Reforma Protestante
5 solas da Reforma
Ações mediante as quais a igreja perdoa a pena temporal pelo pecado. Nesse contexto, o “temporal” refere-se especificamente ao tempo que a alma* deve passar no purgatório* enquanto expia seus pecados, ou fica limpa deles, antes de ir para o céu. Portanto, as indulgências não liberam uma alma do inferno* nem da condenação eterna.
PENITÊNCIA. Um dos sete sacramentos* tradicionais da Igreja Católica Romana, geralmente conhecido por “confissão” — mesmo que na realidade inclua muito mais que o ato de confessar os pecados — e, depois do Segundo Concílio do Vaticano, como a “reconciliação* dos penitentes”. Tradicionalmente, o sacramento da penitência inclui o arrependimento sobre o pecado (Contrição*, Atrição*), uma ação pela qual se reconhece ou se confessa o pecado, e obras de arrependimento que servem de castigo ou pagamento (Satisfação*) pelo pecado que foi cometido e confessado. Devido às relações entre o termo “penitência” e a ideia de castigo, às vezes, o termo “penitência” refere-se, não à prática sacramental como um todo, mas somente ao último elemento.
Nos tempos da Primeira Cruzada, o papa Urbano II proclamou uma “indulgência plenária” para estimular as pessoas a se unirem ao empreendimento. Depois se tornou comum dar indulgências especiais aos peregrinos que iam a Roma em certos “anos santos”. Posteriormente, a venda de indulgências tornou-se uma fonte importante de renda para a igreja e foi o fator precipitante no protesto de Lutero.
A Bandeira da Reforma, a fé é suficiente para justificar o homem diante de Deus.
Chamado
Justificação
Glorificação
Fio condutor da Escritura
O primeiro grande debate sobre a graça aconteceu no século V entre Agostinho e Pelágio (Pelagianismo*). O último era um monge britânico que se escandalizou ao encontrar nas Confissões de Agostinho a petição a Deus: “Dê o que mandes, e mande o que desejas”
A graça de Deus mencionada nesta declaração – “Pela graça foram salvos” – é seu amor visto como focalizado sobre o culpado e indigno. A misericórdia se compadece. A graça perdoa. Ela, porém, faz ainda mais do que isso. Ela salva completamente, libertando os homens da maior desgraça (a condenação eterna), e outorgandolhes as mais seletas bênçãos (a vida eterna tanto para a alma como para o corpo). Ser salvo pela graça é o oposto de ser salvo pelos méritos humanos, os méritos que supostamente provêm da bondade inerente ou do esforço extremo do homem (cf. 2.8–9). A expressão indica claramente que o solo de nossa salvação está em Deus, e não em nós. “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19)
A salvação é um presente, não uma recompensa. Certa feita, perguntaram a uma mulher romana: “Onde estão as suas joias?” Ela chamou seus filhos e, apontando para eles, disse: “Eis aqui as minhas joias”. Somos as joias preciosas de Deus. Somos os troféus da sua graça. Para reforçar a declaração positiva de que fomos salvos somente pela graça de Deus por meio da confiança em Cristo, Paulo acrescentou duas negações que se equilibram. A primeira é: “E isto não vem de vós, é dom de Deus” (2.8b); a segunda é: “Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe” (2.9).
A salvação não pode ser pelas obras, porque a obra da salvação já foi plenamente realizada por Cristo na cruz (Jo 19.30). Não podemos acrescentar mais nada à obra completa de Cristo. Agora não existe mais necessidade de sacrifícios e rituais. Fomos reconciliados com Deus. O véu do templo foi rasgado. Pela graça, somos salvos. Tanto a fé como a salvação são dádivas de Deus.
A salvação é pela graça, mas também “por meio da fé”. É a graça que nos salva pela instrumentalidade da fé. É bem conhecida a expressão usada por Calvino: “A fé traz a Deus uma pessoa vazia para que se possa encher das bênçãos de Cristo”. É muito importante ressaltar que Paulo não está falando de qualquer tipo de fé. A questão não é a fé, mas o objeto da fé. Não é fé na fé. Não é fé nos ídolos. Não é fé nos ancestrais. Não é fé na confissão positiva. Não é fé nos méritos. É fé em Cristo, o Salvador!
Paulo acrescenta duas negativas de equilíbrio a essa descrição: não é nossa conquista (“não vem de vocês” [v. 8]) nem uma recompensa por quaisquer atos religiosos ou filantrópicos (“não por obras” [v. 9]). Todo esse evento e experiência de ser salvo pela graça de Deus, mediante a fé, é dom gratuito de Deus.
Finalmente, Paulo acrescenta uma afirmação positiva, decisiva e gloriosa no versículo 10. Somos obra de Deus – ou, como disse F. F. Bruce, “sua obra de arte, sua obra-prima”. Salvação é criação, recriação, nova criação. E a linguagem da criação é um absurdo, a menos que haja um Criador; a autocriação é, em termos, uma contradição patente.
Alguns críticos acreditam que a doutrina da salvação somente pela graça proposta por Paulo na verdade nos encoraja a continuar no pecado. Eles estão totalmente enganados. Boas obras são indispensáveis para a salvação – no entanto, não como base ou meio, mas como sua consequência e evidência. Não somos salvos por causa das obras (v. 8–9), mas somos criados em Cristo Jesus para fazermos boas obras (v. 10).