O Direito de Deus - Isaías 33.22
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INTRODUÇÃO
Ao iniciar essa mensagem nesse culto de ação de graças da primeira turma de direito da Faculdade Pitágoras em Itabira, desejo encaminha-los ao texto de Isaías 33.22.
“Porque o SENHOR é o nosso juiz, o SENHOR é o nosso legislador, o SENHOR é o nosso Rei; ele nos salvará”.
Quero convidá-los a meditar em seu ponto central que é Deus como Aquele que, em si mesmo, é o que detêm total controle de Seu mundo criado por Seu poder e vontade, e que governa soberanamente em amor e justiça por meio de Suas leis, tanto físicas quanto morais.
Não penso em falar acerca do direito e das leis do mundo humano. Nem discursarei sobre as áreas do direito, pois hoje não estamos no meio acadêmico, mas no ambiente da fé, na expressão da fé e da religiosidade, da gratidão ao divino por Suas bênçãos, no ambiente do culto.
Hoje não é o dia de falar de história do direito, filosofia do direito ou sobre direito privado e seus ramos (civil, comercial, trabalhista, do consumidor, agrário, etc) nem sobre o direito público e suas especificidades (direito constitucional, administrativo, tributário, penal, processual, internacional, etc). Não vamos nem debater nos princípios da legalidade, igualdade, separação dos poderes, direitos fundamentais, ou da constituição. Nem de doutrinas, costumes, jurisprudência, legislação. Nada de direito privado ou público, mas vamos DIRECTUM ao tema:
Deus - Juiz, Legislador e Rei.
Ele é:
A Soberania à qual precisamos submeter-nos;
A Justiça à qual precisamos imitar e esperar;
A Revelação da Verdade à qual precisamos tomar
para viver.
O lugar de Deus é tão alto e exclusivo que o texto de Isaías 33.22 reconhece que todos os poderes lhe são intrínsecos.
Cabe-nos reconhecer tal grandeza , e colocar-nos em nossa reles condição e procurar viver em decência, respeito e trato humilde nessa sociedade caída, e em humilde dependência e fé Nele.
É sempre bom trazer o conceito das coisas.
Direito - em um conceito simples e sucinto, é a garantia e concessão a cada um o que lhe é devido conforme regras que promovem a justiça social. A reta justiça a todos é o alvo.
A isso, no entanto, só Deus é perfeitamente capaz de o fazer plenamente.
Só Ele é inatacável. Ele é a perfeição moral e em todos os Seus demais atributos.
Citando Jó 8.3:
“Será que Deus perverteria o direito? Será que o Todo-Poderoso perverteria a justiça?” (NAA).
“Será que Deus deturparia o direito? Será que o Todo-Poderoso corromperia a justiça?” (A21).
“Será que o Todo-Poderoso seria capaz de cometer uma injustiça e torcer o que é certo?” (NBV-P).
Na argumentação de Jó 9.19b:
“Quem o intimará?” (NVI); “Quem ousa levá-lo ao tribunal?” (NVT); “Quem o obrigaria a comparecer? (NTLH); “Quem o convocaria a comparecer?” (ARA). “Chamarei Deus ao tribunal?” (NBV-P).
Ele responderia:
“Quem poderia me representar?” (VFL); “Quem pode me intimar?” (NAA); “Quem me citará?” (ARA).
Relembrando Isaías 33.22:
“Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará.” (NAA)
Fazendo uso da hermenêutica (para a fiel interpretação do texto sagrado), temos:
O capítulo 33 de Isaías retrata um quadro que grita por justiça.
Era época de guerras, alianças, dominação, crueldade, traição, assassinatos, torturas. Situa-se no tempo da dominação Assíria contra Israel e nações próximas.
Os profetas levantados por Deus proclamavam juízo aos cruéis, aos gananciosos, orgulhosos e impenitentes, bem como arrependimento, conserto, conversão aos que haviam quebrado a aliança com Deus e , por isso, sofriam o juízo divino pelas mãos dos inimigos.
O Capítulo retrata tal quadro, que grita por socorro e justiça:
Violência - (v.1) “ai de você, destruidor!” (Senaqueribe - grave ofensa aos direitos humanos)
Traição - (v.1) “ai de você, traidor!” (quebra de acordo internacional)
Abandono, opressão, desabastecimento, ruína econômica, medo, corrupção - (versos 8,9,14):
“As estradas estão desoladas, ninguém passa por elas. Rompem-se as alianças, as cidades são desprezadas, não há respeito pelas pessoas. A terra geme e desfalece...” (NAA)
O Capítulo retrata ainda a certeza da justiça divina e a recompensa para os de correto proceder:
(v.15) “Os que são justos e íntegros, que não lucram por meios desonestos, que se mantêm afastados de subornos, que não dão ouvidos aos que tramam assassinatos, que fecham os olhos para toda tentação de fazer o mal.” (NVT).
(v.22) “… Ele nos livrará”…(NVT); Ele nos salvará”… (NAA, VFL, ARA, A21ARC, NBV-P).
Ainda, em Isaías 51.4,5
“Escute-me …, ouça-me: A lei sairá de mim; minha justiça se tornará uma luz para as nações. Minha retidão logo virá,minha salvação está a caminho, e meu braço trará justiça às nações.” (NVI)
Também, Isaías 33.6:
“Ele trará estabilidade..., abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; (…) o temor do Senhor é o tesouro mais precioso que o seu povo tem.” (A21, NBV-P)
2. Fazendo uso da exegese (para a fiel interpretação do texto sagrado), sabemos:
Juiz (heb. saphat) - o que julga, dá sentença, pune, vindica, defende, faz justiça - Deus é Juiz
Legislador (heb. haqaq) - o que talha, grava, escreve decretos - Deus é o que promulga decretos perenes, inapagáveis; lembramos da figura das tábuas da Lei dadas por Deus a Moisés
Rei (heb. melekh) - termo usado 2500 vezes no AT; o que tem total poder e autoridade - Deus é poder
Assim, a esperança não será frustrada, sendo depositada em Deus, Justo Juiz, Soberano Rei, Fiel Legislador.
(v.5) “Glória ao Senhor, que vive nas alturas! Ele encherá Sião de retidão e justiça” (VFL).
Assim, uma vez que o Soberano Senhor tem intrínseco em Si todos os poderes, seria certo perguntar:
Deus tem direitos?
O que devemos a Deus?
Para responder precisamos lembrar:
Deus fez citação a respeito de todos nós. Vejamos o que disse:
Somos pecadores; em pecado nascemos; “não há justiça própria em nenhum de nós; não há justo, nem um sequer” (Romanos 3.10 NAA). “Todos se desviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer” (Salmo 53.3 NAA). “Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.13 NAA). “Não há nenhum justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Eclesiastes 7.20 NAA).
(Romanos 3.23) “Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus” (NVT), “estão destituídos da glória de Deus” (A21,NVI, ARC), “todos fracassaram e estão afastados da glória de Deus” (NBV-P).
( )
Sendo isso verdade inconteste, vamos às respostas:
3. Entendendo O Direito de Deus - Devemos a Deus...
1) GRATIDÃO
Ele não nos trata conforme nossos méritos.
Merecemos, pela justiça divina, castigo, punição, sentença condenatória de eterno banimento de Sua Santa presença.
Contudo, “Suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã” (Lamentações 3.22-23a NAA).
“Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; muitas vezes desvia a sua ira e não desperta toda a sua indignação” (Salmo 78.38 NAA). Lembra-se de que somos simples mortais, vento que passa e não volta mais.
(Ezequiel 18.23,32 NAA) “— Vocês pensam que eu tenho prazer na morte do ímpio? — diz o SENHOR Deus. Não desejo eu muito mais que ele se converta dos seus caminhos e viva? (…) Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.”
Devemos a Deus...
2) LOUVOR
Pela criação e cuidado de todos, e, em especial, pela obra da REDENÇÃO.
Todos pecamos e trazemos Seu juízo sobre nós. Mas recebemos graciosamente Dele a oferta do perdão, absolvição do juízo, da sentença de morte. Ele providenciou Outro - Jesus - para receber a nossa sentença e assim, cumprir a justiça divina.
Por causa de citação feita contra nós, e, por causa da REPRESENTAÇÃO judicial providenciada pelo próprio Deus para, por meio de Jesus Cristo sermos defendidos de toda acusação e escrito de dívidas contrário a nós, DEUS tem DIREITO ao nosso louvor.
O que crê em Jesus tem a representação garantida e certa absolvição no dia do juízo final.
(1 João 1.9; 2.1) “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça… Temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
Devemos a Deus...
3) DEVOÇÃO Fiel e Exclusiva
Só o Senhor é Deus - (1 Reis 18.39)
“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus” (1 Timóteo 2.5 NAA).
Ele é o Criador
“Para nós, porém, há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem todas as coisas existem e por meio de quem também nós existimos” (1 Coríntios 8.6 NAA).
Ele é o sustentador do universo
Ele é o provedor de todos
“… ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17.25 NAA).
Ele é o único que nos salva
Seu governo é justo, amoroso e bom
Devemos a Deus...
4) AMOR LEAL
Entregue a Ele o domínio de sua vida.
Deixe-o mudar e conduzir seu destino.
Converta sua vida em direção a Ele.
Converta-se. Deixe toda rebeldia, rebelião, orgulho, prepotência.
Admita sua pecaminosidade e completa incompetência para livrar-se de Seu juízo.
Siga uma vida reta conforme Seus mandamentos e o exemplo de Cristo.
Aplicação final
Sim, Deus tem direitos.
O direito de Deus é receber de você:
A gratidão
O louvor
A devoção fiel e exclusiva
O amor leal
Aos formandos, concluo, dizendo:
Seja grato a Deus sempre, por toda sua existência, não só pela formação em direito hoje.
Agradeça por sua existência - Ele sustenta o fôlego da vida.
Agradeça seu progresso - Ele tem permitido nossa capacidade e saber
Agradeça pelas oportunidades não desperdiçadas.
Tema a Deus - Ante Seu tribunal todos compareceremos: Ricos, pobres; cultos ou iletrados; delegados, procuradores e defensores, promotores, juízes, desembargadores, ministros
Ame a Deus acima de todas as coisas
Ame as pessoas e sirva-as no exemplo perfeito e Jesus Cristo. Sirva com suas habilidades, conhecimentos e posição a que assumirem, e faça isso com humanidade e respeito.
Advoguem com justiça.
A todos, enfatizo:
Deus tem direitos. Reconheça-os.
Convertam-se a Deus, pois Ele é Juiz, Legislador e Rei.
Só Ele pode nos salvar.
Abençoados sejam todos no exercício da fé e de suas carreiras, para a glória de Deus! Amém!