A excelência da humildade de Cristo (Fp 2:1-11)
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INTRODUÇÃO: Uma coisa precisamos concordar, irmãos... o ser humano é soberbo devido à sua inteligência, aos seus feitos, às suas habilidades. A humanidade, hoje, acredita que consegue caminhar sozinha, que todos podem resolver os seus problemas por si mesmos.
[CONTEXTUALIZAÇÃO]: Os irmãos da igreja em Filipos estavam sendo orientados pelo apóstolo Paulo a fim de continuarem perseverantes diante das perseguições, como vimos na semana passada. Pode-se dizer que a cidade de Filipos era uma cidade romana em território grego, devido aos seus costumes e ritos.
[CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEXTO LIDO]: O texto que nós lemos mostra uma preocupação de Paulo com a maneira com que eles enxergavam a si mesmos e aos outros. A soberba era enorme, uma vez que, ao possuírem uma herança romana, gloriavam-se disso, vestiam-se como os romanos e falavam latim. A cidade era considerada rica por ter muitas minas de ouro e prata nos arredores.
Tradições passadas os faziam se considerarem superiores, desprezando outros povos e costumes. Em resposta a isso, o apóstolo Paulo se posicionou para orientar os irmãos a respeito da humildade com a qual eles deveriam agir. Deveriam compreender que a vida é muito mais do que aquilo que se pode ter ou conquistar.
Amados irmãos, continuando nossa exposição na carta de Paulo aos Filipenses, o tema desta noite que iremos abordar é:
Proposição: A EXCELÊNCIA DA HUMILDADE DE CRISTO
Paulo destacou três características da humildade de Cristo que são fundamentais para nós cristãos.
Dobradiça: Em primeiro lugar, a excelência da humildade de Cristo nos leva a:
1. RENUNCIAR COMO CRISTO (v. 5-6)
1. RENUNCIAR COMO CRISTO (v. 5-6)
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
Explicação: O que Paulo está fazendo nestes dois versículos é uma reflexão a respeito das atitudes dos filipenses e como eles deveriam agir. O maior exemplo: Cristo!
Obviamente, ninguém é perfeito como Cristo, mas era importante que todos se esforçassem para chegar o mais próximo possível dessa perfeição, visto que Ele é o modelo a ser seguido.
Cristo era o próprio Deus que se encarnou, mas em nenhum momento Ele utilizou isso pra tomar o lugar de Deus. Como se Cristo fosse tomar à força o lugar de Deus, como se fosse tirá-lo do Trono.
Na tentação do deserto, o diabo tentou de várias formas fazer com que Jesus demonstrasse Seu poder, como transformar pedra em pão e ser salvo pelos anjos ao se jogar do pináculo do templo.
Jesus, porém, respondeu biblicamente que nem só de pão viverá o homem e que não se pode tentar o Senhor Deus. Ele não precisava disso, mas fez, para demonstrar o que é honrar a Deus diante dos adversários.
Aplicações práticas: Nos julgamos ser melhores do que realmente somos, julgamos poder mais do que realmente podermos. O orgulho nos torna assim, nos torna arrogantes.
Aquele que não tem poder nenhum, acha que pode todas as coisas. Vivemos em uma época de palestrantes motivacionais, os famosos coachings, eles dizem: “Você pode, você consegue, você vai vencer”.
Mas se esquecem de que a vida também é feita de derrotas, frustrações, não são apenas dias bons, mas dias ruins também, e todos nós precisamos aprender a lidar com isso de uma forma que não nos afete psicologicamente.
Queremos agir exigindo nossos direitos em situações que nem são tão direitos nossos assim. Mulheres declarando “Meu corpo, minhas regras” para poder decidir quando irão continuar com uma gestação e quando irão abortar, como se a criança que está no ventre delas não valesse mais nada, como se tivessem o poder de decidir sobre a continuidade da vida de um feto que virá a ser uma criança.
Quem somos nós para pensar apenas nos nossos interesses? Será que a vida dos pequenos vale tão pouco assim para ser ignorada?
Temos de olhar para dentro de nós e pensar o que temos realmente por direito e o que é nosso dever. Renunciar como Cristo significa abrir mão do que não cabe a nós (apesar de Cristo merecer tudo o que possuía).
Cristo renunciou Suas riquezas, Sua glória, Sua relação com Deus ao morrer na cruz. O que você tem renunciado para seguir a Jesus?
Em vez de ser o tempo todo igual a Deus, o que lhe era legítimo, Cristo veio a este mundo para ter figura humana, e isto por si só já lhe seria humilhante.
Dobradiça: A excelência da humildade de Cristo nos ensina a renunciar o que não nos é necessário, e também, em segundo lugar:
2. SERVIR COMO CRISTO (v. 7)
2. SERVIR COMO CRISTO (v. 7)
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
Explicação: Cristo Se esvaziou da Sua glória divina quando veio a este mundo. Ele mesmo ensinou que veio para servir e não para ser servido quando Tiago e João pediram um lugar de honra com Ele na eternidade. Todos se indignaram deste pedido, e Jesus respondeu:
42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. 43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; 44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. 45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Era necessário que Cristo viesse para ser reconhecido como homem, em figura humana, visto que, para pagar o preço pelos pecados da humanidade, exigia-se que fosse um homem que pagasse como representante, só que não havia homem algum nesta terra capaz de cumprir este fardo tão pesado.
Somente Cristo poderia suportar o peso da cruz, o peso da morte, somente Ele seria capaz de vencer a morte e ressuscitar.
Além disso, apesar de Deus revelar-se a Si mesmo por meio da criação, era importante que houvesse ainda uma revelação mais específica sobre o Reino de Deus. Cristo veio para anunciar a chegada do Reino e a salvação, e isto na linguagem humana.
A forma como Jesus serviu neste mundo é um exemplo para todos nós. É saber que nada daqui devemos levar, é saber que a glória e o reconhecimento humano são inúteis.
Pessoas como os filipenses não poderiam apegar-se a este mundo passageiro, mas firmar-se naquilo que é eterno, no que possui bases sólidas.
O termo que Paulo usa, no original, é doulos, ou seja, pode ser definido mais que “servo”, é “escravo” mesmo. Um escravo que obedece ao seu senhor. Cristo foi servo, escravo, como homem, para demonstrar que o homem deve ser servo do Senhor, nosso Deus.
Aplicações práticas: Muitas vezes, procuramos servir esperando algo em troca, não servimos por amor ao nosso próximo. Esperamos o reconhecimento.
Eu me converti em uma outra denominação, fiquei por vários anos congregando naquela igreja e, depois de ter saído dela, quando comentei com pessoas dessa denominação a respeito da igreja que agora estava frequentando, respondia que era a Igreja Presbiteriana, vários me perguntavam “aquela do pastor Nelson?”.
E eu tinha de responder “não, a Igreja Presbiteriana do Brasil, ali no Centro”. Passei a refletir como encontramos igrejas por aí que são reconhecidas pelo nome do pastor. “Ministério pastor...”.
Me alegra ver que aqui não é somente a igreja do pastor João, nem do pastor Thiago. (cite outros nomes). Esta é a igreja de irmãos que servem, unidos, todos juntos, sabendo que a unidade é primordial no Corpo de Cristo, como falamos semana passada.
Servir por amor começa nas pequenas coisas, é ajudar um idoso a entrar no templo, é doar nosso tempo e nosso dinheiro para quem necessita. É ouvir o irmão amargurado que precisa abrir o coração para alguém, sem falsidade, não deixar ninguém de lado, não fazer acepção de pessoas.
Servir a Cristo, não somente aqui, mas lá fora onde nosso cristianismo é muito mais colocado à prova. Onde nós estivermos, seja em um passeio ou em nossos afazeres diários, as pessoas estão nos olhando. Como estamos servindo a Cristo neste mundo?
Sirva, ame as pessoas, sem buscar reconhecimento, sem querer engrandecimento ou algum tipo de louvor. Faça tudo com um coração puro, com o objetivo de agradar ao Senhor.
Dobradiça: Devemos aprender a renunciar como Cristo, a servir como Cristo, e além disso, para aprendermos a ter uma humildade excelente como Ele teve, precisamos:
3. OBEDECER COMO CRISTO (v. 8)
3. OBEDECER COMO CRISTO (v. 8)
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Explicação: Cristo foi obediente, e isto é um fato. Diante de pessoas arrogantes, como devia existir entre os filipenses, obedecer se tornou um desafio.
A obediência de Cristo foi muito pesada, difícil, homem algum conseguiria obedecer desta forma, foi uma humilhação muito grande! Em nenhum momento Cristo reclamou, muito pelo contrário, até pediu que Deus perdoasse aqueles que o estavam crucificando, pois eles não sabiam o que estavam fazendo.
Cristo veio a ser maldito por nós, a ira de Deus caiu sobre Ele. A crucificação era a forma mais humilhante de se executar alguém.
22 Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares num madeiro, 23 o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o Senhor, teu Deus, te dá em herança.
Ele Se fez maldito, Ele sabia o que era ser pregado na cruz. Mas, mesmo assim, foi até o fim, para que nós, hoje, pudéssemos estar aqui proclamando a mensagem do Evangelho.
Aplicações práticas: Como tem sido sua obediência a Deus? Assemelha-se um pouco à obediência de Cristo?
Em se tratando de obediência, vivemos dias de filhos que não obedecem aos pais, respondem mal, são mal-educados com eles e com outras pessoas. O futuro parece ser sombrio.
E nós, como nos portamos diante disso? O que está reservado para nossa sociedade nos próximos anos, será que você tem se importado com isso? Tem orado?
Ser obediente é mais do que fazer o que nos mandam. É entender a importância de fazer o que nos mandam. Cumprir determinada função, qualquer um pode fazer, mas fazer com excelência, compreendendo que é necessário que seja feito, nem todos agem assim. Veja o que Jesus diz a Seus discípulos:
7 “Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: ‘Venha agora e sente-se para comer’? 8 Ao contrário, não dirá: ‘Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber’? 9 Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? 10 Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ”.
Não devemos ser como servos inúteis. O Senhor nos chama a fazermos mais, a irmos além.
Será que chegaríamos onde estamos com a sabedoria, a ciência, a tecnologia, a evolução de muitos setores da sociedade, será que conseguiríamos avançar? Sem Deus para nos guiar e sustentar este mundo? Impossível!
Quando pensamos em Cristo, sabemos que Ele nos amou de maneira incondicional. Não precisou fazermos nada para que Ele nos amasse, Ele amou de forma sincera, foi um amor verdadeiro. Ele Se importou em vir a este mundo para morrer em nosso lugar, para nos redimir, pois sabia que nosso destino eterno seria a condenação se não se consumasse Sua morte de cruz.
Obedecer a Deus é olhar ao redor e se importar com aqueles que são como ovelhas sem pastor. Pessoas sem rumo, sem identidade própria, como falamos ontem para os jovens, pessoas que vivem apenas desejando aproveitar o hoje sem pensar no amanhã, sem se dar conta de que o que fazemos nesta vida pode ter consequências irreparáveis!
Temos de agir, primeiramente em oração, depois em preparação biblicamente, e depois em ação. Falar do amor de Cristo por meio da Palavra e por meio de atitudes que expressem esse amor. A obediência nos tira da zona de conforto e nos faz nos importarmos com aquele que está esquecido.
CONCLUSÃO: As marcas do cristão verdadeiro e humilde são a renúncia, como Cristo renunciou, o serviço, como Cristo serviu, foi escravo, e a obediência, como Cristo obedeceu. É fácil? Não é, mas vale muito a pena, não pra nossa glória, mas pra glória do Senhor.
Sejamos humildes como Cristo, deixemos de lado a soberba e a arrogância. Se os construtores do Titanic, como falamos no início, eram soberbos, achavam que o navio resistiria a qualquer imprevisto, e depois tiveram que passar pela vergonha, sejamos nós diferentes, não por nós mesmos, mas pelo que Cristo fez por nós. Assim seguiremos olhando para o alvo, sem desanimar, sem olhar para trás.
Que o Senhor abençoe a todos!