O lar Cristão: marido e esposa
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 19 falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, 20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.
I. primeiro ponto ou primeira parte
21Sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo.
21. Sujeitando-vos
Ele começa com as esposas, às quais ordena que sejam submissas aos seus esposos, da mesma forma como o são a Cristo. Não que a autoridade seja igual, e sim que as esposas não podem obedecer a Cristo a menos que rendam obediência a seus esposos.
Todos que estão em posição de autoridade são responsáveis perante Deus e perante aqueles em benefício de quem lhes foi dada autoridade. Em resumo, o conceito bíblico de autoridade não significa tirania, mas responsabilidade
Em primeiro lugar, a exigência de submissão é um exemplo particular de um dever cristão geral, isto é, a injunção “mulheres, sujeite-se cada uma” (5.22) é precedida pela exigência de “[sujeitar-nos] uns aos outros” (5.21). Se, portanto, é dever da esposa se submeter ao marido, também é dever do marido se submeter à esposa. A submissão é uma obrigação cristã universal
Por último, a sujeição da esposa é apenas outro aspecto do amor. Não é fácil distinguir claramente entre o que esposas e maridos devem fazer, sujeitar-se e amar. Afinal, o que significa se sujeitar se você não se entrega a alguém? E o que significa amar se você não se entrega por alguém? Estes são dois aspectos da mesma coisa.
2. Segundo Ponto ou Segunda parte;
O que se destaca no desenvolvimento desse tema por Paulo é a determinação sacrificial do amor da aliança do Noivo celestial por sua noiva. É isso que os maridos devem imitar. Paulo usa cinco verbos para indicar os estágios de desenvolvimento do compromisso de Cristo com sua noiva, a igreja. Ele a amou, entregou-se por ela, para santificá-la, purificando-a para que pudesse apresentá-la a si mesmo. As palavras “Cristo amou a igreja”, precedendo seu autossacrifício em favor dela, parecem remontar à sua eterna preexistência, quando ele se apegou com amor ao seu povo e decidiu vir salvá-lo.
Essa sensação de anomalia tem levado alguns comentaristas a tentar traduzir a afirmação de maneira diferente, mas suas tentativas não têm sucesso, porque a sentença seguinte teimosamente se recusa a transmitir qualquer outro significado, exceto o óbvio: “Quem ama sua mulher, ama a si mesmo”.
30porque somos membros do seu corpo. 31Eis por que “o homem deixará o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. 32Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. 33No entanto, também quanto a vocês, que cada um ame a própria esposa como a si mesmo, e que a esposa respeite o seu marido.
A união de marido e esposa descrita em Gênesis 2.24 é “um mistério profundo”. Paulo começa se referindo às profundezas sagradas da própria união sexual. Então, ele imediatamente segue para seu simbolismo ainda mais profundo: “Refiro-me, porém, a Cristo e à igreja”. Como já vimos, um mistério é uma verdade revelada, e o mistério profundo, nesse trecho, se assemelha ao da unidade judaico-gentílica no corpo de Cristo (3.2–6). O relacionamento conjugal como um belo modelo da união da igreja em Cristo e com ele. As três imagens da igreja que Paulo desenvolve em Efésios – o corpo, o edifício e a noiva – enfatizam a realidade de sua unidade por causa da união com Cristo.