MATEUS, O ANFITRIÃO (PARTE 2) Lucas 5.29-32

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Discipulado é aceitar o convite de Jesus para abandonarmos nosso conforto, abrigando-nos em sua Graça. Maravilhosa Graça!

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Grande ideia: Discipulado é aceitar o convite de Jesus para abandonarmos nosso conforto, abrigando-nos em sua Graça. Maravilhosa Graça!
Estrutura: O convite de Jesus (v. 27) , a resposta de Levi (v. 28) e o escândalo da graça (vv. 29-32).
Trecho do livro, “Maravilhosa Graça”, de Philip Yansey:
Um conselheiro, David Seamands, resumiu sua carreira desta maneira:
Há muitos anos, cheguei à conclusão de que as duas causas principais da maioria dos problemas emocionais entre os cristãos evangélicos são estas: o fracasso em entender, receber e viver a graça e o perdão incondicionais de Deus; e o fracasso de distribuir esse amor, perdão e graça incondicionais aos outros... Nós lemos, ouvimos, cremos em uma boa teologia da graça. Mas não é assim que vivemos. As boas novas do evangelho da graça não penetraram no nível de nossas emoções.
“O mundo pode fazer quase tudo tão bem ou melhor do que a igreja”, diz Gordon MacDonald. “Você não precisa ser cristão para construir casas, alimentar os famintos ou curar os enfermos. Há apenas uma coisa que o mundo não pode fazer. Ele não pode oferecer graça”.
MacDonald colocou o seu dedo sobre a única contribuição realmente importante da igreja. Onde mais o mundo poderia ir para encontrar graça?
1. O “escândalo da graça”. (vv. 30-32)
(a) Foi sugerido que Levi tinha três propósitos ao organizar esse “grande banquete”:
William Macdonald: Ele queria honrar o Senhor, testemunhar publicamente sua nova submissão e apresentar seus amigos a Jesus.
(b) Gosto de pensar na alegria de Levi em compartilhar Jesus com seus amigos.
"Jesus nunca concordou com a ganância, nem com a injustiça ou qualquer outra prática de muitos daqueles homens. Assim como ele não concordava com nenhum pecado de nenhum homem. Mas ele não estava compactuando com os pecados daqueles publicanos, e sim se relacionando com aquelas pessoas, as quais, assim como Levi, também poderiam ser chamadas e perdoadas." (from "O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma" by Flávio Gouvêa de Oliveira)
(c) Mais sobre Mateus, como apóstolo:
Barros (2017) resume dessa maneira a carreira de Mateus como apóstolo: “Mateus foi, por certo, um talentoso escritor e um ardoroso discípulo, dotado, provavelmente, do melhor preparo intelectual entre os doze. Sua formação o equipou adequadamente para testemunhar àqueles que ocupavam posições de autoridade e o tornou um vaso escolhido para escrever o Evangelho que leva o seu nome”.
(d) Sempre eles: fariseus e escribas, a atitude deles é de murmuração. γογγυζω gogguzo (murmurar, resmungar, queixar-se, dizer algo contra em um tom baixo).
Lucas, Volumes 1 e 2 C. Os Fariseus e Seus Companheiros Acusam os Discípulos de Jesus por Comerem com Publicanos etc.

Segundo o que esses legalistas e amigos de sutilezas viam, era impossível permanecer cerimonialmente puro quando alguém consentia em comer com pessoas a quem eles consideravam a plebe, a escória. Não tinham os rabinos estabelecido esta regra: “Os discípulos dos sábios não se reclinam à mesa em companhia do povo da terra (a ralé, os destituídos de reputação)”? Era preciso evitar a contaminação.

Lucas 18.9–14 (NVI)
9A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola:
10“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.
11O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.
12Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.
13“Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.
14“Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.
(e) Repare na sutileza da pergunta:
Lucas 5.30 (NVI)
30Mas os fariseus e aqueles mestres da lei que eram da mesma facção queixaram-se aos discípulos de Jesus: “Por que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’?”
Hernandes Dias Lopes: Veja a progressão dessa oposição: de um pensamento íntimo de censura, eles caminharam para uma pergunta indireta. Desta a uma pergunta pessoal e daí a uma censura verbal.
(f) Mas Jesus responde à altura: à altura de sua humanidade perfeita.
A mensagem:
16 Os líderes religiosos e os fariseus, vendo Jesus na companhia daquela gente, foram tomar satisfação com os discípulos: "Que exemplo ele está dando, andando com essa gente desonesta e essa ralé?".
17 Jesus escutou a crítica e reagiu:"Quem precisa de médico:quem é saudável ou quem é doente? Estou aqui para dar atenção aos de fora, não para mimar os da casa, que se acham justos".
Lucas, Volumes 1 e 2 D. Jesus Defende a Conduta de Seus Discípulos e, Implicitamente, a Sua

Em substância, essa é a redação também em Mateus e Marcos, ainda que em Mateus estas palavras sejam precedidas por uma citação de Oseias 6.6 e prefixadas por “porque”, enquanto Lucas acrescenta a frase “à conversão”, onde a maioria dos tradutores favorece “ao arrependimento”.

Oséias 6.6 (NVI)
6Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.
(g) Verdades a respeito dos “doentes e pecadores”: κακως kakos e αμαρτωλος hamartolos.
Jeremias 8.22 (NVI)
22Não há bálsamo em Gileade? Não há médico? Por que será, então, que não há sinal de cura para a ferida do meu povo?
Isaías 57.15 (NVI)
15Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: “Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito.
2Pedro 3.9 (NVI)
9O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.
Só os que se reconhecem doentes e pecadores têm consciência da necessidade da salvação.
A salvação não é para aqueles que se consideram dignos, mas para os indignos que estão em situação desesperadora. Jesus veio para salvar os pecadores, perdidos, pobres, sofredores, famintos e sedentos.
Só os que se humilham podem ser salvos. A única pessoa pela qual Jesus nada faz é aquela que se julga tão boa que não necessita de que ninguém a ajude. Essa pessoa levanta uma barreira entre ela e Jesus e assim fecha a porta do céu com suas próprias mãos.
"Cristo não veio para julgar e para destruir, mas para dar-se a si mesmo para a salvação dos pecadores. Portanto, não desespere aquele que é pecador; desespere, antes, aquele que não quer ser pecador, como acontece com os que se autojustificam. O pecador tem a oportunidade de alimentar a esperança, pois “Cristo veio”. Assim como o diabo, a lei de Moisés condena; nós não necessitamos de Cristo para condenar-nos, e ele, tampouco, foi enviado para condenar." (from "Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero: Nova Tradução na Linguagem de Hoje" by Sociedade Bíblica do Brasil, Osmar Luiz Witt, Vanderlei Defreyn)
Mateus 5.6 (NVI)
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.
Mateus 11.28–30 (NVI)
28“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
29Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.
30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
João 7.37–38 (NVI)
37No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.
(h) Jesus veio salvar os pecadores, os perdidos, os extraviados, os mendigos, os sobrecarregados, os famintos e sedentes.
Mateus 5.6 (NVI)
6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.
Lucas 14.21–23 (NVI)
21“O servo voltou e relatou isso ao seu senhor. Então o dono da casa irou-se e ordenou ao seu servo: ‘Vá rapidamente para as ruas e becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos’.
22“Disse o servo: ‘O que o senhor ordenou foi feito, e ainda há lugar’.
23“Então o senhor disse ao servo: ‘Vá pelos caminhos e valados e obrigue-os a entrar, para que a minha casa fique cheia.
Lucas 19.10 (NVI)
10Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.
João 7.37–38 (NVI)
37No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.
(i) Trata-se de “conversão” e não apenas “arrependimento”.
μετάνοια (aqui acc. -ν). A tradução favorecida por quase todas as traduções inglesas, isto é, “arrependimento”, é frágil demais e unilateral. Tal tradução enfatiza somente o aspecto negativo do que está implícito aqui. A palavra usada no original indica uma transformação radical. A tradução holandesa (tanto Statenvertaling quanto Nieuwe Vertaling) é correta: bekering; não meramente berouw. O conceito tem dois elementos: (a) uma tristeza definida por e desvio do mal; (b) uma volta resoluta para Deus em fé e obediência. Somente em tais exemplos, nos quais a ênfase é posta exclusivamente na tristeza pelo pecado, se justifica a tradução “arrependimento” ou (para o verbo) “arrepender-se”. Veja, por exemplo, Lucas 10.13 (cf. Mt 11.21). “Eles teriam se arrependido há muito tempo, assentados em pano de saco e cinzas.” Veja mais: a explicação de Lucas 3.3 neste comentário; C.N.T. sobre Mateus 3.1–2, inclusive notas apenas a essas páginas; veja também J. Gehm sobre esta palavra, Th.D.N.T., Vol. IV, p. 999–1003. Note que na p. 1001 esse autor também endossa a tradução “conversão” para Lucas 5.32.
William Hendriksen, Lucas, trad. Valter Graciano Martins, 2a edição, vol. 1, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 375.
"Um verdadeiro crente sempre demonstrará esse mesmo sentimento de Levi. Podemos dizer com segurança que não existe graça divina no homem que não se preocupa com a salvação de seus companheiros. O coração realmente ensinado pelo Espírito Santo sempre estará cheio de amor, bondade e compaixão. A alma que foi chamada por Deus desejará ardentemente que outros tenham a mesma chamada. Um homem salvo não desejará ir sozinho para o céu." (from "Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos Livro 3)" by J. C. Ryle, Tiago J. Santos Filho, Editora Fiel)
2. Outras aplicações:
(a) Você tem feito da sua casa uma extensão da nossa igreja? Através de seus relacionamentos você pode contagiar pessoas com a verdade do Evangelho em sua vida.
C. S. Lewis:
Cristo veio a este mundo e se fez homem a fim de disseminar nos outros homens o tipo de vida que ele possui- por meio daquilo que chamo de “boa infecção”. Todo cristão deve tornar-se um pequeno Cristo. O propósito de se tornar cristão não é outro senão esse.
(b) A igreja em nossos dias não pode abrir mão de seu alvo de atrair para Jesus os indignos e miseráveis. A graça não é para os que se veem perfeitos, mas para os imperfeitos.
Lucas 4.18–19 (NVI)
18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos
19e proclamar o ano da graça do Senhor”.
Lucas 15.7 (NVI)
7Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se.
"A igreja não é um grupo reunido no saguão de um hotel, no verão. Mas é uma equipe de socorro? Quantas igrejas, justamente quando há mais necessidade, têm empacotado as coisas e seguido os "justos" para uma nova localidade, de um agradável bairro residencial,onde reina a paz, paz perfeita!. Mais ou menos assim, podemos evitar os clamores perturbadores e o fardo do pecado e da necessidade. Mas teremos de pagar um preço por causa disso. Pois também nos afastamos para longe daquele que veio salvar os pecadores." (Luccock)
Ilustr.:
http://www.opoderosoresumao.com/resenha-a-festa-de-babette/
Martine e Philippa são irmãs idosas e moram juntas em um isolado vilarejo norueguês. Filhas de um ardoroso religioso protestante, elas vivem uma vida de renúncias: tudo o que é mundano (amor, prazeres e etc) não tem valor. É uma vida restrita, sem emoção. O conto vai nos apresentando as irmãs aos poucos e nos mostra como a influência de seu pai as fechou no mundo religioso.Cada uma deles teve admiradores mas nunca levaram nada disso a sério.
Um belo dia, uma francesa chega à porta das irmãs com uma carta de recomendação de um ex cantor de Ópera que, uma vez, tentou aproximar-se de Philippa. Babette teve a vida destruída por uma França em guerra civil – seu marido e filho foram fuzilados e ela chegou perto de ter o mesmo destino mas conseguiu fugir. Ela pede abrigo para as irmãs em troca de trabalho e foi aceita como criada. Logo, no entanto, ela descobriu o que significava uma vida austera: nada de luxo e comida simples, já que o contrário era considerado pecado.
Babette morou com as irmãs por 12 anos. No 12o ano, algo inesperado aconteceu: Babette ganhou na loteria! Quando perceberam que o dinheiro poderia significar a partida da criada, as irmãs o chamaram de blasfêmia. Aliás, todo o vilarejo tão centrado na religião não conseguia evitar os sentimentos mundanos de egoísmo, rancor, inveja e etc. De fato, ao invés de sentirem-se felizes por Babette, entristeceram-se por serem deixados.
Mas Babette tinha um desejo: ela queria apresentar o vilarejo para a verdadeira cozinha francesa com sua receitas suntuosas e diferente de tudo aquilo que o povoado conhecia. Com alguma reticência, as irmãs aceitaram o banquete. E QUE banquete Babette preparou – digno de grandes chefs e aproveitando o melhor da cozinha francesa (que, na minha experiência, limita-se a fondue de chocolate).
Com esse banquete, Babette mexeu, ainda que de leve, com o status quo do vilarejo – ainda que por um breve momento.
Quero comentar sobre a ótima edição da Cosac Naify Portátil. Acontece de muitas editoras não trabalharem muito nas edições de bolso porque essas edições tendem mesmo a serem mais limitadas. Não acredito que isso seja aplicável à Cosac. A edição portátil deles é uma delícia.
A escrita da autora é leve, funcional e prende. Ela tem um ótimo poder de descrição e envolve o leitor por ser extremamente sensível. O conto é muito bem estruturado e foi uma ótima introdução a Blixen (que eu não conhecia). Livro para se ler em uma tarde e descansar a cabeça tranquilamente enquanto a gente imagina o banquete todo.
Phillip Yansey:
No discurso do general, Isak Dinesen (Karen Blixen) não deixa dúvidas de que ela escreveu “A Festa de Babette” não apenas como uma história a respeito de uma excelente refeição, mas como uma parábola da graça: um presente que custa tudo para o doador e nada para o que recebeu. Isto é o que o General Loewnhielm disse aos carrancudos paroquianos reunidos ao redor da mesa de Babette:
Todos nós fomos informados de que a graça deve ser buscada no universo. Mas em nossa loucura humana e nossa visão reduzida imaginamos que a graça divina seja finita… Porém, chega o momento em que nossos olhos são abertos, e vemos e entendemos que a graça é infinita. A graça, meus amigos, não exige nada de nos a ser que a aguardemos com confiança e a reconheçamos com gratidão.
Doze anos antes, Babette aparecera entre aquelas pessoas desprovidas de graça. Discípulas de Lutero, ouviam sermões a respeito da graça quase todos os domingos e no restante da semana tentavam obter o favor de Deus com a sua piedade e renúncia. A graça veio a elas na forma de uma festa, a festa de Babette, uma refeição desperdiçando uma vida inteira sobre aqueles que não a haviam merecido, que mal possuíam a faculdade de recebê-la. A graça veio a Norre Vosburg como sempre vem: livre de pagamento, sem cordas amarradas, como oferta da casa.
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