A identidade de Cristo (Cl 1:13-23)

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INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
Em Colossenses, Paulo vê como Cristo age em seus corações e através deles para que muitos conheçam a mensagem do Evangelho. Quando o apóstolo enviou a carta, não havia visitado a cidade, ou seja, não conhecia os colossenses. Esta igreja fora fundada por Epafras (v. 7), habitante nativo de Colossos, transformado por Cristo no ministério de Paulo em Éfeso.
Epafras compartilhou com Paulo sobre o que estava acontecendo, e as ameaças que a igreja estava sofrendo por causa de falsos ensinos. Podemos afirmar que Paulo influenciou indiretamente para o desenvolvimento daquela comunidade colossense.
Este povo, apesar de ter fé em Jesus, estava sendo atacado por filosofias ocultistas misturadas com tradição judaica, e muitos estavam confusos. Por causa disso, o apóstolo vem de encontro ao problema, trazendo como solução contra as filosofias erradas o ensino de que Cristo é a resposta, Ele é o antídoto contra todo e qualquer pensamento ideológico contrário às Escrituras.
Paulo ora por aqueles irmãos para que voltem à firmeza do Evangelho e sirvam ao Senhor de modo digno, dando frutos por meio de boas obras, e Paulo ainda os confronta a questionarem as filosofias e os conhecimentos da época afirmando que todos devem conhecer a Deus (v. 9, 10) e sendo renovados por Ele para viver em perseverança e ânimo longo, alegria e disposição para caminhar com gratidão e santidade, mostrando que eram salvos por Ele.
E aqui chegamos no texto em questão: Cristo é apresentado por Paulo, o apóstolo O conhecia intimamente, mesmo não tendo convivido com Ele, teve experiências transformadoras. Amados irmãos, vamos estudar este texto lido, a respeito do tema: A identidade de Cristo. Há três características na identidade de Cristo que são fundamentais para nós cristãos.
Dobradiça: A identidade de Cristo se apresenta, primeiramente, para demonstrar que Ele é:
1. A IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL (v. 13-17)
Colossenses 1.15–17 ARA
15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
Explicação: Deus nos fez à Sua imagem e semelhança (Gn 1:26-27). Perfeitos, sem pecado! Mas a desobediência de Adão e Eva tornou a humanidade corrompida pelo pecado, inevitável. nos afastando de Deus e nos tornando inimigos dEle.
Como restaurar este relacionamento? Somente por meio de Jesus. Adão, representante da humanidade caída, e Jesus, representante da humanidade redimida. Assim como Rembrandt imaginou e retratou como Paulo seria, nós temos uma leve imaginação de como é a perfeição e a santidade de Deus, atribuições que vêm sobre nós quando temos um encontro com Cristo.
Cristo é o primogênito da criação. Não como o primeiro filho, não foi criado por Deus, já existe desde toda a eternidade junto ao Pai. A imagem contida em Adão já não era igual a Deus, mas a imagem que Cristo resplandecia, sim.
Adão, criado para ser bom, viu Deus firmar com ele uma aliança por meio de três mandatos: cultural (domínio da terra), social (relacionamentos) e espiritual (Deus), nos atentaremos ao mandato social:
Deus criou homem e mulher para serem um para o outro, formarem um casal, uma só carne. Isto é plano do Senhor, é a vontade do Senhor que assim seja. Faz parte, também, do mandato cultural: “Crescei e multiplicai-vos”.
O pecado também perverteu a visão da união entre homem e mulher, a visão do casamento, e por isso, hoje vemos acontecendo tantas “formas” de amor que não são bíblicas e não glorificam a Deus, mas somente aumentam a atuação do pecado no homem. Toda a criação antes do homem era boa, porém o homem e suas responsabilidades eram, para Deus, coisas muito boas.
Mas as atitudes do homem foram vistas como muito ruins, por causa do pecado, e a natureza agora é ruim. A criação é má, e ela anseia, clama, se desespera, para que os filhos de Deus se manifestem e sirvam a Deus de maneira que toda a criação seja beneficiada.
Cristo é aquele que restaura o mandato cultural e o mandato social, e um verdadeiro cristão se preocupa com a natureza, com o futuro da humanidade, fica indignado com a injustiça no mundo, e ajuda quando necessário. Parte do dinheiro que o Senhor nos dá também é para obras sociais, devemos apoiar.
Quanto ao casamento, uma união somente se solidifica se Cristo estiver com o casal, orientando, fazendo com que homem e mulher se respeitem, formem uma família que segue os padrões bíblicos. Filhos crescem tendo a seus pais como referencial, desejando casar com pessoas que tenham caráter semelhante ao deles.
Cristo lutou contra poderes espirituais, nos libertou do poder das trevas sobre nós para que pudéssemos estar com Ele. Isto só foi possível porque Ele tem domínio e autoridade sobre tudo! Ele é o sustento e a restauração da criação.
Dobradiça: Além de ser a imagem do Deus invisível, Cristo também é:
2. A CABEÇA DA IGREJA (v. 18-19)
Colossenses 1.18–19 ARA
18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
Explicação: Ter a Cristo como cabeça é ser guiado por Ele, por meio do Espírito Santo, o qual veio à terra enviado pelo próprio Cristo. Guiados por Ele, enxergamos com os olhos espirituais, e não com os carnais, pois nossa esperança não está nesta vida, mas sim na vida eterna, preparada para nós por Deus Pai.
Assim sendo, nossas decisões não serão diferentes da Sua vontade, mas caminharemos rumo a uma vida de profundidade com Ele, experimentando de tudo o que Ele pode nos oferecer. Recebemos uma mente transformada.
Quem tem guiado o nosso coração? Cristo, ou as amizades? Cristo, ou a internet? Cristo ou as ideologias e os conceitos que vão contra o Evangelho? Ou pior: Cristo, ou você mesmo? Pois é, muitas vezes somos nossos piores inimigos, e pensamos que o problema está sempre nos outros, e não em nós.
Se conhecemos esse Jesus e fomos encontrados por Ele, será que confiamos que Ele sabe o que faz ou queremos sempre dar uma ajudinha, uma mãozinha? Somos bênção ou simplesmente reclamamos até mesmo se a igreja não estiver de acordo com nossas preferências?
Pensar como Cristo é compreender que a vontade dEle é infinitamente melhor do que a nossa, e darmos um jeitinho não vai resolver a situação se Ele não estiver de acordo. Se não sentimos paz no coração em alguma tomada de decisão, precisamos repensar muitas atitudes que tomamos.
Dobradiça: Além de ser a imagem do Deus invisível e ser Cabeça da Igreja, Cristo também é:
3. O NOSSO RECONCILIADOR (v. 20-23)
Colossenses 1.20–22 ARA
20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. 21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, 22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,
Explicação: Na criação, a humanidade possuía relacionamento profundo com Deus, porém fomos afastados dEle por causa do pecado. Uma ofensa muito grande que precisava de um reconciliador que reestabelecesse o vínculo. Cristo é o nosso reconciliador, aquele que nos faz sermos amigos de Deus. Paulo, nestes versículos, tem uma declaração muito importante a apresentar aos colossenses, Augustus Nicodemus explica:
“Entre aqueles que Cristo reconciliou no corpo da sua carne também estavam os gentios colossenses, habitantes de uma cidadezinha, uma entre tantas do Império Romano. Com essa afirmação, Paulo provavelmente está combatendo a ideia gnóstica de que a salvação era apenas para poucos privilegiados. Não: a salvação era estendida para pessoas como os colossenses – habitantes desconhecidos de uma cidade de pouca importância.
Com essa declaração, o apóstolo está deixando implícito aos colossenses que eles antes viviam debaixo do domínio das trevas, nos seus pecados e nas suas obras malignas, perversas e pecaminosas, que os afastavam de Deus. Mas Deus, mediante Jesus, os reconciliou. E assim o fez com o propósito de que se apresentassem ‘santos, inculpáveis e irrepreensíveis diante dele’ (1.22)”.
Paulo deveria responder aos falsos ensinos que aquela igreja estava recebendo. E, se Cristo os reconciliou com o Pai para torná-los filhos, era necessário que vivessem firmes, buscando a santidade e os demais atributos que Deus estava lhes presenteando. Eles não perderiam a salvação por causa de suas obras, mas suas boas obras seriam reflexo da fé que possuíam. É como o apóstolo afirma:
Efésios 2.10 NVI
10 Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.
Enquanto a grande maioria crê que somos salvos porque praticamos boas ações, Paulo está deixando claro que a posição dos atos está invertida: praticamos boas obras porque somos salvos. Então... avaliando nossas atitudes, será que nós fomos salvos por Ele?
Será que fomos, realmente, reconciliados com nosso Deus? Se estamos ligados a Cristo, consequentemente estamos ligados a Deus. Toda a dívida foi paga.
Paulo reforça no v. 23:
Colossenses 1.23 ARA
23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
Reconciliados com Deus, devemos, então, estar firmes neste propósito eterno a que Ele nos chama. Alicerçados, bem fundamentados na Rocha Eterna, que é o próprio Cristo, jamais seremos abalados!
CONCLUSÃO
Anteriormente, estávamos corrompidos pelo pecado, mas o Cristo que é a imagem do Deus invisível vive em nós. Assim sendo, cuidaremos deste mundo e das pessoas que aqui vivem, para que tudo seja da maneira que Ele preparou.
Nossa responsabilidade é tornar visível o Reino de Deus aos que não conhecem, já que Cristo é a imagem do Deus invisível. É cuidar deste mundo para que conheçam o Cristo que é cabeça da igreja. Se proclamamos as verdades do Reino, Cristo chegará até os não alcançados.
A igreja de Cristo é formada não somente pelos irmãos da nossa igreja, esta é a igreja visível, mas fazemos parte de uma igreja invisível, temos irmãos por toda a terra, pois todo aquele que confessa a Jesus como Senhor e Salvador, este que é salvo.
Que lindo seria se todos tivessem a oportunidade de conhecer a Jesus não somente de ouvir falar, mas conhecer profundamente. Conhecer significa intimidade, relacionamento, foi Ele que nos reconciliou com o Pai para que pudéssemos ter acesso ao Reino de Deus!
Cristo é, como diz Paulo, o mistério do Evangelho, procura corações que anseiem por Ele, corações que clamem por Ele, então no que for possível, torne-O conhecido a todos! Ele transformou a sua história!
Que o Senhor Jesus abençoe grandemente a sua vida!
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