O EVANGELHO DE JESUS CRISTO

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Marcos 1.1-8.
O evangelho de Marcos é o evangelho da ação, e por esse e outros motivos esse evangelho é tem diferentes aspectos comparado aos outros. Esse evangelho também não traz informações sobre o nascimento, infância e juventude de Jesus.
Marcos: O Evangelho dos Milagres Capítulo 1: As Boas-Novas do Evangelho de Cristo (Mc 1.1)

Marcos é considerado um dos evangelhos sinóticos. O termo sinótico vem de duas palavras gregas, cujo significado é “ver conjuntamente”. Dessa maneira, Mateus, Marcos e Lucas tratam basicamente dos mesmos aspectos da vida e ministério de Cristo. Dos evangelhos sinóticos, Marcos é o mais breve.

O Evangelho de Marcos é geralmente considerado o primeiro evangelho que foi escrito. E alguns consideram que este é o livro mais importante do mundo, visto que serviu de fonte para os outros evangelhos e é o primeiro relato da vida de Cristo que a humanidade conheceu.
Marcos: O Evangelho dos Milagres Capítulo 1: As Boas-Novas do Evangelho de Cristo (Mc 1.1)

Dos 661 versículos de Marcos, Mateus reproduz 606. Há apenas 55 versículos de Marcos que não se encontram em Mateus, mas Lucas utiliza 31 destes. O resultado é que há somente 24 versículos de Marcos que não se encontram em Mateus ou Lucas. Isso parece provar que tanto Mateus quanto Lucas usaram o Evangelho de Marcos como fonte.

No entanto, por que quatro evangelhos? Nós temos quatro evangelhos, porque cada um foi escrito a um público diferente. Mateus foi escrito para os judeus e apresentou Jesus como o rei. Marcos escreveu para os romanos e apresentou Jesus como servo. Lucas escreveu para os gregos e apresentou Jesus como o homem perfeito. João escreveu um evangelho universal e apresentou Jesus como Deus, o verbo encarnado. Assim, os evangelhos foram endereçados a pessoas diferentes e com propósitos diversos.
João Marcos é o autor deste livro, João é seu nome em Hebraico e Marcos é seu nome romano. Ele é filho de Maria, uma cristã que hospedava cristãos em suas casa (At 12.12), ele participou da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, e sendo esse primo de Barnabé, porém, João Marcos desistiu da viagem no meio do caminho, e isso fez com que Paulo o rejeitasse na sua segunda viagem missionária. Mas, Marcos se tornou um grande líder cristão do primeiro século, e ficou até preso com Paulo em Roma (Cl 4.10) e muito cooperou com Paulo no ministério (Fm 24; 2Tm 4.11) e Marcos tinha um relacionamento muito sadio com Pedro, e é chamado de filho na fé por Pedro, talvez Pedro tenha o levado a Cristo.
Observemos, nesses versículos, qual declaração completa encontramos acerca da dignidade da Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Na primeira sentença, Marcos chama-o “Filho de Deus”. Essas palavras, “Filho de Deus”, significavam, para a mentalidade judaica, muito mais do que para nós. Elas equivaliam a uma afirmação da divindade de nosso Senhor. Também eram uma declaração de que Jesus era o próprio Deus e “igual a Deus” (Jo 5.18).
E isso é de suma importância salientar, pois a divindade plena de Cristo é a fortaleza e a segurança do cristianismo.
Nisso repousa o infinito valor de sua morte vicária na cruz. Nisso fundamenta-se o mérito peculiar de sua morte expiatória em favor dos pecadores. Essa morte não foi a de um mero homem como nós; pelo contrário, foi a morte daquele que é “sobre todos, Deus bendito para todo o sempre” (Rm 9.5).
Não precisamos admirar que os sofrimentos de uma única pessoa tenham servido de propiciação suficiente pelos pecados do mundo se nos lembrarmos que o sacrificado foi o próprio “Filho de Deus”.
Que nós, os crentes nos apeguemos a essa doutrina, com zelosa vigilância! Assim, com ela, estarão firmados sobre uma rocha. Sem ela, é como se nada sólido tívessemos debaixo de nossos pés.
Nossos corações são fracos. Nossos pecados, muitos. Precisamos de um Redentor capaz de salvar totalmente e que nos livre da ira vindoura. Nós temos esse Redentor em Jesus Cristo. Ele é o “Deus Forte” (Is 9.6).
Em segundo lugar, observemos de que maneira o princípio do evangelho constitui um cumprimento das Escrituras.
João Batista deu início ao seu ministério “conforme está escrito na profecia de Isaías”.
Na vinda de Jesus Cristo a este mundo, nada houve de inesperado ou de improvisado. No começo do livro de Gênesis, encontramos a predição de que o descendente da “mulher” haveria de ferir “a cabeça” da serpente (Gn 3.15). Por todo o Antigo Testamento, essa mesma profecia aparece com constante e crescente clareza. Essa foi uma promessa muitas vezes renovada aos patriarcas e reiterada pelos profetas — um dia, um Redentor e Libertador viria ao mundo. Seu nascimento, seu caráter, sua vida, sua morte, sua ressurreição, seu precursor — tudo isso foi profetizado antes da vinda de Cristo. A redenção desenvolveu-se e concretizou-se, em cada passo, “conforme está escrito”.
Devemos sempre examinar o Antigo Testamento com o desejo de encontrar nele algo a respeito de Jesus Cristo. Estudamos essa porção da Bíblia com bem menos proveito quando nada mais vemos ali além de Moisés, Davi, Samuel e os Profetas. Convém examinar com maior atenção os livros do Antigo Testamento. Foi declarado por aquele cujas palavras jamais passarão: “Examinais as Escrituras […] são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).
Em terceiro lugar, observemos como foram profundos os efeitos do ministério de João Batista, durante algum tempo, sobre a nação judaica.
Somos informados de que “saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão”.
O fato aqui registrado é um daqueles frequentemente negligenciados. Tendemos a perder de vista aquele que serviu como precursor de nosso Senhor, vendo somente o próprio Senhor. Esquecemo-nos da estrela matutina diante do resplendor do sol. No entanto, é evidente que a pregação de João Batista atraiu a atenção de todo o povo judaico, gerando grande agitação por toda a Palestina. Ele despertou a nação judaica de sua sonolência, preparando-a para o ministério de nosso Senhor, quando esse aparecesse. Jesus mesmo disse: “Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes por algum tempo alegrarvos com a sua luz” (Jo 5.35).
Cumpre-nos notar, a essa altura, que pouco devemos depender do que se chama “popularidade”. Se já houve alguém que foi um ministro popular, por algum tempo, esse alguém foi João Batista. Entretanto, de tantos que ouviram sua pregação e foram batizados por ele, quão poucos — é de temer-se — realmente foram convertidos! Alguns, segundo pensamos, como André, foram guiados por João Batista até Cristo. Contudo, a maioria, com toda a probabilidade, morreu em seus pecados. Não esqueçamos essa realidade sempre que virmos algum templo evangélico repleto de gente. Sem dúvida, um templo repleto é uma cena gratificante. Porém, sempre devemos nos perguntar: Quantas dessas pessoas alcançarão finalmente o céu? Não basta ouvir e admirar pregadores populares. Não é prova de conversão adorarmos em algum lugar no qual se congrega uma multidão. Antes, cuidemos de ouvir a voz do próprio Cristo e segui-lo.
Em último lugar, observemos quanto a pregação de João Batista caracterizava-se por sua doutrina clara.
Ele exaltava a pessoa de Cristo: “Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu”; e falava claramente sobre o Espírito Santo: “Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo”.
Essas verdades nunca haviam sido proclamadas de modo tão claro por qualquer homem. Verdades mais importantes do que essas não são encontradas no sistema doutrinário do cristianismo, em nossos próprios dias. A principal incumbência de cada fiel ministro do evangelho é expor integralmente a pessoa do Senhor Jesus ao seu povo, mostrando-lhe sua plenitude e seu poder de salvar. A segunda grande tarefa que cabe ao ministro do evangelho consiste em esclarecer ao povo a obra do Espírito Santo, juntamente com a necessidade do novo nascimento e do batismo interior do Espírito, mediante a graça divina. Essas duas poderosas verdades fluíam com frequência dos lábios de João Batista. Como seria bom, para a igreja e para o mundo, se houvesse mais ministros como ele!
Ao deixarmos essa passagem de Marcos, indaguemos a nós mesmos quanto já conhecemos, por experiência, das verdades que João Batista pregava. O que pensamos acerca de Cristo? Já sentimos a necessidade que temos dele e já nos refugiamos nele para termos paz com Deus? Jesus é Rei sobre nossos corações e sobre tudo que diz respeito às nossas almas? O que pensamos do Espírito Santo? Ele já operou qualquer obra em nossos corações? Ele já os renovou e os transformou? Já nos tornou participantes da natureza divina? A vida e a morte dependem de nossas respostas a essas indagações. “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
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