(Êx 19:7-25) A manifestação de Deus no Sinai

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Deus é trnascendente e imanente. Ele é exaltado acima de tudo o que ele criou. Ao mesmo tempo, ele está intimamente envolvido em tuodo o que acontece em seu universo. Ambos os aspectos são verdadeiros em relação a Deus. O problema é que, normalmente, a igreja tende a ressaltar um à custa do outro. Vivemos em uma era de imanência, em uma era que vê Deus mais como um amigo pessoal do que com a divindade suprema. O resultado é uma abordagem informal à adoração. Vamos para a igreja como damos uma passadinha na casa de alguma pessoa, não como alguém que entra na sala do trono de um rei.
7-9 >> Deus anuncia que se revelará
Tudo o que o SENHOR falou faremos.
Ryken: “Deus é retratado como um Rei poderoso… essa seção de Êxodo é estruturada como um tratado entre um grande rei e um de seus vassalos. Esses tratado eram comuns no mundo antigo… quando os hititas conquistavam um de seus inimigos, eles assinavam um tratado. E já que eles era vencedores, eles ditavam os termos. O tratado começava com uma introdução formal, que os estudiosos chamam de preâmbulo. A isso se seguia um prólogo, que apresentava a história do relacionamento entre as duas nações, que, normalmente, culminava em algum tipo de batalha. Em seguida, o vencedor estabelecia os termos de seu relacionamento futuro, incluindo a obrigação do vassalo de fornecer lealdade, tributos, soldados e coisas parecidas. Essas obrigações vinham acompanhadas de bênçãos e maldições. O vassalo era informado de forma absolutamente clara quais seriam as penalidades pela violação dos termos do tratado. Eram feitas duas cópias - uma para cada nação - e então o tratado era ratficado com uma cerimônia pactual. Encontramos quase a mesma estrutura em Êxodo 19 e capítulos seguintes. Como lemos numa passagem paralela, 1Reis 8.9b “... o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito.” Êxodo 19.3 é o preâmbulo, em que Deus, o grande Rei, dirigi-se ao seu povo, Israel. O versículo 4 é o prólogo histórico. Ele conta o que Deus havia feito pelos israelitas não para conquistá-los, mas para libertá-los. Todo o seu relacionamento se fundamentava na graça salvadora de Deus. Então, no versículo 5, Deus começa a estabelecer os termos básicos, que são acompnhados por uma promessa de bênção. As condições dessa aliança são estipuladas em detalhes muito mais exaustivos em Êx 20-23. Então, finalmente, no capítulo 24, ocorre uma cerimonia para firmar a aliança.”
Ryken: “Outros tratados antigos apelavam aos deuses como testemunhas, mas em caso algum envolviam um deus que fazia uma aliança com os homens. Isso era uma condescendência notável - o Deus transcendente num relacionamento pacutal com seu povo”.
Deuteronômio 4.7 “Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?”
Deuteronômio 4.32–33 “Agora, pois, pergunta aos tempos passados, que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até à outra, se sucedeu jamais coisa tamanha como esta ou se se ouviu coisa como esta; ou se algum povo ouviu falar a voz de algum deus do meio do fogo, como tu a ouviste, ficando vivo;”
O Tabernáculo apresentava a mesma estrutura espiritual, por assim dizer, que o monte Sinai: o povo permanecia a distância enquanto seu mediador se encontrava com Deus.
Nuvem escura. Rudolf Otto: “Deus é tanto mysterium tremendum quanto mysterium fascinans. Na sua presença “somos atingidos pelo terror”, mas “aproximados pela admiração”
Ryken: “Ao mesmo tempo em que Deus estava revelando a si mesmo, ele estava também se ocultando. Quanto mais os israelitas experimentavam a sua imanência, mais reconheciam a sua transcendência”. […] As nuvens que cercam a presença de Deus mostram a sua glória divina, mas também a escondem. As nuvens de glória ‘sugerem tanto a majestade celestial quanto a ocultação do divvino diante do escrutínio da humanidade’. Ao manterem Deus envolto em mistério, elas são um sinal de sua transcência. Mostram sua alteridade e a sepração de suas criaturas”.
1Timóteo 6.15–16 “a qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!”
Ryken: “Não é errado querer conhecer Deus. O que é errado é exigir acesso aos segredos que ele decidiu não revelar. Faz parte da própria bondade de Deus permanecer um mistério para a humanidade.”
Hamilton: “O mesmo pode ser dito, em um nível muito inferior, sobre aqueles que têm prazer em atividades que, se houver algum problema, podem custar a vida: saltar de paraquedas, nadar com tubarões, escalar paredões de rocha, pular de bungee-jumping. Sim, há certo risco; sim, é amedrontador; mas a adrenalina faz com que valha a pena. A experiência faz prender a respiração, mas é irresistível.”
Hamilton: “Hoje existem dois grupos. Um desses grupos, eu chamo de “Sinahólicos” e o outro, de “Sinafóbicos”. Os primeiros desejam viver numa dieta sinaítica. Para eles, nada menos do que trovão e barulho satisfaz. Deus não está nas coisas ordinárias. Deus está no que é espetacular. O segundo grupo, em contraste, sente-se bastante desconfortável com a atmosfera do Sinai. Prefere uma adoração mais ordeira, conservadora, que envolve mais introspecção e menos fenômeno acústico. Qualquer coisa fora do padrão os torna desconfortáveis. Mas será que há um meio-termo entre essas duas posições? Sim, algumas vezes a voz de Deus é manifesta bem alto e em bom som e de maneira espetacular (Êx 19), mas outras vezes a voz de Deus não está no poderoso vento, ou no terremoto, ou no fogo, mas na “brisa” (1Rs 19.12).”
Deus é tanto imanente quanto transcendente:
Isaías 57.15 “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.”
10-11, 14-15 >> Consagração do povo
Consagre-o. Hamilton: “Algo interessante aqui é a importância da preparação pessoal para a vinda da presença de Deus. Algumas vezes Deus aparece sem anunciar antes e, nesses casos, uma preparação é impossível. Mas em ocasiões pré-anunciadas ou pré-estabelecidas deve haver um preparo para esse sacro e transcendente encontro. Era comum, há não muito tempo, os cristãos se banharem no sábado e prepararem o jantar de domingo no sábado, para terem a menor quantidade possível de distrações no culto no dia do Senhor. Essa prática se aproxima de Êxodo 19.”
Salmo 15 “Salmo de Davi Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao Senhor; o que jura com dano próprio e não se retrata; o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado.”
Salmo 24.3–4 “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente.”
Mateus 5.8 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.”
Hebreus 12.14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,”
Hamilton: “a Escritura nos diz para não nos preocuparmos com o dia de amanhã, mas ela também nos diz que devemos nos preparar para o dia especial de amanhã, em que Deus falará ou agirá de um modo decisivo.”
Um Mediador melhor do que Moisés:
Êxodo 20.18–21 “Todo o povo presenciou os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. Disseram a Moisés: Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos. Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis. O povo estava de longe, em pé; Moisés, porém, se chegou à nuvem escura onde Deus estava.”
Deuteronômio 5.5 “(Nesse tempo, eu estava em pé entre o Senhor e vós, para vos notificar a palavra do Senhor, porque temestes o fogo e não subistes ao monte.), dizendo:”
Hebreus 8.6 “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.”
Hebreus 10.10 “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.”
12-13, 20-25 >> A ameaça de um Deus Santo
Ryken: “Deus ordenou que o povo mantivesse distância para sua própria proteção. Instruir Moisés a erguer barricadas em torno da montanha era uma questão de segurança pública. Deus é perigoso!”
Levítico 10.1–2 “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor.”
1Crônicas 13.10 “Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus.”
Ryken: “Isso é uma advertência para não sermos presunçosos demais em nossa adoração. Estamos na presença de um Deus santo e transcendente!”
Hebreus 12.28–29 “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.”
16-19 >> A manifestação visível de Deus
Hamilton: “A manifestação pirotécnica e estrondosa da descida de Deus sobre o Sinai encontra equivalente na Escritura apenas no evento similarmente fenomenal do Dia de Pentecostes, em Atos 2 – o sopro de um vento violento, línguas de fogo e podemos adicionar a esta cena o que aconteceu em Atos 4, outra descida do Espírito: “Depois de orarem, tremeu o lugar onde eles se reuniam” (4.31). Como Wedderburn (1994:29–30) e outros argumentam, Lucas pode estar descrevendo os eventos do Pentecostes com ajuda das imagens retiradas do estabelecimento da aliança na lei no monte Sinai. Essa conexão com o Pentecostes (“cinquenta”) fica ainda mais clara se conseguirmos comprovar que o Senhor revela sua Torá a Israel cinquenta dias depois do êxodo do Egito”
Ryken: “Os terrores do monte Sinai nos instruem sobre Deus, sua lei e nosso pecado. […] Cada um dos fenômenos naturais revela um aspecto diferente do caráter de Deus. O trovão e o terremoto eram sinais de seu poder. A nuvem escura era um sinal de mistério, mostrando que existem aspectoos de seu ser que não podemos penetrar. O fogo era um sinal da santidade de Deus, de sua pureza brilhante e ardente.”
Isaías 6.4 “As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.”
Apocalipse 4.5 “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.”
Como cristão desfrutamos de um privilégio maior que o povo de Israel.
Hebreus 12.18–24 “Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não se lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado. Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo! Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel.”
É um contraste entre lei e evangelho.
Hebreus 10.19–22 “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.”
Isso não deve trazer falsa segurança e presunção:
Hebreus 12.25–26 “Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu.”
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