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Chamado à adoração2
Chamado à adoração2
A Psalm of David.
The earth is the Lord’s and the fullness thereof,
the world and those who dwell therein,
for he has founded it upon the seas
and established it upon the rivers.
Who shall ascend the hill of the Lord?
And who shall stand in his holy place?
He who has clean hands and a pure heart,
who does not lift up his soul to what is false
and does not swear deceitfully.
He will receive blessing from the Lord
and righteousness from the God of his salvation.
Such is the generation of those who seek him,
who seek the face of the God of Jacob. Selah
Lift up your heads, O gates!
And be lifted up, O ancient doors,
that the King of glory may come in.
Who is this King of glory?
The Lord, strong and mighty,
the Lord, mighty in battle!
Lift up your heads, O gates!
And lift them up, O ancient doors,
that the King of glory may come in.
Who is this King of glory?
The Lord of hosts,
he is the King of glory! Selah
O Verdadeiro Evangelho - Gl 1:1-5
O Verdadeiro Evangelho - Gl 1:1-5
Paul, an apostle—not from men nor through man, but through Jesus Christ and God the Father, who raised him from the dead— and all the brothers who are with me,
To the churches of Galatia:
Grace to you and peace from God our Father and the Lord Jesus Christ, who gave himself for our sins to deliver us from the present evil age, according to the will of our God and Father, to whom be the glory forever and ever. Amen.
Vamos orar?
Se você participou dos últimos cultos
Talvez você tenha notado que nós lemos novamente os mesmos versículos que nós trabalhamos nas últimas semanas
Não se preocupe, eu não vou pregar os mesmos sermões de novo
Mas esses 5 primeiros versículos trazem as chaves que nós precisamos para entender a carta de Paulo aos Gálatas
Porque
Gálatas se desenvolve ao redor do conflito entre a proclamação de um evangelho adulterado verdadeiro Evangelho
Conforme ensinado por alguns que diziam vir de Jerusalém
E o verdadeiro evangelho:
Conforme o próprio Paulo havia pregado na Galácia na companhia de Barnabé e de Timóteo
Jesus, aquele que foi ressuscitado por Deus Pai, entregou sua vida por nós de forma voluntária, eficaz, e submissa
Nesse contexto, o problema da circuncisão
Que é a situação prática com que Paulo estava lidando
Esse problema específico é superficial
É só a pontinha, se é que me entendem
De um problema que tem raízes mais profundas
Um problema que envolve questões de autoridade
De onde vem a mensagem do evangelho? Dos homens ou de Deus?
Que envolve entendimentos básicos a respeito de quem é Jesus e qual foi a obra que ele realizou de fato na cruz
Problemas que envolvem o lugar daqueles que não são judeus no plano de salvação elaborado e executado pelo Deus dos judeus
Então de que maneira aqueles que não são descendentes de Abraão podem ser inseridos no povo de Deus
E questões referentes à maneira como a gente deve se comportar diante da salvação que nós recebemos de Deus
Que tipo de atitudes são dignas de alguém que foi resgatado e redimido por um Deus santo
E é exatamente porque o problema da circuncisão é só a superfície do que está sendo trabalhado
Que Gálatas se tornou um livro tão importante na história da igreja
Especialmente a partir da Reforma Protestante
Em que, nas mãos de Martinho Lutero, Gálatas se tornou um dos textos mais importantes para a luta contra as indulgências
Além disso, como nós temos visto ao longo das últimas semanas
Gálatas foi escrito em um contexto histórico
E conhecer esse contexto histórico vai possibilitar um entendimento muito mais profundo dessa carta
E que evita alguns clichês
E nos ajuda a perceber a importância do evangelho para a nossa vida como um todo
Em alguma medida
Essas últimas três semanas poderiam ter sido um único sermão
Mas eu optei por caminhar um pouco mais devagar
Ser detalhista nessas semanas iniciais
E hoje, amarrar bem esses 5 primeiros versículos de Gálatas
Pra que a gente possa construir sobre um fundamento bem estabelecido
De: Paulo e os irmãos; Para: as igrejas na Galácia (Gl 1.1-2)
De: Paulo e os irmãos; Para: as igrejas na Galácia (Gl 1.1-2)
E uma questão importante que nós vimos no primeiro sermão é que
Paulo não está dando uma “carteirada” quando se identifica como apóstolo
Por um lado, Paulo é alguém que teve uma experiência única com Jesus
E isso faz dele um Apóstolo, com “A” maiúsculo
Que se revelou a Paulo quando o próprio Paulo “respirava ameaças de morte contra os cristãos”
E isso, por si só, já faz de Paulo alguém importante na história da igreja
Por outro lado, Paulo é um apóstolo no sentido de alguém que foi enviado por Deus para proclamar uma mensagem
Afinal, foi por meio da pregação de Paulo que os Gálatas ouviram o evangelho de Jesus Cristo sendo pregado pela primeira vez
E essa é uma realidade que continua presente entre nós
Mas é importante a gente perceber que
Paulo não prega essa mensagem sozinho
Quando ele visita a província da Galácia pela primeira vez, ele está acompanhado de Barnabé e de Timóteo
Homens que os Gálatas conheceram
Quando ele escreve a carta aos Gálatas, ele está acompanhado de “todos os irmãos que estão comigo”
E esses detalhes são importantes porque uma das coisas que está em jogo na carta aos Gálatas é a autoridade de Paulo
Aqueles que acrescentam coisas ao evangelho que Paulo pregou na companhia de Barnabé e Timóteo
Acrescentam alegando falar em nome de autoridades superiores
Os apóstolos em Jerusalém
E nós vimos que essas questões permanecem relevantes para nós hoje porque a autoridade dos líderes da igreja é
E sempre foi
Algo que é reconhecido e validado pela comunidade
Deus chama alguns de nós para serem responsáveis pela proclamação do evangelho e condução do rebanho de Jesus
Mas qualquer "chamado” para liderar ocorre no contexto da comunidade
Qual graça e paz? (Gl 1.3-5)
Qual graça e paz? (Gl 1.3-5)
Depois, nós vimos que o evangelho é algo que subverte nossas expectativas
E apresenta uma imagem que é levemente diferente daquilo que nós esperamos
Se uma pessoa comum vivendo dentro do império romano no séc. 1 costumava iniciar suas cartas desejando “felicidade” (chairein) ao destinatário
Um cristão começava sua carta desejando “graça” (charis)
Uma alegria que é muito maior do que qualquer felicidade terrena
Não porque é esquisita
Mas porque é permanente e completa
Se Roma prometia paz por meio da violência
Um cristão ansiava pelo shalom de Deus
Uma paz que não significava apenas a ausência de guerra
Mas que implicava em relacionamentos restaurados entre as pessoas
Em um relacionamento restaurado com o mundo criado
E, acima de tudo, um relacionamento restaurado com o próprio Deus
E isso nos mostra que
O Evangelho não trata apenas de áreas isoladas da nossa vida: ele envolve nossa vida inteira
A ponto de transformar e enriquecer até mesmo as palavras que nós usamos
Graça e paz
Felicidade e tranquilidade
São conceitos que vão muito além do que a gente costuma imaginar
O Verdadeiro Evangelho
O Verdadeiro Evangelho
E tudo isso está presente só na abertura da carta
A saudação inicial
E mesmo dentro da saudação inicial
A coisa mais importante é o Evangelho
Que já está plenamente explicado e revelado nesses 5 primeiros versículos
E um parênteses sobre como nosso estudo de Gálatas vai progredir
A próxima perícope que nós vamos estudar
Os próximos versículos que serão expostos aqui
São os versos 6-9 de Gálatas 1
E nesse trecho de 3 versículos, a palavra Evangelho aparece 5 vezes
A maioria de nós sabe que evangelho significa boas novas
E nós vamos voltar a essa palavra no próximo sermão dessa série
Mas eu já quero adiantar que a palavra evangelho geralmente era usada para celebrar vitórias militares
Ou para anunciar o nascimento do filho do Imperador
Boas novas do nascimento do filho de Deus
César Augusto
Então haviam outros “evangelhos” circulando
E até mesmo essa palavra é ressignificada pela morte e ressurreição de Cristo
Mas o resumo do evangelho
O conteúdo proposicional do evangelho de Jesus Cristo
Está tecido em uma trama bem apertada nesses primeiros 5 versículos
E, considerando que essa é a mensagem mais importante
É fundamental que a gente tenha bastante clareza a respeito dela
E a mensagem do evangelho está tão bem amarrada nesses versos de abertura que a primeira menção fica até um pouco escondida
Paulo abre o versículo 1 se apresentando com um apóstolo
Não da parte de homens, mas da parte de Jesus Cristo e de Deus Pai
E aqui surge a primeira linha do Evangelho
da parte de Deus Pai, “que o ressuscitou dos mortos”
Gramaticalmente, essa é uma frase explicativa
Ela simplesmente diz algo a respeito de quem é Deus Pai
E mesmo que você não entenda muito bem de estruturas frasais
Nós sabemos quase que insitintivamente que esse trecho do v.1 está acrescentando informações que não precisavam estar lá
Porque a frase funcionaria muito bem sem esse trecho
“Paulo, apóstolo não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, juntamente com todos os irmãos que estão comigo”
Ou, poderia trazer uma informação diferente
Poderia ser “Deus Pai, que está nos céus”
“Deus Pai, que vive para sempre”
Ou, talvez mais comum para um judeu,
“Deus Pai, a quem seja a glória para sempre”
Como vai acontecer no verso 5
Mas a característica de Deus Pai que Paulo declara explicitamente no verso 1 é o fato de ele ter ressuscitado Jesus dentre os mortos
E essa é uma parte essencial do evangelho
Então, em alguma medida,
Paulo começa a proclamação do Evangelho pelo fim: Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos (v.1b)
Mas essa é exatamente a informação que muda tudo
Outros homens haviam morrido em obediência a Deus
Alguns séculos antes, no período intertestamentário
Que, nas Bíblias de papel, está representado por aquela página em branco entre Malaquias e Mateus
Mas em meados do século II a.C. houve uma revolta liderada por um homem chamado Judas Macabeu
Que se torna uma espécie de herói judeu por haver e recusado a seguir as ordens de um imperador grego que tentou obrigar os judeus, entre outras coisas, a sacrificar porcos em altares pagãos
Ele acaba morto em combate, e se torna uma espécie de modelo de resgatador do povo de Deus
E talvez o que ele tenha feito de fato agradou a Deus
Mas ele não foi ressuscitado
Jesus foi
E nós só temos esperança porque Jesus foi ressuscitado
Do contrário, ele seria apenas mais um mártir da longa lista de pessoas que demonstraram lealdade a Deus até a morte
Mas o fato de Jesus ter ressuscitado não significaria nada se ele não tivesse morrido antes
Afinal, para ressuscitar, alguém precisa morrer
E essa informação aparece no verso 4
Em outra frase explicativa
v.3: “A vocês, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo,
“Que se entregou a si mesmo por nossos pecados, a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de Deus, noss Pai”
E essa explicação é fundamental para que a gente entenda o evangelho, porque
A morte de Jesus foi voluntária, eficaz e submissa (v.4)
Ou seja
Ele se entregou a si mesmo por nossos pecados
Jesus não foi oferecido em sacrifício a contragosto
Ele não era como as pessoas que eram oferecidas em sacrifício humano aos deuses pagãos, que precisavam ser embriagadas para serem levadas ao altar de sacrifício pagão
Jesus entrega sua vida de forma voluntária em nosso favor
E ele faz isso quando nós ainda éramos pecadores
Homens e mulheres que haviam se rebelado contra Deus
E desejado governar sobre nossa própria vida
Homens e mulheres que até reconhecem a existencia de um Deus
Mas se recusam a perceber que nossa desobediência
E nossa indisposição de nos sujeitarmos a Deus
Implicam em ofender um Deus santo
Homens e mulheres que acham que sempre acham que nossos próprios atos são justificavéis e dignos de misericórdia
Mas que exigem uma punição severa e absoluta para todos aqueles que nos ofendem
Foi por gente assim que Jesus se entregou
Talvez alguém morresse em favor de um homem bom
Mas em favor de gente assim?
Em favor de nós?
Só que a frase explicativa não terminou ainda
Porque, além de ser voluntário
O sacrifício de Jesus foi eficaz para nos resgatar da presente era perversa
E a perversidade de qualquer era é uma função direta da presença do pecado
Não se enganem, meus irmãos, minhas irmãs
Nunca houve uma “era de ouro” da qual os seres humanos não precisavam ser resgatados
Porque em todas as eras, desde sempre, o relacionamento dos seres humanos com o Deus que nos criou é marcado pelo pecado
Um filósofo judeu chamado Walter Benjamin pinta uma imagem que é tão bela quanto triste a respeito da história humana
Ele ilustra a história da humanidade com a figura de um anjo, que ele chama de “anjo da história”
Que está com os olhos fixos no passado
E quando o anjo observa a cadeia de eventos da história humana, ele vê uma catástrofe que continua acumulando entulho e jogando tudo aos pés do anjo da história
E esse anjo gostaria de ficar, e acordar os mortos, e reconstruir o que foi destruído
Mas uma tempestade sopra do Paraíso com tanta força que o anjo não consegue fechar as asas
E o vento empurra o anjo em direção ao futuro de maneira irresistível
De forma que a pilha de detritos e entulhos só cresce na frente desse anjo
E Walter Benjamim, um judeu escrevendo depois da tragédia do holocausto,
Essa tempestade é o que nós chamamos de “Progresso”
Essa era perversa “progride” desde que o homem e a mulher que Deus criou e colocou no jardim do Édem
Rejeitaram submeter-se a Deus
E, de forma rebelde, desobedeceram a única limitação que receberam
E não é por acaso que, alguns capítulos depois,
Caim, aquele que assassinou seu irmão Abel, se torna o fundador das cidades dos homens
E os descendentes de Caim se tornam os pais de tudo o que nós hoje conhecemos como tecnologia e cultura humanas
Agora, a imagem de Walter Benjamin é tão sombria porque falta a ele a esperança do evangelho
O anjo da história é empurrado de forma irrestível pela tempestade do progresso porque, para Walter Benjamin, a única força que impele a humanidade é o processo histórico
Ele não aceita a ideia de um Deus que se envolve
Além disso, falta uma questão fundamental ao Evangelho
Que é a submissão de Jesus, o Deus Filho, à vontade de Deus Pai
Porque
O sacrifício de Jesus é submisso à vontade de Deus Pai
E eu confesso que hesitei em usar essa palavra
Porque submissão é um termo nos deixa meio desconfortáveis
Muito porque é uma palavra que foi usada para justificar muitos abusos
Mas submissão é a palavra certa para descrever a postura de Jesus diante de Deus Pai
Em Filipenses 2, Paulo vai desenvolver esse tema melhor
Deixando claro que a ressurreição acontece por causa da obediência de Jesus a Deus
Citando palavras que, muito provavelmente, eram partes de um hino de louvour a Jesus Cristo cantado nas igrejas
Mas em Fp 2, nós ficamos sabendo que o motivo pelo qual Deus ressuscitou Jesus dos mortos foi exatamente a obediência e submissão completos que ele demonstrou
Mas em Fp 2, nós ficamos sabendo que o motivo pelo qual Deus ressuscitou Jesus dos mortos foi exatamente a obediência e submissão completos que ele demonstrou
Mas , em algo que demonstre novamente a percepção que Paulo tinha do papel da comunidade em estabelecer os critérios para avaliar o verdadeiro evangelho
Nós vemos, aqui na abertura de Gálatas, Paulo usando palavras que provavelmente faziam parte de fórmulas confessionais antigas
Palavras que eram conhecidas pelos cristãos de todas as igrejas porque encapsulavam a proclamação do evangelho
Que Jesus Cristo se entregou a si mesmo por nossos pecados
Em uma morte voluntária em favor daqueles que haviam se rebelado contra ele
Que Jesus Cristo se entregou a si mesmo por nossos pecados para nos livrar da presente era perversa
Uma era que continua empilhando entulho diante de nós, dizendo que é “progresso”
Que Jesus Cristo se entregou a si mesmo por nossos pecados para nos livrar da presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai
E, por causa dessa submissão