'Ha males que vem para o bem

CULTO DOMINGO 27-08-2023

Atos 9.20-31 - Saulo em Damasco - Saulo permaneceu alguns dias com os discípulos em Damasco.

Texto: Atos 9.20-31

²⁰ E logo, nas sinagogas, proclamava Jesus, afirmando que ele é o Filho de Deus. ²¹ Todos os que ouviam Saulo estavam atônitos e diziam: — Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus e veio para cá precisamente para prender e levá-los aos principais sacerdotes? ²² Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo.

Saulo escapa dos judeus

²³ Decorridos muitos dias, os judeus resolveram matar Saulo, ²⁴ mas ele ficou sabendo do plano deles. Dia e noite guardavam também os portões da cidade, para o matar. ²⁵ Mas os discípulos de Saulo tomaram-no de noite e, colocando-o num cesto, desceram-no pela muralha.

Saulo em Jerusalém e em Tarso

²⁶ Quando chegou a Jerusalém, Saulo procurou juntar-se aos discípulos de Jesus. Porém todos tinham medo dele, não acreditando que ele fosse discípulo. ²⁷ Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos. Contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, e que o Senhor tinha falado com ele. Também contou como, em Damasco, Saulo tinha pregado ousadamente em nome de Jesus. ²⁸ E Saulo ficou com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor. ²⁹ Falava e discutia com os helenistas, mas eles procuravam matá-lo. ³⁰ Quando isto chegou ao conhecimento dos irmãos, levaram Saulo até Cesareia e dali o enviaram para Tarso.

A igreja cresce

³¹ Assim, a igreja tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor; e, no consolo do Espírito Santo, crescia em número.

Tema central: Há males que vem para o bem. De perseguidor a perseguido. Sub-tema: Porque estamos onde estamos?

Visão geral: Há males que vem para o bem. Este ditado popular significa que, apesar de algumas situações serem negativas no presente, aos nossos olhos, no futuro se transformarão em positivas. E foi exatamente isso que aconteceu com a Igreja primitiva. Apesar de Jesus Cristo, ter falado para seus discípulos “preguem o evangelho em todas as partes”, a sua Igreja permanecia em “berço explêndido”, em Jesuralém. Então Deus permitiu a PRIMEIRA PERSEGUIÇÃO a sua Igreja que iniciou com a morte por apedrejamento de Estevão condenado pelo Sinédrio e que proporciona o PRIMEIRO MOVIMENTO EVANGELÍSTICO fora de Jerusalém. E o apedrejamento de Estêvão foi a faísca que pôs fogo no ódio dos judeus contra o Nazareno e seus seguidores. Os discípulos fogem assustados por este ódio, e na fuga, começam finalmente, a pregar sobre o Reino de Deus e Jesus Ressurreto. Isso nos motra que, aquilo que parecia ruim para o evangelho ajudou a fé cristã se espalhar rapidamente para além de Jerusalém. E a partir do capítulo 11 veremos que Antioquia se torna também num centro do cristianismo, além de Jerusalém. Antioquia onde pela primeira vez os seguidores de Cristo serão chamados de Cristãos. O que nos fala mais uma vez da soberania de Deus, pois: NÃO HÁ MAL QUE NÃO FUJA DO CONTROLE DE DEUS.

Mas, a história não termina aqui, porque no caminho destes Cristãos apareceu um tal de Saulo de Tarso, que tinha autorização das autoridades mais importantes da época para iniciar uma perseguição implacável e dura aos cristãos, prendendo e arrastando para a prisão, homens e mulheres, e muitos foram julgados e condenados a morte pelo Sinédrio. Mas, a vida deste homem chamado Saulo começa a mudar durante uma dessas viagens.

No caminho para Damasco a viagem de Saulo é interrompida por uma luz e a vóz de Jesus que falava com Saulo, que fica sem enxergar. Depois de três dias cego, a mesma voz de Jesus, que falou com Saulo, agora fala com Ananias. E Jesus fala para Ananias que ele deveria impor suas mãos sobre Saulo, porque Saulo “era instrumento escolhido por Deus para levar o nome de Jesus diante dos gentios, reis e israelitas”. E é isso que acontece. Mesmo contra sua vontade, mas obedecendo uma ordem de Jesus, Ananias vai a Damasco, impõe as mãos sobre Saulo, e faz a seguinte oração: “Saulo, irmão, o Senhor Jesus, que apareceu a você no caminho para cá, me enviou para que você volte a ver e fique cheio do Espírito Santo.” Não é um processo demorado de Saulo voltar a enxergar, não. Pelo contrário, o texto diz que Saulo volta a enxergar imediatamente. E Com a visão reestabelecida, Saulo foi batizado.

Ministério em Damasco (9.19b–25)

Depois de ser batizado, Saulo ainda permanece um bom tempo em Damasco, capital da Síria, onde fica com os discípulos de Jesus, muito provavelmente, aprendendo mais sobre Jesus. E, depois de um tempo Saulo começa a pregar nas sinagogas da cidade dizendo que Jesus era o Messias e Filho de Deus. Os judeus de Damasco, não acreditavam no que viam e ouviam, porque Saulo era um famoso líder judeu de Jerusalém, que foi até Damasco exatamente para prender os fugitivos cristãos. E agora, Saulo fala em favor daqueles que perseguiu! Como Saulo poderia ter passado por uma mudança tão radical? O mesmo Saulo, que antes perseguia os cristãos, agora está ao lado deles? E mais ainda, Saulo não só fica do lado daqueles que ele perseguia, mas também começa a pregar que Jesus era o Messias e que havia ressuscitado, exatamente o que ele e o Sinédrio condenavam e o motivo pelo qual perseguia os cristãos? Como pode um grande líder Judeu falar a favor de alguém que desprezava? Por isso, no versículo 21 diz que “todos os que ouviam Saulo pregar estavam surpresos com o que ouviam e diziam: — Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus, e agora veio para cá precisamente para prender e levá-los aos principais sacerdotes?”

E quanto mais questionavam Saulo, o texto diz que, mais Saulo tinha forças para pregar que Jesus é o Cristo.

Como aconteceu com Estêvão, quando os judeus, que antes eram os amigos de Saulo e agora são inimigos dele, não conseguem vencê-lo nos debates, decidem então matá-lo. Não sabemos como, mas de algum modo Saulo fica sabendo que os judeus estão preparando uma armadilha para ele (9.23–24).

Os, que antes eram amiguíssimos e agora são inimigos de Saulo, colocam vigias em todos os portões da cidade para matá-lo. Por isso Saulo precisava pensar em uma rota alternativa de fuga. E, como todas as cidades importantes da época, Damasco era cercada por uma grande muralha. Então ele e seus discípulos planejam usar esta muralha para a fuga. E é de uma dessas muralhas que Saulo é ajudado a fugir pelos seus discípulos. Ou seja, depois de um período de três anos em que Saulo passou pregando entre Damasco e a Arábia, finalmente ele vai para o centro do cristianismo, a cidade de Jerusalém. Cidade que Saulo saiu como herói para capturar os cristãos de Damasco, e retorna ás escondidas para Jerusalém.

Primeira viagem para Jerusalém (9.26–30)

Quando chega em Jerusalém Saulo encontra dois grupos de pessoas. De um lado um:

“Grupo de pessoas que se converteram a Jesus Cristo”, e que não acreditavam na conversão de Saulo e tem medo dele. E do outro lado, os: “Judeus, ex-amigos de Saulo” que acreditam na sua conversão, e tratam Saulo como um traidor, que merecia ser preso e morto. É este clima que Saulo encontra quando chega em Jerusalém: “um clima de ódio e de dúvidas”.

Por isso, quando Saulo tenta se aproximar dos discípulos de Jesus encontra dificuldade, pois todos tinham medo dele. Aqueles cristãos não acreditavam que Saulo tivesse se convertido e se tornado um discípulo de Cristo. E, não era por menos, pois estas mesmas pessoas que Saulo diz que, agora é amigo delas, foram perseguidas pelo mesmo Saulo. Por dois anos de suas vidas aquelas pessoas foram caçadas por Saulo. O pensamento deles é que, Saulo estava fingindo ter se convertido para aproximar-se deles, descobrir onde estavam, e prendê-los. Saulo sofre uma certa resistência no começo de sua vida como discípulo de Cristo.

E esta resistência só não foi pior, porque Deus levantou um homem chamado Barnabé, que significa “filho do encorajamento”, e que acreditava em Saulo. Barnabé faz jus ao seu nome, coloca Saulo debaixo de seu braço e apresenta Saulo a Pedro e Tiago, apóstolos de Cristo. Quando Barnabé apresenta Saulo para os apóstolos de Cristo, Barnabé apresenta a ficha dele com três motivos para eles confiarem na conversão de Saulo no versículo 27, e que são:

1) Barnabé fala que Saulo havia “visto o Senhor” na estrada para Damasco;

2) Barnabé fala que o “Senhor havia falado com Saulo”;

3) Barnabé fala que Saulo “aplicava” em sua vida a experiência tida com Jesus no caminho para Damasco, e agora Saulo pregava ousadamente “em nome do Senhor”.

E como resultado da confiança de Barnabé, os demais apóstolos também confiam em Saulo que passa um tempo com os apóstolos, pregando também em Jerusalém. Finalmente Saulo conquista a confiança dos demais cristãos.

E aqui a nossa primeira grande lição de hoje. Muitas vezes: NÃO FAZEMOS O QUE FAZEMOS PORQUE NOS AGRADA, MAS PORQUE SABEMOS QUE É O CERTO.

E durante este vai e vem as sinagogas pregando sobre Jesus, a Bíblia diz que Saulo encontrou uma turma que já conhecemos, que são os judeus helenistas, que Saulo conhece bem, que são judeus que saíram pelo mundo, aprenderam o grego, usam esta língua como a sua língua principal, e estão de volta a Jerusalém. Inclusive, alguns deles se converteram ao cristianismo, a excessão, deste grupo, que tenta discutir, argumentar com Saulo, pois eles não creem em Jesus Messias, e muito menos no Jesus ressurreto. E, como não conseguem argumentar com Saulo, também planejam matá-lo, o que já haviam feito com Estevão.

Mais uma vez, Saulo precisa fugir para não morrer, quando o texto diz que “os irmãos ficam sabendo que algumas pessoas querem matar Saulo, então, Saulo é enviado para a Cesareia, que era uma grande cidade portuária, capital da província, e depois Saulo é enviado de barco para sua cidade natal, Tarso” (9–30).

E Saulo não vai para Tarso apenas para descansar ao lado de sua família, não. Saulo é enviado ao seu povo para iniciar a sua missão entre os gentios, onde permanece por 11 anos. E é neste período que ocorre o ministério aos Gálatas. Esse teria sido um tempo de extensão do cristianismo e de lançamento da semeadura da igreja, como havia acontecido em Damasco e na Arábia, mas agora em um ambiente lotado de gentios. Ao fim desse período, Barnabé entra em cena e leva Pedro para Antioquia, onde a missão gentia propriamente dita começa em Atos (11.25). E Antioquia então, se transforma em outro grande centro de evangelismo do Cristianismo.

Atos 9.31

E finalmente chegamos ao ponto do texto desta noite que todas as Igrejas, todos nós Cristãos gostaríamos de recitar em todos os momentos de nossas vidas. Versículo 31 diz que a “Igreja tinha paz”. Mas, esta paz da igreja durou pouquíssimo tempo. A paz na Igreja primitiva não foi duradoura mas, foi um período em que Deus concedeu um certo sossego, alívio para seus Filhos em toda a Judéia, Galiléia e Samaria.

E Deus age assim em nossas vidas. Em muitos momentos, enfrentamos uma série de tempestades, de guerras, de batalhas, parece que não acabam mais, até que de repente, Deus acalma as tempestades em nossas vidas. Como aconteceu com a Igreja primitiva. Essa bênção da paz nas igrejas não é comum, e não é para nos acomodarmos, mas, esta paz quando acontece, não pode ser desprezada. E Lucas, o autor do livro de Atos, acrescenta a frase: “A Igreja tinha paz”, outras coisas ainda mais valiosas sobre aquela igreja e o momento de paz que passavam: “as Igrejas eram edificadas no caminho do temor do Senhor; além disso as igrejas eram cheias do conforto do Espírito e continuava crescendo em número de pessoas, em fé, em amor e em santidade. O que significa que a Igreja continuava trabalhando, pregando, evangelizando.

Isso nos ensina que, devemos aproveitar este tempo de paz, para nos preparar melhor para os tempos de guerra que ainda virão e nunca, abusar da paz e nos entregarmos à preguiça.

Aplicação:

Todo texto bíblico tem aquilo que chamamos de “A Grande Idéia”, a grande lição, a grande sacada ou simplesmente, “a proposição do sermão”. Algo que me chamou a atenção neste texto e que devemos levar a aplicação em nossas vidas é:

“Nós somos chamados a perdoar aqueles que nos ofendem”. Nós somos chamados a amar aqueles que nos magoam. Nós somos chamados a perdoar aqueles que nos machucam. Pois, como Cristãos que somos devemos “fazer o bem sem olhar a quem”.

E Jesus nos ensina isso, quando fala sobre o perdão, a ser liberado sobre a vida de um irmão pecador no livro de Mateus capítulo 18. Pedro então pergunta para Jesus: “Mas Senhor, quantas vezes em devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Até 7?” E Jesus responde: “Não apenas 7, mas até 70x7.”

E o texto não é um jogo de matemática, que você chega a conclusão de 490, não. Jesus não esta dando um limite para o nosso perdão, mas tornando o nosso perdão sem limites! Jesus usa uma expressão hebraica que simboliza um número infinito de vezes. Ele nos mostra que devemos perdoar nossos irmãos e irmãs repetidamente. Isso significa que: O NÚMERO DE PERDÃO LIBERADO POR VOCÊ DEPENDE DE QUANTAS VEZES PECAREM CONTRA VOCÊ! Devemos perdoar infinitamente aqueles que pecam contra nós. Isso não significa concordar com o pecado.

“Nós somos chamados, não apenas para perdoar, mas também para acolher aqueles que nos rejeitam.”

E esta é uma das grandes dificuldades da maioria das pessoas. Na verdade, nem precisa ser pecador, basta discordar dos nossos pensamentos, daquilo que defendemos que temos enormes dificuldades para conviver com esta pessoa! Saulo fez tanto mal para a vida daquelas pessoas que agora, aquelas mesmas pessoas, não acreditam nas suas experiencias com Jesus, e por consequencia, em sua conversão. No entanto, Deus levantou um homem que acolheu Saulo, que conduziu Saulo, e este homem chamava-se Barnabé, que pega Saulo pela mão, e o leva a presença dos apóstolos. Barnabé acredita em Saulo apesar de toda a perseguição de Saulo, a Barnabé, e aqueles que tinham a mesma crença que Barnabé. Mas, não apenas isso. Barbané abraça Saulo. E nós como cristãos, devemos ser assim. EM VEZ DE APONTAR OS NOSSOS DEDOS CHEIOS DE JUSTIÇA, DEVEMOS ABRIR NOSSOS BRAÇOS E ACOLHER ESTAS PESSOAS! Quantas vezes, quando um irmão que voltou para a Igreja depois de sumir por um tempo, e você ao vê-lo, vai logo falando: “tava sumido heim, desviado?”. Quando sua palavra deveria ser: “Meu irmão que saudades de você. Que bom que você está aqui. Você faz falta em nossas reuniões!”

“Nós somos chamados, não apenas para perdoar e acolher, mas também para buscar e caminhar juntos com os que se afastam”. Barnabé não apenas abraçou e acolheu, Saulo, mas, Barnabé caminhou por um bom tempo ao lado de Saulo, ajudando Saulo, na pregação do evangelho.

Muitos cristãos tem dificuldades de discipular, andar com algumas pessoas. Precisamos buscar os que se afastaram porque são fracos na fé; precisamos discipular os doentes espiritualmente. PRECISAMOS IR EM BUSCA DOS QUE ESTÃO LONGE DE NÓS.

“Nós somos chamados, não apenas para perdoar, acolher, buscar e caminhar, mas também somos somos chamados a servidão”. E servidão aqui não é no sentido de privação da liberdade, ou escravidão, mas no sentido de “servos”. Nós somos chamados a servir aqueles que nos desprezam.

Saulo foi resgatado do mundo perdido em que ele vivia mas, não apenas tirado de um lugar ruim e colocado em um lugar bom. Não. Deus chamou Saulo para mudar o lugar ruim em que ele existia, para servir a estas pessoa. Quando Deus nos chama a conversão, Deus não nos chama para ficarmos em berço explêndido, acomodados confortavelmente, mas sim, para servirmos a Igreja dele. Somos chamados á ajudar na transformação do lugar onde estamos. A servir aqueles que nos desprezam, que riem de nossas crenças. Da vida que levamos. Como aconteceu com Saulo que de perseguidor se tornou perseguido.

Saulo era um homem conhecido, circulava livremente pelos shoopings onde era ovacionado, pediam seu autógrado, comia nos melhores restaurantes, era figura pública e reconhecida facilmente. Saulo era soberbo, tinha orgulho do que fazia. E Saulo esperava entrar assim em Damasco, extamente como saiu de Jerusalém, sendo exaltado como um herói, e de repente, todo este mundo cai por terra, e Saulo entra humilhado e cego em Damasco, e a partir de então, Saulo precisa viver escondido para não ser morto pelas mesmas pessoas que pediam seu autógrafo e que se diziam amigas. E tudo isso nos leva a seguinte pergunta/reflexão:

Porque estamos onde estamos? Para perdoarmos os que nos ofendem; acolher os que os que nos rejeitam; buscar os que se afastam; caminhar com os que nos perseguem; e servir os que nos humilham.

E como podemos fazer isso? Imitando Cristo Jesus, o único que pode, ao mesmo tempo que nos dar exemplos, nos ajudar através do Espírito Santo, nesta caminhada. Isso chama-se discipulado. E discipulado requer scrifício!

AVISOS

1-Escola Bíblica – no mês de setembro todas as sextas-feiras as 6:30pm

2-One House Conference

Dias: 21/22 de outubro.

Tema: SER Igreja

3-Missão Timor