SOLI DEO GLORIA - 1Tm 1.12-17

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SOLA SCRIPTURA – Fundamento da Autoridade – Gl 1.6-12;
SOLUS CHRISTUS – Mediador da Autoridade – Cl 1.13-20;
SOLA GRATIA – O Crédito da Autoridade – Ef 2.1-10;
SOLA FIDE – O Instrumento da Autoridade – Rm 4.1-25;
SOLI DEO GLORIA – Propósito da Autoridade (Resumo dos Solas)
Se os fiéis precisam do clero para ler a Bíblia, se Maria e os Santos são venerados e os sacerdotes são despenseiros dos méritos aos fiéis, se cooperamos com Deus em nossa salvação, se as nossas obras são um dos meios de sermos considerados justos, então Deus não recebe toda a glória.
Estas ideias não são outra coisa senão um outro evangelho que fere a glória do Altíssimo, toda teologia deve ser feita com o fim de anunciar a Cristo e glorificar a Deus.
Neste sentido, hoje falaremos sobre Soli Deo Gloria, como o último dos pilares da nossa fé.
Qual é o fim principal do homem, para que ele existe?
Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
A vida cristã se resume a este fim, o Soli Deo Gloria. Que pode ser aplicado a uma visão holística da vida, ou seja, uma visão completa, integral da vida.
1 Corinthians 10:31 NVI
31 Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.
Coisas simples, corriqueiras devem ser pensadas para a glória de Deus, poderíamos gastar tempo aqui, reafirmando que nossa família é para a gloria de Deus, nosso trabalho, nosso dinheiro, nossos bens, e de fato é verdade.
Mas o texto que temos diante de nós nos mostra outra ideia.
Vamos aprender que dar gloria a Deus somente brota antes do conhecimento e da experiência da salvação de Deus em Cristo, pela graça mediante a fé.
Conhecer a Deus e sua salvação redundará em Adoração.
Na prática Adoração, não se trata de viver cantando, declamando poesias, mas que sua vida toda, em todos os detalhes, do mais simples ao mais complexo, quando vivida diante de Deus em obediência e observância constante a sua palavra, chegará à Deus como uma bela e vívida canção e a mais bela e coordenada poesia de adoração.
Em nosso texto veremos que nossa adoração deve surgir antes de qualquer coisa da obra da salvação de Deus.
Só faz sentido pensar no Soli Deo Glória se você ama, admira e é grato a Deus pela salvação em Cristo Jesus.
Somente a Obra de Deus é a fonte de toda e qualquer vida para a glória de Deus.
Por isso, vamos focar na Palavra que aponta para a salvação de Deus em Cristo Jesus, pela graça, mediante a fé somente, que nos leva a adoração e uma vida para a glória de Deus somente.
No verso 12 encontramos Paulo numa explosão de gratidão, que procede de um coração saturado de conhecimento de Deus e sua obra, e é nessa gratidão que Paulo vai discorrer no texto.
Ele nos mostra ser grato por 4 motivos.

1- Pelo ministério da Palavra (11,12).

1 Timothy 1:11–12 NVI
11 Esta sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito. 12 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério,
Paulo está escrevendo a seu filho na fé Timóteo, e ele encoraja Timóteo dizendo: O fato de eu pregar, ensinar, escrever a você é resultado do que Deus fez em minha vida.
- Me deu forças – Força, revestimento (Cristo o capacitou e fortaleceu);
- Me considerou fiel – Considerou digno de confiança (dá a ideia de justificação, alguém que se apegou na obra de Cristo);
- Designando-me no ministério – o tornou um evangelista, um pregador (Serviço a Deus para levar ao mundo o evangelho de Cristo).
Paulo se apresenta como um embaixador (2Co 5.20), como um representante de Cristo, alguém que é fruto da obra de Deus em Cristo, pela graça mediante a fé, ele só pode ser grato.
Ele era um inimigo de Estado que foi tornado em embaixador.
Na política externa isso é impossível, imagine se os EUA ao capturar Osama Bin Laden o colocaria como embaixador, isso nunca aconteceria.
Mas aconteceu com Paulo, e ele é grato por isso.
Deus faz o que os homens não podem fazer, enquanto Osama, Paulo, eu e você deveríamos receber punição por nossos muitos pecados.
Cristo é quem sofreu a punição por eles, fomos feitos seus embaixadores, assim como Paulo somos chamados a viver e pregar as escrituras somente.
E ter um coração encharcado de gratidão que vive para a glória de Deus somente.

2- A graça de Deus superabundou sobre seu passado pecaminoso (v.13,14a)

1 Timothy 1:13–14 NVI
13 a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade; 14 contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus.
Quem era Paulo?
Paulo registra seu passado inglório como implacável perseguidor da igreja.
Levantou-se como ferrenho perseguidor da igreja. Como uma fera selvagem, respirava ameaças e morte contra a igreja (At 9.1).
Assolou e devastou a igreja (At 8.3; Gl 1.13). Exterminou discípulos de Cristo em Jerusalém (At 9.21). Perseguiu o Caminho até a morte (At 22.4). Fez muitas coisas contra o nome de Cristo (At 26.9).
Prendeu muitos dos santos e votava contra eles quando eram condenados à morte (At 26.10).
Afligia os crentes nas sinagogas, forçando-os a blasfemar e, enfurecido, os perseguia até por cidades estranhas (At 26.11).
Até que em sua maldade foi lançado ao chão pelo poder irresistível da graça. (At 26.14).
Sua conversão foi uma obra sobrenatural de Deus. Teve de ser jogado ao chão e quebrantado para reconhecer que o Jesus que ele perseguia era de fato o Messias.
Seus olhos ficaram cegos ao mesmo tempo que os olhos da sua alma foram abertos.
Paulo usa aqui três palavras para descrever a si mesmo nesse período de incredulidade.
Blasfemo. Ele falava mal dos cristãos e de seu Senhor, Jesus Cristo.
Perseguidor. Ele prendeu os cristãos, açoitou-os, forçou-os a blasfemar e deu voto para matá-los ao perceber que a religião do Caminho era uma ameaça ao judaísmo.
Insolente. Para levar a cabo seu plano opressor, ele sentia um prazer mórbido em afligir de forma violenta os cristãos.
Para com esse homem terrível a graça de Deus superabundou.
Ele foi plenamente alcançado pela misericórdia. A graça transbordou sobre ele como um rio caudaloso que não pode ser detido, extravasa pelas margens e carrega tudo o que vê pela frente, não havendo nada que lhe possa resistir.
Mas o que o rio da graça trouxe consigo, entretanto, não foi uma devastação; foram grandes bênçãos da parte de Deus, e por isso ele está grato.
Isso se parece muito com seu passado, com o meu também, não fosse o rio da graça de Deus ser derramado sobre nós, não estaríamos aqui.
A grandeza da graça se dá pelo conhecimento da grandeza do seu pecado, e é isso que Paulo fez, ele não tornou a graça barata, pelo contrário, ele reconhece sua superabundante atuação em sua vida.

3- A graça redundou em fé e amor (v.14b)

1 Timothy 1:14 NVI
14 contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus.
Os críticos do tempo de Lutero e dos demais reformadores falavam que a justificação pela fé somente era uma fé destituída de uma vida cristã de boas obras.
Mas a salvação pela graça mediante a fé, nunca traz a ideia de uma fé sozinha.
É como uma árvore, a graça é a raiz, a fé e o amor o tronco e as boas obras os frutos da árvore da salvação.
A fé nunca vem sozinha, sempre acompanhada de amor à Deus e ao próximo, nos leva sempre a uma vida de boas obras.
É impossível dizer que se tem fé, e não amar a Deus e o próximo através de boas obras e da mutualidade.
Tiago nos ensina em sua carta, fé sem obras é morta.
Paulo só possui essa fé e amor, porque está pela obra da salvação “em Cristo Jesus” arraigado e firmado nele.

4- Pela fidelidade do que o evangelho promete (v.15)

1 Timothy 1:15 NVI
15 Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior.
Qual a ênfase que Paulo dá neste ponto de sua gratidão?
Ele é grato porque o evangelho do qual ele é ministro e embaixador, diz que: “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores”.
Ele era o principal, ele foi alcançado, de uma vida pregressa assombrosa, ele foi alcançado pela graça de Deus.
O que se aplica a Paulo, se aplica a todos nós, pense você ou não, que é menos ou mais pecador que Paulo, Cristo veio para salvar pecadores, todos pecaram.
Esse evangelho anunciado por Paulo, é digno de confiança!
O Cristo deste evangelho é o Deus que se fez carne, que habitou entre os homens, sem pecado obedeceu ao pai em tudo, se entregou, cumpriu toda a justiça de Deus, venceu o pecado e o poder da morte, ressuscitou, vivo está, e reina em glória nos céus, na terra e na igreja.
Nessa confissão belíssima do evangelho, Paulo reconhece que dentre os pecadores, ele é o principal. Interessante que ele não diz que era, mas que é;
Ele entendia aquilo que futuramente Lutero viria a dizer: Justo e pecador ao mesmo tempo.
Ele compreendia a extensão da obra de Cristo, perdoando os pecados do passado, presente e futuro.
Algo que precisa ficar cravado como verdade em nossos corações.
Cristo veio ao mundo para salvar pecadores:
Não veio para ajuda-los a salvarem a si mesmos, nem induzí-los a salvarem a si mesmos, nem mesmo dar a eles capacidade de salvarem-se a si mesmos.
Ele veio salvá-los efetivamente.
Essa verdade é geral, pecadores serão salvos, mas também uma verdade individual, você individualmente precisa como Paulo, se apropriar pela fé somente dessa verdade gloriosa do evangelho.
Através do Evangelho, Deus salva em Cristo pela graça mediante a fé, pecadores blasfemos, mortos em delitos e pecados, e os faz adoradores verdadeiros e os leva a viver para sua glória.
Até aqui Paulo nos sinaliza que o motivo de sua gratidão, que redundará em Glória somente a Deus, se baseia em:
SOLA SCRIPTURA (v. 11-12) A escritura alcançou Paulo e o fez ministro
SOLA GRATIA (v 13-14a) A graça superabundou em seu passado pecaminoso
SOLA FIDE (v.14b) Ele se apropriou da obra de Cristo pela fé somente
SOLUS CHRISTUS (v.15) Cristo é o único e suficiente salvador.

Soli Deo Gloria - Adoração

1 Timothy 1:16 NVI
16 Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna.
Paulo encerra destacando seu testemunho pessoal (v.16) como exemplo de quem procura ensinar a respeito da glória da graça de Deus.
Paulo ensina que se Deus pôde fazer tudo o que fez em sua vida, pode fazer com você hoje aqui.
Paulo queria que Timóteo visse que se Deus fez em Paulo, o pior dos pecadores, poderia fazer do jovem pastor alguém que defenderia com unhas e dentes a verdade do evangelho e sua igreja.
Paulo não se orgulhou de sua vida, e nem você deve se orgulhar, se somos salvos pela graça mediante a fé, não temos motivo para nos orgulhar.
Até porque se há no que se orgulhar, Deus não receberá toda a glória;
Paulo usou seu testemunho para demonstrar aqueles a quem ele escreveu como público imediato, e a nós que hoje lemos essa carta.
Que olhemos todos para a obra completa de Deus em Cristo, para os fundamentos da nossa fé reformada e bíblica, e juntos a Paulo redundemos em Glória somente a Deus.
É como se Paulo dissesse, “Olhem o que a Graça de Deus fez comigo”.
Alguém que de fato foi alcançado pela obra da Salvação redundará com sua vida toda em adoração sincera, profunda e verdadeira a Deus.
Diante da grandeza da obra da Salvação em Cristo, precisamos parar e adorar.
É exatamente o que Paulo faz.
1 Timothy 1:17 NVI
17 Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém.
A contemplação da grandiosidade da obra de Deus em Cristo conduz à adoração, a vida diante de Deus para sua glória e honra.
Por meio de Cristo os atributos do Deus invisível são plenamente conhecidos em Jesus, e Paulo os traz à tona neste verso.
A obra da salvação só pode ser obra de um grandioso Rei, mas não um rei terreno e passageiro, mas o rei dos séculos, de eternidade a eternidade ele é Rei.
A adoração aqui é a percepção da criatura finita, sendo plenamente afetada pela grandiosidade da obra de um Deus infinito.
A Salvação é a obra pela qual o homem pode viver eternamente e desde agora até a eternidade a adorar ao Rei dos Reis.
Essa obra grandiosa não poderia ser oferecida pelo mais poderoso dos homens, nem pelo mais grandioso dos reis da terra.
Somente o Deus e Rei eterno, que soberanamente decide pela sua vontade o que lhe apraz, um Deus imortal, que poderia ressuscitar a Cristo e nos conceder nele vida e imortalidade.
Aquele que é invisível, mas que se revelou plenamente em seu Filho Cristo Jesus, ao único Deus, no qual habita toda a sabedoria, e que não pede conselho a homem algum, não depende de nada e nem ninguém.
É a este Deus que Paulo se derrama, se prostra e abre seu coração em um cântico profundo de honras e glória somente a este Deus Supremo.
Viver para glória de Deus, é reconhecer seus atributos, seu poder salvador, seu reinado eterno, sua graça e misericórdia.
Viver para glória desse Deus é do mais simples ato, ao mais complexo, fazer com que tudo redunde em glória e prazer a este Deus.
Romans 11:36 NVI
36 Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.
Somente a Deus a glória, não é parte da glória pra Deus e uma porção dela a você, mas toda glória a Deus.
John Piper nos diz:
“A paixão de Deus por sua glória é a essência de seu amor por nós. O amor de Deus por nós, exalta seu valor e nossa satisfação nisso. Se o amor de Deus nos colocasse no centro e tivesse o foco principalmente em nosso valor, nós nos desviaríamos do que é mais precioso, ou seja, o próprio Deus. ”
Não foque sua vida nas suas qualidades, conquistas, mas foque em Deus e sua glória.
Uma vida centrada em si mesmo produz vanglória, e não glória a Deus.
E é somente na glória de Deus e sua presença que há delícias perpetuamente.
Como Deus mostrou a sua glória?
Teologia da Cruz X Teologia da Glória
Lutero afirmou que a Igreja de seu tempo apresentava o cristianismo de glórias, conquistas e méritos, de poder e conquistas humanas. (Teologia da Glória).
Deus, todavia, não escolheu nos salvar pelo caminho da glória, mas pelo caminho da cruz, Deus ensinou sabedoria pela loucura da pregação, e poder pela fraqueza da Cruz. (1Co 1.23-25).
Antes da glória tem um caminho de Cruz. Esse é o caminho do cristão, até que nosso Senhor venha em poder e grande glória em sua segunda vinda.

Aplicações

Como podemos viver para a glória de Deus Somente?

1- Louvor genuíno só pode vir de um melhor entendimento de Deus e sua Salvação.

- Não há como louvar melhor a Deus se formos ignorantes sobre quem Ele é;
- O louvor não é fruto de experiências, mas do conhecimento da graça de Deus em Cristo;
- A salvação de Cristo revelada no evangelho, que se dá pela graça mediante a fé somente é o combustível para uma verdadeira vida de adoração em tudo que se faz;
Louvor genuíno não advém de ignorância, o máximo que eu posso fazer na ignorância a respeito de Deus é um altar ao deus desconhecido, como os atenienses.
Mas diante da revelação pelas escrituras, da obra perfeita de Cristo, Viveremos para o louvor da glória de Deus somente.

2- Se queremos viver para a glória de Deus, devemos desejar aprender mais sobre Deus para louvá-lo melhor.

- Por isso prezamos pela pregação expositiva, pelo ensino constante da escritura e em tudo que fazemos procuramos fazer pelas escrituras;
Porque nossa desejo não é encher você de informações, mas te ensinar pelo conhecimento de Deus e sua obra a louvá-lo melhor, pois fomos feitos para sua glória somente.
- Sem conhecer mais a Deus não viveremos para sua glória, faremos muitas coisas em que Deus não receberá louvor.
- Não estudar a palavra gera louvor fraco;
- Não existe uma igreja com um bom louvor e uma pregação ruim e fraca. O que existe são bons músicos, isso não é difícil de encontrar.
Mas Deus procura aqueles que amem sua palavra porque nela está descrita a obra da Salvação de Deus em Cristo pela graça, mediante a fé, que gera glória somente a Deus.
Como diz o final do verso 17:
1 Timothy 1:17 NVI
17 Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém.
SDG
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