OS LIMITES DA LIBERDADE CRISTÃ - GL 5.1-12

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INTRODUÇÃO

Talvez pareça estranho colocarmos na mesma sentença as palavras “limite” e “liberdade”. Afinal vivemos em um tempo no qual o pensamento secular tem definido liberdade como fazer tudo aquilo que se tem vontade, sem considerar limites, especialmente os físicos, mentais, emocionais, sociais e, sobretudo, morais – “impostos” pela religião.
Todavia, de uma perspectiva bíblica, liberdade não é fazer tudo o que se tem vontade e sim ter a possibilidade de dizer “não” aos desejos de um coração que é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17.9). Da mesma maneira que um trem só é livre quando está preso ao trilho, cumprindo o “propósito de sua existência”, o cristão só é verdadeiramente livre quando está “preso” a Cristo e não mais à escravidão do pecado.
Desse modo, a Palavra de Deus preserva a verdadeira liberdade que temos em Cristo por meio de alguns limites, a fim de que nossa vida em todas as situações não seja marcada pela prática do pecado, mas cumpra sua finalidade última de glorificar a Deus.
CORPO DO SERMÃO
Estai, pois, firmes. Depois de dizer aos gálatas que eles são filhos da mulher livre, o apóstolo agora os recorda que não devem menosprezar essa liberdade tão preciosa. Essa liberdade é certamente uma bênção inestimável, pela qual devemos lutar até à morte; visto que são interesses eternos, e não somente as mais elevadas considerações temporais, que nos motivam a lutar
Vs1 - Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão
O que Paulo quer dizer quando fala de liberdade?. Antes de tudo, ela implica libertação.
1) Um resgate da culpa e do poder do pecado (Rm 6.18) - E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
2) consciência acusadora (Hb 10.22) - aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.
3) da ira de Deus (Rm 5.1) - Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
3) e da tirania de Satanás (2Tm 2.26; cf. Hb 2.14). - mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.
E HB 2.14 - Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo,
Contudo, embora tudo isso esteja subentendido no uso que Paulo faz do termo aqui (Gl 5.1, 13), o contexto indica que ele está pensando particularmente em ser liberto da “lei”, ou seja, ser liberto daquela maldição que a lei pronunciou contra o pecador que esteve tentando com extremo esforço – decerto sem qualquer sucesso – alcançar sua própria justiça (Gl 3.13, 22–26; 4.1–7), mas que agora, pela graça de Deus, se achegou a Cristo e à salvação que nele há
A liberdade sobre a qual Paulo falava, nesta passagem, é a isenção de cerimônias da lei, cuja observância era exigida, como necessária, pelos falsos apóstolos. O leitor deve lembrar, ao mesmo tempo, que essa liberdade era apenas uma parte do que Cristo havia conquistado para nós.
PRESTEM BASTANTE ATENÇÃO NESSA ÊNFASE DO APÓSTOLO: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou”
Não seria ridículo imaginar que Cristo nos tivesse aberto as portas de nosso cárcere – pagando um alto preço! – simplesmente para nos transferir de prisão?.
E prossegue: portanto, permaneçam firmes (cf. 2Ts 2.15). Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.
por isso que nos é dito: Estejam firmes na fé (1Co 16:13), persistam no Senhor (Fp 4:1), estejam firmes no Espírito (Fp 1:27), nas tradições apostólicas (2Ts 2:15), resistam na armadura de Deus (Ef 6:11,14).
Vs2 - Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
Os falsos apóstolos não negavam a Cristo, nem desejavam que ele fosse totalmente colocado de lado; mas eles faziam tal distinção entre a graça de Cristo e as obras da lei, que não deixavam mais do que uma meia salvação por meio de Cristo. O apóstolo argumenta que Cristo não pode ser dividido desse modo e que Ele “de nada… aproveitará”, a menos que seja aceito em sua totalidade.
Vs 3 - De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
Em conexão com o versículo anterior, o sentido provavelmente seja este: “Devem aceitar o Cristo pleno (Cristo na plenitude de seu poder e graça salvíficos); volto a repeti-lo, se o rejeitarem, então terão que cumprir toda a lei”.
Cada uma dessas escolhas tem sua consequência lógica. Se a salvação é mediante a obediência à lei, por que alguém estaria obrigado a cumprir apenas um mandamento cerimonial, ou mesmo dois ou três, e não os demais? Se crê que o caminho para a salvação está nessa direção, então alguém deve viajar por ele até o seu final.
Vs 4 - De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
ESSE TEXTO NÃO FALA DA PERDA DA SALVAÇÃO, MAS FALA DO GRANDE TESTE DA SALVAÇÃO
Eis o significado do versículo: “Se vocês buscarem alguma parte da justiça nas obras da lei, Cristo ELIMINARÁ vocês, e estarão FORA da graça”.
Vs 6 - Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé.
Portanto, ele queria dizer que a fé simples é a única coisa necessária para obtermos a justiça; a fé que não precisa da ajuda de cerimônias esplêndidas e se satisfaz com a adoração espiritual prestada a Deus.
Vs 6 -  Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor.
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