Começando em Mateus

Mt 1.1-17.

Introdução

1. Mateus - o publicanos - o pecador. Odiado, 1º) por cobrar imposto ao Império romano, 2º) por cobrar de forma abusiva.

2. O primeiro evangelho não significa ser o primeiro que foi escrito. Mas, parece que foi colocado depois dos escritos do AT por: a) ter uma proximidade natural da Lei; b) ser escrito para os cristãos judeus; c) Jesus é o 2º Moisés, mas num nível superior, por ser o Messias que traz uma revelação superior à Lei (5-7); d) O livro tenciona mostrar o que é o ideal reino dos céus, nos (caps. 1,2,5-7,13 e 25); e) Foi escrito por volta dos anos 50; f) Local - provavelmente Roma ou Antioquia; g) caracterizado pela ordem, ou seja, os assuntos estão agrupados; g) propósito principal - conquistar os judeus para Cristo, e segundo - fortalecer os já convertidos.

3. Mateus tem um começo diferente, e ele mostra a genealogia de Jesus. Não é sem um motivo específico. Ele quer que os judeus tenham a absoluta certeza da promessa feita aos patriarcas, de que Jesus o Messias tem sua linhagem na escolha única e soberana de Deus ao Pai da etnia hebraica - Abraão, Isaque e Jacó.

4. Outra finalidade de começar pela genealogia - Jesus o Messias, ungido, também vem da linhagem dos reis - Ele é o Rei eterno. Toda autoridade como o rei de Israel que possui toda autoridade sobre toda a terra. Além dEle ser também o profeta prometido por Moisés (Dt 18.18). Jesus é o único que reúne todos os ofícios espirituais nele mesmo.

5. As circunstâncias que envolveram a origem de Jesus teria que ser comprovada pelas leis espirituais que foram estabelecidas antes dele. Por isso as genealogias eram importantes, e foram aprovadas por Deus. Veja - a ocupação da terra era por lei divina distribuída segundo as tribos, as famílias e as casas dos pais (Nm 26.52). Se alguém viesse a estabelecer-se num outro território, que não fosse seu próprio, poderia ser qualificado como desertor (Jz 12.4). A transferência de propriedade requeria acurado conhecimento da linhagem familiar (Rt 3.9,12,13; 4.1-10). A sucessão Real em Judá se estabelecia pela linhagem de Davi (1Re 11.36). Após a volta da Babilônia, uma pessoa que pretendesse possuir prerrogativas sacerdotais tinha que provar essa linhagem, do contrário não era aceita (Ed 2.62). O rol dos ancestrais era requerido para direitos e deveres (Lc 2.1-4).

6. Assim como João, o que Mateus quer que seus leitores entendam é, que Jesus Cristo, além de ser da descendência de Abraão, é da dinastia de Davi. Embora, Jesus fosse o filho físico deste (Mt 1.16). No entanto, era preciso que a Palavra de Deus se cumprisse, e que a promessa fosse cumprida de forma legal.

7. Outro aspecto no mínimo curioso para nós são as gerações em 3 tempos de 14. Conforme a cultura hebraica, cada letra também representa um número. Assim o alfabeto hebraico começa com a sílaba Alef, que é o mesmo que o número 1. Dalet é a quarta sílaba = 4. Vav é a sexta = 6. Agora, o nome hebraico de Davi é formado pelas sílabas Dalet = 4, Vav = 6, Dalet = 4, que somando é igual a 14.

I - Não estamos mais presos a cultura, mas a misericórdia.

8. Vemos muitos detalhes rígidos que está inclusa na vida do povo de Deus. Isso, no mínimo provocava tensões. A preocupação dos judeus com a genealogia representa o perfeccionismo da cultura. Embora Deus não reprovasse completamente, no entanto, isso também acabou causando dificuldade para a obediência de forma espontânea.

9. Jesus cumpriu, e nos libertou de regras cerimoniais que não ajudavam, pelo contrário causava medo, por causa do castigo de errar.

10. A obediência, a disciplina, o respeito com a regras culturais foram, de certa forma, anuladas pelo cumprimento da obediência de Cristo para com todas essas regras. Ele também nos libertou disso e nos mostrando até mesmo dentro dessa cultura o que de fato está cima disso, que é a misericórdia dentro da genealogia de Cristo.

11. Quando um judeu não convertido a Cristo vai olhar essa lista e repudiar. Quem sabe não porque Judá, que era um dos doze filhos de Jacó tivesse gerado a Perez, da sua própria nora Tamar. Mas, eles rejeitariam dentro da genealogia do Messias o envolvimento de uma moabita, ou uma prostituta.