O DESAFIO DA RESTAURAÇÃO

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O DESAFIO DA RESTAURAÇÃO
Texto: Jeremias 18:1-10
Hino – Restaura e Nas mãos do Oleiro.
INTRODUÇÃO
Querendo dar ao Seu povo uma mensagem de conforto e esperança, Deus ordenou a Jeremias que fizesse uma visita à casa do oleiro. Ao chegar ao local indicado por Deus, o profeta se depara com o seguinte quadro: VAMOS LER JEREMIAS 18.1-10.
Este não é um quadro brilhante! Não é uma situação aparentemente positiva ou agradável de se ver e, principalmente, enfrentar! Ela indica frustração, desapontamento, quebra de expectativa! Por outro lado, ao refletir sobre o fato, vemos que se trata de uma situação corriqueira – bastante familiar. Todos nós, de uma forma ou de outra, estamos envolvidos nesta figura do vaso quebrado.
São projetos frustrados! Expectativas não realizadas! Planos quebrados e relacionamentos despedaçados! Existem famílias que estão esfaceladas (não possuem mais nenhum ponto de união). Existem casamentos que estão os cacos. E existem jovens que estão com a vida em frangalhos espirituais desestruturados no âmbito emocional e espiritual.
Para todos esses, a primeira grande lição na visita de Jeremias à casa do oleiro é esta: "Reconheçam a fragilidade e instabilidade da vida que levam! Reconheçam os cacos!" Este reconhecimento é essencial; pois, como disse alguém: "Deus conserta um coração partido, se lhe entregarmos, nas mãos, todos os pedaços".
I – RESTAURAÇÃO ASSEGURADA
A beleza da mensagem, dada por Deus a Jeremias, reside na certeza de que há esperança em meio ao caos, existe possibilidade de restauração mesmo em meio ao pó e escombros.
Jeremias diz que “o vaso se estragou na mão do oleiro". Aqui está uma grande mensagem de esperança. Aqui está, a garantia divina de perdão, libertação e restauração. Aqui está, nesta simples frase, a natureza, poder e alcance do evangelho! Aqui está o que Deus pode, quer e irá fazer na minha e na sua vida!
Nós não estamos fora dos limites do Seu perdão! Nós não estamos fora dos limites de sua aceitação! Nós não estamos fora dos limites do Seu poder transformador! Nós não estamos fora dos limites da sua misericórdia! Nós não estamos fora dos limites da Sua salvação!
II – UM NOVO COMEÇO
Como um “bom igrejeiro” ouvi muitas pregações, e várias delas apresentavam Deus numa atitude tão dura e inflexível que desestimulava uma franca confissão de fracasso e a busca da renovação espiritual. Mas, este texto mostra-nos a paciência de Deus e o Seu interesse em restaurar aos homens as misericórdias que eles perderam.
Deus pode nos alcançar, e Ele que alcançar-nos. Deus pode reestruturar a nossa vida no plano social, no plano afetivo, no plano emocional e no plano espiritual, e Ele quer fazer isso. Deus pode mudar, radicalmente, o quadro da minha e da sua vida!
Jeremias diz que "o vaso se estragou na mão do oleiro". Embora danificado, o vaso não caíra fora da área de ação do artífice! O vaso se quebrou na mão do oleiro. Isso significa que, embora caídos e quebrados espiritualmente falando, nós não estamos fora dos limites do amor de Deus.
Deus dá aos seres humanos uma nova chance de renovar a graça que eles usaram mal! Deus nos concede a certeza de que cada dia pode representar um novo começo, uma nova vida.
Experiência: Quando falo isso, me vem à mente a figura de Fabricio – um jovem com pouco mais de 20 anos que tinha a vida destroçada pelas drogas. De usuário passara a traficante e, como todos que entram nesse ramo perigoso, corria o risco de a qualquer hora ser morto num acerto do tráfico. Mas foi com a vida esbagaçada, corroída pelo pecado, que Fabricio foi alcançado pelo poder do Evangelho. A velha vida repleta de fracassos, frustrações, depressão e medo foi abandonada, surgia um novo ser, um jovem transformado.
Fabrício, foi batizado no Batismo da Primavera de 1997 e, hoje, é membro ativo da Igreja de Soteco 1, em Guarapari, Espirito Santo. Hoje, o seu semblante feliz irradia pureza e santidade, próprios de uma pessoa transformada por Jesus.
III – UM VASO MELHOR
No livro "Seu Destino é a Cruz", o autor, Paul Bilheimer, faz um lindo comentário acerca desse fato acompanhado pelo profeta Jeremias em sua visita instrutiva à casa do oleiro: "Durante anos vivi sob a impressão de que o segundo vaso que o oleiro fez era menos belo e menos útil do que o primeiro que se estragara. Mas, alguém que trabalha com cerâmica, me disse que o segundo vaso, resultante de um fracasso, pode ser até melhor do que o originalmente proposto. O trabalho extra com o barro torna-o mais maleável e mais fácil de ser trabalhado, e, por isso, o segundo vaso pode até ser mais belo que o primeiro".
A terceira – das mais positivas mensagens que tratam com nossas falhas, fracassos e frustrações – é apresentada por Deus enquanto Jeremias observa o oleiro remodelar outro vaso de barro: "Não poderei Eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?" (Jeremias 18:6).
Acompanhe a lógica divina: Se, da tentativa frustrada, o oleiro pôde fazer outro vaso, melhor do que o primeiro, será que Deus não pode tomar uma vida estragada e transformá-la? Será que Deus não pode refazer um ser humano? Será que Deus não pode restaurar um jovem perdido no emaranhado do sexo – tornando-o um modelo de santidade? Será que o Senhor Deus não pode refazer uma família, desajustada e desintegrada pelas brigas, contendas e ciúmes? Será que o Senhor que transformou a água em vinho nas Bodas de Caná da Galiléia – não pode, hoje, trazer sabor, paz e alegria a um casamento fracassado?
A resposta para todas essas perguntas é dada no fim do verso 6: "Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, o casa de Israel".
IV – EXEMPLOS BÍBLICOS
Neste momento, pense nos personagens bíblicos que falharam e mais tarde foram restaurados. Olhe para Jacó, que depois de enganar o irmão recebe de Deus a visão da escada e dos anjos subindo e descendo. Jacó obtém, dessa forma, a certeza de que Deus jamais o abandonara.
Veja Moisés que, depois do lamentável fracasso no começo da vida, é cuidadosamente assistido por Deus durante 40 anos no deserto e é, então, comissionado para a sua tarefa original.
Considere Davi, que após seu mais terrível crime merece confiança para começar de novo. Acompanhe ainda o caso de Pedro, que negou a Jesus três vezes com maldições e juramentos, e, no entanto, foi objeto de um convite especial, da parte do próprio Jesus, para retornar ao seu antigo grupo.
Finalmente, olhe para o jovem João Marcos, que "amarelou" no início da carreira evangelística, mas foi restaurado e, no final, fez um grande trabalho – digno de louvor. Todos esses exemplos nos estimulam a crer que o passado, quaisquer que tenham sido as falhas, não precisa estragar a nossa vida. Embora indesculpável, ele não deve ser um obstáculo permanente pois a graça de Deus não se esgota facilmente.
V – É PRECISO SER MALEÁVEL
O Oleiro divino, à semelhança do oleiro visto por Jeremias, não se decepciona conosco ou desiste. "Tornou a fazer dele outro vaso". E o segundo esforço, evidentemente, tem como resultado um vaso que agrada ao oleiro: "Segundo lhe pareceu".
É verdade que o pecado sempre traz consequências negativas; mas, a graça divina é tão grande que, quando nos arrependemos, Deus anula os nossos fracassos. E o segundo vaso, quer dizer: a renovação da nossa vida, parece bem aos olhos do Divino Oleiro.
Não devemos, contudo, deixar de considerar que ao passo que o barro do oleiro é insensível, a argila humana não é. No caso de uma vida, a capacidade do Oleiro Divino de refazer o vaso depende inteiramente da permissão da pessoa – e da sua cooperação.
Deus disse a Jeremias: "Não poderei Eu fazer de vós como fez este oleiro, o casa de Israel? [...] No momento em que Eu falar acerca de uma nação, ou de um reino para o arrancar, derribar ou destruir, se a tal nação se converter da maldade [...] Eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe" (Jeremias 18:6-8).
Este princípio é igualmente válido em nossa vida. No momento em que reconhecemos um erro e verdadeiramente nos arrependemos, Deus inverte a tendência do mal que estava para ser desencadeado. Não importa qual seja o erro ou fracasso; no momento em que a pessoa se volta para Deus, as coisas começam a mudar.
CONCLUSÃO
Após fazer a correção, devemos agir como Paulo: "uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:13-14).
Precisamos colocar o problema todo nas mãos de Deus (todos os cacos dos nossos fracassos, todos os pedaços dos nossos problemas não resolvidos e dos nossos desajustes) e aceitar a viver o perdão que Deus nos oferece. A partir daí o assunto já não é de nossa conta, e devemos esquecê-lo. Não temos o direito de lembrar aquilo que Deus quer esquecer!
EXPERIÊNCIA – Me lembro de uma paciente que recebemos na UPA Várzeas das Flores. Ele buscou atendimento quase perdendo a mão por causa de uma pequenina lasca de madeira que entrou no dedo e ali ficou até que o sangue se envenenasse e começasse a gangrenar.
É exatamente isso o que acontece com os traumas e as pequenas feridas emocionais. Quando guardadas na memória, elas infeccionam e causam resultados mortais.
APELO
Deus quer lhe conceder cura e plena restauração – é o que revela esta mensagem dada através do profeta Jeremias. Mas, talvez você ainda tenha medo. Talvez exista em seu coração o receio de entregar-se inteiramente nas mãos do Divino Oleiro – por não conseguir enxergar qual vai ser o resultado final de tudo isso.
Você se pergunta: De que adianta, eu tentei do meu modo e nada deu certo!? Não tem jeito, a minha vida está em frangalhos, nada dá certo comigo!
Querido jovem, prezado irmão ou irmã de mais idade, experimente, agora, o modo de Deus! Experimente Jesus! Confie nAquele que melhor conhece você: o seu Criador. Deixe que o Divino Oleiro faça a Sua obra, em você! Aceite os préstimos deste Criador maravilhoso que modelou o barro, como hábil escultor, extraindo da argila sem forma e sem nenhum atrativo um ser magnifico – à Sua imagem e semelhança, a coroa da criação.
Deixe Deus operar em você. Descanse nas Mãos do Mestre, o Divino Oleiro, amparado na certeza inabalável de que "Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6). Amém!
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