Aprendendo a orar com Jesus - Lc 18:9-14

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Introdução

Essa é a terceira parábola no Evangelho de Lucas sobre oração.
A primeira (Lc 11:5-8) foi ensinada após o pedido dos discípulos: "Senhor ensina-nos a orar" e tem como título "A parábola do amigo importuno", que a principio sugere que o foco da parábola é sobre o amigo inconveniente que bate de maneira insistente na porta de um amigo à meia noite pedindo pão para ter o que oferecer a um hóspede. Mas na verdade, a parábola não é sobre o amigo que pede. A parábola é sobre o Deus a quem oramos. É sobre o amigo a quem o pão é solicitado e a impossibilidade de ele não atender ao pedido. A parábola é sobre a generosidade do amigo que sempre irá abrir a porta e dar aquilo que lhe é solicitado. Um título talvez melhor para esse parábola seria "A parábola do Pai que honra seu nome" ou "A parábola do amigo generoso".
A segunda (Lc 18:1-8), é sobre uma viúva e um juiz iníquio. É uma parábola, como Jesus logo ensina na introdução sobre o dever de orar sempre e jamais desistir. Nós vimos que devemos orar com o mesmo desejo e a mesma fé daquela viuva, Que insistentemente pediu por justiça. O dever de orar sempre e não esmorecer não é por aquilo que naturalmente oramos todos os dias, mas pelo clamor que fazemos, dia e noite, pelo reino de Deus e sua justiça, como Jesus nos orienta no Sermão do monte. Por isso Jesus termina a parábola com a pergunta "Quando vier o Filho do homem, achará porventura, fé na terra?"
Por fim, nessa série de três parábolas no evangelho de Lucas, temos a parábola do fariseu e do publicado (ou cobrador de impostos). Jesus começa dizendo "Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar". Essas parábolas falam sobre oração, mas não no sentido de apresentar algum conceito, regras ou fórmulas sobre oração. Por meio delas, Jesus apresenta verdades que nos orientam na prática da oração.
(1) Na parábola do "amigo importuno", Jesus nos ajuda a entender o caráter do Deus a quem oramos e nos ajuda a compreender a razão pelo qual Deus, é solícito em ouvir nossas necessidades e prontos a satisfazê-las - porquê honra o seu nome santo.
(2) Na parábola da viúva e do juiz iníquio, Jesus nos ajuda a entender que a insistência da viúva perante o juiz corrupto é por justiça; e afirma que Deus fará justiça aos seus eleitos mesmo que possa parecer demorado. É uma promessa! Por isso precisamos de uma fé viva que nos preserve diante de Deus dia e noite clamando pelo Reino.

A explicação da parábola

v 9,10 - Jesus escolhe os personagens de forma a nos ajudar a entender o que ele pretende comunicar. Os fariseus eram considerados os religiosos mais devotos da sociedade judaica na Palestina; Já os publicanos, ou coletores de impostos, eram, socialmente, o tipo mais desprezado, vistos como traidores de seu povo. Para os fariseus, os coletores de impostos não podiam ser admitidos como testemunhas nem receber cargos de honra.
Para entender o impacto dessa parábola na época de Jesus precisamos imaginar um diácono ou um líder muito envolvido de uma igreja de um lado e do outro um traficante de drogas, politico currupto.
Jesus também escolhe bem o ambiente. O fariseu e o coletor de impostos se juntam a centenas de outros adoradores em um espaço público para participar de um culto público.
A prática judaica de orar no templo envolvia um momento em que todos ficavam de pé e oravam em voz alta. Se estivéssemos no templo naquele dia, teriamos escutado a oração deles.
Lucas 1.8–10 ARA
8 Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, 9 segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso; 10 e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando.
Os estudiosos indicam que o cenário da parábola era de um culto em que o sacerdote entra no santuário para o seu turno de queimar o insenso e o povo permanecia do lado de fora. Diante desse cenário temos as duas atitutedes dos dois personagens.
Mas Jesus não só escolheu muito bem os personagens e o ambiente mas também o que cada um falou.
v11 - Para os judeus, uma pessoa agradecer a Deus por ela ser Justa, em vez de atribuir essa justiça a si mesma, era uma atitude piedosa. Os primeiros ouvintes da parábola não ahariam que o fariseu estava se "achando" mas demonstrando gratidão a Deus pela própria peidade.
v12 - A lei no Antigo Testamento prescrevia apenas um jejum por ano, mas o fariseu jejuava mais de cem vezes por ano. A lei exigia apenas o dízimo de certas benções, mas ele dava o dízimo de tudo.
O fariseu nada pediu, porque confiava em si mesmo e em sua autosuficiência. Não tinha necessidade de se confessar, pois cumpria os mandamentos. Talvez o fariseu estivesse pensando que Deus deveria estar satisfeito pois um fariseu, cumpridor da lei se dirigia a ele em oração.
"O retrato do fariseu pintado por Jesus nesta parábola revela esse sentimento reprimido que habita em todos nós. Isso nos faz sentirmo-nos melhores do que o outro. Mesmo quando cometemos os nossos erros, sempre há alguém que cometeu erros maiores e mais graves e isso cria em nós uma consciência de autojustificação. Essa era a preocupação de Jesus quando ele nos alertou para o risco de julgarmos aos outros. Mt 7:1-2 “1 Não julgueis, para que não sejais julgados. 2 Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.” .
O fariseu está participando de um culto em que um cordeiro é sacrificado pelos pecados do povo, abrindo caminho para que as pessoas se aproximem do Deus santo e tenham comunhão com ele, e o que podemos ouvir dele, em alto e bom som, é como ele é bom. De certa forma, o fariseu estava dizendo que não precisava do sacrifício porquê ele não é como as outras pessoas, essas sim é que precisavam.
1João1:6 “6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.”
1João:1:8 “8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.”
v13- O outro personagem da parábola é o publicano e como já vimos era uma classe desprezada pelo povo. Haviam casos em que eles cobravam mais do que devido e ficavam com o excedente pra si, por isso eram tão odiados.
O publicano reconhecia seu estado pecaminoso de tal forma que Jesus afirma que ele "ficava longe". Nem ousava levantar os olhos aos ceus. Pelo contrário ele batia no peito, um sinal de grande luto/pesar, ou como nesse caso arrependimento. E disse: "Ó Deus, sê propício a mim, pecador".
O publicano reconhecia que era um pecador e que precisava do sacrifício!
Essa palavra propiciação é muito presente na bíblia
Êxodo 32:30 “30 No dia seguinte, disse Moisés ao povo: Vós cometestes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor e, porventura, farei propiciação pelo vosso pecado.”
Romanos 3:25 “25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;”
Propiciação significa basicamente "pacificar", aplacar a ira de alguém, ser favorável com o infrator.
v14a - O publicano se já não fosse convertido, certamente se converteu naquele culto.
v14b- "porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.". Isso nos leva a primeira bem aventurança: "Bem aventurados os humildes [pobres] de espírito, porquê deles é o reino dos céus". A pobreza de espírito é condição primária para nossa participação no reino de Deus. Entramos nele quando reconhecemos nossa mais absolute dependência de Deus.
"Não poderemos ser cheios enquanto não formos primeiramente esvaziados." Dr Martyn Lloyde-Jones.
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