GÊNESIS 11.1-9

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GÊNESIS 11.1-9

ICT - Moisés relata a origem da confusão das línguas como restrição ao pecado da rebeldia da humanidade em Babel.
TESE - A confusão das línguas presente na humanidade é decorrente de sua rebeldia contra Deus que causou divisão entre os povos como restrição ao pecado.
PB - EVANGELÍSTICO/PASTORAL
PE - Convidar os descrentes a se renderem a Cristo, abandonando sua rebeldia contra ele para que sejam seu povo/Consolar os crentes com a certeza de que toda confusão presente na humanidade será desfeita quando Deus restaurar todas as coisas para si.

INTRODUÇÃO

Em 1971 John Lenon, um dos integrantes dos Beatles, escreveu a musica “Imagine”. Essa musica foi inspirada em um poema de sua esposa Yoko e também em um episódio em que sua esposa ganhou um hinário cristão e ele quis protestar contra os hinos contidos ali.
Ele disse que escreveria um hino não voltado para a esperança na Religião, mas um hino humanista, cuja esperança estaria em um sonho de paz baseado na própria humanidade. Por isso ele escreveu a seguinte música:

Imagine

Imagine que não exista paraíso É fácil se você tentar Nenhum inferno sob nós Acima de nós apenas o céu Imagine todas as pessoas Vivendo o presente
Imagine que não há países Não é difícil Nenhum motivo para matar ou morrer E nenhuma religião também Imagine todas as pessoas Vivendo a vida em paz
Você pode dizer que sou um sonhador Mas eu não sou o único Eu espero que algum dia você se junte a nós E o mundo será um só
Imagine que não existam posses Eu me pergunto se você consegue Sem necessidade de ganância ou fome Uma irmandade dos homens Imagine todas as pessoas Compartilhando o mundo inteiro
Você pode dizer que sou um sonhador Mas eu não sou o único Eu espero que algum dia você se junte a nós E o mundo viverá como um só
Essa música aponta para o desejo em que nenhum religião separe os homens, não existam limites teritóriais pois todos os países seriam um só, não haveriam posses, tudo seria de todos. E quem promoveria isso? O homem em uma irmandade. Não haveria necessidade de um Deus pois o homem seria capaz, de alcançar esse sonho ideal.

TRANSIÇÃO

A música de John Lenon está muito próxima do que encontramos neste texto a respeito da rebeldia que habita no coração da humanidade e como os homens sempre agem buscando construir sistemas, paz, harmonia e estruturas distante de Deus. Babel é a história que conta sobre como o homem tem um anseio de ser independente de Deus, mas ao mesmo tempo sobre como Deus é aquele que governa até sobre a rebeldia dos homens.

ELUCIDAÇÃO

O livro de Gênesis é o livro das origens, nesta primeira parte, atpe o capítulo 11 o Senhor registra por meio de Moisés as origens de todas as nações e as línguas faladas por todo o mundo. Se lermos o capítulo 10 perceberemos que 70 nações são citadas aqui, da descenência dos três filhos de Noé que sobreviveram ao dilúvio, Sem, Cam e Jafé. Na teologia chamamos esse capítulo de tábua das nações, visto que pe o registro das origens dos vários povos que até hoje habitam na terra.
Este primeiro verso aponta para a unidade que havia em toda terra, vista pela mesma linguagem falada pela descendência de Noé em Sem, Cam e Jafé. A língua era a mesma e também o vocabulário era o mesmo, é o que nos diz a expressão "uma só maneira de falar". Não havia regionalismos, gírias entre alguns desse grupo ou qualquer palavra diferente entre eles.
Havia tanta unidade que nem mesmo dentro de nações modernas mantemos essa mesma característica. Por exemplo, embora falemos todos o Português no Brasil, o nosso português é rico e variado. O mesmo objeto pode ter diferentes nomes dependendo do lugar. Tangerina para alguns pode ser mexerica, para outros laranja-cravo, para outros mimosa, e no Sul bergamota.
Enquanto no Nordeste falamos as vogais de forma mais aberta, no Sudeste eles são ouvidas de forma fechada. O que para nós é "é" para eles é "ê". Para nós o "R" é quase imperceptível, para eles o "R" quase ganha vida, como em "Porrrta". O que Moisés nos ensina a escrever este texto é que não havia apenas uma língua comum entre todos, mas também o jeito de falar era o mesmo.
Havia uma unidade clara entre os homens desse tempo e essa unidade foi usada para que eles se rebelassem contra Deus. O convite partiu, provavelmente, de um homem chamado Ninrode, que é descrito no capítulo 10. Ele era da descendência de Cam e levou todos os seus irmãos a construir uma cidade com uma torre alta no meio com o propósito rebelde de serem maiores e independentes de Deus.
Entretanto, o que esse povo menos esperava era a ação de Deus sobre eles. Talvez nessa busca por independência e glória os homens não imaginassem que Deus se levantaria para interferir, mas o Senhor desceu para ver o que se passava no reino dos homens e agiu destruindo os planos de rebeldia do seu coração. Dali o Senhor os dispersou através da confusão de sua língua.
É através desse texto que hoje falaremos sobre o modo como os homens continuam rebeldes contra o Senhor e sobre como Deus intervém para restringir a maldade do ser humano também em dias como os nossos.

TRANSIÇÃO

TEMA: HUMANIDADE EM CONFUSÃO: A REBEBELDIA DA CRIATURA CONTRA SEU CRIADOR.

P.S - QUAL A PRINCIPAL BASE PARA A REBELDIA DO HOMEM E COMO DEUS RESPONDE A ESSA REBELDIA?

1º A REBELDIA DA HUMANIDADE É SUA TENTATIVA DE BUSCAR INDEPENDÊCIA DO SEU CRIADOR. V.1-4.

EXPLICAÇÃO

É bastante curioso que a informação contida no versículo 1 aponte para algo que é bom diante do Senhor que é a unidade da linguagem, mas que é transformado em algo maligno pelo fato de que os homens usaram a própria linguagem para se levantar contra aquele que os criou.
Essa rebeldia começa a ser vista ainda mais no versículo 2, quando eles deixam a terra onde estavam e se origem como um grande grupo nômade para o Oriente. Embora nossa Bíblia traduza de outro modo, a expressão Hebraica é que eles foram para a terra de Sinar, ainda mais ao Oriente, para o leste. Talvez isso muito sentido em uma leitura superficial do texto, mas há um sentido teológico através dessa ação porque todas as vezes que o texto de Gênesis fala que os homens foram para o Oriente, é uma referência a ir para longe da presença de Deus, para viver debaixo da maldição do Senhor.
Foi isso que aconteceu quando nossos primeiros pais foram expulsos do Éden. Eles foram lançados para o Oriente, e Deus colocou querubins ao Oriente do Éden para que não comecem da árvore da vida. Depois de ter matado seu irmão, Deus colocou Caim debaixo de terrível maldição e o lugar para onde Caim se dirigiu para a terra de Node. Imaginem onde essa terra fica? Ao Oriente do Éden. Nós temos aqui uma clara referência ao afastamento de Deus. Assim como Caim aquela geração pós-diluviana se afastou do lugar onde habitava a presença de Deus. Aquilo era um protesto que dizia: "Não queremos que ele reine sobre nós!"
O texto nos fala que eles se estabeleceram naquele lugar, todos juntos, reunidos como um só povo. A ordem de Deus de que eles deveriam se multiplicar e encher a terra parece agora ser ignorada. Daí surge entre eles uma grande ideia que está clara no versículo 3: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. A brilhante ideia que talvez tenha surgido no coração de Ninrode, descendente maligno de Cam.
Eles tomam aquilo que era comum na região, o barro, fazem tijolos através dele, usam betume, que era piche, como para asfalto e empreendem esse monumento contra o Senhor Deus. Não havia pedras naquela região, por isso a tecnologia é usada para a produção de tijolos que são queimados para isso. E o betume brotava naturalmente da terra naquela região, o que facilitava a produção do que eles usariam como argamassa. A descrição do modo de construção dessa cidade e de sua torre está muito associada ao contexto histórico e geográfico da região da Mesopotâmia.
Perceba que eles usam a ciência e a nova tecnologia que eles descobrem, o fato de queimar tijolos faria com que eles se tornassem resistentes como pedra, para construir uma cidade anti-Deus. Eles usam a inteligência que faz parte da natureza que é imagem e semelhança do Senhor para se revoltar contra ele.
O propósito era construir dois monumentos, uma cidade e uma torre. A cidade seria para sua habitação e sua permanência perpétua ali, mas a torre teria um propósito maior: ela deveria chegar até o céu com dois propósitos. O primeiro era fazer seu nome conhecido na terra. Eles querem fazer um nome para eles através na magnificência daquela torre alta. Segundo, por ter um nome grande, eles não poderiam ser espalhados pelo Senhor daquele lugar como era a vontade de Deus de encher a terra da sua imagem.
Essa sede de ter um nome conhecido parece ser algo presente no coração do homem desde a queda. No momento em que Caim fugiu para a terra de Node, amaldiçoado pelo Senhor, diz o texto que ele construiu uma cidade e naqueles dias ele teve um filho por nome de Enoque. O nome que Caim deu àquela cidade foi justamente o nome de seu filho. Com o propósito de ter um nome grande sobre a terra. Aqueles homens de Babel, mesmo depois do dilúvio, mesmo sendo da descendência piedosa de Noé, não tendo mais relação com o antigo povo de Caim tiveram a mesma idéia, por um motivo. Embora a descendência de Caim tenha morrido no dilúvio, algo permaneceu vivo dentro daquela arca, a natureza de uma humanidade caída que estava afastada de seu Criador.
Aquela cidade e aquele Zigurate feito de tijolos, em forma de pirâmide, muito comum na região da Mesopotâmia, que talvez até hoje esteja de pé como muitos outros ali em nossos dias servia de símbolo da corrupção e da rebeldia do homem que gostaria de ser tão grande como Deus e se levantar contra o seu decreto. De uma humanidade que diz: Não precisamos de Deus, nós seremos nossos próprios deuses e senhores.
Há algo mais que precisa ser dito sobre essa Babel e esse sistema anti Deus. Essa mesma cidade, anos depois é reconstruída e ela vem a ser a famosa Babilônia. É justamente por isso que

ILUSTRAÇÃO

Quando nós buscamos conhecer as razões para nosso mundo e nossa sociedade estarem como estão, devemos lembrar que essa é a origem de toda corrupção e maldade contra Deus e esse é o padrão presente em nosso tempo.
Nos séculos XVIII e XIX o homem revelou essa rebeldia através do que nós chamamos de modernidade. A modernidade surgiu como fruto do Iluminismo, do renascimento e de grandes revoluções, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial na Inglaterra. A modernidade foi marcada também pelo racionalismo e o empirismo. Somente o que pode ser provado pela razão é verdadeiro. Esse era o ponto!
Se Deus não pudesse ser provado racionalmente, nem dissecado em laboratório, ele não era real. A humanidade, então, tirou Deus de todas as esfera da vida humana. Deus não tem mais lugar na ciência, ele não tem mais espaço nas artes, na cultura, a educação deve ser preservada de qualquer ideia de senso religioso.
A partir daí nossa sociedade passou a ser cada vez mais secularizada. Não temos mais lugar para Deus em nenhuma esfera da vida humana. No fim do século XIX e início dos anos 1900 a sociedade tinha um jargão: Chegamos à maioridade, não precisamos mais de um Deus que dita e determina o modo como devemos viver. O homem se tornou o padrão e a medida de todas as coisas. A humanidade passou a se orgulhar de tudo o que havia conquistado, ela começou a se apoiar na ciência e na tecnologia para rejeitar a Deus.

APLICAÇÃO

Você consegue perceber alguma semelhança entre Babel e o mundo desse tempo? Consegue perceber como os homens continuam usando os mesmos argumentos para se rebelar contra seu Criador?
Todas as vezes que ouvimos falar em organizações mundiais, em ordens mundiais, para o que isso aponta? Para nações se juntando para servir a Deus? Não! Mas para multidões de homens que se reúnem para se colocar contra esse Deus.
Deus foi rejeitado pela nossa sociedade. Eles tentam fugir da presença desse Deus. Há uma impiedade reinante nesses dias, os homens se trancam em seus prédios, em suas grandes cidades, sem nenhum interesse pelo que é espiritual e eterno. Pelo menos não a respeito do Deus eterno. Não podemos ensinar a Bíblia em nossas escolas e universidades, quando antes essas eram os maiores palcos do ensino cristão. A ciência se voltou contra aquele que estabeleceu as leis que a governa para afirmar que não há Deus. A cada dia surge uma nova ideologia para batalhar contra o Ensino da Escritura.
Mas nós, cristãos, temos sido tão secularizados quanto o mundo. Temos vivido vidas distantes de Deus e de sua benção. Nós afirmamos que cremos em um Deus, mas somos ateus em nossa vida prática. A impiedade reina sobre nós. Nossa vida religiosa se baseia em um domingo ou outro. Mas durante nosso dia a dia acordamos, levantamos, trabalhamos, comemos, vivemos todo o nosso dia sem ao menos lembrar do Deus a quem servimos para fazer ao menos uma oração. Não prática agimos como se nosso Deus não fosse real. Esse Deus não deve interferir em nada em nossa vida particular, ele deve se manter distante e disponível quando eu precisar dele.
Nós agimos assim quando queremos ter segurança em nossa vida longe de Deus. E nós criamos pequenas torres em nossa vida para ter essa segurança. Quando por exemplo queremos ter uma carreira, estudos, um concurso, um bom emprego, não porque isso vai glorificar a Deus. Mas porque através dos recursos, do dinheiro, da segurança, não vamos mais precisar depender desse Deus.
Quando queremos depender da saúde, de médicos, de planos, da ciência para não confiar minha vida ao Senhor. Isso ficou claro na pandemia. Quando muitos crentes entraram em desespero usando máscaras, esperando vacinas, se guardando em suas casas, não porque isso deveria ser o melhor apenas. Mas porque elas começaram a confiar suas vidas a essas coisas e não a Deus.
Nós sempre queremos estruturas de segurança em nossa vida para que possamos nos gloriar contra o Deus que é o nosso sustentador.
Nós agimos em rebeldia contra Deus quando vamos além e começamos ter uma mente de tal modo modelada pelos padrões do mundo que o padrão de Deus em sua palavra não fazem sentido em nossas vidas. Quando a ciência moderna molda meu pensamento e me faz rejeitar o que a Bíblia diz. Quando a educação ensinada em nossas escolas e faculdades moldam nosso modo de ensinar. Quando os padrões de masculinidade e feminilidade não são os Bíblicos, criados por Deus, mas o que uma sociedade caída ensina sobre como o homem deve ser e como a mulher deve agir. Quando nossos filhos não são criados no termo do Senhor, mas a criação é ditada pelo mundo e pelo Estado. Quando o padrão sobre sexualidade é o que uma sociedade cheia de lascívia ensina. Quando o Gênero não é mais orientado pela Criação perfeita de Deus. Mas pelo que você sente.
Não pense que isso está distante de nós. Porque quando eu converso sobre essas questões com muitos crentes o que eu percebo em seus pensamentos é que isso já minou suas mentes há muito tempo e talvez você aqui nesta tarde comece a se perceber pensando como uma sociedade que não tem Deus.
A secularização tem produzidos cristãos apenas nominais, mas que não têm uma prática verdadeiramente cristã. Temos uma geração de cristãos que perdeu os padrões da Nova Jerusalém e vive como se fossem cidadãos da Antiga e Velha Babilônia. O coração deles ainda não foi transformado e vive ainda em rebeldia ao Deus verdadeiro.
Se você vive uma vida longe de Deus, sem uma prática de Piedade verdadeira, se não confia nesse Deus e não quer depender dele buscando ser o Deus da sua própria existência, se você rejeita os padrões da sua Palavra, você precisa se render a esse Deus porque você não foi convertido a ele.
Mas se você, como cristão, percebe ainda em sua vida traços de um coração rebelde contra o governo desse Deus, você tem uma tarefa, que é cada dia mais lutar contra essas pequenas rebeldias e se submeter a ele em amor como seu Salvador e Senhor.

TRANSIÇÃO

2º A REBELDIA DA HUMANIDADE É RESTRINGIDA POR UM DEUS QUE GOVERNA TODAS AS COISAS. V.5-9

EXPLICAÇÃO

Quando chegamos ao versículo 5 encontramos o momento central desse texto. A última coisas que os homens esperavam acontece. Eles receberam a visita do Deus que estavam fugindo. Mas o modo como Deus visita aquela torre é ainda mais cômico. O texto diz que Deus desceu para ver a cidade e a torre que os homens edificavam. Isso não quer dizer que Deus não visse do céu, mas o texto tem uma ironia clara.
Embora o propósito daqueles homens fosse construir uma torre que chegasse até o céu, para que seu nome fosse grande, quando Deus olhou do céu ele disse: Eu preciso descer para enxergar essa torrezinha que os filhos dos homens estão construindo. Ela é pequena demais para ser vista daqui. Isso é repetido outra vez no versículo 7 também.
O propósito do Senhor com isso parece ser um tipo de investigação que seria empreendida para julgar o intento do coração daquele povo. Depois de ter descido para ver o que se passava na terra, o Senhor parece voltar ao céu para dar o relatório de tudo o que estava sendo feito naquela cidade e este relatório está presente no versículo 6: a primeira conclusão é que o povo é um só, havia uma unidade entre eles e a base dessa unidade é a mesma língua. Se você fizer uma breve pesquisa sobre o que define um povo e uma nação vai perceber que a definição é:
"conjunto de pessoas que falam a mesma língua, têm costumes e interesses semelhantes, história e tradições comuns". Apesar de serem filhos de três filhos diferentes de Noé, havia uma unidade orgânica sobre aqueles habitantes de Babel.
Qual o problema de que eles fossem um só povo? É que não haveria restrição a tudo quanto eles intentassem fazer. Essa unidade desse povo dava a eles o poder de fazer o que quisessem e se revoltar contra Deus a partir dali porque isso os fortalecia para o pecado. Se eles permanecessem juntos, com toda certeza os planos presentes no versículo 4 seriam estabelecidos.
É por isso que o Senhor chega a uma conclusão e deseja tomar uma atitude: “Vinde, desçamos e confundamos ali a linguagem desse povo”. Há algo magnífico neste texto porque assim como no versículo 3 aqueles homens maus convidaram uns aos outros para se rebelar contra Deus na construção da torre. Agora Deus convoca o conselho da trindade, visto que o texto diz desçamos é confudamos, para agir contra aqueles homens. O Senhor vem desfazer tudo o que o homem pensou em fazer.
Esse é o Deus que intervém. Por mais que os homens maquinem em seus corações excluir esse Deus dos seus planos, agindo como se ele não existisse. Ele se levanta como aquele que vem sobre os habitantes daquela cidade destruindo seus projetos humanos.
O plano de Deus foi o de confundir a linguagem para que os espalhasse sobre a terra, como está claro no versículo 8. Deus os espalhou sobre a face da terra. Eu falei antes que uma das coisas que definem um povo é a mesma língua. Onde não há unidade linguística não tem como haver outro tipo de unidade. Esse povo se espalhou porque dentro daquela construtora o engenheiro dava a ordem em uma língua, os pedreiros entendiam em outra, os serventes compreendiam em outra e não houve como continuar aquela obra.
O Rev. Augustus Nicodemus fala algo muito interessante sobre esse ato de Deus. Porque apesar do homem se orgulhar dos seus grandes projetos e pensar que eles jamais poderiam ser frustrados, Deus não precisa fazer grandes coisas para destruir seus planos. Ele só precisa produzir uma pequena caimbra nas línguas daqueles homens e seus projetos foram por água a baixo.
Não sabemos quais línguas foram originadas aqui. Mas não foi o nosso Português, nem o inglês, nem o espanhol. Nós temos aqui as raízes de todas as línguas presentes no mundo hoje, mas nenhuma delas falada. Provavelmente foram pelo menos três tipos de línguas. As línguas semíticas, faladas pelos filhos de Sem, as línguas dos cananitas e as línguas faladas pelos descendentes de Jafé. Deus dividiu as linhagens dos filhos de Noé.
Mais uma vez nós temos a referência de que Deus foi desfazendo cada um dos planos dos homens. O versículo 8 faz um paralelo com o versículo 2. Enquanto eles se estabeleceram ali para habitar perpetuamente, Deus fez o contrário. Ele cumpriu o seu plano de fazer com que a humanidade enchesse a terra. Ele os espalhou por todas as nações.
Por isso a cidade recebeu de acordo com o versículo 9 o nome de Babel. O versículo 9 é um paralelo do versículo 1. Enquanto o texto começa dizendo que havia na terra um só modo de falar, pela intervenção de Deus o texto termina dizendo que o Senhor confundiu em Babel a linguagem de toda a terra. O nome Babel vem da mesma raiz Hebraica da palavra confusão “balal”. É um jogo de palavras, para zombar do que para os homens seria a organização perfeita para que pudessem se estabelecer ali, Deus transformou em confusão para que o Plano dele fosse cumprido.
O Deus que intervém é tão glorioso e sábio que ele mesmo entrega o homem à sua própria confusão para que sua confiança humanista seja destruída.

ILUSTRAÇÃO

Há pouco eu mencionei a confiança da humanidade em suas próprias armas, nos seus próprios padrões, em sua própria tecnologia, como foi no final do século XIX e início do século XX. O homem afirmou: Chegamos à nossa maioridade, não precisamos mais de um Deus, como mesmo afirmou Friedrich Nietzsche: “Deus está morto!”. O homem jamais se destruiria porque havia alcançado seu nível ideal.
Mas Deus é especialista em zombar das fraquezas da raça humana quando ela tende a se orgulhar. Logo no início do século XX a humanidade foi ameaçada com uma grande pandemia, a gripe espanhola. Cerca de 50 milhões de pessoas morreram sem que ninguém pudesse fazer nada para evitar. No mesmo século as duas grandes guerras mundiais aconteceram e a humanidade que pensou ter chegado ao seu ápice de maturidade se autodestruiu. Outros 50 milhões ou mais perderam suas vidas.
O próprio Deus entregou a humanidade ao espírito de sua época para mostrar qual é o destino da humanidade quando ela rejeita o seu Criador para confiar nela própria. Deus entregou a humanidade desse tempo à sua própria confusão.
Isso se repetiu no século XXI, quando a humanidade estava outra vez segura de si mesma, pensando que a ciência e a tecnologia haviam chegado ao seu ápice, Deus derramou sobre a humanidade uma grande pandemia. O Covid-19 foi mais uma prova da fraqueza da humanidade. Os homens mais poderosos do mundo entraram em crise, seus corações foram tomados pelo desespero da impotência. Não podíamos fazer nada para preservar vidas. Pessoas saudáveis foram levadas. Deus entregou a nossa geração à sua confusão.

APLICAÇÃO

Para Deus, os maiores planos dos homens são motivos de rizo. Por isso disse o salmista: “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles”. Salmo 2.4. Tendemos a pensar, tantas vezes que Deus está distante daquilo que a humanidade está tramando. Quando as grandes nações se coligam para o mal, quando os governos corruptos se organizam para fazer leis contrárias à Palavra de Deus. Quando os poderosos se levantam para oprimir o povo de Deus. Em alguns momentos pensamos que Deus está distante e com os olhos fechados para isso. Os homens maus também parecem ter essa mesma sensação quando maquinam seus planos, para eles Deus não está vendo.
Mas o Senhor é aquele que permite que os homens construam suas torres, que façam seus planos. Ele não os impede de imediato, mas permite que comecem seus projetos e que cheguem até determinada altura para dali os derrubar. Todo o sistema de rebeldia contra Deus, toda busca por independência tem sido vista pelo Senhor que será o juíz de todas as ações dos homens. O Senhor é aquele que põe freio à maldade dos homens e eles não podem ir além do que aquilo que o Senhor os permite ir.
Ele fará com que a vã segurança dos homens seja exposta. Mas não apenas em relação aos grande projetos dos homens, ele também é o Deus que destruirá os nossos pequenos planos individuais que estão separados da dependência nele. Todos nós seres humanos tendemos a buscar uma vida longe desse Deus, como já vimos, até mesmo nós, cristãos. Mas o Senhor é aquele que ri dos nossos planos quando vivemos uma vida como senhores da nossa história.
Tantas vezes nós somos entregues a nossos próprios atos, quantas vezes nós sofremos as consequências por não buscar o Senhor em oração e não sermos dirigidos por ele mesmo. Deus muitas vezes nos disciplina quando ele nos entrega às confusões que nós nos metemos por não buscar a sua direção, por não crer em sua Palavra e não buscar o seu direcionamento. A única coisa que nos resta é vergonha como consequência da nossa rebeldia.
O Senhor age deste modo para nos mostrar que ele não é um Deus distante, mas o Deus Imanente e Pessoal que atua sobre os nossos corações. Ele não está preocupado apenas com os grande projetos dos homens, mas ele conhece até mesmo as pequenas maquinações do nosso coração. E ele mexe nos pequenos detalhes da nossa vida para refrear nosso coração que temde a se distanciar dele. Ai de nós se o Senhor não nos refreasse, até o ato de Deus nos entregar a nossa própria confusão é prova do seu amor para com seus filhos.

APLICAÇÃO CRISTOLÓGICA

Meus irmãos, quando lemos este texto, parece que ele termina de modo negativo. Embora Deus pareça ter agido contra os homens, Deus parece ter sido frustrado através do ato desses homens em Babel. O texto parece falar da rebeldia dos homens contra um Deus que simplesmente age contra essa maldade. Mas onde está o triúnfo do Senhor neste texto? Onde estão os seus propósitos eternos?
A resposta para isso está nos versículos seguintes que nós não lemos. Veja o que nos diz os versículos 26 e seguintes deste mesmo capítulo: “Viveu Tera setenta anos e gerou a Abrão, a Naor e a Harã. São estas as gerações de Tera. Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló. Morreu Harã na terra de seu nascimento, em Ur dos caldeus, estando Tera, seu pai, ainda vivo.  Abrão e Naor tomaram para si mulheres; a de Abrão chamava-se Sarai, a de Naor, Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá. Sarai era estéril, não tinha filhos. “Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram”. (Gn 11.26–31).
O que parecia ter chegado ao fim em Babel, para Deus é um novo começo. A separação que Deus fez entre a linhagem de Noé tinha um propósito. Ele quis tirar dentre os descendentes de Sem uma família, bem próximo de Babel, na cidade de Ur do Caldeus, uma terra de ímpios a família de um homem chamado Abraão para cumprir o seu plano eterno.
E é por isso que nos versículos iniciais do capítulo 12 ele diz a Abraão: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 12.1–3). Abraão, que diferente dos homens de Babel que quiseram contruir um nome para si, não buscou a glória deste mundo recebeu uma promessa de Deus. E a promessa foi: “Abraão eu engrandecerei o teu nome. Eu farei um nome para ti”. Esse nome foi feito por meio da descendência de Abraão, chamada por Deus para cumprir o plano glorioso de trazer a redenção ao mundo.
Desta descendência viria aquele que daria um fim a toda confusão causada pela raça humana. Da descendência bentida de Sem e de Abraão viria Jesus Cristo. O autor de uma nova humanidade, restaurada de sua desobediência a Deus. E quando Jesus Cristo vem ele começa a colocar em ordem todas as coisas. Cristo põe um fim a essa confusão que existe entre os povos através da sua nova Criação. Nela homens de todas as línguas são feitos um só povo em perfeita harmonia.
Isso está claro em Pentecostes, naquele dia em que o Espírito do Senhor foi derramado sobre a Igreja de Cristo. A palavra do Senhor nos diz que os crentes em Jesus falaram em outras línguas, não em línguas estranhas, mas nas línguas de outras nações. E muitos que estavam em Jerusalém naquele dia disseram: Não são esses galileus? como pois falam em nossa língua materna as grandezas de Deus? Naquele diz o Evangelho foi pregado para várias nações por meio da obra do Espírito que estava desfazendo o que aconteceu em Babel.
Na Nova Jerusalém isso vai continuar, quando uma multidão inumerável de todas as nações adorarão o Cordeiro. Eles serão de muitos povos e línguas, mas não haverá confusão, pois o cânção deles será uma só:
“Ao nosso Deus, que se assenta no trono,
e ao Cordeiro,
pertence a salvação.
Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, 12 dizendo:
Amém! O louvor, e a glória,
e a sabedoria, e as ações de graças,
e a honra, e o poder, e a força
sejam ao nosso Deus,
pelos séculos dos séculos. Amém!”
O Senhor é aquele que no final de todas as coisas fará com que tudo o que o pecado destruiu seja restaurado para a Glória dele mesmo. Ele dará um fim a toda confusão presente em nossa sociedade caída.
Chegará o momento em que ele virá como juíz de todo ese sistema caído. O Senhor julgará a grande Babilônia que tem governado este mundo tenebroso. Apocalipse 18 e 19 falam sobre o dia em que o Senhor julgará a Grande Babilônia. O Senhor derribará por terra a Grande Meretriz e a sua fumaça subirá pelos séculos dos séculos. Por meio de Jesus Cristo, o Senhor colocará todo sistema maligno deste mundo debaixo de seus pés. Ele os entregará à sua própria condenação e confusão eterna.

TRANSIÇÃO

Todas essas serbirão para mostrar que nós seres humanos, se não estivermos debaixo de sua dependência, vivendo para a glória dele como fomos criados, não teremos verdadeira alegria nele. Que todos os anseios da humanidade de sermos libertos da confusão na qual vivemos hoje só podem ser satisfeitos se estivermos nele aguardando a Nova Jerusalém que desce do céu.

CONCLUSÃO

Lembram da música do John Lenon que reflete o desejo de que nenhuma religião separe os homens, que não existam limites teritóriais pois todos os países seriam um só, não haveriam posses, tudo seria de todos. E que a humanidade promoveria isso em uma irmandade perfeita? Para Lenon não haveria necessidade de um Deus pois o homem seria capaz, de alcançar esse sonho ideal.
Foi esse sentimento de rebeldia e busca por independência que sempre reinou nos corações dos homens. É isso que os move para longe do seu Criador. É isso que os leva a construir cidades e sistemas de revolta contra o Deus verdadeiro. Mas este anseio dos corações dos homens, como vimos sempre será frustado pelo próprio Deus e nçao haverá verdadeira paz senão naquele que foi constuir uma cidade para que onde ele estivesse, nós estivéssemos também.
É por isso que eu prefiro ficar com a música de Janires, um grande poeta cristão brasileiro que escreveu:
“Atrás deste mundo tem uma cidade Jesus quem construiu quando subiu Naquela cruz e o caminho nos ensinou O amor, ah o amor”.
Só em Jesus Cristo há esperança para esse mundo revoltado contra Deus. Só naquele que nos levará para a verdadeira cidade onde habitaremos. Que sua satisfação e sua esperança estejam nele, eternamente!
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