TIAGO, O (QUASE) ANÔNIMO (Parte 1) Lucas 6.12-19
Jesus confia a sua missão para homens e mulheres que estão disponíveis para orar (a Deus) e servir (aos homens).
TEXTO: Mateus 10.1–4
TEMA: Os doze apóstolos de Jesus
Apóstolo é um enviado que carrega a autoridade de quem o enviou. Receberam autoridade para pregar, libertar e curar. O grupo era bem heterogêneo. Eis um pouco sobre cada um:
1. Simão Pedro. Pescador. Fala sem pensar, repreende a Cristo, dorme na batalha, foge e segue a Cristo de longe, nega a Cristo. Depois que foi restaurado, Pedro tornou-se ousado e morreu martirizado.
2. Tiago. Irmão de João. Foi o primeiro a receber o martírio (At 12.2).
3. João. Irmão de Tiago (eram os “filhos do trovão” [Lc 9.54], temperamentais e amantes do poder ([20.20, 21]). Foi o último apóstolo a morrer. Escreveu cinco livros: o evangelho, três epístolas e Apocalipse.
4. André. Levou Pedro, seu irmão, a Cristo (Jo 1.40–42).
5. Filipe. Levou Natanael a Jesus (Jo 1.45, 46). Era cético e racional (Jo 6.5, 7; 14.8).
6. Bartolomeu ou Natanael. Perguntou preconceituosamente: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).
7. Mateus. Coletor de impostos dos romanos (9.9), era odiado pelos judeus (10.3).
8. Tomé. Meio cético, ele não creu na ressurreição de Cristo até vê-lo em carne e osso (Jo 20.25, 28).
9. Tiago, filho de Alfeu. Nada mais se sabe sobre ele.
10. Tadeu ou Judas Tadeu. Desconhecido.
11. Simão, o zelote. Membro de uma seita judaica que se opunha a pagar tributos a Roma e defendia a luta contra o Império.
12. Judas Iscariotes. Era o tesoureiro e roubava da bolsa (Jo 12.6). Vendeu Jesus por trinta moedas de prata e o traiu com um beijo, entregando-o aos romanos. Suicidou-se (27.3–5; At 1.18).
Jesus transformou esses homens limitados e fez deles instrumentos para transformar o mundo. Jesus chama pessoas não pelo que elas são, mas pelo que virão a ser em Suas mãos. Esses homens foram um elo digno com o passado de Israel e um fundamento sólido para a igreja do futuro.
Um aspecto singular do discipulado do NT é que ele é um compromisso com a pessoa de Jesus. Seu ensino tem força somente quando há primeiro esse compromisso com sua pessoa. É provável que Pedro tenha conhecido Jesus e o tenha ouvido falar antes do incidente em Lc 5.1ss., mas é o impacto da pessoa de Jesus que faz dele um mathētḗs (cf. Natanael em Jo 1.45ss.). Esse compromisso pessoal explica a profunda depressão dos discípulos após a crucificação (Lc 24.19ss.). Não basta que eles tenham o legado de sua palavra. Eles perderam o próprio Jesus. A importância crucial da ressurreição reforça isto. O próprio Jesus reinstitui o grupo (a despeito da resistência inicial, Lc 24.36ss.; Jo 20.24ss.), restaura a comunhão pessoal e envia os discípulos, não para transmitirem seu ensino, mas para darem testemunho de sua ressurreição (Lc 24.48). Para marcar a ruptura na comunhão, Lucas deixa de usar mathētḗs após o Getsêmani e o usa novamente somente para a comunidade mais ampla em Atos.