HONESTIDADE – Parte III – Pág. 134 – 139

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Hernandes Dias Lopes:
1.7a: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz...”. Não há comunhão fora da verdade. Onde as trevas escondem as motivações, distorcem as palavras e maculam as ações não pode existir verdadeira comunhão. O engano do pecado nos leva a pensar que se as pessoas nos conhecerem como somos de fato, elas se afastarão de nós. Somos induzidos a esconder os nossos pecados para sermos aceitos. Mas isto é um engodo. A verdadeira comunhão só acontece na luz.
Concordo com Werner de Boor quando diz que quando ocultamos a verdade da nossa vida a comunhão já está destruída. Estamos separados dos outros por temor e constrangimento, sensíveis e desconfiados em nossa conduta. Em contrapartida, quando temos a coragem de mostrar nossa vida sob luz total pode despertar em outros uma maravilhosa confiança. No entanto, observe também que não se trata de exibir o pecado em si, mas de testemunhar da experiência do perdão purificador de Deus. Essa experiência abre corações e conduz para um convívio franco, livre e alegre.
Ronaldo Lidório:
Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los. É um hábito que se ganha na rotina diária quando procuramos agir de forma pura e justa, e mesmo quando isto não acontece, perseguimos intensamente esta direção. Precisamos aprender com nossos erros. Quando Natã culpou Davi de ter matado Urias e tomado a sua mulher, a imediata resposta do rei foi: “pequei contra o Senhor” (2Sm 12:13). Ele não se vitimizou, não minimizou sua culpa ou procurou acusar outros. Reconheceu que pecou e queria aprender com seu erro. Para aprendermos com nossos erros é necessário leva-los a sério e não acobertarmos nossos próprios pecados.
C.S.Lewis nos ensina que “quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade”.
6.3.4. Nós nos tornamos um todo. Integrados. Fortes. Por outro lado, manter as aparências é estilo de vida extenuante. A honestidade de uns para com os outros apresenta muitos resultados poderosos. O versículo que estamos abordando menciona dois
1. Temos comunhão uns com os outros.
2. O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
6.3.4.2. PURIFICAÇÃO DE TODO PECADO.
“O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” Essa pequena afirmação colocada na parte final de I João 1:7 é a completa razão por que qualquer um de nós chegará ao céu um dia. Somos purificados pelo sangue de Jesus Cristo.
No entanto, a categoria “purificar” dá sua própria contribuição. No Evangelho, somos unidos a Cristo não por causa de qualquer agradabilidade em nós, mas tão somente por causa do coração amoroso e amplo de Cristo.
· Muitas bençãos resultam disso: somos declarados inocentes e estamos livres para deixar o tribunal (justificados), somos recebidos na família de Deus (adotados), somos restaurados a um relacionamento de amizade com o Pai (reconciliados) e assim por diante.
Somos também, de acordo com I João 1:7, purificados. Recebemos um banho. Uma limpeza copiosa, permanente eficaz e efetuada de uma vez por todas. O Evangelho opera assim. Nunca podemos nos purificar. Porém, se formos mergulhados no lago da purificação divina, emergiremos limpos e essa purificação nunca pode ser maculada novamente.
1. Como exatamente o sangue de Cristo nos purifica? Esse é um conceito um tanto quanto estranho quando você pondera sobre ele – ser purificado pelo sangue de outrem.
O ensino mais amplo da Escritura deixa claro que, para pecadores caídos, a justiça tem de ser feita, caso a nossa situação diante de nosso Criador seja acertada. Mas, ao cumprir, em grau máximo, o sangue do cordeiro pascal que era derramado na lei do Antigo Testamento, Jesus substituiu seu povo e deixou seu sangue ser derramado em favor deles.
Jesus ofereceu sua própria vida, a fim de que todos aqueles que desejam que o sangue de Jesus substitua o derramamento de seu próprio sangue tenham seu destino eterno determinado por essa transação substitutiva. É assim que o sangue de Jesus nos purifica. Ou é o sangue de Jesus, ou é o nosso.
A justiça de Deus tem de ser satisfeita. Se o sangue de Jesus é derramado em meu benefício, a ira do Pai é satisfeita, e eu fico livre. O resultado disso é a purificação, a qual constitui uma forma de entendermos essa transação. Jesus, o limpo, foi tratado como sujo para que eu, o sujo, seja tratado como limpo.
Muitos de nós nos sentimos irremediavelmente sujos. Sabemos que Deus nos ama e cremos que somos realmente justificados. Sabemos que o céu nos espera bem ali na frente, na próxima curva da estrada. Mas, enquanto isso, não conseguimos sair de debaixo de nosso opressivo senso de sujeira.
Quer por causa de abusos de que tenhamos sido vítimas, quer por causa de nossas próprias tolices, sentimo-nos sujos. Por trás de nossa pungente teologia, sentimo-nos repugnantes. Nossos sorrisos e nossa bem apresentada aparência exterior estão em desacordo com o que achamos que é nossa experiência interior mais profunda.
2. O Evangelho tem uma resposta para isso.
Se você está em Cristo, o céu o lavou. Você foi lavado e agora é “insujável”. Não importa como você se sente. Esse sentimento não o define. Jesus foi contado como impuro para libertá-lo de sua condição de impuro e de seus sentimentos errados.
Isso não significa que você nunca lutará com o sentimento de se sentir impuro. Significa, antes, que um aspecto de seu crescimento em Cristo é colocar seus sentimentos subjetivos de impureza em harmonia com a purificação objetiva, decisiva, invencível e sempre verdadeira no sangue de Cristo.
Não é fácil crer que somos limpos. Aceitar literalmente o que Deus diz sobre esse assunto talvez não seja muito diferente de dizer a um homem que esteja convencido de que está com febre alta: “Você está com boa saúde.” Entretanto, estamos realmente limpos. Temos de crer no que Deus diz e resistir ao que sentimos. Creia audaciosamente nisso. Creia nessa purificação com a resistência que o Evangelho inspira.
6.5. A HONESTIDADE FAZ COM QUE NOS SINTAMOS PERDOADOS.
6.5.1. Um leitor atencioso pode argumentar a esta altura: “O texto diz que, ‘se andarmos na luz... o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado’. Isso significa que, se não formos honestos uns com os outros, Deus não nos purificará? Isso não é, de fato, inverter o próprio Evangelho e tornar nosso status de puros dependentes de algo que fazemos?
Sabemos, com base no ensino mais amplo da Bíblia, que isso não é verdade. O texto deve significar que, se andarmos na luz – e isso ocorre somente com aqueles que são introduzidos nas misericórdias do Evangelho e são habitados pelo Espírito Santo - , o sangue purificador de Cristo se tornará mais real para nós.
Ele passa de teoria crida para realidade sentida. Experimentamos esse perdão mais profundamente do que seríamos capazes de experimentá-lo de outra maneira. Nosso coração se abre para recebê-lo mais profundamente do que antes.
O perdão do Evangelho passa de receita impressa para experiência apetitosa. Em outras palavras, a honestidade de uns com os outros quanto à nossa pecaminosidade é um caminho para uma nova, libertadora e mais sólida conscientização do Evangelho.
Não, a honestidade com os outros não conquista o favor de Deus para nós. Mas, sem a honestidade com os outros, corremos um risco terrível e nos predispomos a sofrer nossa pior queda.
6.5.2. Quando você confia suficientemente em Deus para falar de sua pecaminosidade com outra pessoa, os canais de seu coração são abertos para você se sentir perdoado. Isso acontece porque o mesmo orgulho que nos impede de confessar nossos pecados a um irmão ou a uma irmã também obstrui nossa crença real no Evangelho.
6.5.3. O orgulho impede a comunicação tanto horizontalmente como verticalmente. Fugir da honestidade para com outro irmão em Cristo é, em essência, rejeitar o próprio Evangelho. Recusar-se a ser honesto com outra pessoa é obra de justiça disfarçada; cremos que precisamos proteger a fachada, manter a integridade da aparência.
6.5.4. Porém, na conversão ao cristianismo, reconhecemos que somos desesperadamente pecadores e não temos nada com que contribuir, exceto com nossa necessidade. Em outras palavras, na conversão, o velho homem morreu de uma vez por todas. Efésios 4:20-24
6.5.5. Quando nos recusamos a ser honestos na presença de outro irmão em Cristo, trazemos de volta à vida aquele velho homem. Retrocedemos à maneira de agir que tínhamos antes da regeneração.
CONCLUSÃO:
Você quer alegria? Afinal de contas, João disse ter escrito I João “para que nossa alegria seja completa”(1:4). Você quer crescer? Talvez somente no outro lado da honestidade genuína com outro cristão, haja profundidade de “comunhão... com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” (1:3) à sua espera, uma profundidade que fará aquilo em que você crê agora parecer completamente irreal.
Creia no Evangelho. Encontre um amigo de confiança, um irmão em Cristo. Traga-o à sua pecaminosidade de maneira redentora, mas humilhantemente transparente. Humilhe-se na morte do ego que a honestidade promove e veja que a vida floresce do outro lado.
Banhe-se de novo no Evangelho da graça. À medida que você ousa aprofundar-se na honestidade e na experiência do sangue purificador de Cristo, verá seu coração descansar no crescimento pelo qual você tanto anseia.
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