Marcos 11:1-11

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Marcos 11:1-11

A Entrada Triunfal:

Introdução
Neste momento iniciamos a semana onde na sexta-feira Jesus será crucificado.
No primeiro versículo deste capítulo, ele e os discípulos estão próximos de Jerusalém, pois como vimos, eles viajaram até lá.
Mas o que o texto nos aponto é: o Senhor parou primeiro em Betânia. Pois Betfagé ficava mais próxima de Jerusalém (por isso a ordem escrita: Jerusalém, Betfagé e Betânia — de trás para frente, pois o propósito era Jerusalém).
Desta forma presumimos que o Senhor chega com os discípulos em Betânia. Ali, o texto nos diz (v.1b), o Senhor separa dois deles para uma tarefa: pegar um jumentinho, para que assim entrassem em Jerusalém.
Esse detalhe temos como um pano de fundo para compreendermos o que acontecerá em seguida.
OBSERVAÇÕES DO TEXTO
O detalhe do jumentinho: no texto original nos é comunicado que este animal é um filhote (potrinho). Que poderia ser de um camelo ou cavalo, pois o vocábulo se aplica aos filhotes destes animais também; mas, neste caso temos um jumentinho.
Existem um texto profético que se cumpre, por isso creio o mesmo reforça que o potro era de jumento. Em Zc 9:9 está escrito:
Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.
Eis aí o texto profético, onde não ficam dúvidas. E há motivos teológicos — entre os testamentos — que nos levam a entender o porque este animal nunca deveria ter sido montado, para que assim Cristo o fizesse.
O ponto a) porque é como prescreve a lei; em Nm 19:2 está escrito:
Esta é uma prescrição da lei que o Senhor ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que vos tragam uma novilha vermelha, perfeita, sem defeito, que não tenha ainda levado jugo.
Como também em Dt 21:3:
Os anciãos da cidade mais próxima do morto tomarão uma novilha da manada, que não tenha trabalhado, nem puxado com o jugo,
E em 1Sm 6:7:
Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas com crias, sobre as quais não se pôs ainda jugo, e atai-as ao carro; seus bezerros, levá-los-eis para casa.
Segundo comentaristas, isto parece estar em harmonia com o que nos é apresentado no Novo Testamento. Por exemplo: o fato de Maria ser virgem e do túmulo onde Jesus fora enterrado, nunca ter sido usado (Lc 23:53). Estes fatos citados no Novo Testamento reforçam a verdade bíblica de que Jesus é um com o Pai (Jo 17:5, 21). O Filho Unigênito do Eterno. Da mesma substância, assim como o Consolador: Espírito Santo. São apontamentos teológicos que reforçam a doutrina da divindade de Jesus.
Ainda sobre o animal, temos o fato do jumentinho ser encontrado “do lado de fora, na rua, e o desprenderem”. Jesus deu esta instrução aos dois discípulos. Mas o advertiu, caso alguém reclamasse. Eles chegaram até o lugar, e tudo aconteceu conforme Jesus os preparou.
Você pode estar se perguntando: “Como o Senhor sabia disso tudo”? A possibilidade que esse conhecimento tenha chegado a ele de maneira natural, através de contato com os donos do animal, não pode ser inteiramente descartada. Não obstante, tendo em vista uma profecia similar relatada em Mc 14:13, a teoria que essa informação teria chegado a Jesus de forma sobrenatural é preferível.
De todo modo, o fato de que Jesus, às vezes, recebia informação de maneira que ultrapassam o entendimento humano, fica claro em alguns momentos nos Evangelhos (Mt 17:27; Jo 1:48; 2:4, 25 etc).
Ainda sobre este momento, envolvendo o tomar o jumentinho. Sabemos que o proprietário do mesmo reclama com os dois que foram pegá-lo ali. Este texto é melhor compreendido quando você toma nota do vocábulo no original. Pois em grego, quando os discípulos usam a expressão “Senhor”, eles usam a mesma para Jeová no AT (kyrios). O que nos leva a compreensão que: o proprietário do animal permitiu que o levassem para realizar à missão que Deus determinou que o Filho assim fizesse.
Ainda aqui, eles chegam com o jumentinho e antes de partirem para Jerusalém, os discípulos — é provável que os doze tenham feito isto —, cada um colocou sua túnica sobre o animal preparando uma cela para o Senhor montar.
É certo, como cita João no Evangelho, que uma multidão o seguia, desde Betânia (Jo 12:1, 12), tanto como uma multidão que fora para Jerusalém com o intuito de celebrar a páscoa judaica e o encontraram no caminho.
Devemos lembrar que por ali Jesus era muito popular, há poucos quilômetros de Jerusalém o Senhor havia ressuscitado Lázaro, em Betânia. Por isso, a multidão que o recebera ali, na entrada triunfal, o fizera de maneira exuberante. Alguns lançaram suas capas ao chão, outros folhas de palmeiras. Mas todos clamavam o que está escrito em Marcos 11:9-10:
Tanto os que iam adiante dele como os que vinham depois clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas!
Sobre o clamor Hendriksen diz: “Hosana! Que significa: ‘salve agora’. Por isso, em outras palavras, eles declaravam: ‘Nós te imploramos, ó Senhor, salve agora, conceda vitória e prosperidade nesta hora, pois, por causa da sua bondade, o momento apropriado chegou’”.
Clamor distintamente messiânico que encontramos no AT, no Salmo 118:25-26, que diz:
Oh! Salva-nos, Senhor, nós te pedimos; Oh! Senhor, concede-nos prosperidade!
Bendito o que vem em nome do Senhor. A vós outros da Casa do Senhor, nós vos abençoamos.
Assim como o Senhor fora chamado anteriormente de “Filho de Davi”, aqui ele é designado como aquele que traz o reinado de Davi, pai deles (v.10). Aqui eles não possuem a compreensão que possuímos do Messias que veio para redimir o pecado dos homens (Mt 1:21); mas eles acreditavam naquele que viria para libertá-los de uma política opressora,sendo este para eles um sinal do reino.
Olhando para o início desta semana, semana da morte de Jesus, nós sabemos que este primeiro encontro na entrada de Jerusalém, foi trágico. Não para Jesus, mas para estes que clamavam e o ovacionavam.
No versículo 11 então, não podemos esquecer de ler o texto da perspectiva correta. Aqui, Jesus foi ao tempo. O Cristo foi inspecionar o que os homens estavam fazendo ali. Este versículo nos informa que Jesus foi ao templo e fez uma rápida e panorâmica vistoria ali. Nada escapa ao seu alcance, como afirma Hendriksen. Dele não podemos esconder nada.
TRANSIÇÃO: .
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Feitas estas considerações, convido os irmãos a observarem três princípios espirituais, extraídos do texto. Princípios que nos ajudarão de maneira, a nos avaliarmos quanto a nossa dependência do Senhor e olharmos para os nossos corações de maneira análoga, como o templo que o Senhor visita e sonda:
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1. CRIAÇÃO
O CLAMOR REVELA A DEPENDÊNCIA:
O clamor do povo, na entrada triunfal revela a expectativa deles. Ali eles estavam como os que receberiam a benção daquele que é o único e gracioso salvador.
Se observarmos o que eles expressam aqui, certamente encontraremos certa semelhança entre nós e eles. Quando estamos desesperados, atribulados, sobre pressão.
O clamor revela a dependência. Esta que existe antes da queda. Desde o gênesis da criação. Continuamos dependentes do Senhor.
TRANSIÇÃO:
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2. A QUEDA
O CLAMOR POR SI NÃO REVELA O CORAÇÃO:
Nós sabemos o que aconteceu depois.
Depois desta entrada triunfal, o Senhor em vários momentos mostra como eles que estavam ali, eram pecadores, e em todos esses momentos o ego deles vai sendo ferido, até culminar no clamor popular: “crucifica-o!”.
Percebe que no clamor, à porta de Jerusalém haviam declarações bíblicas. Mas, alguns dias depois, os corações foram desnudos e a dependência foi substituída pela autonomia pecaminosa, onde o homem naturalmente pecador, pisa em todos ao seu redor, que não realizam os seus desejos.
TRANSIÇÃO:
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3. A REDENÇÃO
ELE VISITA E VÊ O TEMPLO:
O Senhor vê o coração de cada um. O centro, de onde procedem todas as saídas da vida.
Paulo afirmou em 1Co 6:19
Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
O nosso corpo é santuário. Ele vê o que há aqui dentro. Se há verdadeira humildade e dependência d’Ele. Ou se minhas intenções para com o Senhor são meramente utilitaristas.
Pela graça do Senhor, como servos regenerados que somos, pela justiça que há no sacrifício que Cristo fez na cruz. Paulo insta à igreja em Roma, que:
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. (Rm 12:1)
Nestes textos Paulo usa uma linguagem liturgica, podemos dizer assim, para falar de algo que não envolve estritamente algo comunitário, mas dentro da particularidade de cada indivíduo.
Assim como o Senhor, entrou em Jerusalém, ele entra no nossa quarto e nos vê. Ele entra ali, no closet, onde você esconde seus segredos e vê tudo. Ele sabe o que existe no seu coração.
Humildade ou egocentrismo.
Dependência ou utilitarismo.
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
O Senhor faz isso por graça.
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