JESUS, A ÁGUA DA VIDA

João 4.1-30.

Anteriormente temos o encontro do Salvador com um fariseu, líder e doutor da lei, mas, neste capítulo,o Salvador vai ao encontro de outra pessoa perdida, e essa pessoa é uma mulher e ela não Judia, mas, ela é de Samaria, ela é a mulher samaritana.

É de se notar o contraste gritante entre Nicodemus e a mulher samaritana: ele, era homem, judeu, fariseu, mestre, membro do Sinédrio.

Ela porém, uma mulher, samaritana, inculta, vivendo uma vida imoral.

Mas, eles dois tem algo em comum, e que todos os seres humanos tem, pois, essas duas pessoas precisavam de Jesus e foram alvos do amor de Jesus.

E não é diferente conosco, nós, independente do sexo, independente da sua cor, condição financeira, posição social ou mesmo situação moral, mas, todos, sem exceção, nós precisamos de Jesus.

TODOS PRECISAM BEBER DESSA ÁGUA (V.1-4)

V.1-4:  1- Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João 2-  (se bem que Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos), 3- deixou a Judeia, retirando-se outra vez para a Galileia. 4- E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria.

João Batista tinha sido um dos homens que revirou o mundo dos Judeus no primeiro século, pois, o mesmo estava batizando a muitos, e muitos o seguiam. E por volta do ano 27 João foi preso (Mc 6.17-20) e os líderes religiosos, os fariseus, se alegraram com a prisão de João, e então eles pensaram que havia acabado os batismos e o crescimento dos discípulos de João que na verdade estavam seguindo João até então, mas, que logo depois começaram a seguir Jesus, e para o desespero e descontentamento dos líderes religiosos do Judaísmo, as notícias se espalharam e chegou até eles que multidões maiores do que as que seguiam João, agora estavam seguindo a Jesus, e os seus discípulos estavam batizando a todos esses que estavam sendo convertidos, e mesmo antes de João ser preso, Jesus já havia passado em número os seus seguidores. E Jesus mesmo não batizava, mas, quem fazia isso era os seus discípulos e assim ninguém veio a dizer “eu fui batizado pelo Mestre”, mas sim, pelos seus discípulos. Jesus então, sabendo que João havia sido preso e que chegou ao ouvido dos líderes religiosos que Ele estava ficando mais popular e que multidões o seguiam, então, saiu da Judeia, pois, era provável que os religiosos Judeus quisessem o prendê-lo ou mesmo matá-lo prematuramente, pois, não era a sua hora.

E saiu e foi novamente para Galileia, pois, anteriormente ele havia feito o seu primeiro milagre/sinal em Caná da Galileia e Cafarnaum, e logo depois foi para Jerusalém próximo da páscoa, então, foi depois para Judeia passou ali algum tempo na capital e depois foi para região rural e agora, novamente estava regressando a Galileia.

Em sua viagem, Jesus escolhe ir então em direção ao norte e passa na província de Samaria.

Jesus já havia saído de Jerusalém, vai até a Judeia, e agora chega a Samaria e Ele passa em Samaria porque era necessário atravessar Samaria, pois, naquela cidade tinha uma mulher que estava com sede, e Jesus estava ali para matar a sede daquela mulher.

Mas, quem são os samaritanos?

A origem desse povo se deu com a morte do rei Salomão em 931 a.C., pois, Israel que havia só um Reino, agora teve o reino dividido em dois.

Das doze tribos, dez seguiram a liderança cismática de Jeroboão I, formando o que conhecemos como Israel, ou Reino do Norte, e as outras duas tribos formaram o Reino do Sul, conhecidos como Judá.

O rei Onri chamou a capital do Reino do Norte de Samaria (1Rs 16.24). Esse reino durou 209 anos e teve 19 reis em 8 diferentes dinastias. Nenhum desses reis andou com Deus.

Então, no ano de 722 a.C., o Reino do Norte foi levado cativo pela Assíria. Sargão II deportou os israelitas de posses e povoou a terra com estrangeiros, os quais se casaram com os israelitas sobreviventes, formando um povo racialmente híbrido e religiosamente sincrético/misturado.

No ano de 586 a.C., 136 anos depois, outro reino chamado do Sul também foi levado para o cativeiro, dessa vez pela Babilônia. Depois de setenta anos, os judeus retornaram à sua terra para reconstruir o templo e reedificar a cidade de Jerusalém. Os samaritanos tentaram fazer aliança com os judeus que retornaram, mas foram rejeitados não por questão racial, mas por sua apostasia religiosa. Os samaritanos, então, enciumados, fizeram de tudo para atrapalhar a reconstrução do templo (Ed 3 e 4). Esse ódio dos samaritanos continuou. Quando foi mais tarde, por volta do ano 444 a.C., 142 anos depois, Neemias veio da Babilônia com o propósito de reconstruir os muros de Jerusalém, os samaritanos tornaram-se seus principais inimigos (Ne 4.1,2).

Por volta do ano 400 a.C., os samaritanos construíram um templo rival no monte Gerizim; e esse templo, no final do século 2 a.C., foi destruído por João Hircano, o governador asmoneu da Judeia. Essa combinação de eventos estimulou uma ferrenha rincha entre judeus e samaritanos. Nos dias de Jesus, esse muro de separação, essa parede de inimizade entre judeus e samaritanos, era uma barreira gigante. Esse é o pano de fundo dessa passagem.

Jesus então, nessa ocasião, nos ensina que Ele é a água da vida, que tanto Judeus como também os Samaritanos precisavam dessa água.

ESSA ÁGUA VAI MATAR SUA SEDE (V.5-18)

Jesus agora no meio do caminho para, Ele é 100% homem e 100% Deus, e por isso, para aqui pois está cansado. Para em uma cidade chamada Sicar, que provém de Siquem, e que hoje é a atual Askar, Sicar é uma cidade no distrito de Samaria, e era localizada próxima das terras de Jacó que el deu a seu filho José, e Jesus então se assentou ali próximo ao poço (fonte de água) e isso aconteceu por volta da hora sexta. Ou seja, era Meio dia 12h00. Essa mulher samaritana estava com sede, e veio ao meio dia buscar água, talvez veio nesse horário por conta da vergonha, e o que é incomum é que havia outros poços, fontes de água que eram bem mais próximas da aldeia de Sicar, mas, ela resolveu vir buscar nessa mais distante.

Jesus então vendo aquela mulher tirando água disse: dá-me de beber.

E ele estava sozinho com aquela mulher, pois, os dseus discípulos haviam saído para comprar alimentos na cidade.

Então, aquela mulher assustada e surpresa disse: Como sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?

Jesus estava quebrando várias barreiras ao falar com esta mulher.

Hernandes dias Lopes disse comentando esse texto:

“Jesus nos ensina aqui algumas importantes estratégias para ganhar uma pessoa. Ele não começou acusando a mulher, mas ganhando sua atenção. Não começou apontando seus pecados, mas pedindo-lhe um favor. Começou onde ela estava. Depois, apresentou a ela todos os passos do evangelho. Para alcançar o coração da mulher samaritana, Jesus superou vários preconceitos e rompeu várias barreiras. Que barreiras?

Primeiro, a barreira cultural. O nome Sicar significa “cidade dos bêbados”. Jesus, porém, mandou que seus discípulos comprassem comida em Sicar. Os judeus consideravam imunda a comida dos samaritanos. Além do mais, um rabino não podia conversar com uma mulher em público. Jesus não só conversou com ela, mas lhe pediu um favor. A mulher tinha uma vida moral reprovada pela lei. Já tinha tido cinco maridos e agora vivia com um amante. Era uma mulher desprezada, mas Jesus a valorizou. William Barclay diz que os mais radicais proibiam que um rabino saudasse uma mulher em público. Um rabino não podia falar em público com a própria mulher. A quebra dessa regra por Jesus podia significar para a cultura o fim de sua reputação.

Segundo, a barreira racial. O povo samaritano era meio judeu e meio gentio. Havia perdido sua identidade racial. No tempo de Jesus, a desavença entre judeus e samaritanos perdurava por mais de quinhentos anos. Um judeu considerava um samaritano combustível para o fogo do inferno. Eles não se davam bem de jeito nenhum. No entanto, Jesus conversou com a samaritana e lhe pediu um favor. Concordo com William Barclay quando ele diz que a postura de Jesus sinaliza o rompimento do nacionalismo, o que demonstra a universalidade do evangelho.

Terceiro, a barreira religiosa. A separação entre judeus e samaritanos se relacionava, também, com a apostasia religiosa dos samaritanos. Eles haviam perdido a integridade doutrinária. Os samaritanos não preservaram a fé intacta. Diziam que o monte Gerizim era o lugar do verdadeiro templo e o lugar da verdadeira adoração. Rejeitaram o Antigo Testamento. Criam apenas nos livros da lei, o Pentateuco. Está provado que os samaritanos tinham uma religião sincrética, misturada e herética. Quando João Hircano, o general caudilho judeu, em 129 a.C., atacou Samaria e destruiu o templo samaritano, o ódio dos samaritanos pelos judeus agravou-se intensamente. A conversa de Jesus com a mulher samaritana tem todo esse cenário religioso como pano de fundo. Jesus supera todos esses obstáculos, vence todas essas barreiras e triunfa sobre todos esses preconceitos para alcançar o coração dessa mulher, porque Jesus queria matar a sede espiritual dessa mulher e de muitos samaritanos.”

V.10-14: 10- Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11- Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12- És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? 13- Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; 14- aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.

Você precisa beber da fonte, é isso que Jesus está dizendo para essa mulher. E Ele diz: Eu sou essa fonte.

Quando Jesus pediu um favor: da-me de beber, ele despertou a curiosidade daquela mulher, e agora instiga mais seu interesse ao falar de sim esmo como Deus e homem.

E quando Jesus pede água, é interessante que, os judeus faziam comércio com os samaritanos; mas, segundo a interpretação farisaica das leis de pureza (por exemplo, Lv 15), judeus e samaritanos não podiam usar os mesmos utensílios para beber. É por isso que essa mulher, percebendo que Jesus teria de usar o cântaro dela para beber água, surpreende-se grandemente.

João 4.1–26

Ao falar sobre “o dom de Deus”, Jesus quis dizer “água viva”. Mas “água viva” pode significar água nascente (Gn 26.19), a qual brota sozinha, diferenciando-se de água da chuva, a qual precisa ser coletada em uma cisterna ou reservatório. Como se sabe, às vezes é preciso enfiar uma haste na terra até se alcançar uma fonte. A fonte de Jacó ilustra bem este ponto. Por isso, quando Jesus disse: “ele lhe teria dado água viva”, a mulher interpretou isso como “ele lhe daria não a água que está parada no poço por algum tempo, mas a água da nascente no fundo do poço”.

Todavia, na mente de Cristo, a água viva, fresca, pura e infindável é um símbolo da vida eterna ou salvação. Até agora a mulher não sabe quem é ele – a saber, o Autor da salvação – nem o que significa a água viva da qual ele fala.

É interessante observar que Jesus está tipo reprendendo ela, como se dissesse, eu te pedi água comum, o dom menor, e você não quis me dar, mas, se você me pedisse água viva, o dom de Deus, o dom supremo, eu não teria negado a você. porém, a repreensão é suavizada pela cláusula: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem é que lhe disse”, pois deixa a entender que ela não conhece.

Jesus disse à mulher que daria água viva a quem lhe pedisse. Imaginando que ele se referia à água nascente no fundo do poço, a mulher responde: “Senhor, você não tem corda e balde”

Do ponto de vista da mulher, há dois obstáculos impossibilitando que Jesus supra esta água viva da qual ele fala: a) ele não tem balde com corda; mas, mesmo se tivesse um, o poço, porque ele é fundo.

Como então alguém seria capaz de pegar esta água viva que brota no fundo deste poço, abaixo da água parada? A mulher está completamente perplexa e confusa. O que este desconhecido diz parece absurdo. Enquanto isso, contudo, ela continua a refletir sobre o enigma!

Ela continua:

És tu maior do que Jacó que nos deu esse poço?

Jesus pacientemente responde:

Almeida Revista e Atualizada Capítulo 4

Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; 14 aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna

Jesus faz o contraste entre o poço de Jacó e Ele como fonte da água viva:

O poço de Jacó você precisa beber sempre para saciar sua sede de novo…de novo…e de novo...

Mas, quem beber da água que Jesus der, nunca mais terá sede.

A água de Jacó se acaba, mas a água viva é por toda eternidade.

V.15-18: 15-Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la. 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá; 17 ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; 18 porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.

Quando a mulher ouviu dessa água maravilhosa, imediatamente a quis; mas ela ainda estava pensando na água literalmente. Ela não queria vir até o poço a cada dia buscar a água e carregá-la para casa na cabeça, num pote pesado. Ela não entendeu que a água sobre a qual o Senhor Jesus falara era água espiritual, e que ele se referia a todas as bênçãos que uma alma humana recebe pela fé nele.

Agora, há uma mudança repentina na conversa. Ela acabara de pedir água e o Senhor Jesus falou a ela que fosse e chamasse o marido. Por quê? Para a mulher ser salva, em primeiro lugar teria de reconhecer que era pecadora. Ela tinha de vir a Cristo em verdadeiro arrependimento, confessando sua culpa e vergonha. O Senhor Jesus já sabia acerca de sua vida pecaminosa, e ele a estava guiando passo a passo até que ela mesma visse o seu estado.

Apenas os que sabem que estão perdidos podem ser salvos. Todos estão perdidos, mas nem todos estão dispostos a admiti-lo. Ao procurarmos ganhar pessoas para Cristo, jamais devemos evitar a questão do pecado. Devem encarar o fato de que elas estão mortas nos seus delitos e pecados, precisam de um Salvador, não podem se salvar, que Jesus é o Salvador de que precisam e que ele as salvará se elas se arrependerem dos seus pecados e confiarem nele. Jesus matará a sede dessa mulher. Embora, no começo a mulher tentou ocultar a verdade sem contar uma mentira. Ela replicou: Não tenho marido. Talvez em sentido estritamente legal sua afirmação fosse verdadeira. Mas foi dita com a finalidade de esconder o fato hediondo de que ela estava então vivendo em pecado com um homem que não era seu marido:

Ela conversa acerca de religião, discute teologia, utiliza a ironia, finge estar chocada — qualquer coisa para evitar que Cristo veja a alma em total fuga de si mesma.

O Senhor Jesus, como Deus, sabia de tudo isso. E por isso replicou-lhe: Bem disseste, não tenho marido. Embora ela enganasse os seres humanos, não foi capaz de enganar esse Homem Deus. Ele conhecia tudo sobre ela.

V.18

O Senhor nunca usou seu conhecimento completo de todas as coisas para desnecessariamente expor (ou envergonhar) alguém. Mas ele agia dessa maneira, como aqui, para poder livrar uma pessoa da escravidão do pecado. E matar a sede dela. E ela deve ter ficado muito assustada quando ele detalhou seu passado. Ela tivera cinco maridos, e o homem com quem ela morava não era seu marido.

Há alguma divergência de opinião nesse versículo. Alguns ensinam que os cinco maridos anteriores ou morreram ou a abandonaram, e que não havia pecado algum no seu relacionamento com eles. Caso isso seja verdade ou não, fica claro na última parte desse versículo que essa mulher era adúltera. E esse que agora tens não é teu marido. Esse é o ponto importante. A mulher era pecadora e, até que ela estivesse disposta a reconhecer esse fato, o Senhor não a poderia abençoar com a água viva.

Mas, podemos ver aqui, que Jesus veio matar a sede de adúlteros, mentirosos, sodomitas, embriagados, e todos os pecadores são chamados a beber desta água que mata a nossa sede.

APLICAÇÕES:

Jesus é o único meio de sermos Salvos

Reconheça que é pecador

Creia em Jesus

Não permita que o seu próximo morra com sede