A Oração Muda as Coisas? Cap. 2
Sermon • Submitted • Presented
0 ratings
· 6 viewsNotes
Transcript
Capítulo 2
Capítulo 2
O PROPÓSITO DA ORAÇÃO:
O PROPÓSITO DA ORAÇÃO:
“Nada escapa da observação de Deus. Nada ultrapassa os limites de seu poder. Deus tem autoridade sobre todas as coisas. Se eu pensasse, ainda que por um momento, que uma simples molécula corre livremente pelo universo fora do controle e o domínio do Deus todo-poderoso, eu não dormiria hoje à noite. Minha confiança no futuro descansa em minha confiança no Deus que controla a história”.
Agostinho disse que nada acontece no universo à parte da vontade de Deus. Ele não estava tentando isentar os homens da responsabilidade por suas ações. Mas o que ele afirma desperta a seguinte pergunta: “Se Deus é soberano sobre as ações e as intenções dos homens, por que devemos orar”? Um interesse secundário gira em torno desse pergunta: “A oração muda realmente as coisas”?
Sproul responde a primeira pergunta de maneira muito simples: “Oramos porque o Senhor, por meio da sua Palavra, ordena que oremos”. Oração não é opcional para o cristão; é exigida. Algum ainda pode perguntar: “E se não acontecer nada”? Segundo Sproul esta não é a questão, ainda assim devemos orar, visto que Deus nos ordena orar, temos de orar.
“O fato de que o Senhor Deus do universo, o Criador e Sustentador de todas as coisas, ordena a oração é razão suficiente”.
O próprio Deus que nos manda orar, nos “convida a tornar nossos pedidos conhecidos”. Em Tg 4:2 está escrito:
Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;
E em Tg 5:16:
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
A Escritura repete que a oração é uma ferramenta eficiente. É útil e produz resultados.
Segundo Sproul: “A oração, como tudo mais na vida cristã, é para a glória de Deus e para nosso benefício, nessa ordem. Oramos para glorificar a Deus, mas também oramos para receber de suas mãos os benefícios da oração.”
UMA CONVERSA COM DEUS
UMA CONVERSA COM DEUS
A oração é uma conversa com o próprio Deus pessoal.
“Há algo errado na pergunta “se Deus sabe tudo, por que devemos orar?” A pergunta supõe que a oração é unidimensional e é definida apenas como súplica ou intercessão. Pelo contrário, a oração é multidimensional. A soberania de Deus não anula a oração de adoração. A presciência ou conselho determinativo de Deus não nega a oração de louvor. A única coisa que ela deveria nos dar é maior razão para expressarmos nossa adoração por quem Deus é”.
“Somos criaturas que se comunicam primariamente por meio da fala. Oração falada é obviamente uma forma de diálogo, uma maneira de nos comunicarmos e termos comunhão com Deus. Nosso entendimento da soberania de Deus deveria provocar em nós uma intensa vida de oração de ação de graças”.
De que maneira a soberania de Deus afeta negativamente a oração de contrição, de confissão? Talvez poderíamos chegar à conclusão de que nosso pecado é, em última análise, responsabilidade de Deus e de que nossa confissão é uma acusação de culpa contra ele. Todo verdadeiro cristão sabe que não pode culpar Deus por seu pecado. Posso não entender a relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana, mas compreendo realmente que o que procede da iniquidade de meu coração não pode ser atribuído à vontade de Deus. Então, temos de orar porque somos culpados, rogando o perdão dAquele que é santo, a quem ofendemos.
A ORAÇÃO MUDA ALGUMA COISA?
A ORAÇÃO MUDA ALGUMA COISA?
Mas, o que dizemos sobre a pergunta real – a oração faz alguma diferença?
Segundo Sproul existem coisas que já foram determinadas e reveladas nas Escrituras, que não podem mudar. Ex.: “Se decidimos orar em favor de que Jesus não volte, ele voltará apesar disso”.
Segundo Sproul: “É impossível saber quanto da história humana reflete a intervenção imediata de Deus e quanto revela o agir de Deus por meio de agentes humanos”.
O exemplo que Calvino mais gostava: Jó e seu sofrimento, perdendo os bens e empregados pelas mãos dos Sabeus e Caldeus.
Sproul desenvolve a ideia de Calvino da seguinte forma:
“Satanás havia incitado o coração deles a fazer isso. Mas, por quê? Por que Satanás recebera permissão de Deus para testar a fidelidade de Jó em tudo que ele tanto desejava, exceto tirar a vida de Jó. Por que Deus concordaria com tal coisa? Por três razões: (1) silenciar a calúnia de Satanás; (2) vindicar a si mesmo; (3) vindicar Jó da calúnia de Satanás. Todas estas razões são justificações perfeitamente corretas para as ações de Deus. […] Os sabeus e os caldeus eram conhecidos por sua maneira de viver caracterizada por roubos e mortes. A vontade deles esteve envolvida, mas não houve coerção. O propósito de Deus foi cumprido por meio das ações ímpias deles. Os sabeus e os caldeus eram livres para escolher, mas, para eles, assim como para nós, a liberdade sempre significa liberdade dentro de limites”.
Sproul concluí que:
“Há liberdade dentro de limites, e, dentro desses limites, nossas orações podem mudar as coisas. As Escrituras nos dizem que Elias, por meio da oração, impediu a chuva de cair. O seu entendimento da soberania de Deus não o dissuadiu de orar”.
A ORAÇÃO DOS FILHOS DE DEUS
A ORAÇÃO DOS FILHOS DE DEUS
A soberania de Deus é a própria razão por que oramos, visto que cremos que Deus tem, em seu poder, o ordenar as coisas de acordo com seu propósito.
“A promessa das Escrituras é esta: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16). O problema é que não somos esse tipo de justo. O que a oração muda mais frequentemente é a impiedade e a dureza de nosso coração. Só isso já seria razão suficiente para orarmos, ainda que nenhuma das outras razões fosse válida ou verdadeira”.
“Tudo que Deus faz é, primeiramente, para a sua glória e, em segundo lugar, para nosso benefício. Oramos porque Deus nos ordena orar, porque a oração o glorifica e porque ela nos beneficia”.