Tema: A Graça e o aperfeiçoamento dos Santos
7E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. 8Por isso diz:
“Quando ele subiu às alturas,
levou cativo o cativeiro
e concedeu dons aos homens.”
9Ora, o que quer dizer “ele subiu”, senão que também havia descido até as regiões inferiores da terra? 10Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. 11E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
I . Jesus entrega presente (dons) ao seu povo; V.7-11
II. A Variedade de dons;
11E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
III. O DONS SÃO PARA CAPACITAÇÃO DOS SANTOS;
PREPARANDO PARA O MINISTÉRIO
EFÉSIOS 4.12
12Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado.
Paulo apresenta duas razões pelas quais Cristo deu esses dons à igreja – uma imediata e a outra final. A palavra ministério (diakonia) é usada aqui não para descrever o trabalho de pastores, mas o trabalho de todo o povo de Deus, sem exceção. O Novo Testamento visualiza o ministério não como a prerrogativa de uma elite clerical, mas como o chamado privilegiado de todo o povo de Deus.
Há, ainda, um ministério pastoral distinto deixado para o clero, mas claramente não é de pessoas que, com inveja, seguram todo o ministério nas próprias mãos, esmagando com êxito todas as iniciativas dos leigos. Pelo contrário, é daqueles que ajudam e encorajam o povo de Deus a descobrir, desenvolver e exercitar seus dons. Em vez de monopolizarem o ministério, eles o multiplicam.
Qual é o modelo de igreja, então, que devemos ter em mente? O modelo tradicional é o da pirâmide, com o pastor precariamente empoleirado em seu pináculo, como um pequeno papa em sua própria igreja, enquanto os membros estão colocados abaixo dele, em posições inferiores. Essa é uma imagem antibíblica, porque o Novo Testamento não concebe um único pastor com um rebanho dócil, mas uma supervisão plural e um ministério de todos os membros. A igreja é o corpo de Cristo, no qual cada membro tem uma função distinta. Simplesmente não há espaço para uma hierarquia ou um clericalismo autoritário.
Vi o princípio do ministério de todos os membros bem ilustrado quando visitei a Igreja de St. Paul em Darien, Connecticut. Na capa de seu boletim dominical, lia-se o nome do reitor, depois o nome do reitor adjunto e do assistente do reitor. Em seguida, vinha a seguinte linha: “Ministros: toda a congregação”. Foi surpreendente, mas inegavelmente bíblico.
Assim, o propósito imediato de Cristo em dar pastores e mestres à igreja é para que, por meio do ministério da Palavra, todo o povo esteja equipado para os diversos ministérios. O objetivo final é edificar a igreja. Esses dons são tão benéficos para os que exercem seu ministério fielmente e para os que o recebem, que a igreja se torna cada vez mais saudável e madura.
Todos os dons espirituais, então, são dons para o serviço. Não são dados para uso egoísta, mas para uso altruísta, para servir às pessoas “visando ao bem comum” (1Co 12.7). Embora alguns dons sejam maiores do que outros (1Co 12.31), sua relevância é determinada pelo grau com que edificam a igreja. É por isso que os dons de ensino são de suma importância, pois nada a edifica mais a igreja do que a Palavra de Deus.
O Cristo exaltado concede dons diversos à igreja, cujo objetivo é preparar o povo de Deus para os seus ministérios e, assim, edificar o corpo de Cristo.
A finalidade para a qual Cristo concedeu os “dons” é indicada por meio de três segmentos da frase. A concatenação das diversas afirmações entre si apresenta alguns problemas. Em especial cumpre esclarecer se a parte intermediária “para a obra do serviço” se refere aos santos ou aos “detentores de cargos” no sentido daqueles que são incumbidos “de uma obra do serviço”. Uma vez que isso não pode ser decidido unicamente com base na estrutura gramatical, é preciso dar a seguinte explicação a partir do contexto: as diversas pessoas incumbidas foram dadas “para o preparo (grego: pros) dos santos para (grego: eis) a obra do serviço, para (grego: eis) a edificação do corpo de Cristo”. Portanto, o sentido seria este: os “detentores de cargos” têm a tarefa de preparar os crentes a fim de que eles por seu turno possam assumir serviços. O corpo de Cristo é edificado por meio de ambas as atividades – o preparo por meio dos grupos citados (em seu todo, não apenas por pastores e mestres) e a obra dos santos.