Justiça e Compaixão Divina - Livro de Naum
Introdução
Contexto
A realidade do profeta (Naum significa “Consolador”)
Naum era natural de Elcós, uma vila que ainda não foi identificada e que os estudiosos têm colocado em lugares variados como o Negebe (a moderna Bir el-kaus) e o rio Tigre (esta opinião se deve ao conhecimento acurado de Naum quanto à topografia de Nínive, e a existência atual de uma vila chamada Alkush). Outros candidatos são a moderna El Kauze e a bíblica Cafarnaum, ambas na Galileia. A verdade é que Elcós não pode ser identificada com certeza.
Contexto e período de sua profecia
A data da profecia de Naum é bem fácil de se estabelecer. O profeta menciona a queda de Tebas (3.8), a cidade egípcia também denominada de Nô-Amon, conquistada por Assurbanipal em 663 a.C., que seria o terminus a quo da profecia de Naum. Uma vez que o assunto principal da profecia – a queda de Nínive – ainda era futuro, o terminus ad quem deve ser 612 a.C., colocando assim o profeta no período geral dos reinos de Manassés, Amom e Josias.
O argumento histórico definitivo para datar Naum em meados do século 7 é a reconstrução de Tebas por volta de 654 a.C. A pergunta retórica do versículo 3.8 ficaria sem sentido se a cidade já tivesse sido reconstruída.
O livro é apresentado como um מַשָּׂא (maśśāʾ), oráculo ou fardo, uma mensagem de maldição. Como tal, ela é paralela à pregação de Jonas, exceto que um século antes a possibilidade de arrependimento ainda estava aberta. A pouca duração da contrição de Nínive tornara seu julgamento inevitável.
Jonas x Naum
+/- 100 anos de diferença, uma mensagem destinada a mesma cidade
Enquanto o relutante Jonas é literalmente obrigado por Deus a anunciar uma mensagem que conduza à extraordinária manifestação da misericórdia divina para com a cidade perversa, Naum pinta exclusivamente com tons escuros a inevitabilidade do juízo.
Qual as lições de Naum para nós?
Lição 1: Compreender que a queda de Nínive é boa notícia para o povo de Deus
O termo נקם (vingador)
Esse Deus é mau! Como ele pode destruir uma cidade inteira?
A própria essência divina se associa a seu “ciúme”. Por ser o único e verdadeiro Deus, seu zelo em manter seu papel ímpar flui de sua própria natureza
Sua fúria —> Ele irá até Nínive
Aplicação deste ponto
O ciúme de Deus consome, mas ele também redime. Justamente por ser ciumento é que ele se importa e muito em redimir os seres humanos de seu estado de desobediência. Visto que a idolatria, a cobiça e a brutalidade insultam sua honra, Deus destruirá os perversos – e também salvará seu povo rebelde.
Há uma esperança no juízo e redenção
No meio do caos, a esperança nasce por Deus não ser apático e passivo diante da perversidade dos reinos!
Lição 2: Compreender que Deus se opõe aos reinos perversos
Ei, preparem-se, Deus está chegando!
Juntou 2 impetuosos reinos, para cercar Nínive
O capítulo 2 contém a descrição do ataque contra Nínive. Os exércitos combinados de Ciáxares, rei da Média, e Nabopolassar, rei da Babilônia, cercaram Nínive em 615 a.C. e mantiveram o cerco por 3 anos. Naum oferece uma rápida descrição dos horrores, selvageria, saque indiscriminado e destruição generalizada dos últimos dias da grande cidade.
Como Deus fez isso?
Para dar vida à sua mensagem, o profeta arremessa seu leitor ao coração da batalha entre Nínive e seus agressores vaticinados. O leitor sente o terrível impacto do primeiro sinal de alerta. Estremece ante o estrépito dos carros de guerra que se aproximam. Sente pânico e urgência de fugir dos guerreiros que rompem as últimas defesas da cidade. Contempla com olhos pesarosos os vitoriosos suados e alegres se atirando aos despojos.
A realidade é de destruidores para destruidos!
Aplicação
os belos pés dos mensageiros enviados por Deus declarariam a paz, prosperidade e segurança ao povo do Senhor. Todas essas bênçãos deveriam vir juntamente com a destruição dos inimigos de Deus.
Essa realidade promove justiça.
Lição 3: Compreender que só existe um reino que permanecerá
Os pecados de Nínive não passaram em branco diante de Deus.
Por trás de toda sua aparência perfumada, a charmosa Nínive na realidade é uma mestra em bruxarias, que vendia as nações e as famílias. A cidade é uma profissional em bruxarias. Ela é uma mestra de magia negra.
O uso das artes mágicas era realmente um modo de vida. Demônios e espíritos malignos atormentavam suas vítimas como resultado dos encantos malignos.
Deus humilhará os Ninivitas
Conclusão
A veracidade de sua profecia significa que, em princípio, cada reino do mundo, sucessivamente – seu rei, seus oficiais, seus cidadãos – deve prestar atenção. Pois a mensagem de Nínive se aplica “a todos os reinos do mundo que se levantam contra Deus, desde a destruição de Assur, e que ainda continuará até o fim do mundo”.