TIAGO, O (QUASE) ANÔNIMO (Parte 2) Hebreus 11.32-40
Essa é uma descrição de uma fé que contempla os milagres, triunfa nas aflições e vê as intervenções soberanas e sobrenaturais de Deus, trazendo poderoso livramento ao Seu povo.
O escritor passa a descrever como alguns são torturados pela fé. Outros ainda são escarnecidos e açoitados, suportando algemas e prisões pela sua fé. Há também outros que foram apedrejados, provados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada, andando como peregrinos, necessitados, afligidos e maltratados pela fé. Esses homens, mesmo vivendo errantes pelos desertos, pelos montes, covas e antros da terra, são grandes aos olhos de Deus. Esses mártires da fé, humilhados na terra e considerados indignos de viver, são reconhecidos no céu, pessoas das quais o mundo não era digno. Concordo com Donald Guthrie quando ele diz que os homens do mundo, a despeito das suas posses e da sua posição, são tão inferiores que não são dignos de ser comparados com os homens de fé.
A fé nem sempre nos livra do sofrimento. A fé nem sempre nos poupa da morte. A fé, porém, sempre honra a Deus, e Deus sempre honra os que vivem e morrem pela fé.
Precisaram aguardar-nos para que, juntos, pudéssemos, então, desfrutar com eles a bem-aventurança eterna. Há aqui um forte elemento de solidariedade por trás dessa ideia. Os fiéis da antiga e da nova aliança estão lado a lado. Quando Jesus voltar em glória, os mortos ressuscitarão e receberão um corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, semelhante ao corpo da glória do Senhor Jesus, e, então, todos nós, que estamos em Cristo, entraremos na glória junto com Abraão, Isaque e Jacó. Eles serão aperfeiçoados juntamente conosco e juntos entraremos no reino celestial, porque Deus tem somente um povo, um rebanho, uma família, uma igreja.
Recorro às palavras de Olyott para elucidar ainda mais esse momentoso assunto: “Isso não lhes foi permitido porque tinham de esperar por nós. Aqueles tempos do Antigo Testamento não eram superiores aos tempos atuais (como parece que pensavam os leitores da carta aos Hebreus); eram inferiores. Não era a vontade de Deus que entrassem em tudo que ansiavam possuir e que nós, crentes neotestamentários, então aparecêssemos como uma espécie de apêndice, como filhos de Deus de segunda classe. Temos visto aquilo que eles não viram. Mas nenhum de nós — quer crentes do Antigo Testamento quer do Novo — chegou a ver a cidade prometida. Entraremos nela juntos, ao mesmo tempo, sem que ninguém entre antes dos outros. Os crentes do Antigo Testamento tinham seu coração fixo no céu e nós também. Ali chegaremos de mãos dadas. Portanto, o que é necessário não é uma volta às cerimônias e rituais do Antigo Testamento (como pensavam os leitores originais), e sim que tenhamos fé autêntica. Somente pessoas de fé estarão no céu.”