Os cinco pilares da Reforma Protestante

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A Reforma Protestante foi o mais importante movimento da igreja depois do Pentecostes. Não foi uma inovação, mas um retorno ao Cristianismo primitivo, à doutrina apostólica. No dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, fixou nas portas da igreja de Wittenberg as noventa e cinco teses contra as indulgências, deflagrando esse movimento que marcou um novo tempo na história da humanidade.
A Reforma Protestante lançou cinco pilares de sustentação, os que passaremos a considerar:
Em primeiro lugar, Sola Scriptura. Os Reformadores devolveram à Escritura o seu lugar de plena supremacia. Não é a igreja que está acima da Escritura, mas esta acima da igreja. A tradição não está em pé de igualdade com a Palavra de Deus. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Dele emana o que cremos e ela nos ensina o que fazemos. Nenhuma tradição por mais antiga pode igualar-se às Escrituras. Nenhum concílio eclesiástico pode estabelecer dogmas forâneos às Escrituras. A Palavra de Deus é inspirada, inerrante, infalível e suficiente. Ela não pode falhar. Ela é eterna.
Em segundo lugar, Sola Fide. A salvação não alcançada pelas obras nem por uma parceria entre a fé e as obras. A salvação é recebida pela fé e pela fé somente. Pelas obras ninguém pode ser justificado diante de Deus. A salvação não é conquista pelas obras, mas recebida pela fé. Não é fruto do que fazemos para Deus, mas do que Deus fez por nós. A fé é a causa instrumental da salvação. Todo aquele que crê em Cristo tem a vida eterna. A fé, portanto, é como a mão de um mendigo estendida para receber o presente de um rei. Somos justificados pela fé. Somos salvos pela graça mediante a fé. Somos salvos pela fé para as obras. As obras não são a causa da nossa salvação, mas a sua evidência.
Em terceiro lugar, Sola Gratia. A salvação é uma dádiva de Deus. É um dom imerecido. Merecíamos o juízo e Deus nos oferece perdão. Mereceríamos condenação e Deus nos dá salvação. Deus nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos de Deus. Ele amou os objetos de sua ira. Ele inclinou para nós seu coração quando não o buscávamos. Nossa salvação é uma obra exclusiva de Deus. Ele planejou, realizou e consumou a nossa salvação. Tudo provém dele. Tudo é feito por ele para a glória seja toda dele. Somos troféus de sua graça. Nossa redenção tornará sua graça exaltada pelos séculos sem fim.
Em quarto lugar, Solus Christus. A singularidade de Cristo é eloquente em toda a Bíblia. Ele não é uma verdade entre outras; ele é a verdade. Ele não é um caminho entre muitos; ele é o Caminho. Ele não é um mediador no meio de panteão de intercessores; ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Ele não é um salvador entre outros salvadores. Ele é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Ele é a porta do céu. Ele é o novo e vivo caminho para Deus. Fora dele não há salvação. Ele sendo Deus, fez-se carne. Sendo Rei da glória, fez-se servo. Sendo santíssimo, fez-se pecado. Ele tomou o nosso lugar, como nosso substituto e fiador e morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Só por meio dele podemos ser reconciliados com Deus. Só nele temos vida eterna.
Em quinto lugar, Soli Deo Gloria. Toda glória dada ao homem é glória vazia, é vanglória, é idolatria, é abominação para Deus. Só o Senhor é Deus. Ele é subsiste em três pessoas da mesma essência e substância: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ele glorioso em si mesmo, mas criou-nos e salvou-nos para o louvor de sua glória. Ele não divide a sua glória com ninguém. O fim principal do homem é glorificá-lo e gozá-lo para sempre. Nenhum outro propósito, por mais elevado, pode dar significado à nossa vida. Fomos criados por ele e nossa alma só encontrará descanso, quando vivemos para o louvor de sua glória.
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