O BEM MAIS VALIOSO
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Sermão: Mateus 13.44-46
Texto: “Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo. Outrossim, o Reino dos céus é semelhante ao homem negociante que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a”.
I. Introdução
Se eu preguntar: Qual o bem mais valioso você possui? Qual seria a sua resposta? Talvez alguém diga: “minha família”, ou: “minha saúde”. Outros, talvez apontassem para algum tipo de propriedade, como carro, casa, fazendas, etc. E, se eu novamente perguntar: Quanto vale esse bem mais valioso que você possui? É possível que muitos digam: “não tem preço”, outros, talvez, diriam uma quantia elevada de valor.
...Leitura do texto bíblico.
1.1. Significado do Texto
O texto que lemos apresenta duas parábolas: A parábola do tesouro escondido no campo e a parábola da pérola de grande valor. Em ambas as parábolas, Jesus apresenta um homem que encontrou o tesouro mais valioso da sua vida e, em troca desse tesouro, vendeu tudo o que tinha e adquiriu-o. Esse tesouro representa o Reino dos Céus.
1.2. Mensagem Central
A mensagem central destas parábolas é: Toda riqueza deste mundo se comparada ao Reino dos Céus é como nada.
1.3. Perguntas Relevantes
Mas o que é o Reino dos Céus? Reino dos Céus ou Reino de Deus nada mais é que o domínio de Deus sobre todas as coisas. Deste modo, o Reino dos Céus sempre existiu porque Deus nunca deixou de ter o controle de tudo.
Existe outro Reino além do Reino dos Céus? Podemos dizer que existe também o Reino da Terra ou o Reino dos homens.
A partir de quando começou a existir esses dois reinos? Deus criou todas as coisas perfeitas. Ele criou as galáxias, as estrelas, os planetas, enfim, tudo. No planeta Terra, o Senhor plantou um jardim perfeito e colocou o homem para nele habitar. Nessa época, Deus visitava o homem diariamente de tal modo que podemos dizer que o Céu estava presente na Terra – havia um só reino, o Reino dos Céus. O homem tinha as suas obrigações e apenas uma proibição: não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O homem desobedeceu a Deus, comeu daquela árvore e o pecado entrou na humanidade. A isto, damos o nome de Queda. Com a Queda, Deus expulsou o homem do Jardim do Éden e amaldiçoou a Terra por causa de Adão. À porta do Jardim do Éden - também conhecido por Paraíso, Deus colocou anjos com espada guardando o local, de tal forma que só seria possível entrar novamente no Paraíso enfrentando a espada. Estava inaugurado o Reino da Terra.
II – O valor do Reino dos Céus
Quero começar esta mensagem por destacar o valor do Reino dos Céus para alguns personagens bíblicos. Vejamos:
2.1) Para Noé.
Antes de desobedecer a Deus, o homem viva sob estado de inocência. Após a Queda, passou a ter conhecimento do pecado. Assim, o pecado humano foi se multiplicando a ponto de encher toda a Terra. Deus, portanto, decidiu destruir a Terra por meio do dilúvio. Antes, porém, da catástrofe, o Senhor chamou Noé que abrindo mão de tudo o que possuía ouviu a Deus, construiu uma arca, colocou sua família e os animais como o Senhor estabeleceu.
2.2) Para Abraão.
Após o dilúvio os filhos de Noé (Sem, Cã e Jafé) povoaram a terra. A população mundial cresceu novamente. Mas ainda conhecendo o pecado e todos os prazeres efêmeros que ele produz, o povo se distanciou de Deus novamente.
Neste momento, Deus chama Abrão do meio de um povo idólatra e perverso. Deus disse a ele: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.1-3).
Abrão saiu sem saber para onde ir, apenas confiando na voz daquele que o chamara.
Abrão não tinha filhos, mas como o Senhor lhe prometera descendência numerosa, tem o nome mudado para Abraão, que significa “pai de multidão”.
Deus faz com que Sara, estéril, engravidasse e desse a Abraão Isaque, com quem o Senhor também faria aliança. De Isaque vem Jacó, que teve seu nome trocado por Israel, que até o dia de hoje espera pelas promessas de Deus referentes ao Reino.
2.3) Para Moisés.
Jacó teve doze filhos e uma filha.
Um dos filhos de Jacó era José, por meio de quem o Senhor tinha um plano. José era sonhador. Por causa dos seus sonhos, José vai parar no Egito e se torna o segundo naquele país, ficando, em poder, apenas abaixo do Faraó.
José morreu, o tempo passou e os israelitas foram escravizadosnaquela terra. Então, Deus levanta Moisés, um menino judeu que foi criado como filho de Faraó naquele lugar, para salvar aquele povo.
Moisés tinha todas as regalias na corte de Faraó, mas em troca do Reino dos Céus, o autor aos hebreus escreve: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hb 11.24-26).
2.4) Para Paulo.
Moisés foi o homem por meio de quem Deus deu a lei, a qual nenhum homem podia cumpri-la e que apontava para Cristo, como o fim de toda ela. O tempo se passou, e por desobediência à Lei de Deus, Israel sofreu nas mãos de povos estrangeiros – muitos foram os seus cativeiros. No tempo de Jesus, Israel estava sob domínio de Roma e muitas divisões religiosashavia entre os judeus. Três delas se destacavam: os saduceus, os fariseus e os essênios.
Os fariseusera um grupo destacado pelo seu zelo pela lei. Eles eram extremamente rigorosos. Entre eles, havia um jovem chamado Saulo. Saulo perseguia os cristãose consentia em suas mortes. Certa vez, indo para Damasco para perseguir cristãos, Saulo tem um encontro com Jesus, que apareceu para ele e disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Saulo se converte a Cristo e, ao que tudo indica, a partir de sua conversão, passou a usar seu nome gentio “Paulo”.
Paulo tornou-se o maior missionário depois de Jesus que a Bíblia apresenta. De perseguidor, tornou-se perseguido. Ele chega a nos informar: “Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado; três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez” (2Co 11.24-27). O que leva alguém sofrer tudo isso senão o valor incalculável do Reino dos Céus?
Ao entender o valor do Reino dos Céus, Paulo chega a declarar que tudo o que possuía não valia nada: “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.4-8).
III – Para quem é o Reino dos Céus
Uma vez tendo destacado o valor do Reino dos Céus para alguns personagens bíblicos, gostaria agora de responder a seguinte pergunta: Para quem é o Reino dos Céus?
3.1) Para um homem pobre.
A parábola que lemos nos apresenta dois tipos de pessoas a quem o Reino dos Céus se destina. Vamos falar da primeira delas.
O texto diz: “[...] o Reino dos céus semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu” (Mt 13.44).
É bom que se diga que naquele tempo não havia bancos ou cofres. As pessoas guardavam coisas valiosas escondendo-as para que ninguém as roubasse. Veja o exemplo na parábola dos talentos: ao que tinha dado apenas um talento, quando o seu senhor lhe questionou sobre o que ele tinha feito, ele disse: “[...] escondi na terra o teu talento [...]” (Mt 25.25).
Na parábola do tesouro escondido há duas possibilidades: ou [1] esse homem era um caçador de tesouros; ou [2] esse homem trabalhava no campo para alguém e encontrou nesse lugar, acidentalmente, um tesouro escondido. A segunda opção é a mais viável e mais comum.
Veja, portanto, que este homem era um homem pobre, que não possuía riquezas, mas que encontrou um tesouro incalculável.
3.2) Para um homem rico.
Agora, vejamos a segunda parábola e analisemos quem é o segundo tipo de pessoaa quem o Reino dos Céus se destina.
A segunda parábola é ilustrada por um negociante de pérolas: “[...] o Reino dos céus é semelhante ao homem negociante que busca boas pérolas [...]” (Mt 13.45).
Naquela época, não havia pérolas falsas, como essas bijuterias encontradas hoje em dia. As pérolas eram encontradas no golfo Pérsico e no oceano Índico e possuíam um alto valor.
Perceba que este homem é rico. É um negociante de algo caro.
3.3. Aplicação
Note, então, que o Reino dos Céus é destinado tanto a pobres como a ricos. Não há acepção de pessoas. Não existe a ideia de que alguém precise mais que outros. Não há cotas. O Reino dos Céus é para todos.
A Bíblia assevera: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
IV – Vendendo tudo o que tem
A esse ponto já deve ter ficado claro que a mensagem diz respeito ao valor incalculável do Reino de Deus, embora ainda não tenha dito o que justifica esse valor.
A pergunta agora que deve ser respondida é a seguinte: O que significa “vender tudo o que tem” para comprar o campo ou a pérola de grande valor? É possível comprar o Reino dos Céus?
4.1. Não é possível comprar o Reino dos Céus
As parábolas que estamos comentando não têm a intenção de demonstrar que é possível pagar para entrar no Reino dos Céus. Qualquer pregador que apresente essa possibilidade não passa de falso profeta.
Por outro lado, a entrada no Reino dos Céus só é possível porque alguém pagou o preço. Como assim? Você está se contradizendo!
Não. Deixe-me explicar. Lembra que no começo da mensagem eu disse que o Reino da Terra foi inaugurado com a expulsão do homem do paraíso e que o paraíso foi guardado por anjos com espadas e que se alguém quisesse entrar no paraíso precisava enfrentar a espada? Pois é, foi exatamente o que Jesus fez no meu e no seu lugar. Ele enfrentou a espada, ao morrer na cruz do calvário.
Deste modo, não é possível comprar entrada no Reino dos Céus, porque ela já está paga. É preciso entregar sua vida àquele que pagou a sua entrada, isto é, entregar sua vida a Jesus. É isso que faz do Reino dos Céus algo tão precioso - a vida de Jesus, Deus se fazendo homem e morrendo no lugar de pecadores, para que pecadores possam voltar a habitar no Paraíso perfeito.
4.2. O que significa “vender tudo o que tem”?
Em primeiro lugar preciso dizer o que não significa isso:
Vender tudo o que tem não significa largar emprego, abandonar a família, vender propriedades ou desfazer-se de qualquer bem que você possua.
Então, o que significa “vender tudo o que tem”?
Significa despir-se de si mesmo. Significa abandonar a direção da sua vidae entregá-la na direção de outro. Significa colocar os seus planos e projetos em segundo lugar em detrimento do Reino de Deus e de sua justiça. Vender tudo o que tem é sacrificar seus ídolos e adorar somente a Deus. É abandonar o pecado e abraçar o Salvador. É negar as suas vontades e abraçar as vontades de Deus.
4.3. Aplicação: A escolha é sua – O tesouro escondido ou os tesouros do mundo? A pérola de grande valor ou as bijuterias da terra?