Levítico - Aula 1

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Panorama Bíblico de Levítico

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Introdução

Relembrar as aulas até agora
Estamos conversando sobre o Pentateuco, cinco livros da Lei. Hoje vamos dar inicio ao panorama do 3º livro: Levítico.
Gênesis: Criação e queda, história primeva. Inicio do período patriarcal (Abraão Isaque, Jacó e José). O livro termina com o fim da vida de José e o povo hebreu se alocando para o Egito.
Êxodo: 400 anos e o povo hebreu se multiplicou e tornou-se cativo no Egito. Deus levanta Moisés como libertador. Somos apresentados a narrativa heroica de como Deus, através de Moisés, liberta o seu povo. O livro termina com o povo aos pés do Sinai.
O livro de Levítico da continuidade a magnifica história de redenção. É interessante apontarmos que o Livro, diferente dos dois anteriores, não é narrativo, ele é prescritivo, ele é um livro sobre a legislação de Deus.
Quem escreveu e quando foi escrito?
O seu autor, assim como os dos livros anteriores, é Moisés. Os israelitas ainda não vagavam pelo deserto, e nem haviam entrado na terra prometida de Canaã. Quando este livro foi escrito, Israel estava acampado ao pé do monte Sinai.

Título

O título do terceiro livro do Pentateuco é, de certa forma, equivocado, uma vez que o adjetivo grego λευιτικόν (leuitikon), usado pelos tradutores da Septuaginta (Septuaginta é a versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego coiné, entre o século III a.C. e o século I a.C. por 72 eruditos Judeus,) para o grego como título para o livro, significa “aquilo que diz respeito aos levitas”, que quase não são mencionados no livro. As traduções latinas e das diversas línguas ocidentais preservaram o título grego por meio de simples transliteração.
O título hebraico é וַיִּקְרָא (wayyiqrāʾ, “e ele [Javé] chamou”), a primeira palavra do Texto Massorético. O título em si não é descritivo, mas oferece indícios do alto conteúdo revelacional do livro, no qual Javé fala diretamente a Moisés e/ou Arão nada menos do que 38 vezes.

Resumo

O livro de Levítico é composto principalmente por leis e regulamentos religiosos dados aos israelitas por Deus, por meio de Moisés. O livro aborda temas como sacrifícios, rituais de purificação, regras alimentares e normas para a adoração no Tabernáculo. Levítico também enfatiza a importância da santidade e da obediência a Deus como requisitos para a comunhão com Ele. É um livro fundamental para a compreensão das práticas religiosas e culturais dos israelitas naquela época.

A teologia de Levítico

É interessante que o livro nos oferece percepções significativas da pessoa e do caráter de Deus em Seu relacionamento com o povo.

Deus é santo

O versículo chave do livro é um mandamento límpido de Deus:
“Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou santo.” Lv 19.2.”.
Santidade significa separação de alguma coisa para um propósito ou uso. No caso de Deus, significa Sua separação do mal em toda e qualquer de suas formas. Assim, a comunhão que Deus desejava com Seu povo dependia da assimilação de Seu conceito de santidade pelos israelitas.

Deus é imanente

O propósito de Deus..., expresso nas palavras de Êxodo 25.8
E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles. Êx 25.8. “
...Era viver entre o Seu povo. Levítico é um continuação direta de Êxodo, a partir do capítulo 25 até o final de Levítico vemos instruções para que Deus se fizesse presente no meio do seu povo. êxodo encontramos as instruções detalhadas concernentes ao lugar de Sua manifestação (o tabernáculo), são seguidas de instruções igualmente detalhadas sobre como viver uma vida reta e como preservar o privilégio de Sua presença no meio do povo, encontradas em Levítico.
SLIDE DO TABERNÁCULO
O Tabernáculo era uma estrutura portátil e temporária usada pelos israelitas durante seu período de peregrinação no deserto, O Tabernáculo serviu como o local central de culto e adoração a Deus durante essa época.
O Pátio Externo: O Tabernáculo era cercado por um pátio externo cercado por cortinas de linho branco sustentadas por colunas de bronze. No centro deste pátio, havia um altar de bronze onde os sacrifícios eram oferecidos.
O Lugar Santo: Dentro do Tabernáculo, havia uma sala chamada "Lugar Santo". Esta sala continha três peças de mobília sagrada: a mesa dos pães da proposição, o candelabro de sete braços e o altar do incenso.
O Santo dos Santos: A parte mais interior do Tabernáculo era o "Santo dos Santos", também conhecido como o "Santo Lugar Santíssimo". Era separado por uma cortina pesada e só era acessível ao Sumo Sacerdote, e apenas uma vez por ano, durante o Dia da Expiação. No Santo dos Santos, ficava a Arca da Aliança.

Deus é gracioso

O livro de Levítico também nos apresenta Deus como aquele que oferece graça. durante o livro a frase וְנִסְלַח לֹו (wenislaḥ lô, “e ser-lhe-á perdoado) aparece por 9 vezes, (4.20, 26, 31, 35; 5.10, 13, 16, 18; 6.7). Isso aponta para o fato de que havia uma eficácia espiritual nos sacrifícios que Deus graciosamente planejara e revelara a Israel.
Uma vez que Seu propósito não era simplesmente libertar Israel do caos e da desordem da escravidão corporal no Egito, mas também do caos e da desordem de uma vida dominada pelo pecado, pela doença e pela morte, o sistema sacrificial transmitido à nação por Moisés englobava cada aspecto da vida era uma manifestação soberana da bondosa graça de Deus.
O sacrifício gera perdão, uma vida pela outra. O perdão de Deus sempre foi gratuito, mas nunca barato, já que sempre envolveu a entrega de uma vida em lugar de outra, com o benefício sendo apropriado mediante a fé.
SLIDE DO PROPICIATÓRIO
O propiciatório era uma placa de ouro puro com aproximadamente 1,10 metros de comprimento e 0,66 metros de largura. Ele era colocado sobre a Arca da Aliança, que continha as Tábuas da Lei e outros objetos sagrados, como mencionado anteriormente. O propiciatório era essencialmente a tampa da Arca, e era decorado com dois querubins (figuras angelicais) esculpidos de ouro, com as asas estendidas sobre o propiciatório.
O propiciatório tinha um significado religioso importante na tradição judaica. De acordo com a Bíblia, era sobre o propiciatório que o Sumo Sacerdote fazia o ritual anual conhecido como o Dia da Expiação (Yom Kippur), no qual ele entrava no Santo dos Santos para fazer expiação pelos pecados do povo de Israel. O sumo sacerdote aspergia sangue de um sacrifício no propiciatório como parte desse ritual de purificação e reconciliação com Deus.
O termo "propiciatório" deriva do latim "propitiatorium", que significa "local de expiação" ou "local de reconciliação". Assim, o propiciatório era visto como o lugar onde os pecados do povo eram simbolicamente removidos e onde a comunhão com Deus era restaurada.
O propiciatório desempenhava um papel central nas crenças e práticas religiosas do Antigo Israel, representando a presença de Deus e o meio pelo qual a reconciliação e a expiação pelos pecados eram alcançadas.

Esboço

1.1-7.38 - O sistema de ofertas
8.1-10.20 - A instituição do sacerdócio
11.1-15.33 - Normas referentes à pureza
16.1-34 - O Dia da Expiação
17.1-26.46 - Expressão de santidade na comunidade
27.1-34 - Normas referentes a votos e dízimos

PANORAMA

Capítulos- 1-7 - Instituição do sistema sacrificial

Primeira seção de Levítico, trata da instituição do sistema sacrificial. Os sacrifícios serviam para a expiação (uma classe de contrições que consistia em sacrifícios expiatórios, e cuja finalidade era a de reparar os pecados) ou para o culto.

5 Tipos principias de Sacrifícios que Israel poderia fazer.

Holocausto (expiatório) - 1.2-17/6.8-13 - Sacrifício de um boi, de um carneiro, ou do macho de uma ave, sem defeito físico - Fazer expiação pelo pecado; Purificar o adorador e restaurar sua comunhão com Deus.
Oferta de Cereal - 2.1-16/6.14-23/7.9-10 - Sacrifício de cereal, farinha da melhor qualidade ou pães assados com azeite, incenso e sal. - Honrar a Deus com uma oferta de adoração.
Oferta de paz - 3.1-17/7.11-36 - Sacrifício de qualquer animal do rebanho ou do gado acompanhado de pães assados. - Expressar gratidão a Deus por meio da adoração e de uma refeição compartilhada com familiares e amigos.
Oferta pelo pecado (expiatório) -4.1-5.13/6.24-30 - Sacrifício de animais sem defeito físico. A oferta exigida variava de acordo -com a situação ou condição da pessoa que recebia seus benefícios - Fazer expiação pelos pecados não intencionais de impureza ritual, negligência ou descuido
Oferta pela culpa (expiatório) - 5.14-6.7/7.1-7 - Sacrifício expiatório de um carneiro ou de um cordeiro, sem defeito físico - Pagar por pecados contra Deus e contra membros da comunidade.

Capítulo 8-10 - Instituição do sacerdócio

Em Êxodo 28-29 Arão e seus filhos haviam sido separados para o sacerdócio. Agora nós vemos Moisés ordenando, consagrando e dando instruções específicas para o serviço sacerdotal.
Consagração dos Sacerdotes (8)Deus instrui Moisés sobre como consagrar Aarão e seus filhos como sacerdotes. A consagração envolveu uma série de rituais, incluindo lavagem, vestimentas especiais e unção com óleo sagrado. Essa cerimônia tinha o objetivo de separar os sacerdotes para o serviço sagrado no tabernáculo e para intermediar entre Deus e o povo de Israel.
Esse processo de consagração é descrito em detalhes, enfatizando a importância da obediência exata às instruções divinas. Isso demonstra a seriedade com que os israelitas deveriam abordar o serviço religioso e a necessidade de manter a santidade na presença de Deus.
Primeiros Sacrifícios dos Sacerdotes (9)Neste capítulo, 8 dias após a consagração, Aarão e seus filhos começam a oferecer sacrifícios como parte de seu papel sacerdotal. Os sacrifícios incluíram um novilho pelo pecado, um carneiro como holocausto e um bezerro e um carneiro como ofertas de paz. Esses sacrifícios foram oferecidos para purificar o tabernáculo e a si mesmos, como uma forma de se aproximarem de Deus com corações puros.
Deus demonstrou sua aprovação, fazendo com que o fogo consumisse os sacrifícios. Isso foi interpretado como um sinal da presença divina aceitando os rituais sacerdotais e a consagração de Aarão e seus filhos.
A Morte dos Filhos de Aarão (10)Este capítulo relata um evento trágico que ocorreu pouco depois da consagração dos sacerdotes. Dois dos filhos de Aarão, Nadabe e Abiú, ofereceram fogo estranho perante o Senhor, fogo estranho" refere-se a um tipo de fogo ou incenso que não foi autorizado por Deus para ser usado nos rituais sagrados. Mais especificamente, isso se refere a qualquer ação ou elemento que não estava de acordo com as instruções divinas para o culto e o serviço no tabernáculo. Como resultado, o fogo do Senhor os consumiu e eles morreram diante de Deus.
Esse evento serve como um lembrete solene da importância da obediência rigorosa aos regulamentos divinos e da reverência ao serviço sagrado. Mostra também que o papel de sacerdote é extremamente sério e requer uma abordagem respeitosa e obediente diante de Deus.

Capítulo 11-15 - Normas referentes a pureza

Capítulos que detalham as normas relativas á pureza. Essas leis alimentares, em relação ao parto, fluxos corporais e doenças tinham como propósito distinguir Israel das nações vizinhas como um povo Santo.
Leis Alimentares (11)Este capítulo contém as leis dietéticas ou alimentares dadas por Deus aos israelitas. Ele especifica quais animais são considerados "limpos" e podem ser consumidos, e quais são "imundos" e devem ser evitados. A distinção entre animais limpos e imundos tinha a intenção de simbolizar a importância da pureza na vida dos israelitas.
Purificação Após o Parto (12)Neste capítulo, as instruções dizem respeito à purificação de mulheres após o parto. Uma mulher que deu à luz era considerada impura por um período específico e depois deveria apresentar ofertas de purificação como um sinal de restauração da santidade.
Leis sobre Lepra (13 e 14)Esses capítulos tratam das regulamentações relacionadas à lepra e outras doenças de pele. Eles detalham como os sacerdotes deveriam examinar e diagnosticar casos de lepra, bem como os procedimentos de purificação e as ofertas a serem feitas por aqueles que foram curados.
Impurezas Sexuais e Corporais (15)Neste capítulo, são abordadas questões de impureza ritual relacionadas a fluxos corporais (Fluxos menstruais, polução noturna e fluxos decorrentes de doenças), tanto masculinos quanto femininos. A ideia principal era enfatizar a necessidade de santidade e apropriada separação, especialmente em contextos de relações sexuais e outros fluxos corporais.

Capítulo 16 - O dia da expiação

O décimo dia do sétimo mês ("Tishrei" em hebraico: תִּשְׁרֵי) era conhecido como o dia mais solene para os Hebreus: O dia da Expiação (Yom Kipur). O capítulo 16 do Livro de Levítico é um dos capítulos mais significativos e detalhados da Bíblia, pois descreve os rituais que aconteciam no dia da Expiação.
Era um evento anual de extrema importância no calendário religioso dos israelitas.
Versículos 1e 2 - O Senhor fala a Moisés
O capítulo começa com Deus instruindo Moisés sobre como Aarão, o sumo sacerdote, deveria entrar no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do tabernáculo, uma vez por ano, no décimo dia do sétimo mês (Tishrei). Quando a expiação pelo pecado seria realizada para toda a congregação de Israel.
Versículos 3-10: Preparação do Sumo Sacerdote Aarão é instruído a usar vestes especiais e a oferecer sacrifícios por si mesmo e por sua casa antes de entrar no Santo dos Santos. Isso simboliza a necessidade de purificação antes de representar o povo diante de Deus.
Versículos 11-14: Oferta do Bode pelo Povo Aarão é instruído a oferecer um bode como oferta pelo pecado pelo povo. Ele coloca as mãos sobre o bode vivo, confessando os pecados do povo, e então o bode é levado ao deserto, simbolizando a remoção dos pecados.
Versículos 15-19: Oferta pelo Tabernáculo Aarão oferece um novilho como oferta pelo pecado pelo tabernáculo, aspergindo seu sangue no altar. Isso purifica o santuário das impurezas causadas pelo povo.
Versículos 20-22: O Segundo Bode (Bode Emissário)Um segundo bode é apresentado diante de Aarão. Ele coloca as mãos sobre o bode e confessa os pecados do povo, simbolizando a transferência dos pecados para o bode. O bode então é levado para fora do acampamento, carregando os pecados do povo consigo.
Versículos 23-28: Purificação dos Sacerdotes e do Tabernáculo Aarão tira as vestes de linho usadas durante o ritual e se lava. As vestes de linho, bem como as roupas usadas para oferecer os sacrifícios, são lavadas e purificadas. Essa ação simboliza a necessidade de purificação e santidade no serviço a Deus.
Versículos 29-34: Estatuto Perpétuo O capítulo conclui enfatizando que o Dia da Expiação é um estatuto perpétuo para os israelitas, um dia de jejum e aflição em que eles são purificados de todos os seus pecados diante do Senhor.
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