Quando Cristo nos encontra no caminho (Lc 24:13-35)
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Meus irmãos, como está o nosso coração quando Cristo nos encontra nos caminhos da vida? Vivemos dias em que muitos estão perdidos, sem senso de direção, caminhando para qualquer lado e não encontrando as respostas que necessita.
CONTEXTUALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
O texto que lemos relata que dois dos discípulos caminham para a aldeia ou o povoado de Emaús e que foi no mesmo dia da ressurreição de Jesus. Um dos discípulos é Cleopas, o outro nós não sabemos o nome.
Por que eles estão indo para Emaús? Segundo o evangelho de Lucas, a distância desta localidade para Jerusalém era de sessenta estádios, o que equivale hoje entre 11 e 12 quilômetros.
O que vemos aqui é que Jesus age com eles de uma maneira que eles jamais esperariam que viria a acontecer. Qual é o objetivo dEle quando vai até eles?
E quanto a nós, por que vemos Sua ação em nossas vidas? O tema desta noite, irmãos, é QUANDO CRISTO NOS ENCONTRA NO CAMINHO. O que Ele deseja realizar?
1. ELE VEM PARA OUVIR SOBRE NOSSAS PREOCUPAÇÕES (v. 17)
1. ELE VEM PARA OUVIR SOBRE NOSSAS PREOCUPAÇÕES (v. 17)
17 Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos.
Explicação: Jesus não poderia simplesmente revelar a Si mesmo? Não. Ele é sempre intencional em Suas perguntas. Sabe o que está no coração deles e faz com que eles externalizem sua frustração e tristeza, é colocar pra fora o que aflige o coração.
É a partir deste diálogo que Jesus aproveita a oportunidade para dar início a uma revolução na vida deles, iniciando pela explicação do ocorrido. Imagino Cleopas indignado ao ser interrogado sobre suas preocupações.
18 Um, porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?
Realmente seria praticamente impossível que alguém não soubesse a respeito dos últimos acontecimentos. A crucificação de Jesus foi um ato público, e mesmo quem não presenciou, ficou sabendo, mesmo um viajante ou visitante teve acesso ao fato. Jesus lhes pergunta quais são eles. Vemos a resposta deles nos vs. 19 e 20:
Lucas 24.19b–20 (ARA)
19b E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo, 20 e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
Os olhos espirituais dos discípulos estão fechados e eles têm dificuldade de crer que Jesus havia ressuscitado. É por isso que, quando Jesus aparece a eles, não O reconhecem.
Eles ainda O consideram, nesta situação, como um profeta, poderoso em palavras e obras diante de Deus e de todo o povo (v. 19). Como qualquer judeu, eles creem que o Messias viria para restaurar o Reino de Israel, e que Jesus viria a ser este Messias prometido. É nítida a decepção no semblante deles.
Há dois fatores que mostram a incapacidade de crerem na ressurreição de Jesus e que está com eles naquele momento:
Frustração por causa da expectativa gerada pelo que eles já sabiam sobre o Messias, uma expectativa equivocada;
Desconfiança do relato das mulheres e de outros homens que presenciaram o sepulcro vazio.
Jesus diz que eles têm dificuldade de crer no que os profetas falaram: que Cristo deveria sofrer todas estas coisas, para, somente assim, entrar na Glória.
21 Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.
Um dos motivos que os faz ficarem frustrados é que já chegou o terceiro dia da morte de Jesus e, havia uma crença judaica que defendia que era a partir do terceiro dia que a alma sairia do corpo. Ou seja, existe a possibilidade de neste momento ser dissipada do coração deles a esperança de que Jesus voltaria da morte. Mas eles já haviam ouvido Jesus anunciar o que aconteceria:
22 dizendo: É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.
Jesus conhece muito bem o coração deles, mas deseja ouvir suas preocupações.
Aplicação: Para quem você abre o coração e conta sobre suas preocupações?
Há pessoas que possuem amigos próximos para quem abrem o coração, mas há outras que possuem a mania de contar para todo mundo os seus problemas, não pensam nem se seus ouvintes irão ajudar a trazer uma solução ou pelo menos dar apoio e acalmar o coração aflito. Infelizmente, nem todo mundo se preocupa em nos ouvir e nos ajudar, são capazes até de colocar a outra pessoa mais para baixo.
Tem gente que não sabe o que responder e apenas diz “Poxa vida, complicado” ou “Nossa, que situação”. É importante que tenhamos conselheiros, pessoas que caminham conosco, pastores que nos ajudam e nos ouvem. Porém, antes de conversarmos com eles, a primeira atitude nossa deveria ser falar com Deus. Quantas vezes nós temos nos achegado diante do Senhor para falar das nossas frustrações?
É óbvio que Deus sabe tudo, mas deseja ouvir e nós. Um momento de oração a sós com Deus faz a diferença, não podemos desperdiçar as oportunidades que Ele nos dá todos os dias.
Dobradiça: Sim, Ele vem para ouvir nossas orações. Além disso, quando Cristo nos encontra no caminho:
2. ELE VEM PARA NOS ENSINAR SOBRE A VERDADE (v. 25-27)
2. ELE VEM PARA NOS ENSINAR SOBRE A VERDADE (v. 25-27)
25 Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! 26 Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? 27 E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.
Explicação: Cristo ouve toda a reclamação daqueles discípulos, para somente depois dar início a uma exortação. Talvez, hoje, a palavra “néscio” parela um pouco pesada, mas a verdade é que falta discernimento e entendimento para os dois homens. Eles precisam desta palavra dura, foi uma chamada de atenção necessária.
Cristo expôe a Si mesmo em toda a Escritura falando de todas as figuras a respeito de Si mesmo e de tudo o que os profetas anunciaram sobre Ele. Ao expor a respeito de Moisés, explicou sobre o Pentateuco, o conjunto dos cinco livros escritos por Moisés. Ao falar dos profetas, descreveu os livros restantes. É possível que Ele tenha apresentado os tópicos principais de cada livro.
É a partir deste momento que aqueles homens entram no processo de compreensão do propósito da morte do Senhor. Ele esclarece a eles a necessidade da Sua morte. Mesmo em Gênesis já foi anunciado sobre Seu sofrimento:
15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Depois da queda, Deus declarou que haveria inimizade a descendência da serpente, Satanás, e o descendente da mulher, que apontou para Jesus Cristo. A consequência disto é que os dois seriam feridos e sofreriam, mas Jesus prevaleceria e ressuscitaria.
Vemos, ainda, o que é declarado no Salmo 118:22:
22 A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.
Jesus é esta Pedra rejeitada pelos construtores, mas Se tornou a Pedra principal, aquela que dá o sustento para toda a edificação. E o que dizer de Isaías 53? Ali fica muito claro quem é o Servo Sofredor.
O que eu quero refletir com os irmãos neste ponto é que a Verdade está em toda a Escritura e não pode ser negada, aquele que a despreza está louco ou cego demais para compreender. Os outros discípulos provam da presença do Cristo ressurreto e se alegram, visto que já O reconhecem, mas aqueles dois discípulos no caminho de Emaús necessitam de algo mais.
Neste encontro com a Verdade encarnada eles se deparam com uma reorientação no seu entendimento.
Aplicação: Se há alguém aqui que ainda possui dificuldade em crer na ressurreição de Jesus a partir da exposição fiel das Escrituras, peça a Ele que ilumine seu coração e o leve a compreender. Ore e peça para que Ele tire de você a incredulidade.
Nós estamos aqui à sua disposição, em especial os pastores. Mas também há presbíteros e diáconos que podem te ajudar, e há outros irmãos e irmãs com sabedoria para dar o auxílio que você precisa. Lembrando que somos apenas um caminho que aponta para Cristo. Ele é a fonte de todo o saber.
E não somente quanto à ressurreição de Cristo, mas pode haver outros assuntos que você tenha dificuldade, não tenha vergonha em perguntar, nenhum de nós sabe de tudo, estamos em constante aprendizado e precisamos ter humildade para reconhecermos, mas nos colocamos à sua disposição.
Mas você não pode desprezar os momentos de estudo que temos em nossa igreja como Escola Bíblica Dominical, momentos devocionais às terças, cultos de estudo bíblico às quartas aqui no templo e quinta em Jaboti, cultos de jovens, enfim, temos várias oportunidades.
Quem tem sede da Palavra não pode viver no superficial. Eu não quero ser chamado por Jesus de néscio ou alguém que demora em entender a Bíblia. E eu creio que você também não. Então, invista na sua vida espiritual e de conhecimento da Palavra.
Enquanto irmãos em Cristo, somos uma comunidade que se ajuda e colabora a fim de que todos tenham uma vida espiritual saudável e que conhece ao Senhor, aquele que é Cabeça da igreja. Somos nutridos por Ele espiritualmente dia após dia, isto faz toda a diferença nas batalhas que enfrentamos em nosso cotidiano.
Dobradiça: Quando Cristo vem ao nosso encontro no caminho, vem para ouvir nossas orações, para nos ensinar Sua Palavra, e além disso:
3. ELE VEM PARA ABRIR NOSSOS OLHOS ESPIRITUAIS (v. 28-31)
3. ELE VEM PARA ABRIR NOSSOS OLHOS ESPIRITUAIS (v. 28-31)
28 Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. 29 Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.
Explicação: Quando viram que o dia está se encerrando e a noite se inicia, convidam a Jesus para permanecer ali com eles ao chegarem em Emaús.
Em uma caminhada noturna, vários perigos poderiam surgir: ladrões, animais selvagens, alguns obstáculos na estrada, visto que não havia iluminação. Mesmo assim, Jesus poderia muito bem recusar o convite. Ele é o próprio Deus, não precisa de proteção. Mesmo assim, Ele aceita o convite para permanecer ali em Emaús.
Aquele convite especial não significa somente que eles se preocupam com a integridade física daquele viajante. Um judeu não convida qualquer um para passar uma noite em sua residência, acontece quando o objetivo é estabelecer um relacionamento mais profundo com a pessoa em questão. A atitude de Jesus desde o início do diálogo com eles foi o diferencial, foi definitivamente intencional.
Aqui nós vemos Jesus agindo como um missionário ao entender que eles precisam da Sua presença no meio deles, visto que não é quando Jesus Se aproxima deles no caminho e expõe as Escrituras que eles têm seus olhos abertos, eles precisam de algo mais. E este “algo mais” é descrito da seguinte forma:
30 E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; 31 então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
Por que somente aqui os olhos deles se abrem? Aqui eu entendo que, Jesus, com o pão em Suas mãos, ao partir e distribuir, pode ter feito eles se lembrarem da Ceia com os discípulos antes da Sua morte, pois não somente partiu e distribiui a eles, mas também orou a Deus com o intuito de abençoar o pão.
26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. 27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. 29 E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai. 30 E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
Acima de tudo, o fato é que o “partir do pão” no momento da Ceia, quando é feito por Jesus, é inigualável, não há como resistir. Jesus somente parte o pão e distribui para quem Ele quer transformar o coração. É aí que aqueles homens se questionam:
32 E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
Ali refletem eles que, mesmo antes, já poderiam ter reconhecido o Senhor, o que não foi possível. Qual o entendimento sobre isto? O que abre os olhos espirituais de alguém não é um mero entendimento das coisas que acontecem, nós vemos isto na vida deles. Pode-se dizer que o momento em que eles têm seus corações convertidos a Cristo é na comunhão da Ceia.
Aplicação: Meus irmãos, sobre as histórias bíblicas, muitos podem conhecer do início ao fim. Como eu disse no ponto anterior, conhecer é fundamental pra vida cristã, mas conhecimento sem vida é somente conhecimento. Agora, a atitude de Jesus é que faz a diferença e abre os olhos. O poder de Deus transforma os corações.
Quando foi a última vez que seu coração queimou ao ouvir os ensinamentos de Jesus? Você já se viu em uma situação em que seu coração agora podia ver Jesus? Ele já abriu seus olhos espirituais? São perguntas para você refletir.
Precisamos provar de uma real conversão em nossos corações, pois se não for desta forma, continuamos cegos espiritualmente.
O cantor Juliano Son, vindo de uma família coreana muito católica e atuante, deu seu testemunho de conversão dizendo que sempre foi alguém que creu em Deus, mas de uma maneira muito superficial, vivia quase como um ateu.
Depois de passar uma temporada na Coreia do Sul, terra de sua família, quando tinha por volta de 23 anos, veio para representar a família em uma oportunidade de emprego em Florianópolis, ficaria ali em torno de 4 meses.
Seu real objetivo, na verdade, era aproveitar a vida da maneira como muitos jovens hoje pensam o melhor, ir em festas, “curtir a vida”. Então, ele conhece um grupo de jovens que, segundo ele mesmo afirma, “só falava de Jesus”. Chamou sua atenção a pureza que eles possuíam.
Certa vez, o convidaram para ir numa pizzaria, e ele esperava que depois todos saíssem para uma festa, uma balada, mas disseram que iriam para a igreja no dia seguinte, mas isto soou estranho para ele, pois pensava que poderia participar dessas duas coisas naturalmente sem influenciar sua vida.
Outro dia, o convidaram para um momento especial na casa de um deles. Quanto volta para a casa, fica aos prantos, chorando copiosamente ao ver a pureza que havia naqueles encontros, pois não era apenas um grupo de pessoas envolvidas com religião, Jesus estava presente no meio deles.
Cada vez mais ele se questiona sobre a existência de Deus, ele ora pedindo a Deus um sinal para crer. No dia seguinte, enquanto dirigia, ele entende que Deus fala para ele o seguinte: “Como é que você pode pedir pra mim um sinal?”. Deus o fez lembrar de tudo o que havia vivido já em sua família, suas experiências com Deus. Seu coração havia esfriado, mas agora, Deus reacendeu a chama da Sua presença no coração dele.
No culto seguinte, ele está cantando os louvores, sentindo a alegria de estar na presença do Senhor, aí ele entende que estes são os momentos preciosos que estava desperdiçando anteriormente.
Meu querido irmão, minha querida irmã… não sejam frios no momento do estudo da Palavra, no momento de louvar a Deus, não vivam com indiferença. Se não está sentindo a alegria da presença do Senhor, hoje é o dia para pedir a Deus que reacenda esta chama no seu coração. Não ignore o chamado dEle!
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Jesus vai até nós nos nossos momentos de incredulidade. Ele corre, nos alcança, chega até nós e reconstrói a nossa vida.
Quando Cristo nos encontra no caminho da nossa vida, Ele vem para ouvir nossas orações, reclamações, nossos clamores. Quando nosso coração está angustiado, é com Ele que devemos nos encontrar.
Ele nos ensina o real sentido da Sua Palavra, quando mesmo nós julgando conhecer toda a Verdade, estamos cegos.
Ele abre nossos olhos espirituais, Seu toque de vida vem para revitalizar corações. Ele vem para transformar.
Que Jesus abençoe poderosamente a sua vida. Que Jesus abra seus olhos. Quero orar por você que está se sentindo desorientado, frio ou distante do Senhor. Em um ato simbólico, coloque a mão sobre seu coração.