Retirai-vos dela, povo meu - A Meretriz, a Besta e os Reis

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Introdução

“Um único sol no céu, um único soberano sobre a terra.”. Essa frase é atribuida ao grande imperador mongol Gengis Khan (1162-1227). Ele tornou-se o único senhor de um império que se estendeu da China ao Golfo Pérsico, dos desertos gelados da Sibéria às florestas indianas. Seu desejo era ser o único soberano sobre a terra.
Muitos tiveram e têm o mesmo desejo de Gengis Khan. O primeiro a tê-lo foi Satanás. Esse desejo irá mover o mundo em uma batalha contra Cristo, mas no final o único digno e vencedor será o Senhor Jesus.
Nessa passagem veremos como Satanás usa o mundo contra Cristo e sua Igreja.

A Besta que era, não é e aparecerá

Nos versos anteriores, vimos que João ficou admirado por causa da visão da Grande Meretriz que se embriaga e os habitantes da terra com com suas imundices e prostituições e como o sangue dos santos e das testemunhas de Jesus.
O anjo volta à cena a fim de acabar com a admiração de João, explicando o para o apóstolo o significado das coisas que ele acabara de ver, especialmente a que é mais importante na visão: "a besta que tem sete cabeças e dez chifres e que leva a mulher".
A besta era, não é, mas aparecerá e caminha para destruição (v. 8). Está é a descrição padrão da besta (cf. v. 11). Na figura da besta, Satanás tenta imitar ou substituir Deus e Jesus, mas sempre falha. Por isso, ao contrário Daquele que é, que era e que há de vir", a besta era e não é, a de vir, mas durará pouco, pois caminha para perdição.
Assim, não há uma equivalência de forças entre Satanás e Cristo. Cristo é desde a eternidade, voltará no fim da História e seu reino não terá fim. Já Satanás já foi derrotado na cruz e não tem mais autoridade, apenas a que lhe é dada por Deus. Eles tentará uma última peleja contra o Cordeiro, mas o Cordeiro o vencerá e o destruirá para sempre. Por isso, a besta "era e não é" e quando aparecer será para sua destruição.

As sete cabeças

O anjo passa a explicar sobre as sete cabeças da besta.
As sete cabeças são sete montes (v. 9). O anjo acrescenta que são sete reis, na verdade, sete reinos.
A mulher está sentada sobre muitas águas (v. 1), sobre a besta (v. 3) e sobre povos, multidões, nações e línguas (v. 15). Tudo isso, de certa maneira, tem o mesmo significado, qual seja: a totalidade do reino do mundo anticristo está representado na besta, nos sete chifres, nos dez reis (v. 12) e nos povos, multidões, nações e línguas. Portanto, o sete chifres são os reinos do mundo que seguem a besta e a meretriz e lutam contra o Cordeiro (Sl 2).
Entretanto, esses reinos têm expressão na História.
Caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou (v. 10). O anjo localiza João na história dos reinos da terra:
Cinco caíram: Babilônia (Gn 10.8-12), Assíria, Neo-Babilônia, Medo-Persa e Grego-Macedônia.
Um existe: uma vez que a referência temporal é a época em que João recebe estas visões, trata-se do Império Romano. Curiosamente, Roma - a capital do império estava localizada sobre sete colinas.
O outro ainda não chegou. No momento em João recebe as visões erre sétimo reino ainda estava no futuro e, mesmo hoje, não conseguimos identificá-lo. Contudo, houve várias tentativas no mundo de se estabelecer um império totalitário e global - Gengis Khan, Povos germânicos, Napoleão, Hitler etc. - e todas falharam. Hoje, vivemos sobre uma ameaça do globalismo, liderado pela ONU e patrocinado por multimilionários como Bill Gates e George Soros, com a possibilidade real da formação de um governo totalitário global, ou seja, o sétimo reino que ainda não chegou.
Kistemaker faz uma ponderação muito útil sobre o sétimo reino:
Apocalipse b. A Explicação do Anjo (17.7–11)

o sétimo reino deve ser visto como “o título coletivo para todos os governos anticristãos entre a queda de Roma e o último império do Anticristo que irá oprimir a igreja nos dias que precedem a segunda vinda de Cristo”.

A besta é o oitavo rei (v.11). O fato é que qual "reino" global que se levante será anticristo e este império será a completude do império do mal do qual a besta será o último rei ou o oitavo. Porém, o anjo esclarece que esse sétimo reino "tem que durar pouco" e juntamente com oitavo rei "caminha para destruição" (v. 8, 10).
Como os reinos na visão de Daniel 2, todos serão passageiros e encontrarão sua destruição quando o reino de Cristo esmiuçar todos os outros, mas ele mesmo jamais terá fim (Dn 2.44-45).
Apocalipse b. A Explicação do Anjo (17.7–11)

A besta, então, não é um dos sete governantes, mas é uma concentração de tudo o que é mal. E ele, junto com o falso profeta, será lançado no lago de fogo que queima com enxofre, onde encontrarão a própria destruição (19.20). Ele é o Anticristo que é destruído pelo Cristo vitorioso

Os dez reis

Os dez chifres são dez reis (v. 12). Dez é um número simbólico sempre relacionado a Satanás. Dez dias de perseguição provocada pelo diabo (2.10): o dragão com dez chifres (12.3), a besta saindo do mar com dez chifres e dez coroas (13.1) e a besta escarlate com dez chifres (Ap 17.3, 7, 12, 16).
Mais um vez, as profecias apocalípticas de Daniel são a fonte aqui (Dn 7.7, 20, 24, 26). O quarta besta, a mais terrível de todas, tinha 10 chifres que servem a besta. Esses reis, receberão autoridade da besta a representarão em todos os seguimento da vida: governo, política, polícia, comunicação, indústria, negócios, educação, área legal e médica, trabalho, arte, esportes e lazer.
O Dr. Hendriksen oferece um interpretação adequada:
Os dez reis são realmente os poderosos desta terra em cada domínio: arte, educação, indústria, governo, etc., à medida que servem à autoridade central. Seu objetivo é a autoglorificação em oposição a Cristo. Para alcançar esse objetivo eles estão dispostos a dar poder e autoridade à besta.
Hendriksen, William. Mais que vencedores (p. 172). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
No entanto, o foco da passagem, não está em revelar exatamente que são os reis ou os reinos. João nos oferece a imagem geral sem se preocupar com os detalhes. O foco está no propósito desses reis.
Eles têm um só pensamento (v. 13). Seduzidos pela Meretriz Babilônia e guiados pela besta eles têm um único objetivo: pelejar contra o Cordeiro (v. 14) e destruir a Igreja. Na ânsia de realizar esse objetivo eles vedem a alma ao diabo, ou seja, oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.
Entretanto, os dez em conluio com a besta reinarão apenas por "uma hora". Isso quer dizer que essa conflagração durará muito pouco. Nesse período, eles farão guerra contra Cristo, perseguindo a sua Igreja. Mas isso logo acabará!

O Cordeiro os vencerá

O cordeiro os vencerá, pois é Rei dos reis e Senhor dos senhores (v. 14). Não obstante a união de forças físicas e espirituais contra Cristo e a Igreja, o Cordeiro será o vencedor. Com o sopro de sua boca, na sua vinda, Jesus matará o Anticristo e seus seguidores (2Ts 1.8). Há muitas coisas não claras no Apocalipse, mas há uma mensagem clara como a luz: no final a vitória é de Cristo, pois Ele é o Rei do reis e o Senhor do senhores.
Vencerão com Cristo os eleitos e fiéis. "Os habitantes da terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo" (v.8), seguirão a besta para destruição. Satanás é assassino desde o início e todos que o seguem caminham para morte. Por outro lado, os seguem a Cristo - o autor da vida - vencerão com Ele e herdarão a vida eterna.

Conclusão

Querido cristão, atente para essa passagem e para o nos diz o Salmo 2. O mundo não deseja paz com Cristo nem com seus seguidores. Os reinos e sistemas desse mundo se coligam a Satanás para pelejar contra o nosso Senhor. É importante considerar o que diz o apóstolo Tiago: “não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4.4).
Muito melhor, portanto, é sofrer a oposição do mundo e ser perseguido por ele. É melhor, por amor a Cristo, sermos entregues à morte todos dias e morrermos em batalha pelo reino do Senhor, do que gozar a paz do mundo e perdermos a nossa alma.
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