(Rm 1:16-17) O Poder do Evangelho

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Murray: “O apóstolo revela-nos, em primeiro lugar, por que estava pronto a pregar o evangelho em Roma — ele não se envergonhava do evangelho. Em seguida, nos mostra a razão para isto: o evangelho é “o poder de Deus para a salvação”. Então, por último, ele nos diz por que o evangelho é o poder de Deus para a salvação — porque nele “a justiça de Deus se revela”.”
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Não me envergonho. Calvino: “Ao afirmar que não se sentia envergonhado em relação ao evangelho, ele insinua que o mesmo era de fato desprezível aos olhos do mundo. Dessa forma os prepara para suportarem os sofrimentos provenientes da cruz de Cristo, para que não viessem a subestimar o evangelho ao verem-no exposto à cólera e ao menosprezo dos ímpios.”
John Stott: “o próprio Jesus advertiu seus discípulos para que não se envergonhassem dele, o que mostra que ele antecipou que isso poderia acontecer (Mc 8.38). Paulo fez uma admoestação a Timóteo (2Tm 1.8, 12), pois sabia que a mensagem da cruz enfraquece o falso moralismo e desafia a autoindulgência. Sempre que é pregado fielmente, o evangelho suscita oposição, frequente desprezo e, às vezes, escárnio.”
Sproul: “A loucura da pregação é o método escolhido por Deus para salvar o mundo. Essa é a razão pela qual Paulo afirma que não se envergonha. Ele desejava pregar o evangelho porque é o poder de Deus para a salvação. Não é poder da eloquência do pregador, nem o poder de sua competência ou sabedoria; é o poder de Deus.”
Poder de Deus. Não é o evangelho da prosperidade, ou coach.
HDL: “Quando estava criando o universo, bastou Deus falar e tudo se fez. Para nos salvar, contudo, uma palavra não foi suficiente. O próprio Deus Filho precisou esvaziar-se, humilhar-se, fazer-se carne e vir ao mundo para morrer em nosso lugar. A redenção é uma obra maior que a criação! O poder que operou na cruz é maior que o poder que trouxe o universo à existência!”
Para Salvação. Hendriksen: “E o que é salvação? O que significa salvar? Nos escritos de Paulo, significa:
NEGATIVAMENTE: resgatar os homens do pecado de:
a. culpa (Ef 1.7; Cl 1.14)
b. contaminação (Rm 6.6, 17; 7.21–25a)
c. escravidão (Rm 7.24–25; Gl 5.1)
d. castigo: (1) alienação de Deus (Ef 2.12); (2) ira de Deus (Ef 2.3); (3) morte eterna (Ef 2.5–6)
POSITIVAMENTE: conduzir os homens ao estado de:
a. justiça (Rm 3.21–26; 5.1)
b. santidade (Rm 6.1–4; 12.1–2)
c. liberdade (Gl 5.1; 2Co 3.17)
d. bem-aventurança: (1) comunhão com Deus (Ef 2.13); (2) o amor de Deus “derramado” no coração (Rm 5.5); (3) vida eterna (Ef 2.1–5; Cl 3.1–4)
Ser salvo, pois, significa ser emancipado do maior mal e ser colocado na posse do maior bem.
De todo aquele que crê. Hendriksen: “Sem levar em conta raça, nacionalidade, idade, sexo, condição social, grau de educação ou cultura etc… “[de todo aquele] que exerce fé”. E o que está implícito na fé? É confiança, segurança, o reclinar-se nos braços eternos, a convicção (Hb 11.1) de que, por meio de Cristo e seu sacrifício expiatório, meus pecados estão perdoados, meu débito está cancelado e que, havendo agora sido adotado como filho do Rei, ‘Estou sob a guarda de meu Pai, Protegido por seu terno cuidado; Quer andando, quer dormindo, Seu cuidado me protege.’”
“Fé é o tronco da árvore cujas raízes representam a graça e cujo fruto simboliza as boas obras. É o acoplamento que conecta o trem do homem com a locomotiva de Deus. É a mão vazia do homem estendida para Deus, o Doador. É, do começo ao fim, dom de Deus”
Judeu… Grego. HDL: “O evangelho é universal em seu alcance. É tão amplo a ponto de oferecer salvação a todos os homens; e, ao mesmo tempo, é tão restrito a ponto de salvar apenas os que creem. O evangelho alcança todos os homens sem acepção, mas não todos os homens sem exceção.”
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Revela. Murray: “Ele disse que a justiça divina estava para ser revelada na forma de ação e operação; ela deveria ser manifesta com um efeito salvador. Deste modo, quando o apóstolo declarou: “A justiça de Deus se revela”, ele deu a entender que, no evangelho, a justiça de Deus age de maneira dinâmica e ativa sobre a situação pecaminosa do homem; o que ocorre não é meramente que a justiça divina torna-se conhecida, quanto ao seu caráter, ao entendimento humano, e sim que ela se manifesta em eficácia salvadora. Eis por que o evangelho é o poder de Deus para a salvação — a justiça de Deus torna-se redentoramente ativa, na esfera do pecado e da ruína dos homens.”
Justiça de Deus. Murray: “a justiça de Deus, neste versículo, deve ser algo diferente do atributo de justiça. A justificação é o tema desta carta. Em Romanos 1.16,17, o apóstolo nos oferece um sumário introdutório de sua tese principal. A justiça de Deus, portanto, é aquela justiça divina que visa à nossa justificação; é a justiça que, mais adiante, o apóstolo chama de dom da justiça (5.17), “um só ato de justiça” (5.18) e “obediência de um só” (5.19).”
William Greathouse: ““Deus não quer nos salvar pela nossa justiça, mas por uma justiça externa que não se origina em nós, mas que nos vem de fora de nós, que não surge em nosso planeta terra, mas que vem do céu.”
Hendriksen: “Como Lutero lutou com esse problema. Como ele o aborreceu… até que, um dia, de forma muito súbita, por divina iluminação, ele compreendeu que o que estava implícito aqui não era a justiça retributiva de Deus, mas a justiça gratuitamente imputada ao pecador pela soberana graça de Deus, com base na expiação substitutiva de Cristo, fazendo dela uma possessão do próprio pecador por meio da fé dada por Deus. Quando o grande reformador descobriu que Romanos 1.17 fala do gracioso veredicto de Deus que declara o crente de posse da justiça, ele experimentou o dia mais feliz de sua vida. No que se pode denominar seu “Comentário sobre Romanos”, ele escreve:
“A suma e substância desta carta é: humilhar, esbulhar e destruir toda sabedoria e justiça da carne… e afirmar e ampliar [provar ser grande] a realidade do pecado, por mais inconscientes sejamos nós de sua existência.”
Ele prossegue, realçando que sempre houve pessoas, judias e gentias, que creram na possibilidade de bondade interior. Destas, diz o apóstolo: “Dizendo-se sábias, tornaram-se loucas” (Rm 1.22). Lutero, pois, mostra que, em Romanos, o apóstolo ensina exatamente o oposto, ou seja, que o único caminho no qual as pessoas se tornam realmente boas é aquele providenciado pela justiça de Deus. Declara ele:
“Porque Deus não nos quer salvar com base em nossa própria justiça, e, sim, com base numa justiça extrínseca, aquela que não se origina em nós mesmos, mas nos vem de uma esfera além de nós, a qual não se origina da terra, mas vem do céu.”
HDL: “A justificação é um ato e não um processo. O crente mais fraco está tão justificado quanto o santo mais piedoso. Não há graus de justificação. A justificação acontece uma única vez e jamais precisa ser repetida. A justificação é um ato forense e legal que ocorre no tribunal de Deus, e não em nosso coração. É algo que Deus faz por nós, e não em nós. Na justificação somos declarados justos, e não feitos justos”
De fé em fé. Hendriksen: “Do início ao fim, essa justiça é sola fide; unicamente pela fé. Isso também explica a expressão “de fé em fé”. Veja Romanos 3.28. E, ainda, que a fé é dom de Deus. Toda ela é uma questão de graça soberana, não de obras.”
HDL: “O evangelho produz não apenas fé salvadora, mas também fé santificadora. O justo viverá pela fé. O justo é salvo pela fé, vive pela fé, vence pela fé e caminha de fé em fé.”
Adolf Pohl: fé de A a Z, fé ininterrupta.”
Francis Schaeffer: "a salvação envolve mais do que justificação. Somos justificados pela fé, mas também devemos viver de acordo com a mesma fé no presente. Depois de termos sido justificados pela fé, devemos viver pela fé. Este é o segundo aspecto da salvação, a nossa santificação.”
“O juto viverá por fé”. Hendriksen: “O profeta Habacuque surgiu em cena durante a história do reinado do ímpio Jeoiaquim (608–597 a.C.). O que o aborrecia era que parecia que os ímpios estavam escapando com sua impiedade. Jeová, aparentemente, tolerava males tais como a exploração do necessitado, a emulação, a contenda, a violência etc. E assim o profeta passa a formular perguntas. Ele dirige tais perguntas a Jeová. Queixa-se, faz objeção e aguarda uma resposta. A primeira pergunta de Habacuque equivalia ao seguinte: “Por que Jeová permite que os ímpios de Judá oprimam os justos?” Jeová responde: “Os malfeitores serão castigados. Os caldeus (babilônios) estão chegando.” Essa resposta, porém, de forma nenhuma satisfaz o profeta. Então faz outra pergunta, a qual era equivalente a isto: “Por que Jeová permite que os caldeus castiguem os judeus, os quais, pelo menos, são mais justos do que esses estrangeiros?” O profeta afirma que vai posicionar-se em sua torre de vigia e aguardar a resposta. A resposta chega: “Os caldeus, também, serão castigados. Aliás, todos os pecadores serão castigados… os justos, porém, viverão pela fé.” É seu dever e privilégio confiar e agir assim mesmo quando não for apto para “solucionar” a justiça dos feitos de Jeová. Nessa humilde confiança e tranquila segurança, ele realmente viverá, prosperará.”
“Tão terrível foi a manifestação do SENHOR, tão alarmante o som da tempestade, as montanhas esboroando-se etc., que todo o corpo do profeta ficou tremendo. Ainda assim, havendo testemunhado que Jeová desceu para a defesa de seu próprio povo, Habacuque não mais questiona os caminhos da providência de Deus. Antes ele ‘aguardará tranquilamente’. Expressa seus sentimentos num belo salmo de confiança:
Hc 3:17-18 “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.”
Paulo, por conseguinte, não poderia ter escolhido uma profecia melhor para citar do que a de Habacuque. A passagem adequa-se exatamente à situação. Em cada época e em todas as circunstâncias, por isso também em conexão com a pergunta: “O que devo fazer para ser aceito por Deus?”, permanece sendo um fato que “O justo viverá pela fé”. “Na tranquilidade e na confiança serei sua força” (Is 30.15).”
APLICAÇÃO
Não devemos nos envergonhar. O Evangelho desperta oposição. Você deve saber como crente ou como alguém pensando em ser um cristão, que o cristianismo não é uma religião de conforto, como se tem pregado. Mas o verdadeiro cristianismo desperta oposição. E cada vez mais em nossos dias, ser cristão tem sido algo ofensivo. O que você deve lembrar é que não há motivo para se envergonhar. Antes, pelo contrário, você deve se gloriar no Evangelho, na cruz. Pois esse evangelho que acredita e vive é o poder de Deus para a salvação. Siga firme!
Não há quem não possa ser salvo. Esse poder é tão grande que não barreiras pra ele. Há única coisa que te impede de ser salvo é o seu próprio coração. Mas se hoje aqui você é a pior pessoa dessa igreja, que fez as maiores atrocidades, que comenteu os maiores delitos, que magoou o maior número de pessoas: Há salvação pra você. Se você luta hoje contra um poder escravizante, terrível, e você acha que jamais vai conseguir se libertar, eu tenho uma boa notícia: há esperança pra você. Você está exposto hoje ao poder Deus, há coisa mais podera do universo. O Evagelho pode libertar você, pode salvar você da sua escravidão. Creia no Evangelho, se arrependa dos seus pecados, e viva para o Senhor Jesus.
A salvação é pela fé. O que é crer? Crer é confiar que a sua salvação depende de outra pessoa. É se esvazir de si, e se encher de outro. Quem? Do Senhor Jesus. Confiar na sua poderosa obra. Deixar de lado toda jactância, toda soberba, toda vanglória, de se considerar alguém capaz, você não capaz como diz o evangelho coach; e Deus não deve nada a você, como diz o evangelho da prosperidade. A salvação é peal graça somente, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus, para que ninguém se gloria. Você também que essa fé, pela qual você apropria da sua salvação, ela não ser descartada depois de usada, você deve viver pela fé, e caminha de fé em fé. Tudo é pela fé, porque sem fé é impossível agradar a Deus, o que não procede de fé é pecado. Você crer no início, você deve pernamancer crendo agora, e deve crer até o final, porque o justo viverá por fé.
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