MATEUS, O ANFITRIÃO (PARTE 1) MATEUS 9.9

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Discipulado é aceitar o convite de Jesus para abandonarmos nosso conforto, abrigando-nos em sua Graça. Maravilhosa Graça!

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Grande ideia: Discipulado é aceitar o convite de Jesus para abandonarmos nosso conforto, abrigando-nos em sua Graça. Maravilhosa Graça!
Estrutura: O convite de Jesus (“siga-me” (v. 27) e a resposta de Mateus (“o seguiu”) .
Mateus (Guilherme Kerr) Quem me conhece por dentro Sabe o momento em que hoje eu estou Velho dilema, eterno problema Mas vou indo por ir De que adianta tamanha riqueza Que eu possa ajuntar Pobre por dentro, vazio sentimento E vou indo por ir. Todos falam de mim: Lá vai Mateus! Sujo ladrão, dinheiro na mão, Cobrando os impostos, tachando os judeus. E reclamam de mim: Lá vai Mateus! Falso irmão, traindo a nação, Jogando por Roma à custa dos seus. Quem me conhece por dentro Sabe a alegria que em mim se instalou Jesus Nazareno, chamando, sereno: -Vem já! Vem me seguir! Vale bem mais a imensa riqueza Que a graça me dá. Rico por dentro, aos outros atento, Eu vou Cristo seguir. Quem me conhece por dentro.
Aramis de Barros:
Mc 2.14; Lc 5.27 mencionam Levi, mas na lista dos doze, chamam-no Mateus (Mc 3.18; Lc 6.15).
Tasker sugere que troca - pelos evangelistas Marcos e Lucas - do nome Mateus por Levi no episódio da coletoria e a menção do primeiro na lista dos doze é uma tentativa de ambos autores dissociarem o nome do apóstolo de sua antiga e tão estigmatizada profissão. Observe que, ao contrário daqueles, o próprio evangelista Mateus apresenta-se com o mesmo nome nessas duas situações bíblicas (Mt 9.9; 10.3).
Mateus escreve como testemunha ocular dos fatos. Jesus o chamou de uma coletoria para ser um apóstolo. Ele caminhou com Jesus, ouviu os ensinamentos dEle e viu Seus milagres: os cegos viram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os aleijados andaram, os leprosos foram purificados, os cativos foram libertos e os mortos ressuscitaram. Embora Mateus tenha repetido grande parte do conteúdo de Marcos, o primeiro evangelho a ser escrito, mantém sua própria característica e ênfase. Mateus escreveu para os judeus e destacou Jesus como Rei desse povo. Por essa causa, Mateus é o evangelho com a maior quantidade de citações do Antigo Testamento. Seu grande propósito foi provar que Jesus é o Messias, prometido por Deus a Israel, que veio ao mundo, em cumprimento das profecias, para ser o nosso Redentor.
Lopes, Hernandes Dias, Bíblia Pregação Expositiva: Sermões, Estudos e Reflexões, trad. João Ferreira de Almeida, 2a edição Revista e Atualizada (São Paulo: Hagnos, 2020), p. Mt
1. Convite de Jesus. (v. 9)
(a) Jesus “saiu” e “viu”. Destaco aqui a intencionalidade de Jesus. Tudo por conta de um homem. Interessante que o oficio dele vem antes mesmo de seu nome: “um publicano, chamado Levi”.
“Ele passando”, “vê” (ειδω): percebeu, observou, prestou atenção, a Levi (Mateus).
Marcos 2.13–14 (NVI)
13Jesus saiu outra vez para beira-mar. Uma grande multidão aproximou-se, e ele começou a ensiná-los.
14Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Levi levantou-se e o seguiu.
Lucas, Volumes 1 e 2 A. Levi Deixa Tudo para Trás e Segue a Jesus

Entretanto, é possível que desde o início o homem aqui descrito como a converter-se em discípulo tivesse dois nomes, como também pode ser o caso com respeito a Tomé (Jo 11.16) e Bartolomeu (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.14; At 1.13; cf. Jo 1.45–49; 21.2).

Evangelho de Mateus 3. O apóstolo Mateus

O nome Mateus certamente foi um segundo nome que o Senhor deu ao publicano na ocasião da vocação. Com esse cognome Mateus = dádiva de Deus, Jesus queria expressar a importância da partida imediata e do seguimento sem delongas!

(b) Algo dessa profissão, “publicano”: τελωνης telones

cobrador de taxas ou impostos, alguém empregado por um publicano ou responsável pela coleta de impostos. Os coletores de impostos eram como uma classe, detestada não somente pelos judeus, mas também por outras nações, tanto por causa de seu emprego como pela sua crueldade, avareza, e engano, usados para realizar sua tarefa.

Hernandes Dias Lopes:
Esses coletores de impostos ganharam fama de inimigos e traidores do povo, pois além de estarem a serviço de Roma, também extorquiam o povo, cobrando mais que o estipulado, enriquecendo-se, assim, de forma desonesta.
Segundo Barros (2017): “(…) a segregação imposta pelos judeus aos ‘submagistri’ e, mais comumente, aos ‘portitores’ chegava a duros extremos. Como funcionários nativos a serviço da dominação estrangeira, ambos eram considerados traidores nacionais, apóstatas, gentios e epítome de tudo que era aborrecível. A rapina insaciável que os caracterizava tornava-os afamados por toda Israel como uma espécie de ‘raça de criminosos’”.
Aramis de Barros:
(…) Os portitores representavam a ponta final do processo e sobre eles recaía a tarefa sempre antipática e embaraçosa do contato com a população na coleta fiscal, encargo que lhes rendia naturalmente os estigmas mais detestáveis.
Seus dízimos e ofertas não eram, sob qualquer hipótese, aceitos pelos oficiais do templo, e o israelita que lhe entregava o tributo jamais acolhia troco de suas mãos, por considerá-lo maldito. Os escritos rabínicos traçavam juízos severíssimos contra eles por reputá-los não apenas como traidores, mas como perigosos elementos que transmitiam impureza espiritual pelo mero contágio de sua presença.
(c) O chamado de Jesus foi específico: “siga-me”. ακολουθεω akoloutheo
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 0190 ακολουθεω akoloutheo

1) seguir a alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, acompanhá-lo

2) juntar-se a alguém como um discípulo, tornar-se ou ser seu discípulo

2a) apoiar o seu partido

John Sttot: Agora considere a nossa vida fora da religião. O Deus que muitos de nós adoramos é religioso demais. Parece que imaginamos Deus interessado apenas em livros, prédios e serviços religiosos. Mas não, ele está interessado em nós, em nosso lar, nossa família e nossos amigos, em nosso trabalho e lazer, em nossa cidadania e comunidade. Assim, a soberania de Deus se estende sobre ambas as metades e sobre todas as áreas da nossa vida. Não devemos marginalizar Deus, ou tentar espremê-lo da área religiosa da nossa vida. Devemos lembrar que a nossa vocação (ou seja, o chamado de Deus) inclui essas coisas. É nelas que devemos servir e glorificar a Deus.
(d) Em suma:
"Esse publicano, porém, que seguia uma ocupação pouco estimada e envolta em muitos abusos, foi selecionado por razões adicionais, para que fosse um exemplo da imerecida bondade de Cristo e mostrasse em sua pessoa que a vocação de todos nós depende não dos méritos de nossa própria justiça, mas da mera bondade de quem chama." (from "Harmonia dos Evangelhos (Volumes 1, 2 e 3)" by João Calvino, Tiago J. Santos Filho, Valter Graciano Martins)
2. Resposta de Mateus. (v. 9)
(a) Os verbos são contundentes: “levantou”, “deixando tudo”, “seguiu”.
John MacArthur:
O que havia dentro de um homem como Mateus, que o fez largar tudo daquela forma? Podemos supor que ele era uma pessoa materialista. Do contrário, jamais teria se envolvido com uma ocupação como aquela. Então, por que ele deixou tudo para trás e seguiu a Jesus sem saber o que o futuro lhe reservava?
A melhor resposta resposta que podemos deduzir é que, qualquer que fossem as experiências de sua alma atormentada por causa da profissão que havia escolhido, bem no fundo de seu ser, Mateus era um judeu que conhecia e amava o Antigo Testamento. Era um homem espiritualmente faminto. Em algum ponto de sua vida, mais provavelmente depois de ter escolhido sua carreira desprezível, ele foi afligido por uma fome espiritual que o estava corroendo por dentro, e assim, Mateus começou sua busca. Obviamente, Deus o estava buscando e chamando para perto de si, e aquele chamado era irresistível.
Hernandes Dias Lopes:
Mateus deixou sua profissão e o lucro e queimou todas as pontes do seu passado. Ele trocou o lucro fácil pela consciência limpa, as glórias do mundo pelas riquezas do Reino de Deus.
Lucas, Volumes 1 e 2 A. Levi Deixa Tudo para Trás e Segue a Jesus

Quando Jesus disse: “Siga-me”, Levi imediatamente levantou-se e o seguiu. No próprio Evangelho de Mateus, como também em Marcos, relata-se assim a decisiva e imediata obediência do coletor. Para mais detalhes sobre a grandeza do sacrifício, voltemos à presente passagem, Lucas 5.28. Ele nos informa que Levi “deixou tudo para trás, levantou-se e seguiu a Jesus”. Deixou seu lucrativo negócio e confiou no que Deus faria, supriria suas necessidades.

Mateus 13.44–46 (NAA)
44 — O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu. Então, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. 45 — O Reino dos Céus é também semelhante a um homem que negocia e procura boas pérolas. 46 Quando encontrou uma pérola de grande valor, ele foi, vendeu tudo o que tinha e comprou a pérola.
(b) Jesus viu “o homem chamado Mateus”: investigativo, discernidor e detectivo.
Moisés Pinto Ribeiro:
Como se deve proceder em face do chamado de Cristo: atender imediatamente. Por que esse chamado é uma promoção para uma condição de vida mais digna: diante de Deus e para servir melhor aos homens. Por que é duvidosa outra oportunidade: “Hoje é o dia aceitável...”, e nunca se disse que poderá ser noutra oportunidade. A oportunidade não se repete nas mesmas condições. O chamado de Cristo é tão bem pensado e medido, que não admite protelação- o que traz prejuízo.
(c) Mateus foi chamado a seguir Jesus, em uma proposta de vida impensável e indesejada por ele.
C. H. Spurgeon:
Seja como for, eu sei que isto é verdade: você não procurou Cristo primeiro; pelo contrário, foi Ele quem primeiramente o encontrou. Você era uma ovelha perdida e não amava o aprisco; mas o doce amor do Pastor o alcançou. Sua graça o tornou solícito e o levou a orar; o Espírito Santo soprou em você o primeiro fôlego de vida espiritual e, então, você achegou-se a Cristo. Assim aconteceu e estou certo disso. Você não buscou a Cristo, mas Ele primeiro foi ao seu encontro.
(e) E como resultado:
Aramis de Barros:
Enfim, Mateus, o antes odiado e segregado coletor de impostos tornara-se agora, para escândalo de alguns e surpresa de outros, o fiel anunciador de Cristo. Em vez do livro-caixa, sua pena se dedicaria a cunhar o precioso evangelho que levaria seu nome; e sua ganância pelo lucro desmedido seria suplantada, em definitivo, pelo acúmulo de um tesouro mais excelente nos céus. Mateus, sem dúvida, tornou-se um retrato vivo dessas palavras do Mestre que só ele soube registrar (13.52): “Por isso, todo escriba que se faz discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.
3. Outras aplicações:
(a) Jesus só tinha olhos para Mateus naquele dia. Hoje ele só tem olhos para você. Em ele lhe chamando hoje para segui-lo. Pare tudo e siga.
C. H. Spurgeon:
Havia muitas outras pessoas em Cafarnaum; no entanto, Cristo não as chamou. Ele as viu, mas não da maneira particular como viu o homem chamado Mateus. E, da mesma forma, naquele dia de misericórdia, quando você recebeu a benção da salvação, talvez houvesse uma congregação inteira reunida; mas, até onde você saiba, a benção não alcançou a todos da mesma forma que alcançou você. Então, por que essa graça lhe foi concedida? Você não pode saber, a menos que tenha aprendido a olhar atrás das cortinas do Santo Lugar e a ver com a luz do candelabro o que há dentro do véu.
(b) O discipulado de Jesus é um chamado para toda uma vida. Não se trata de um plano B para a sua vida. É o seu plano A.
J. C. Ryle: A época dos milagres ainda não passou. O amor ao dinheiro é um poderoso principio de vida, mas a chamada de Cristo à alma é mais poderosa. Não desanimemos nem mesmo no tocante àqueles que estão sentados "na coletoria", alegrando-se na fartura das boas coisas do mundo. A voz que disse a Levi: "Segue-me!" poderá alcançar outros corações.
Lucas 18.22 (NVI)
22Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: “Falta-lhe ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me”.
Mateus 16.24 (NVI)
24Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
João 12.26 (NVI)
26Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.
Ilustr.
John Newton (1725-1807) tinha 20 anos quando desembarcou na África Ocidental. Ele foi acusado de roubar o traficante de escravos inglês para quem trabalhava, assim por um ano e meio viveu como escravo, recebendo o mesmo tratamento de pessoas que tinham sido escravizadas com a ajuda dele. Ele foi resgatado e levado de volta à Inglaterra, mas depois retornou ao tráfico de escravos como capitão de um navio negreiro, entretanto Deus em Sua graça o alcançou. Alguns anos depois da sua conversão, tornou-se pastor, compositor de hinos e um dos maiores defensores do fim da escravidão na Grã-Bretanha.
É o autor de muitos hinos preciosos, incluindo “Amazing Grace”. Na infância, Newton teve a influência de uma mãe cristã piedosa. Após o seu falecimento, ficou sob os cuidados do pai descrente. Acabou tornando-se traficante de escravos e vivendo longe do Senhor. No mar, em uma de suas viagens, seu navio enfrentou uma enorme tempestade. Newton ofereceu a sua vida a Cristo, achando que iria morrer. Após ter sobrevivido, ele foi realmente convertido e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres. Em 1782, Newton disse: “Minha memória já quase se foi, mas eu recordo de duas coisas: que eu sou um grande pecador, e que Cristo é meu grande salvador!”. No túmulo de Newton, lê-se: “John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito para destruir”.
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