AULA 02 - COSMOVISÃO REFORMADA
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SAUDAÇÃO
Bom dia, graça e paz da parte e paz da parte do nosso Senhor Jesus.
Hoje nós estudaremos a respeito de uma cosmovisão reformada. Alguns que aqui estão ja viram essa aula, mas me foi pedido para lecionar tendo em vista ser um assunto tão necessário e amplo para os nossos dias. Gostaria da sua participação, no que tange a duvidas por favor não se omita.
INTRODUÇÃO
Revisão
O que é uma cosmovisão?
Cosmovisão é a maneira como nós enxergamos a realidade, o mundo, ou seja, são os óculos da vida.
Mas eu gosto de uma outra definição que o Heber Junior traz, e que gostaria de compartilhar com os irmão. “Cosmovisão vai muito além das lentes que sobrepõe os nosso olhos, ela é o nosso próprio olho.” Pois está intrínseco, a nós.” Logo, todos possuem uma cosmovisão.
Exemplo:
E a nossa cosmovisão diz a respeito de nós mesmo, ao lidar com a correção do seu filho, você aplica a sua visão a cerca de ensinamento. Se você entende que os filhos não devem apanhar por exemplo, ou se devem ao fazer uma bagunça, diz respeito a sua cosmovisão. Dentre outras coisas.
Hoje veremos 02 tipos de cosmovisão e uma delas tem permeado no meio da igreja e tem causado grandes conflitos e problemas.
Muitos podem estar perguntando:
Qual a importância de estudarmos isso?
Se a cosmovisão é a maneira pela qual enxergamos a vida e vivemos, ha respaldos bíblicos para fazermos isso. Como cristãos precisamos estarmos sempre preparados para responder a razão da nossa esperança.
"Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” 1Pe 3.15
DUALISMO
O que é?
É a cosmovisão que vê a realidade por dois primas distintos: Baseia-se na ideia de que o universo e a realidade podem ser divididos em duas categorias fundamentais ou princípios opostos e que são irreconciliáveis.
Exemplo:
Bem e mal: o dualismo sugere que o universo é composto por forças opostas, onde o bem representa a bondade, a pureza e a virtude, enquanto o mal representa a maldade, a corrupção e a decadência. espiritual e material.
Espirito e material: a espiritual, que é muitas vezes vista como superior e eterna, e a material, que é percebida como inferior e transitória.
Quando chega no cristão, divide-se a vivência humana em duas categorias distintas e estanques: o sagrado (ou “religioso”, “espiritual” e outros termos semelhantes) e o profano (ou “secular”, “natural”, “mundano” e termos semelhantes).
Quantos aqui ja fizeram em suas vidas essa separação?
Aquilo que é santo, e aquilo que é da carne?
O problema do dualismo
Há algumas dimensões do dualismo, e com ele alguns sérios problemas. Pois a Escritura não abordada dessa forma.
Dualismo antropologico = Corpo e Alma - Gn2.7 e 1Ts5.23
Dualismo cristológico = Jesus humano e Jesus divino / Negar Jesus como homem é negar o Evangelho de Deus. Pois como Jesus poderia salvar aquilo que ele não morreu?
O dualismo nega a encarnação de Cristo. (Humanidade Mt1.18-25/ Lc 2.1-7/ Desenvolvimento de Jesus Lc 2.40 e 2.52/ Experiencias Mt 4.2 fome, Jo 19.28 sede, Jo 4.6 cansaço e Mt 9.36 e Jo 11.35 - DIVINDADE Jo 1.1, Jo 8.58, Jo 10.30, Jo 14.9)
Dualismo da Espiritualidade = Separa aquilo que vivemos em nossa vida, com aquilo que vivemos de maneira “espiritual”.
Politica e religião,
Fé e razão, mas e o texto que lemos de 1Pe3.15? Rm 12.1?
Há incompatibilidade entre o dualismo e o cristianismo biblico.
COMO ENTROU ESSE PENSAMENTO NO SEIO DA IGREJA?
O dualismo entrou para o pensamento cristão por meio da influência da filosofia platônica grega sobre importantes pensadores cristãos da Antiguidade.
- Para Agostinho (354-430 d.C.), por exemplo, a vida se dividia entre a vida contemplativa (reflexão, meditação e oração) e vida ativa, que incluía toda sorte de trabalhos manuais que, embora necessários, eram considerados de uma esfera inferior. Um conhecimento só tinha relevância se ajudasse a entender a fé.
Na Idade Média, Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.) defendeu que a razão e o labor humanos são importantes em si mesmos, mas careciam de uma porção da graça divina para serem elevados a um nível de bondade superior. Segundo ele, a igreja e seus sacramentos é que conferiam esse acréscimo sobrenatural às coisas naturais.
Só que esse pensamento esta muito antes.
Exemplo Colossenses.
Gnosticismo la no início do Sec II. Mateira/ corpo mal e a alma era bom. Com isso negava a humanidade de Cristo. Logo negava o evangelho.
Só que essa linha de pensamento dualista perpassou e tem perpassado até os dias de hoje.
Até mesmo nas artes, como a pintura e a música, percebemos quanto essa mentalidade se estabeleceu, a ponto de que, durante toda a Idade Média, uma obra de arte somente tinha valor se seu tema fosse religioso.
Essa cosmovisão dividiu a vida entre coisas espirituais e materiais, cada área tendo seu domínio. Pode até parecer cristã, por colocar o domínio espiritual acima do domínio natural ou secular; mas, ao fazê-lo, põe vastas áreas da vida para fora da vida cristã, alistando- as como “não espirituais”.
E, conforme essas áreas seculares ganharam espaço e importância na vida da sociedade, simplesmente deixaram de recorrer à autoridade espiritual para ser validadas. O que é terreno e secular se tornou completamente autônomo do espiritual e sagrado. Admirado consigo mesmo, o homem se esqueceu de Deus (Dt 6.10- 12).
Aos poucos, a cosmovisão cristã dualista se acomodou à nova situação.
Durante o Iluminismo, o teólogo Friedrich Schleiermacher (1768-1834 a.C.) ampliou o abismo ao afirmar que as questões espirituais se fundavam em um sentimento religioso, sem relação com a racionalidade ou a realidade concreta.
Nessa perspectiva, atividades consideradas espirituais – como oração, evangelismo, valores morais, adoração e outras relacionadas à igreja e à fé – são relevantes apenas para a indivíduo.
Enquanto isso, a carreira profissional, a educação, a política, a ecologia, o lazer e as artes ficam do lado de fora do reino. Essas áreas não se relacionam com a fé: são seculares.
RESULTADO
Na cosmovisão dualista, o ideal cristão passa a ser a vida em um gueto bem fortificado, mantendo a vida lá fora, o mais distante possível; em muitos casos, a impossibilidade de viver esse ideal leva o cristão a servir a dois senhores (Mt 6.24): um aos domingos e outro durante o meio da semana.
Isso foi tão grave que Alguns grupos cristãos ao longo da história adotaram uma abordagem de separação mais rígida, acreditando que deveriam se isolar do mundo secular para preservar sua pureza espiritual. Por exemplo, os monges em mosteiros muitas vezes viviam em isolamento do mundo exterior.
Isso parece um exagero e parece que esta longe de nós, mas quantos no meio de nós que vive uma vida semelhante, onde separa-se o religioso do secular, onde se é crente dentro da igreja, mas quando chega na segunda feira se deixa em casa a vida “religiosa”e vai par a. Vida secular, onde lá voce pode mentir, ter conversar obscenas, e dentre tantas outras coisas.
Lutero e o sapateiro convertido. Faça seu melhor sapato, e vende-o no preço justo. Isso é glorificar a Deus.
VISÃO REFORMADA/ VISÃO CRISTÃ / BIBLICA
Cosmovisão Reformada é uma perspectiva filosófica, teológica e cultural que se baseia nas doutrinas e ensinamentos da Reforma Protestante do século XVI. Ela tem como objetivo fornecer uma visão abrangente da realidade, a partir da interpretação bíblica e da confissão de fé reformada, que influencia a maneira como os reformados compreendem e se relacionam com o mundo ao seu redor.
5 solas( Scripitura, Fide, gratia, Cristus, soli deo gloria)
5 pontos( deparavacao, eleição incondicional, expiação limitada, graça irressitivel e perseverança dos santos)
As perguntas: De onde eu vim? Por que estou aqui? Quem eu sou? Onde eu estou? Pra onde eu vou? O que está errado? Qual é a solução?
Gênesis é o livro que responde as indagações humanas. É a resposta de Deus para essas perguntas. É o livro dos começos, das origens, dos princípios de todas as coisas!
Princípio do universo, da terra, das plantas, do homem, da raça humana, do casamento, da família, da civilização, das nações, do estado, do governo, da história, das leis, do pecado, da punição, do sacrifício, da salvação, da adoração, da aliança, do chamado de Deus, do povo eleito (Israel), das promessas, das profecias, das línguas, da literatura, da arte, da ciência e tudo mais.
O livro é o fundamento de toda a nossa teologia, bem como de toda a nossa cosmovisão. Negar o relato da criação é negar a veracidade de toda a Bíblia!
O texto lido diz: “No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.
1. A cosmovisão das Escrituras começa com Deus e a Criação.
A cosmovisão das Escrituras não tem início com Cristo e a Salvação. Ela começa com Deus e a Criação. O primeiro artigo do Credo dos Apóstolos enfatiza: “Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra”. É aqui que o Cristianismo começa. A criação é o ponto de partida.
O mundo não é fruto do Acaso. Não surgiu de uma imensa explosão – um Big Bang. Um Big Bang saído do nada não poderia ter sido o começo de todas as coisas. Existe um Deus pessoal e inteligente que criou tudo e colocou tudo em movimento.
2. O universo veio à existência pela palavra de Deus. Oito vezes Deus traz novas criaturas à vida pelo comando de sua palavra
(Gn1.3,6,11,14,20,24,26). “Disse Deus: Haja luz; e houve luz”. A criação existe pela palavra de Deus. Mas a criação também existe pela sabedoria de Deus. Provérbios declara: “O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus. Pelo seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho” (Pv3.19,20).
3. Deus fez que o Universo viesse a existir a partir do nada. A Bíblia diz: “ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl33.6). Isso revela a soberania de Deus. Ele falou e assim se fez. A palavra de Deus não retorna para ele vazia (Is 55.10,11).
No lugar de Deus como Criador, o evolucionista tem colocado o acaso – pura sorte, acidente, coincidência, sorte cega. O acaso é, então, o verdadeiro criador para o evolucionista. A matéria, o tempo e o acaso constituem a santa Trindade evolucionista. O acaso é o criador de tudo.
Elohim está na forma plural (é o plural da majestade, uma indicação da Triunidade de Deus). Nas Escrituras, a Criação é atribuída ao Pai (At4.24), ao Filho (Jo1.1-3) e ao Espírito Santo (Sl104.30). A Trindade está envolvida na obra da criação.
A terra era sem forma e vazia: isto se refere à terra como um lugar vazio, isto é, um lugar improdutivo e inabitado”. O profeta Jeremias profetizou: “Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido” (Jeremias 4.23-25).
Em outras palavras, Deus não criou o mundo para ser inabitado e improdutivo! O Espírito de Deus se movia sobre as águas dando ordem ao caos e beleza e plenitude ao que antes era vazio! O profeta Isaías profetizou: “Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro” (Is 45.18).
4. Existe um padrão nas atividades de Deus durante a semana da criação: primeiro ele formou, depois encheu.
No primeiro dia: ele trouxe à existência a luz. A luz cósmica, a radiação eletromagnética! Ele disse: “Haja luz e houve luz”.
No segundo dia: Deus criou o firmamento e fez separação das águas debaixo do firmamento. Em outras palavras, Deus criou o Céu (atmosfera), bem como a Água (hidrosfera) debaixo do firmamento.
Chamou Deus ao firmamento Céus: 1o Céu é onde os pássaros voam (atmosfera), o 2o Céu é onde encontramos os corpos celestes: Sol, lua e estrelas (o espaço sideral). O 3o céu: o paraíso. Esse é o céu para onde vão os que estão em Cristo!
No Terceiro dia: o planeta terra: ajuntem-se as águas debaixo dos céus e apareça a porção terra.
E Deus fez surgir a flora sobre a terra: a relva, as ervas que dão semente e arvores que dão frutos “segundo a sua espécie”, o que possibilita a ordem na natureza. Uma espécie não podia transformar-se em outra.
Deus estava preparando a terra para ser habitada pelos seres humanos e pelos animais. E tudo o que Deus fez era perfeito e útil para os animais e para os seres humanos. E viu Deus que isso era bom.
Deus criou três espaços específicos: a terra, os mares e o firmamento dos céus. Durante os três dias criativos que se seguiram, preencheu esses espaços.
No quarto dia: Deus colocou os luzeiros no firmamento dos céus: o sol, a luz e as estrelas. O Sol para governar o dia e a luz para governar a noite; e fez também as estrelas.
No quinto dia: Deus havia criado os céus e as águas e, então, encheu- os abundantemente de criaturas viventes. Fez pássaros para voar nos céus e criaturas aquáticas para povoar as águas.
“Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes” (Sl104.24,25).
No sexto dia, a criação chegou a seu ápice, quando Deus criou os animais domésticos e os animais selváticos. E criou o homem a sua imagem e sua semelhança. Em outras palavras, nós representamos e refletimos a Deus. Nós representamos a Deus junto à criação e representamos a criação junto a Deus.
5. A criação de Deus é boa. Ao longo de toda a narrativa bíblica da criação é possível perceber a bondade inerente à realidade criada. A descrição de alguns dos dias da criação se encerra com a expressão: E viu Deus que isso era bom (Gênesis 1.10,12,18,21,25), até que ao fim da narrativa, lemos: Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. (Gênesis 1.31).
Deus está satisfeito com a ordem e a complexidade do mundo que ele fez. A variedade incrível da criação – dia e noite; céu, terra e mar; sol, lua e estrelas; peixes, aves, animais e seres humanos – tudo isso é declarado bom.
Por quê? Primeiro, porque é a expressão de sua vontade! Ele falou e assim se fez. Segundo, a realidade está devidamente preparada para a habitação humana (é um cosmos e não um caos). Terceiro, um dos propósitos da criação é revelar Deus ao homem (Rm1.18-20).
Como uma obra de arte traz em si os traços de seu autor, a realidade criada possui as características daquele que a trouxe à existência. Como afirma João Calvino,
“... para onde quer que lancemos os olhos, não há uma pequenina parte do mundo na qual não irrompam ao menos algumas centelhas de sua glória. Não podemos contudo contemplar, de uma só vez, tão ampla e bela obra, que de forma vasta se mostra, sem que sejamos completamente cobertos por um imenso fulgor” (A Instituição da Religião Cristã, I.V.1).
Van Groningen contribui com essa ideia, reforçando a abrangência do caráter revelacional da criação:
“Não existe um só aspecto, parte, substância ou mínimo detalhe no reino cósmico que não dê uma contribuição ou participe na revelação do Rei Criador do universo. Nenhuma parte, nenhum aspecto da criação pode ser considerado como não revelador de alguma coisa sobre Deus. (...) Cada força ou potencial que existe revela a Deus. (...) Todas as atividades, quer de pequena ou de grande importância são reveladoras do Rei Criador. Elas revelam, em particular, a vontade soberana do Rei Cósmico, seus propósitos e seu interesse por todas as dimensões do seu reino”.
6. O significado e propósito do homem está em seus mandatos criacionais. O primeiro deles é o que costumamos chamar de mandato espiritual. Trata-se, na verdade, do relacionamento do homem com o seu Criador.
Uma clara evidencia deste mandato pactual encontra-se no sétimo dia da criação que foi santificado por ele, o dia em que Deus descansou (Gênesis 2.13), e serviu, posteriormente, de fundamento para o quarto mandamento (Êxodo 20.8-11), que separa um dia especial para o cultivo do relacionamento do homem com Deus.
Este mandato criacional revela o caráter essencialmente religioso do homem. Por religião, não estamos falando de um determinado aspecto ou departamento da vida, diferente dos demais, mas do “relacionamento da aliança inevitável entre Deus como Senhor e o homem, portador da sua imagem”, do qual todos os demais se derivam.
O segundo mandato é denominado mandato social, e trata-se do relacionamento do homem com o seu semelhante. Ele foi estabelecido por Deus, quando depois de haver criado homem e mulher (Gênesis 1.27), lhes reuniu em casamento, estabelecendo a família como célula mater da sociedade (Gênesis 2.24).
O terceiro e último mandato, o mais relevante para nossos propósitos neste curso, é denominado mandato cultural. Trata-se do relacionamento entre o homem e as demais obras da criação de Deus. Esse mandato fundamenta-se na ordem divina expressa em Gênesis 1.26: “...tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”.
Essa ordem divina colocou o homem num relacionamento necessário com a criação. Neste relacionamento o homem deveria ocupar a função de supervisor da realidade criada.
De certa forma, toda a criação foi colocada debaixo da direção do homem, a fim de que ele cuidasse das coisas que Deus criou.
O mandato cultural inclui também a intervenção humana sobre a realidade criada. A narrativa detalhada da criação do homem afirma: Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar (Gênesis 2.15). Essa é a base para a nossa vida cultural.
QUEDA
INTRODUÇÃO
A cosmovisão cristã da criação responde as questões das origens – de onde veio o universo e como a vida humana começou.
De igual forma, a cosmovisão cristã da queda explica o dilema humano. Por que há guerra e sofrimento, doença e morte no mundo criado por Deus?
"Segundo John MacArthur, GÊNESIS 3 explica a condição do universo e o estado da humanidade. Ele explica por que o mundo tem tantos problemas. Explica o dilema humano. Explica por que precisamos de um Salvador. E ainda explica o que Deus faz através da História.”
Em outras palavras, a verdade revelada em Gênesis 3 é a base necessária para uma visão de mundo verdadeira e precisa.
A explicação cristã para toda a sorte de males que experimentamos em nossa realidade, é o evento histórico da queda em pecado.
- A queda nada mais foi do que a ocasião em que o homem decidiu deixar de dar ouvidos à voz de Deus, para dar ouvidos à voz do tentador.
Ela consistiu de uma transgressão da submissão a Deus para a autonomia. De certa forma, podemos dizer que o pecado foi a quebra do primeiro mandato criacional, o mandato espiritual.
A narrativa bíblica revela que Deus costumava andar com o homem diariamente, na viração do dia (Gênesis 3.8). Esta imagem apresentada pela Escritura revela comunhão, intimidade. Após a queda, quando Deus procurou o homem, como de costume, o homem estava tentando se esconder de Deus (Gênesis 3.8), o que revela uma quebra de relacionamento. O pecado separou o homem de seu Criador.
Em face disso, precisamos fazer algumas considerações importantes quanto à quebra do relacionamento de Deus com o homem.
1. O PECADO NÃO ELIMINOU A FUNÇÃO RELIGIOSA DO HOMEM.
Segundo Henry R. Van Til: “...devido a sua queda no pecado, o homem não se transformou em outra coisa inferior a homem; ele não perdeu sua humanidade. (...)
De fato, ele se tornou alienado quanto à ética e depravado quanto à moral, mas reteve sua natureza religiosa e seu sensos deitatis (consciência de Deus)”.
O que aconteceu na queda foi um redirecionamento de sua religiosidade. Ele que fora criado para servir a Deus e adorá-lo, passou a servir e a adorar a si mesmo, e a outros deuses. Os ídolos usurpam o lugar de Deus, bem como usurpam nosso lugar (as únicas imagens de Deus na terra são os seres humanos, que não devem ser adorados, mas devem adorar a Deus!) Leia: Rm 1.23,25.
2. O PECADO TROUXE AO HOMEM DOIS PROBLEMAS FUNDAMENTAIS: CULPA E CORRUPÇÃO.
A culpa original significa que a culpa do pecado de Adão nos é imputada. Como representante nosso, Adão pecou, e Deus nos considerou culpados tanto quanto Adão. A Bíblia diz: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para a condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida” (Rm5.18).
No entanto, além da culpa legal que Deus nos imputa por causa do pecado de Adão, herdamos também a corrupção moral.
Não somos apenas despojados da retidão original, mas possuímos também uma inerente disposição positiva para o pecado. Por esta razão, Davi disse: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl51.5).
Esta poluição pode ser considerada de dois pontos de vista diferentes.
Primeiro, como depravação total. Embora o homem não seja tão mau quanto possível, faça o bem nos campos da educação, do desenvolvimento da beleza e da destreza nas artes, do desenvolvimento de leis justas e dos atos genéricos de benevolência e bondade humana para com os outros. No entanto, em relação a Deus, não há nele bem espiritual, mas somente perversão moral. Diz Paulo: “Sei que em mim, isto é, na minha carne não habita bem nenhum” (Rm7.18).
Segundo, a incapacidade espiritual. Isto significa que em nós, pecadores, não falta apenas o bem espiritual, mas também a capacidade de fazer qualquer coisa que agrade a Deus, e ainda a capacidade de nos aproximar de Deus por nossas próprias forças. Paulo diz que “os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm8.8).
Segundo a Bíblia a corrupção do pecado atingiu o homem naquilo que ele possui de mais profundo e determinante: o coração.
Ao contrário de nossa cultura, para quem a ideia de coração se relaciona diretamente ao âmbito dos afetos e emoções, para a Bíblia, o coração é aquele elemento mais profundo da existência humana, que a molda e a determina em todos os sentidos. Ele é o núcleo de nossa existência, que dirige todos os elementos próprios de nossa humanidade, como os pensamentos, as emoções e a vontade. Nas palavras da sabedoria bíblica, o coração é o local de onde procedem as fontes da vida (Provérbios 4.23). Foi no coração, que o pecado contaminou o homem. Jeremias, por exemplo, afirma que, no estado atual, o coração do homem é enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17.9). Jesus Cristo afirmou que do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias (Mateus 15.19).
Por que o homem foi contaminado na disposição governante de sua existência, toda ela passou a estar contaminada pelo pecado, e todas as coisas que o homem decaído faz, traz em si as sementes da maldade.
Segundo o profeta Isaías, até mesmo nossas melhores obras ficaram comprometidas, e, neste estado, todas as nossas justiças são como trapo da imundícia (Isaías 64.6).
3. A QUEBRA DO RELACIONAMENTO COM DEUS AFETOU OS DEMAIS RELACIONAMENTOS PARA OS QUAIS O HOMEM FORA CRIADO.
MANDATO SOCIAL
Uma vez que o relacionamento com Deus foi quebrado, o relacionamento do homem com seu próximo também foi. Antes da queda, o relacionamento entre homem e mulher era de profunda harmonia. Quando o homem recebeu sua mulher das mãos de Deus, proferiu a primeira declaração de amor da história: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada (Gênesis 2.23).
A narrativa do Gênesis afirma ainda que, antes da queda, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam (Gênesis 2.25).
A nudez física tipifica a completa exposição, que não causava incômodo ao primeiro casal. Esta informação revela a intimidade, a pureza, e a cumplicidade que marcavam o relacionamento de homem e mulher no mundo tal como criado por Deus. Após a queda, lemos que a nudez é imediatamente coberta (Gênesis 3.7), e a mulher outrora elogiada pelo homem, passa a ser acusada por ele como responsável pelos acontecimentos desastrosos que os levaram à presente condição (Gênesis 3.12).
É interessante perceber que não houve completa descontinuidade da estrutura relacional criada por Deus. O homem continua sob a obrigação de relacionar-se com seu semelhante, e possuindo os impulsos que o levam a desejar e efetivar esse relacionamento.
No entanto, após a queda, esses relacionamentos sofreram as consequências do redirecionamento religioso do homem.
O mandato social, que antes era vivenciado como um ato de serviço e adoração a Deus, passou a ser vivenciado como ato de serviço e adoração ao próprio homem, mediante a idolatria. Como consequência, no capítulo seguinte de Gênesis, logo nos primeiros versos, lemos a narrativa do primeiro assassinato da história humana, no qual dois irmãos estiveram envolvidos (Gênesis 4.8). Daí para frente, muitas consequências danosas da queda para nossos relacionamentos puderam e ainda podem ser vistos; a solidão, o temor de homens, a agressividade, o uso de palavras como armas, o domínio tirano sobre o outro, o uso do próximo, as divisões, contendas, tudo isso, segundo a Escritura, nasce no coração contaminado pelo pecado (Tiago 4.1).
MANDATO CULTURAL
Por fim, o relacionamento do homem com o restante da criação, o chamado mandato cultural, também foi afetado pela queda. A primeira pergunta que devemos fazer, importante para que compreendamos o modo como devemos nos relacionar com a cultura, diz respeito ao quanto a queda afetou o mandato cultural. Teria ela feito um estrago tal na realidade criada, que inviabilizaria qualquer relacionamento do homem com a cultura?
Inicialmente, devemos pontuar que, assim como aconteceu com os mandatos anteriores, a queda não destruiu a estrutura criada por Deus. Isto é, as condições necessárias para o cumprimento do mandato cultural foram mantidas, mesmo após a queda. Deus não destruiu a terra, a fonte de matéria prima e palco do cumprimento do mandato cultural. Nem a imagem de Deus no homem, que lhe confere as habilidades necessárias para o desenvolvimento da vida cultural, foi totalmente comprometida.
Em outras palavras, o mundo, mesmo afetado pela queda, continua sendo um palco onde a glória de Deus pode ser vista de modo poderoso, e onde Deus deseja ser servido pelo seu povo.
Mas, se por um lado devemos considerar que a queda não inviabilizou o mandato cultural, por outro lado, ela o contaminou de modo profundo. A queda não destruiu nem o homem, nem a realidade criada, mas, tanto um quanto o outro, foram profundamente afetados por ela. A narrativa bíblica revela que, embora Deus não tenha destruído a terra, ele a amaldiçoou, dizendo: maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos... (Gênesis 3.17-18).
Esta afirmação bíblica revela que, após a queda, a relação do homem com o restante das obras das mãos de Deus passou a acontecer de forma desarmônica.
Pensando no homem, poderíamos dizer que após a queda, ele continua sendo, estruturalmente, imagem de Deus, uma vez que suas condições, dons e habilidades não deixaram de existir.
Ele continua sendo um ser racional, criativo, que estabelece juízos, etc.
No entanto, funcionalmente a imagem de Deus no homem foi distorcida, uma vez que ao invés de utilizar essas habilidades para a glória de Deus ele o faz em rebeldia e apostasia, a serviço de um ídolo.
(ESTRUTURALMENTE O HOMEM CONTINUA SENDO A IMAGEM DE DEUS.
NO ENTANTO, FUNCIONALMENTE A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM FOI DISTORCIDA).
Uma vez que a cultura é positivada pelo homem, o mesmo se aplica a ela.
Tomando a música como exemplo, podemos dizer que a queda não afetou a estrutura musical. Os sons, tons, acordes, escalas, atualmente utilizados, foram os trazidos à existência por Deus. No entanto, o homem que antes se utilizava dessa estrutura para produzir coisas boas e belas, como um ato de serviço a Deus, passou a se utilizar dela para produzir coisas feias e más, para servir a si mesmo por meio da idolatria.
É exatamente isso que torna o pecado algo tão sério e grave – “o fato de que o homem está agora usando os poderes e os dons dados por Deus (e que refletem Deus) para fazer coisas que são uma afronta ao seu Criador”.
REDENÇÃO E CONSUMAÇÃO
Falamos somos sobre A CRIAÇÃO (de onde viemos e quem somos nós?), bem como sobre A QUEDA (O QUE DEU ERRADO COM O MUNDO?). Agora abordaremos a REDENÇÃO: O QUE FAZER A ESSE RESPEITO? COMO CONSERTAR O MUNDO?
Para muitos a salvação é o homem fazer por merecer (boas obras, esforço próprio, mérito próprio). É o homem cosendo folhas de figueiras para cobrir a sua nudez.
Para Marx, a salvação é o homem destruir a propriedade privada dos meios de produção (causa da exploração e luta de classe). O redentor é o proletariado (Ele irá com seu sofrimento redimir a humanidade).
Para os pensadores do iluminismo, o pecado é a ignorância e a salvação é melhorar a educação e refazer as estruturas sociais.
1. A REDENÇÃO HUMANA É UMA NECESSIDADE
O pecado é o pior mal do mundo.
O pecado provocou um abismo espiritual, pois separou o homem de Deus.
Provocou um abismo social, pois separou o homem do seu próximo.
Provocou um abismo psicológico, pois separou o homem de si mesmo,
e provocou um abismo ecológico, pois separou o homem da natureza, fazendo dele um depredador ou um adorador da mesma natureza.
O homem precisa de REDENTOR desesperadamente.
2. A REDENÇÃO, ASSIM COMO A CRIAÇÃO E A QUEDA, É ANUNCIADA NOS PRIMEIROS CAPÍTULOS DE GÊNESIS.
Em Gênesis 3.15, temos a primeira apresentação do evangelho encontrada na Bíblia é Gênesis 3.15, verso que tem sido chamado de protoevangelho. De fato, esse verso é a primeira referência bíblica ao Messias, aquele por meio de quem a redenção é garantida.
3. A REDENÇÃO É UMA INICIATIVA DIVINA
“Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim” (Gn 3.8).
O evangelho não é o homem buscando a Deus, mas Deus buscando o homem. Deus providenciou para nós um caminho de volta para Ele.
Paulo disse: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2Co5.18).
4. CRISTO É O AGENTE DA REDENÇÃO.
A OBRA DE CRISTO JESUS RESTABELECE A RELAÇÃO DO HOMEM COM DEUS, isto é, ele possibilita o correto cumprimento do mandato espiritual. A obra de Cristo soluciona o problema de nossa culpa.
Jesus é o sacrifício escolhido por Deus para expiar o pior mal do mundo: o pecado. João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo1.29).
Jesus é o Cordeiro providenciado por Deus desde toda a eternidade. João, o apóstolo do amor, disse: “e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap13.8). Aqui o cristianismo se distingue de todas as outras religiões. Nas demais religiões, o ser humano providencia sacrifício para seus deuses. No cristianismo, Deus providencia o sacrifício para o ser humano. O ser humano não providenciou a redenção; esta procede de Deus.
O sacrifício do Cordeiro é suficiente para todas as pessoas do mundo, mas eficiente apenas para aqueles que creem (os eleitos de Deus). Hb 10.12-18
O Cordeiro não apenas tirou; ele tira o pecado do mundo. O verbo está no presente. O Cordeiro de Deus morreu há dois mil anos, mas os efeitos da sua morte são tão atuais, poderosos e eficazes como no momento do Calvário. Todos os dias pessoas são libertadas de seus pecados.
A OBRA DE CRISTO ATACA O PROBLEMA DA CORRUPÇÃO DO HOMEM. Além de afetar o nosso relacionamento com Deus, a obra de Cristo nos afeta, pessoalmente, nos reconduzindo ao projeto original de Deus para nós.
Paulo disse: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”(2Co 5.17)
É importante considerar ainda, que a transformação realizada por Deus no homem se dá no coração, o centro do ser, onde o homem foi também contaminado pelo pecado (Ezequiel 36.26).
5. A REDENÇÃO ALCANÇA TODA A REALIDADE.
Em geral, quando pensamos na redenção, temos o homem como objeto da mesma. Ou seja, pensamos na redenção como algo que se realiza para o homem e no homem.
Como vimos, é verdade que o homem é objeto da redenção realizada por Deus. No entanto, de acordo com a Bíblia, o alcance da obra redentora de Deus em Cristo é bem mais abrangente. Ela alcança toda a realidade. O Apóstolo Paulo afirma, por exemplo, que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus (Romanos 8.21).
A descrição que o profeta Isaías faz do Reino do Messias inclui a restauração da natureza e da relação do homem com ela: (Isaías 11.6-9).
João, no Apocalipse, não viu apenas novos homens, mas novo céu e nova terra (Apocalipse 21.1).
A obra redentora de Deus é uma obra de dimensões cósmicas. Deus é o Senhor de toda a terra.
6. SOMOS AGENTES REDENTORES DA CULTURA
O terceiro polo da cosmovisão cristã, REDENÇÃO, reforça a necessidade de envolvimento do cristão com a cultura.
Muito se discute sobre a necessidade de transformação cultural, e muitos caminhos para tanto são comumente apresentados; desde o caminho da educação, até o da revolução violenta de um modelo econômico.
-À luz da cosmovisão cristã, apenas a transformação espiritual que Cristo produz se constitui em efetiva resolução para nossos problemas culturais.
-Quando somos alvos da graça salvadora de Deus, além de sermos transformados, nos tornamos colaboradores dele neste projeto de transformação cósmica. Jesus Cristo, em seu primeiro sermão, afirmou sobre os seus discípulos:
-Vós sois a luz do mundo. (...) Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mateus 5.14,16).
Por isso, não podemos fugir de nossa relação com o mundo.
Devemos, por outro lado, caracterizar nossa relação com ele como uma relação transformadora.
Nas Palavras do Apóstolo Paulo: O Apóstolo Paulo, orientou: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2).
Nosso desafio enquanto cristãos é não sermos consumidores passivos de cultura, mas agentes redentores da mesma.
7. A IGREJA DE CRISTO AGUARDA TANTO A REDENÇÃO DO CORPO QUANTO A DA TERRA.
A criação aguarda ansiosamente a sua redenção (restauração).
A criação não ficará para sempre na condição de corrupção.
Com a queda veio a maldição. Com a redenção, a bênção. Com a queda veio a desgraça. Com a redenção a graça. Com a queda, veio a morte. Com a redenção, a vida.
CONCLUSÃO
A VIDA CRISTÃ NÃO DEVE SER DIVIDIDA EM DOMÍNIOS “SAGRADO” E “SECULAR”.
Tudo o que fazemos deve ser feito com o coração cheio de amor a Deus. As atividades, profissões e esferas sociais no domínio “secular” pertencem a Deus tanto quanto aquelas do domínio “sagrado”.
Quer “sagrada”, quer “secular”, cada coisa criada foi manchada pelo pecado, e cada uma pode ser – e será – purificada e restaurada para estar em conformidade com a vontade de Deus.
Logo, não podemos ser crentes compartimentados entre a dimensão privada e a dimensão pública, uma vez que o evangelho deve ser encarnado entre todas as áreas da vida! Se queremos de fato encarnar uma cosmovisão bíblica, não podemos adotar uma atitude de isolamento e nem uma atitude de conformação com o mundo!
Segundo Abraham Kuyper “não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não declare: É meu"!