SANTIFICAÇÃO e PERSEVERANÇA DOS SANTOS

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As boas novas da fé cristã nos dizem que somos não somente justificados pela justiça de outra Pessoa, mas também que não temos de esperar até que sejamos totalmente santificados para que Deus nos aceite em sua presença. A santificação, por mais parcial que seja nesta vida, é real. É o processo pelo qual aqueles que são declarados justos são tornados santos.

Nosso status diante de Deus se baseia tão somente na justiça de outra Pessoa; mas, no momento em que somos justificados, uma mudança real é efetuada em nós pelo Espírito Santo, de modo que somos levados crescentemente à conformidade com Cristo. A mudança de nossa natureza em direção à santidade e à retidão começa imediatamente.

Notamos antes que a justificação é somente pela fé, mas não pela fé que é sozinha. Em outras palavras, se a verdadeira fé está presente, há uma mudança na natureza do crente que se manifesta em boas obras. O fruto de santificação é tanto uma necessidade quanto uma consequência inevitável da justificação. Esta verdade serve como uma advertência para aqueles que sustentam o ponto de vista de que é possível uma pessoa ser convertida a Cristo e, ainda assim, nunca produzir bom fruto ou mudança de comportamento.

Somos justificados não por uma profissão de fé, mas pela possessão da fé. Onde há fé verdadeira, o fruto dessa fé começa a aparecer imediatamente. É impossível uma pessoa convertida permanecer não mudada. A própria presença da nova natureza – a presença e o poder do Espírito Santo habitando em nós – indica que somos realmente mudados e que somos pessoas que estão mudando.

Ao mesmo tempo, a santificação não progride em uma linha uniforme desde o começo da conversão até que cheguemos ao lar, na glória. Para a maioria de nós, há um crescimento permanente na vida cristã, mas há picos e vales. Pode haver ocasiões em que um cristão tem uma queda radical em pecado detestável. De fato, os cristãos podem cair em pecados ofensivos que os levam a sofrer a disciplina da igreja e talvez a excomunhão.

Thomas à Kempis, que escreveu A Imitação de Cristo, um clássico sobre a santificação, disse que uma coisa rara é um cristão acabar com um simples mau hábito no decurso de uma vida inteira. Há ocasiões em que todo cristão se pergunta: “Como posso ser um cristão se ainda luto com minha carne?” Se temos andado com Deus por longo tempo, podemos achar conforto em olhar para o decorrer de nossa vida cristã e reconhecer que Deus nos tem moldado e nos tem dado progresso real na fé cristã. Todavia, ser moldado e levado à maturidade espiritual é uma experiência de longa duração.

Filipenses 2.12–13 (ARA)
12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Ele não queria dizer que devemos ficar num estado de ansiedade paralisante. Em vez disso, estava descrevendo uma atmosfera em que devemos desenvolver nossa salvação. Não podemos simplesmente relaxar na busca da santificação, deixar-nos levar enquanto o Espírito Santo nos leva. Devemos tentar agradar a Deus.

As boas novas, como Paulo destaca, é que podemos fazer isso porque Deus está operando em nós tanto o querer como o realizar. Esta é uma arena em que há um genuíno sinergismo, uma cooperação. A santificação é um processo cooperativo em que Deus opera e nós operamos. Uma das principais tarefas do Espírito Santo é a aplicação de nossa redenção; ele produz em nossa alma o fruto de nossa justificação. O Espírito Santo trabalha em nós para mudar nossa natureza, e nós cooperamos com ele.

Somos Todos Teólogos: Uma Introdução à Teologia Sistemática Opiniões Heréticas sobre a Santificação

Isso desperta o fantasma de dois pares de heresias inquietantes que têm ameaçado a igreja através da história. O primeiro destes pares é ativismo e quietismo. Ativismo é a heresia de justiça própria em que pessoas tentam obter a santificação por seus próprios esforços. O erro de quietismo foi introduzido pelos místicos franceses no século XVII. Os proponentes do quietismo sustentam que a santificação é exclusivamente a obra do Espírito Santo. Os cristãos não precisam se exercitar quanto à santificação; precisam apenas ficar quietos e sair do caminho, enquanto o Espírito Santo faz toda a obra.

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Um segundo par de heresias que segue a doutrina da santificação é antinomianismo e legalismo. Poucas igrejas não têm sido severamente afligidas por uma ou outra destas distorções e, às vezes, até por ambas. Os legalistas vêm a lei de Deus como tão importante para a santificação que fazem acréscimos à lei. A fim de auxiliarem a sua santificação, eles tentam estabelecer leis em áreas da vida nas quais Deus nos deixou livres.

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O outro extremo é o antinomianismo, o qual afirma que a lei de Deus não tem nenhuma importância para a vida cristã. Os antinomianos dizem que, porque os cristãos estão sob a graça, não têm nenhuma necessidade de obedecer à lei de Deus. Esta heresia é muito abundante. De fato, vivemos numa época de antinomianismo predominante na igreja.

Pessoas verdadeiramente salvas podem perder sua salvação? Essa é uma pergunta que me tem sido dirigida com frequência, especialmente por aqueles que observam jovens renunciando a fé em que foram criados. Entretanto, os que têm a fé verdadeira não podem perdê-la; os que perdem sua fé nunca a tiveram.

1João 2.19 (ARA)
19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

Há pessoas que fazem uma profissão de fé e se tornam profundamente envolvidos na vida da igreja ou de alguma organização cristã, somente para depois abandonarem a igreja e negarem a fé que professavam. Há ministérios que são habilidosos em tornar o cristianismo atraente para que pessoas se unam em grandes números, mas aqueles que se unem fazem isso sem lidarem com Cristo ou com o problema do pecado.

Mateus 13.3–8 (ARA)
3 E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. 4 E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. 5 Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6 Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7 Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. 8 Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.

A doutrina da perseverança dos santos se refere diretamente à pergunta “Os cristãos perdem ou não a sua salvação?” A resposta dada pela Igreja Católica Romana é sim. Os teólogos católicos romanos afirmam que pessoas podem perder e perdem sua salvação por cometerem pecado mortal, que, como notamos em capítulo anterior, é um pecado que mata ou destrói a graça justificadora na alma, tornando necessário que o pecador seja justificado de novo por meio do sacramento de penitência.

Os reformados creem na perseverança dos santos como dedução lógica da doutrina da eleição. Se Deus elege pessoas desde toda a eternidade, os eleitos permanecerão eleitos para sempre.

Filipenses 1.3–6 (ARA)
3 Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, 4 fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, 5 pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6 Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
Hebreus 12.2 (ARA)
2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.

Qualquer cristão é capaz de uma queda séria e radical. A questão é se um verdadeiro crente pode ter uma queda completa e final.

Em sua Oração Sumo Sacerdotal, Jesus orou não somente por seus discípulos, mas também por todos os que creriam nele – incluindo nós – para que não se perdessem (Jo 17.11, 15, 24)

Nossa confiança na perseverança dos santos não descansa na carne. Não devemos ser como Pedro, o qual teve tanta confiança em sua própria força que protestou dizendo que jamais negaria seu Senhor. A única razão por que podemos perseverar é que Deus nos preserva. Se fôssemos deixados à mercê de nós mesmos, poderíamos cair a qualquer momento. Satanás poderia nos peneirar como trigo.

Nossa confiança na conclusão de nossa salvação descansa na promessa de Deus em completar o que ele mesmo começou. Descansa na eficácia de nosso Grande Sumo Sacerdote, que intercede por nós cada dia. Ele nos preservará.

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