desde os milagres de cura em Jerusalém, em especial a cura do cego (cap. 5) – “Seguia-o numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos (Jo 6.2)”.
Ao acordarem pela manhã perceberam que Jesus não estava mais lá entre eles, e começaram a procurar Jesus ali na vizinhança na região leste do mar, mas logo perceberam que Jesus não se encontrava naquela margem, logo só poderia ter ido para a margem oeste, para Cafarnaum.
Só haviam duas opções para se fazer esse trajeto, ou de barco atravessando o mar da Galileia ou a pé contornando o mar. A primeira opção era a mais comum de ser feita, pois apesar de ser possível atravessar a pé pela margem do mar, era algo muito difícil, seria uma caminhada de cerca de 16 km passando por pântanos que cercavam as margens do mar, terrenos difíceis para se caminhar, em um longo trecho e ainda tem o fato de ter sido feito a noite se esse fosse o caso e durante uma tempestade, tornando a opção menos viável ainda).
A multidão viu que o único barco disponível no final da tarde do dia anterior era o barco que os discípulos haviam usado, e todos viram que Jesus não havia ido com eles, mas que tinha ido no sentido oposto, subindo o monte para orar.
Como então Jesus atravessou? Essa era a pergunta que começava a ecoar no meio da multidão, podemos imaginar alguns mais racionais e céticos buscando respostas plausíveis como Ele achou um outro barco, alguém deu carona ou mesmo ele foi a pé (mesmo que durante a noite e sem lua pois foi noite de tempestade), outros mais imaginação devem ter criado as mais diversas hipóteses da forma como aquele Mestre “fazedor de milagres” chegou a outra margem.
Provavelmente ao longo de todo o caminho de volta, nos barcos, essa foi a conversa que reinou, pois quando finalmente acham a Cristo, a primeira pergunta deles é essa, como o Senhor chegou aqui.
A resposta de Jesus
Jesus conhece o coração de cada pessoa no mundo, conhecia daquela multidão e conhece até hoje, sabe a motivação mais profunda na alma de cada pessoa, e sabendo disso, sabia o motivo pelo qual a multidão o seguia, como o próprio Jesus já havia dito anteriormente, esse povo todo estava atras dEle para buscar formas erradas de libertação e prosperidade, queriam o novo moisés, não entendiam o verdadeiro conceito do Messias.
Eles estavam seguindo a Jesus e vendo Seus milagres, a cura do paralítico, a multiplicação dos pães e peixes, muitos dos que estavam ali provavelmente tinham até se fartado de comer os pães e peixes e queriam mais, eles queriam essa prosperidade.
O povo sofria na mão de Roma, com altos impostos e tendo que se submeter as vontades do império, mas eles nutriam a esperança de um novo Moisés se levantar, assim como no Egito, agora um Moisés libertador de Roma. Jesus para eles era esse homem.
Eles não conseguiam ver em Cristo uma figura não humana, mas sim divina, por isso mesmo João escreve o evangelho, como ele mesmo diz em Jo 20.31 – “... para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.
Bom Jesus sabia de tudo isso, Ele diz: “Eu sei que vocês não me procuram pelo motivo correto (os sinais de que Eu Sou o Messias), mas sim por que querem a prosperidade e a liberdade (a fartura)”. O que Ele está tentando dizer é que o povo ainda não entendeu que a verdadeira escravidão deles, e não era de Roma, esse não era o principal problemas deles.
Jesus quer mostrar e esse povo que a verdadeira libertação da qual eles precisam é a do pecado, não uma liberdade terrena, mas uma liberdade espiritual eterna. E para dar essa resposta, Jesus usa de um mashal (segundo hendriksen), ou seja, um dito paradoxal, um comentário velado e penetrante, em geral em forma de uma charada.
O mashal Seu significado
Não trabalhem mais pela comida que perece Parem de desejar pães e similares, como se a comida física fosse capaz algum dia de encher o vazio em seus corações. Percebam que está comida perece e não tem valor permanente.
mas trabalhem pela comida que permanece para a vida eterna
Em vez disso, submetam a Deus a obra de fé naquele que Deus enviou, a comida real que produz e sustenta a vida eterna.
aquela comida que o Filho do homem lhes dará
Eu, o Filho do Homem, darei essa comida; isto é, darei a mim mesmo, aos que crerem em mim.
pois sobre ele Deus, o Pai, colocou seu selo
Pois, por meio do testemunho do próprio Filho, de João Batista, de muitas obras ou sinais, do Pai (diretamente) e das Escrituras, Deus Pai certificou que eu sou o Messias verdadeiro, o Filho de Deus.
Qual a nossa motivação ao buscar Jesus
Aquelas pessoas buscaram a Jesus com a motivação errada, queriam se saciar de coisas terrenas, mas não encontraram a resposta que queriam em Jesus, nem muito menos viram o milagre de andar sobre as águas, temos aqui uma realidade paralela entre os discípulos e a multidão:
“Jesus busca Seus discípulos no meio da tempestade – eles veem o milagre de andar sobre as águas.
A multidão busca Jesus para saber de milagres – Jesus não conta a eles”.
Deus sabe quem são Seus verdadeiros seguidores, e quando necessário se apresenta a eles para salvar e resgatar e nessas ocasiões podemos ver milagres maravilhosos, porém aqueles que buscam a Deus de forma errada ou por motivações erradas não conseguem contemplar toda a Sua Glória, podem até aproveitar de algumas bençãos como comer alguns pães e peixes, mas não conseguem desfrutar da totalidade da benção de Deus.
Mas qual a diferença entre os discípulos que estavam no barco e a multidão que ficou na praia?
Neste ponto da história os discípulos ainda não haviam entendido com 100% de clareza o que Jesus estava ensinando e o que Ele viria a fazer na cruz para nos salvar, mas já estavam começando a entender um pouco mais sobre o Messias, sobre uma mudança de vida, estavam dispostos a largar seus empregos, casas e famílias para seguir a Jesus, seus corações já estavam começando a ser moldados para realmente seguir ao Mestre, a multidão não estava disposta a isso, se continuarmos o capítulo 6, Jesus está ensinando essa mesma multidão que tanto queria segui-lo, mas as respostas que vemos deles é essa:
“Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Jo 6.60”.
“À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Jo 6.66”.
Aqueles que estavam na multidão só queriam saber do saciar da fome, não estavam dispostos a abrir mão de suas antigas vidas para realmente seguir a Cristo, não estavam dispostos a enfrentar tempestades no mar, a noite, quase naufragando por Cristo, por isso eram incapazes de visualizar tudo o que Cristo estava disposto a mostrar e ensinar.
Isso deve nos levar a algumas perguntas:
O que tem nos motivado a seguir a Cristo?
O que esperamos de Cristo?
O quanto estamos dispostos a abrir mão para seguir a Cristo?
Quando essas perguntas tiverem respostas, ai sim conseguiremos ver milagres tremendos.
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