Jesus Anda Sobre as Águas (Mc 6.45-56)

Exaltando Jesus em Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Os atos milagrosos de Jesus de andar sobre as águas e curar apontam para Sua verdadeira identidade como o grande EU SOU.

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Introdução

Mais uma vez, Marcos relata um acontecimento sobrenatural que demonstra de maneira inequívoca quem é Jesus. Quem é esse que anda sobre o mar e cura as multidões? É o EU SOU.
É possível que alguém ande sobre a água? Não. Mas Deus pode fazer isso e muito mais. Sinta a intensidade da experiência em 2Pe 1.16:
2 Peter 1:16 NAA
16 Porque não lhes demos a conhecer o poder e a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade.
Vamos dividir a passagem em 4 momentos: (1) os discípulos sem Jesus; (2) os discípulos com o Jesus desconhecido; (3) os discípulos com Jesus; (4) Jesus cura em Genesaré.

1. Os discípulos sem Jesus (vv. 45-47).

v. 45: Jesus despediu as multidões. Por quê? Os itens abaixo são possíveis:
Estava ficando tarde e muitos estavam longe de casa.
As pessoas não estavam querendo deixar Jesus tão facilmente.
Eles queriam tomar Jesus à força e fazê-lo rei (Jo 6.15), que era exatamente o que ele não queria (veja Jo 18.36).
Jesus desejava ter um tempo de comunhão com o Pai.
Sobre o motivo pelo qual Jesus despediu seus discípulos, a necessidade de comunhão particular (4o ponto) também explicaria isso. Além do mais, Jesus sabia que nem mesmo seus próprios discípulos estavam livres de expectativas messiânicas errôneas (ponto 3 - cf. At 1.6). Podemos admitir que Ele também estava consciente do fato de que seria melhor para os discípulos não ficarem e serem influenciados pelo clamor da multidão.
V. 46: Jesus foi orar. A oração era o fôlego do ministério de Jesus (R. Speer).
Marcos registra apenas três vezes que Jesus ora: (1) no início do Evangelho, quando Seu ministério está sendo definido (1.35); (2) aqui, no meio do Evangelho, depois que Ele alimenta os cinco mil (6.46); (3) perto do fim de Seu ministério no Getsêmani, pouco antes de ir para a cruz (14.32-42).
O que aprendemos? Sempre que enfrentava um momento crítico, Jesus orava. Na maioria das vezes, Ele se afastava e orava em particular. Em todos os casos, havia no ar um tom de conflito espiritual e de guerra (cf. Ef 6.18). A oração para Jesus era intensa. Era uma guerra.
John Piper diz muito bem: "Até que você acredite que a vida é uma guerra, você não saberá para que serve a oração". Jesus sabia disso melhor do que qualquer um de nós. Ele buscou Seu Pai no calor da batalha que o cercava.
Sem dúvida, Ele orou por Si mesmo. Sem dúvida, Ele orou pela multidão pela qual Ele tinha compaixão. E suspeito que tenha orado por Seus discípulos que necessitavam de Suas orações e de Seu poder. V. 47: “O barco estava no meio do mar”.
João nos informa em seu evangelho que os discípulos haviam andado de 4 a 5km.
“Ao cair da tarde”. A noite chegou. Uma tempestade surgiu. Onde estava Jesus? “Sozinho em terra”. Fazendo o quê? Orando.
Junte estas duas cenas: a. a oração de Cristo, inclusive a intercessão; e b. os discípulos em uma posição perigosa. Resultado: sua situação, de fato, não era perigosa, pois a oração de Cristo com certeza deve tê-los incluído em sua súplica ao Pai para que suas vidas fossem poupadas, para que pudessem, assim, completar a sua missão. Essa situação nos consola em todo tipo de crise: Jesus ora por nós quando enfrentamos as tempestades. O fato de Jesus orar é reconfortante.
Mesmo que não desfrutemos da presença física de Jesus, Ele se faz presente espiritualmente através do outro Consolador, o ES. Além disso, Ele está intercedendo por nós.

2. Os discípulos com o Jesus desconhecido (vv. 48-50a).

V. 48: “os discípulos remavam com dificuldade”.
Jesus os viu sendo “atormentados” pelas ondas ao remarem exaustivamente. Foi aí que Jesus veio a eles.
“de madrugada”.
ARA: “por volta da quarta vigília da noite”. De 3 às 6 horas da manhã. Note a expressão “por volta”. Pode ter sido um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde.
Mesmo sendo noite, Jesus vê Seus discípulos remando com grande dificuldade para mover o barco.
Apesar da turbulenta noite com ondas e ventos, Ele, sem se desviar, continua passo a passo em direção ao barco. Não, não totalmente em direção ao barco, mas passando ao lado dele, pois Marcos escreve: “E queria passar adiante deles”. (ARA: “e queria tomar-lhes a dianteira”). Alguns interpretam isso como significando que Jesus tinha a intenção de se encontrar com seus discípulos não agora, mas um pouco depois, quando tivessem chegado em terra. Mas, tendo em vista as palavras “ele veio até eles”, outra interpretação talvez seja preferível aqui, a saber, ele chegou perto do barco e estava prestes a ultrapassá-lo, como uma graciosa oportunidade para que os discípulos o convidassem a vir a bordo. Sem as boas-vindas da parte deles, Jesus teria ido em frente.
Este é um ponto importante. A intervenção divina nos eventos de maneira nenhuma elimina a ação humana. A eleição não é inconsistente com o esforço humano. Veja Filipenses 2.12–13.
A maneira maravilhosa na qual os atributos de Jesus são aqui descritos merece um estudo especial. Há, primeiro, seu conhecimento. O contexto anterior – veja os versículos 46–47 – deixa a impressão de que foi enquanto Jesus ainda estava em terra que ele, através – ou apesar – da escuridão, viu os discípulos.
Não seria correto, ao considerar o conhecimento e o poder do Mestre, nos esquecermos do Seu amor, como revelado aqui. Que esses homens angustiados não eram perfeitos fica claro no versículo 49 (eles eram supersticiosos) e também no versículo 52 (em certo sentido, os seus corações estavam endurecidos). Não obstante, tão terna é a Sua compaixão, tão paternal a Sua afeição, que nenhuma escuridão, tempestade ou ondas, podem mantê-lo longe daqueles que são muito amados por Ele. Quando tais precisam de Jesus, Ele mesmo quer ficar perto deles.
49: “pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram”.
50: “pois todos viram Jesus e ficaram apavorados”.
Com o barco se dirigindo ao sudoeste, os remadores deviam estar olhando para o nordeste. Pela pouca luz que havia – vindo, talvez, da lua de antes da Páscoa, aparecendo intermitentemente entre as nuvens escuras – eles veem, provavelmente não muito longe deles, algo que parecia um homem vindo de Betsaida Júlia em direção a eles. É claro que a forma misteriosa não podia ser mesmo um ser humano, pois seres humanos não andam sobre as águas. Disso os ocupantes do barco tinham certeza. Eles não percebem quanto estão errados. Então, totalmente assustados, pensaram que estavam vendo um fantasma.
De maneira nenhuma é verdade que Herodes Antipas foi a única pessoa supersticiosa mencionada no Novo Testamento (Mc 6.14). Os discípulos também ainda estavam sendo influenciados por crenças irracionais profundas.
Mesmo nos dias de hoje existem pessoas, inclusive membros de igreja, que , nas sexta-feira 13, quando um gato preto atravessa seu caminho recuam assustadas, e não passam debaixo de uma escada. Elas se recusam a fazer isso principalmente se o horóscopo disser que o dia será “desfavorável” para elas.
Quão pequena era a fé dos Doze! Eles estavam olhando para o seu Senhor e Salvador, mas pensavam que estavam vendo um fantasma. Que cada um faça a sua própria aplicação pessoal.
Então eles gritaram (literalmente “clamaram”). Todos estavam “mortos de medo”, para usar uma expressão coloquial. Marcos relata que todos o viram e “ficaram aterrorizados”. Em todo o grupo não houve ninguém que, sendo corajoso, fosse capaz de transmitir coragem aos seus companheiros. Aqui em Marcos 6.50a e Mateus 14.26, a figura é de homens violentamente agitados, que, durante a escuridão e a tempestade, lançam um alto e frenético grito por causa de seu medo de que um espectro malévolo os pegue, com intenção de machucá-los.
O que deve ser feito a respeito de tais medos? Em algum ponto, mais tarde, durante a memorável noite da instituição da ceia, Jesus, dirigindo-se aos seus discípulos no cenáculo, deu a resposta. Usando o mesmo verbo – “ser perturbado” – ele disse, em linhas que têm um fluxo rítmico e uma ternura consoladora:
John 14:1 NAA
1 — Que o coração de vocês não fique angustiado; vocês creem em Deus, creiam também em mim.

3. Os discípulos com Jesus, a quem eles agora reconhecem porque ele fala com eles (vv. 50b-52).

v. 50b: “Mas Jesus imediatamente falou com eles”. 
A resposta de Jesus é imediata. De maneira amigável e afetuosa, ele começa a falar “com” eles. Ele fala exatamente o que era necessário para tirar deles qualquer superstição. No NT, com apenas uma exceção, o único que fala “Tenham coragem” ou “Tenham bom ânimo” é Jesus. “Sou eu”, diz Jesus; portanto, foi o próprio Mestre quem os escolheu para serem seus discípulos, que os tem guiado passo a passo e que já lhes deu tantas provas de seu poder e amor.
Jesus adiciona: “Não temam”. Os discípulos precisam parar de ficar alarmados; em vez disso, eles devem ter coragem e se encher de alegria.
Quando Jesus disse as palavras “tenham coragem, sou eu; não tenham medo”, ele deve ter chocado momentaneamente seus discípulos, mas o choque imediato se tornou uma alegre surpresa.
v. 51 
O episódio de Pedro (Mt 14.28–31) provavelmente aconteceu nesse momento. Como Jesus agora subiu para estar com os discípulos, sua presença baniu o medo e as superstições do coração dos discípulos. Chama a atenção o fato de que, quando a tempestade em seu coração foi acalmada, o mesmo aconteceu com a tempestade literal: “o vento cessou”, como tinha acontecido em uma ocasião anterior (4.39).
Resultado: os discípulos ficaram grandemente assustados. O que tinha sido motivo de gritos histéricos momentos antes, e qual era a razão para a sua total surpresa agora? Resposta: 52 pois eles não tinham entendido o significado (do incidente) dos pães. Se tivessem entendido o significado da milagrosa multiplicação dos pães (6.35–44), teriam descoberto que isso implicava que o poder de Cristo para curvar o universo material ao Seu querer– incluindo não somente o produto do solo (pão), mas também as ondas do mar e as correntes de ar. O problema estava em seus corações: De fato, até mesmo seus corações estavam endurecidos.
Na Escritura, o coração é a raiz da vida intelectual, emocional e volitiva, o centro do ser, seu eu interior. “Dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). “O homem olha o exterior, mas Jeová olha o coração” (1Sm 16.7). Quando Marcos diz que os corações dos discípulos estavam “endurecidos”, isso provavelmente significa a falta de habilidade dos Doze para tirar as conclusões necessárias dos milagres de Jesus. Era uma negligência pecaminosa em ponderar e meditar a respeito dessas obras maravilhosas e sobre a natureza daquele que os realizou. Repetidamente eles precisaram ser acordados de sua sonolência espiritual. No entanto, essa dureza de coração não deve ser confundida com a insensibilidade e a indiferença dos escribas e fariseus. A atitude deles era resultado de ódio e descrença. Os discípulos, ao contrário (com exceção de Judas), eram homens de pequena fé.

4. Jesus Cura em Genesaré (vv. 53-56).

v. 53-55
“Genesaré” é o nome de uma planície fértil e densamente povoada, ao sul de Cafarnaum. Ela mede cerca de quatro quilômetros de comprimento, ao longo do Mar da Galileia (também chamado Lago de Genesaré, Lc 5.1) e cerca de um quilômetro e meio de largura a partir da costa. A planície produzia nozes, figos, oliveiras e uvas.
Daquele lugar de desembarque, Jesus irá às proximidades de Cafarnaum (Jo 6.17,24–25), mas não antes de abençoar as pessoas dessa região com a sua graciosa presença, como fica claro nos v. 54-55. Fica claro que, nos versículos 54–56, Marcos é bem mais vívido e detalhado que Mateus (14.35–36). Quando Jesus sai do barco, é imediatamente reconhecido. Nessa época, Ele já era muito famoso por suas curas. Houve muitas curas individuais fantásticas (1.23–31,40–45; 2.1–12; 3.1–5; cap. 5) e também curas em massa (1.32–34; 3.7–12). Não é surpreendente, então, que a notícia de sua chegada tenha se espalhado rapidamente. As pessoas corriam para espalhar as boas-novas. Resultado: de todos os lugares na vizinhança, os doentes eram trazidos a Jesus.
v. 56
Pode ter havido ensino, mas, naquele momento, as curas são enfatizadas. Ela acontecia nas vilas, nas cidades e no campo (cf. 5.14; 6.6). Com frequência, aqueles que tinham entes queridos que estavam doentes os traziam e os colocavam nas praças, na esperança que Jesus passasse por ali.
Tal era a fé que essas pessoas tinham nos poderes de cura e na compaixão do Salvador, que – como no caso da mulher descrita em 5.27–30, mas veja especialmente Mateus 9.20–21 – elas estavam convencidas de que se os doentes pudessem pelo menos tocar as orlas das vestes de Jesus, a cura imediatamente ocorreria. Marcos nem se dá ao trabalho de nos informar se Jesus permitia isso. Todos quantos o tocavam (ou: “isto”, mas o sentido permanece o mesmo) eram instantânea e completamente curados. Os evangelhos nos ensinam que Jesus curava as pessoas tocando nelas ou permitindo que elas o tocassem.

Parêntese: resumo do cap. 6

Considerações finais

Jesus o conhece melhor do que você mesmo.
Ele o ama mais do que você ama a si mesmo (o que é muito). Ele é mais compassivo do que você poderia esperar. Ele é mais poderoso do que você poderia imaginar. E Ele conhece suas necessidades mais perfeitamente do que você ou eu jamais poderíamos compreender. Esse "Pão da Vida" permitiu que Seu corpo fosse partido para que sua alma pudesse receber o alimento espiritual de que precisava. Ele caminhou pelas águas tempestuosas durante a noite escura que levou à cruz, para que pudesse nos resgatar e para que nunca mais ficássemos aterrorizados ou com medo. Por meio do maravilhoso toque de Suas mãos sangrentas e redentoras, podemos ser curados para sempre das doenças do pecado e ficar bem para sempre. Ele atravessou as águas tempestuosas do julgamento em nosso lugar e assumiu nossas doenças em Seu próprio corpo. "Tenham bom ânimo", diz Ele. Entenda: "EU SOU!"
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